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Não se viu e nem se verá Moro, Ministro da Justiça e da Segurança Pública, criticar o motim miliciano no Ceará

Mais do que Bolsonaro, o que marca hoje as relações entre governo e milícia é a adesão de Moro ao projeto miliciano que, naturalmente inclui, principalmente o comando da família Bolsonaro.

Ninguém esperava outra atitude do presidente ligado às milícias que não fosse criticar Cid Gomes em apoio descarado ao motim dos bandidos mascarados que fizeram da população cearense refém da violência, de parte da estrutura do estado pela milícia.

O que assombra não é o bolsonarismo doido apoiar qualquer sandice, mesmo contra si, vinda da língua de trapo de Bolsonaro, essa gente está amarga de ódio desde que Aécio sofreu a quarta derrota tucana.

Sim, porque o bolsonarismo não existe, o que existe é uma xepa tucana em estado de putrefação moral que, de tão podre de ódio, optou por Bolsonaro depois que Aécio caiu em desgraça pública a partir das revelações, em áudio e vídeo, de corrupção envolvendo a JBS.

Assim, o fel que essa gente traz aceita qualquer produção de ódio contra o PT ou contra a esquerda, porque ela entende política como um torcedor fanático entende a lógica do futebol, desses que se engalfinham e se matam em torcidas organizadas por seu time. Ou seja, é doença e não tem cura. Para piorar, são pessoas incultas e incapazes de frear o próprio impulso de ignorância.

A questão aqui é outra e de complexidade muito maior e mais aguda. Afirmar que Moro se transformou em capanga da milícia não é retórica de Glauber Braga, é síntese, tanto que ele mesmo prova, poucos dias depois de ser espinafrado pelo deputado do Psol, calando-se e se escondendo sob a atitude criminosa de PMs armados e mascarados infiltrados na corporação do Ceará pela milícia para trazer terror à sociedade com os aplausos do Palácio do Planalto.

Moro pode não acreditar, mas está assinando a sua sentença de morte política, porque o judiciário inteiro, que apoiou todas as suas trapaças na Lava Jato, sobretudo contra Lula, não vai querer posar ao lado de um Adriano da Nóbrega, de um Ronnie Lessa, de um Élcio de Queiroz envolvidos no assassinato de Marielle, que é hoje uma personalidade mundial. Essa gente não vai querer se indispor com a comunidade jurídica internacional em defesa de um ex-herói do judiciário que se transformou em cão de guarda de assassinos.

Na verdade, Moro tem cumprido um ótimo papel a serviço de Lula, mostrando o que ele verdadeiramente é e não como parecia ser, revelando sua ambição política, sua lógica de ética enviesada e sua total falta de compromisso com a justiça e com a constituição.

Por isso o silêncio de Moro sobre o motim do Ceará, promovido pela família Bolsonaro, fala muito mais de si do que qualquer outra retórica, porque esse silêncio obsequioso de Moro transborda submissão ao comando do levante miliciano convocado pelos ratos que habitam os porões do Palácio do Planalto depois da chegada de Bolsonaro ao poder.

O detalhe que engrossa ainda mais essa trama que envolve Moro e as milícias, é que hora nenhuma a Globo, que vivia dando holofotes a Moro, sequer indagou seu comportamento e, muito menos lhe cobrou respostas concretas sobre a insubordinação criminosa da milícia infiltrada na PM do Ceará.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas