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Copa do Mundo

Vídeos: Quando o Brasil entra em campo não representa apenas uma nação

O Brasil é a seleção dos excluídos; dos amarelos, pretos e marrons da periferia do mundo.

Brasileiro que torce contra o Brasil não se opõe a um time: rivaliza contra o Terceiro Mundo.

Duvida? Olha isso:

Veja como os países comemoram o Brasil:

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Pesquisa

IBGE mostra o tamanho da desigualdade racial no Brasil de Bolsonaro

A pobreza e o desemprego em 2021 foram mais do que o dobro para pretos e pardos no Brasil do que para brancos.

A pobreza e o desemprego em 2021 foram quase o dobro para pretos e pardos no Brasil do que para brancos. Os dados constam no estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo IBGE.

Em 2021, 22,5% da população branca estava desempregada ou com emprego insuficiente (a taxa de subutilização). Mas entre pretos e pardos, este número foi de 32% entre pretos e 33,4% entre pardos. E as taxas de desempregados no país no ano passado atingiram 35,2% dos brancos contra 12% de pretos e 52% de pardos.

A informalidade, outro fator negativo quando se trata de força de trabalho e condições de emprego, está também mais presente neste grupo: 43,5% dos pretos e 47% dos pardos estavam na informalidade, enquanto que esse tipo de trabalho atingiu 32,7% dos brancos.

Os indicadores mostram que as desigualdades raciais estão em todos os níveis: entre as pessoas com ensino superior, os brancos recebem 50% a mais do os pretos e pretos e pardos estão em somente 29,5% dos cargos gerenciais e somente 14,6% nos cargos de salários mais altos.

“As populações preta e parda representam 9,1% e 47% da população brasileira, respectivamente. Mas, nos indicadores que refletem melhores níveis de condições de vida, a participação dessas populações é mais baixa”, afirmou o analista do IBGE, João Hallak.

Quando se analisa a linha da pobreza do país, também os negros são a maioria dos afetados. Em 2021, 34,5% dos pretos e 38,4% dos pardos estavam na linha da pobreza. E 9% de pretos e 11% de pardos na linha da extrema pobreza. Entre brancos, 18,6% na pobreza e 5% na extrema pobreza.

Para todos os demais enfoques registrados pelo IBGE, a população negra do Brasil é extremamente prejudicada. Brancos receberam quase o dobro do rendimento médio domiciliar; negros tem o dobro de moradia irregular e instável do que brancos; as condições de vivenda, como saneamento, número de cômodos, tamanho, etc, são superiores para brancos; brancos tem mais bens e posses de quase todos os segmentos do que negros; e quase 80% dos donos de todos os estabelecimentos agropecuários do Brasil são brancos.

*Patrícia Faermann/GGN

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Pesquisa

Datafolha: Esquerda predomina entre mulheres e pretos; direita concentra homens e ricos

Grupos historicamente desfavorecidos endossam com mais vigor posições de esquerda na área econômica do que em comportamento.

O pensamento de esquerda é mais forte entre mulheres, jovens de 16 a 24 anos, quem tem renda familiar de até cinco salários mínimos e pretos, enquanto a direita se concentra em homens, faixa etária acima dos 60 anos, pessoas com renda acima de dez salários e brancos.

É o que revela a avaliação socioeconômica da pesquisa Datafolha sobre o perfil ideológico dos brasileiros. O levantamento mostrou, a partir de respostas dos entrevistados sobre temas controversos de comportamento e economia, que 49% da população se identifica com ideias de esquerda.

A observação dos resultados dentro de cada subgrupo da pesquisa aponta números maiores de alinhamento com a esquerda em camadas historicamente menos privilegiadas sob critérios como gênero, renda e raça. O inverso também ocorre.

Uma situação que destoa dessa relação diz respeito à escolaridade. Embora a esquerda seja predominante nas duas pontas, o percentual é maior entre os que têm nível superior (55%) do que entre os que estudaram menos e só possuem o ensino fundamental (42%).

Na pesquisa, o Datafolha fez perguntas nos campos de costumes e de economia a 2.556 pessoas acima dos 16 anos em 181 cidades de todo o país nos últimos dias 25 e 26.

A categorização teve como base a pontuação atingida pelo entrevistado em temas que vão de drogas e homossexualidade a legislação trabalhista e papel do Estado no crescimento nacional.

O percentual de 49% da população à esquerda é superior ao de 41% em 2017, ano da rodada anterior do mapeamento. É também o maior índice desde que a sondagem começou a ser feita, em 2013. A direita, por sua vez, tem o menor patamar histórico, 34% (ante 40%). O centro passou de 20% para 17% agora.

Na distribuição por gênero, a esquerda norteia a visão de mundo de 55% das mulheres, ante 42% da dos homens. Já a direita é essencialmente masculina: 41% deles trafegam nessa via, ante 27% delas.

O percentual da esquerda também é numericamente mais elevado entre pretos (53%), seguidos por pardos (50%) e brancos (47%). No espectro da direita, a distribuição é mais equitativa de acordo com a cor autodeclarada, com tendência de mais brancos (38%). Pretos são 30% e pardos, 32%.

*Com Folha

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Educação

Número de alunos pretos e pardos na UFRJ cresceu 71% desde a adoção das cotas, aponta levantamento

Em 2013, um ano antes de a política ser adotada na universidade, eram 21,3 mil estudantes; em 2020, 36,6 mil. O g1 fez um levantamento com Uerj, UFRJ e Unirio, que mostra resultados da ação afirmativa no perfil dos alunos. É o que revela a reportagem de Filipe Brasil, do G1.

O número de alunos pretos e pardos matriculados na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) cresceu 71% desde que a universidade passou a adotar a política de cotas, em 2014.

Dados obtidos pelo g1 mostram que, em 2013, um ano antes de o sistema entrar em vigor na universidade, a UFRJ tinha 21,3 mil estudantes que se autodeclaravam pretos ou pardos, contra 36,6 mil em 2020.

O sistema de cotas, que estabelece reserva de vagas em universidades para estudantes de escolas públicas, pessoas pretas, pardas e indígenas e pessoas com deficiência, é aplicado há pelo menos 7 anos nas instituições de ensino público superior do RJ.

“Na medida em que, em 100 anos, uma universidade criada para e pelas elites implementa uma política pública que consegue modificar substancialmente sua ocupação étnico-racial, já podemos perceber o quanto avançou na pluralidade e representatividade. Mas ainda há um longo caminho a se percorrer”, afirma a coordenadora da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ, Denise Góes.

Além da UFRJ, o g1 levantou dados da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio), que mostram os resultados da implementação da política ao longo dos anos (veja os números abaixo).

As cotas têm como objetivo reduzir desigualdades étnicas, sociais e econômicas do país que se refletem no acesso da população ao ensino superior.

Lei Federal de 2012, conhecida como “Lei das Cotas”, estabelece o sistema de reserva de vagas nas instituições de ensino federal da seguinte forma:

  • pelo menos 50% das vagas devem ser reservadas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas;
  • desses 50%, metade deve ser garantida aos estudantes que vêm de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita;
  • em cada faixa de renda, as vagas são divididas para autodeclarados pretos, pardos e indígenas e pessoas com deficiência.

Ainda de acordo com a legislação, a distribuição das vagas deve ser, no mínimo, proporcional à população desses grupos no RJ, segundo os dados do último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A cota não é só resgate de uma grave injustiça histórica, a cota é uma oportunidade de termos uma sociedade mais democrática. Locais mais diversos contribuem para reduzir esse discurso do ‘nós contra eles’, para que o país tenha um projeto de desenvolvimento a partir das visões de todos os segmentos, classes, cores e bairros. Então, a cota não é só importante para o cotista, a cota é importante para a democracia”, afirmou o reitor da Uerj, Ricardo Lodi Ribeiro.

Mudança ao longo dos anos

O número de alunos pretos e pardos matriculados na UFRJ desde 2006 demonstra como o acesso ao ensino universitário se modificou ao longo dos anos. Em 2006, eles eram menos de 15 mil alunos (14.887); em 2020, passaram a 36,6 mil estudantes.

Após implementação do sistema de cotas na UFRJ, número de estudantes pretos e pardos cresceu 71%  — Foto: Juan Silva/Infografia/g1

De 2006 a 2020, os alunos brancos caíram de 72% para 40%. Nesse mesmo período, os pretos e pardos subiram de apenas 21% para 35%.

“O objetivo das políticas de ação afirmativa é produzir igualdade de oportunidades para dirimir o fosso histórico que se criou com uma abolição de somente dois artigos e que não previu nenhuma política para inclusão dos libertos”, diz a coordenadora da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ, Denise Góes.

A maior presença dos estudantes pretos e pardos no ensino superior condiz com a realidade étnica do país.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, em 2019, 42,7% dos brasileiros se declararam brancos, 46,8% pardos, 9,4% pretos e 1,1% amarelos ou indígenas.

O IBGE pesquisa a cor ou raça da população brasileira com base na autodeclaração. O questionário sobre cor traz as seguintes opções: branca, preta, parda, indígena ou amarela.

Cota como ferramenta de inclusão

Cotista formado em 2016 na UFRJ, Vitor Matos faz atualmente mestrado em políticas públicas em direitos humanos e atua como servidor na universidade. Além disso, integra a Câmara de Políticas Raciais da UFRJ.

Para ele, a política de cotas representa o instrumento mais efetivo de inclusão social de negros desde o fim da escravidão no Brasil.

“Na minha visão, é muito comum as pessoas avaliarem as cotas individualmente, ou seja, o efeito delas na vida de cada indivíduo cotista. Mas, na verdade, as cotas geram um efeito social maior quando esse indivíduo cotista entra no mercado de trabalho e passa a ser uma representação para a sociedade, com uma profissão, e que até aquele momento existiam poucos ou nenhum negro naquela função”, disse.

“Por exemplo, muitas pessoas jamais foram a um médico negro, ou conheceram um servidor público de alto escalão negro, um arquiteto, um engenheiro negro. E a partir do momento em que os negros começam a se formar e ocupar esses espaços, isso gera uma reação em cadeia, um efeito de capilaridade na sociedade, sobre a visão que a própria sociedade vai ter dos negros”, completou.

Uerj: Sistema de cotas é adotado há 18 anos

Na Uerj, o sistema de reserva de vagas começou a ser aplicado em 2003. Entre 2003 e 2020, de todos os alunos que entraram na universidade por meio de vestibular, 30% (27,3 mil) eram cotistas.

Em 2018, uma lei prorrogou a reserva de vagas por mais 10 anos para as universidades públicas estaduais.

Houve a inclusão de quilombolas, além de pretos e pardos, e foram estabelecidos percentuais de:

20% das vagas reservadas para negros, indígenas e alunos oriundos de comunidades quilombolas;
20% das vagas para alunos oriundos de ensino médio da rede pública, seja municipal, estadual ou federal;
5% das vagas reservadas a estudantes com deficiência, e filhos de policiais civis e militares, bombeiros militares e inspetores de segurança e administração penitenciária, mortos ou incapacitados em razão do serviço.

De acordo com dados de relatório estatístico elaborado pela Uerj, do total de cotistas, 11,6 mil entraram por meio do sistema e 14,8 mil vieram de escolas da rede pública.

“Hoje em dia, não dá para pensar na Uerj sem o sistema de reserva de vagas. Foi um modelo que tornou a universidade mais plural, mais colorida, e acabou mostrando para aqueles que eram contra que em nenhuma medida as cotas reduzem a excelência acadêmica”, disse Lodi.

“Desde que as cotas foram implementadas, a Uerj só sobe nos rankings nacionais e internacionais de excelência”, afirmou o reitor.

Conclusão e evasão

Dados do relatório da Uerj mostram que, proporcionalmente, 42% dos alunos cotistas concluíram seu curso, enquanto apenas 30% dos que entraram por ampla concorrência se formaram.

Entre os 32,1 mil estudantes que já se formaram na Uerj, 11,6 mil (36,3%) eram cotistas.

Bruno Bordieu, cotista da Uerj formado em 2018 em ciências sociais, afirma que as dificuldades de permanência na faculdade vão além das questões acadêmicas e financeiras.

“Um processo que quase todo mundo relata é que durante a graduação ocorre uma série de desgastes, de distanciamentos e embates com a família. Esse desencontro é muito duro para as pessoas. A dificuldade de você chegar e falar das suas conquistas com seus pais e eles não entenderem”, afirma Bruno.

“A entrada na universidade, para boa parte de nós, negros, representa muito mais do que uma aquisição de conhecimento ou formação. É de fato uma formação humana, uma transformação do que somos. E como grande parte é o primeiro da família a estar nesse ambiente, muitas vezes isso gera conflitos familiares. Eu pensei em desistir em vários momentos. Demorei 8 anos para me formar por causa disso também”, completa o professor, que hoje dá aulas no Curso de Pré-Vestibular do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CPV-CEASM).

Veja o perfil dos alunos cotistas e de ampla concorrência da Uerj — Foto: Juan Silva/Infografia/g1

 

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O Estado genocida

Por Beto Mafra, via whatsapp

Pobres, pretos, favelados, são alvo de assassinos fardados a mando de nazistas com poder.

Com o brilho de sempre, Malu Aires relata nosso fracasso como nação civilizada em dois momentos.

Este, logo abaixo, foi quando os laudos revelavam os assassinatos.

O outro, quando ainda se dizia que ação tinha sido ” desastrosa”, Malu cravou:

Foi crime premeditado.

Toda a população de Paraisópolis viu, ouviu, sofreu e filmou a ação criminosa do Doria.

Quando Doria (o mesmo que sugeriu, enquanto prefeito, dar ração pras crianças na escola) diz que vai mandar averiguar o crime que ele cometeu, ele quer dizer aos 80 mil moradores de Paraisópolis, que sua retaliação contra os pobres, terá todo o rigor e terror dos seus capangas uniformizados.

Por Malu Aires, em perfil de rede social

São 9 assassinatos.

Alguns laudos já apontam “morte por asfixia mecânica”.

Os jovens que eles não mataram com mata-leão, mataram com surra.

Qual o crime da molecada, em sair no sábado, dar um rolê com os amigos do bairro, da escola, perto de casa?

Doria não vai explicar pras 9 famílias, porque matou os filhos delas.

A PM não tem como explicar aquele ataque de selvageria que vimos em várias imagens.

No QG Federal da milícia, ninguém diz nada porque esse é o tipo de tratamento que Sergio Moro quer pra qualquer cidadão do país.

Sem mandato, um policial poderá invadir tua casa, escola, te matar na frente de todo mundo e ficar por isso.

Qualquer “cidadão de bem” poderá encomendar seu crime, pro guardinha da esquina, por 1 café e uma coxinha.

São Paulo recebeu de presente da elite, um prefeito do Morumbi. A elite, 2 anos depois, deu pra São Paulo um governador do Morumbi com um pelotão de assassinos treinados.

Os bilionários, caloteiros de IPTU e impostos, mandam. Quem paga?

O problema de SP não é “despreparo da polícia”. É problema de um estado de putrefação moral, dessa gente que não faz economia pra perversidade.

De gente muito rica que ordena o massacre de Paraisópolis à gente muito pobre de espírito, que só vota e paga imposto, se for pra contratar assassinos.

“Sem lazer, sem educação garantida, sem oportunidade de desenvolvimento pessoal, marginalizada porque é pobre, proibida de ir e vir com liberdade e segurança, a juventude da periferia foi acuada nos becos.

Cruzar a cidade é ato proibido a um jovem da periferia.

Acuada, a juventude criou ali seus laços, sua moda, sua linguagem e sua música. Música exportada pro mundo todo que anima festas das coberturas mais luxuosas do país e as festas das praias mais badaladas.

A juventude que apresentou ao mundo Anitta e tantas centenas de funkeiros, foi chamada pra uma armadilha, acuada e morta, com requintes de crueldade. A música que a classe A e B dança, só não pode ser dançada pela classe C que inventou a cantoria.

A molecada trabalha, estuda, cria e, no fim de semana, só quer se divertir, como todo moleque da idade deles que nunca precisou trabalhar pra ouvir funk no condomínio chique.

As drogas? Os baseados que rolam? Coisa mais comum onde os filhos das classes A e B se reúnem.

Todo bairro nobre tem um traficante morando numa cobertura, estudando em colégio caro.

Manda o filho do delegado ou do juiz abaixar o som, pra você ver o que aconteceu em Paraisópolis, é rotina nas periferias de todo o país, não importa se haja pancadão ou o mais absoluto silêncio nos becos.

Em São Paulo, pegam os jovens reunidos. No Rio, as crianças indo pras creches, os trabalhadores nos pontos de ônibus.

Aqui em BH, pegaram um jovem capinando um lote da Igreja. Ele foi mostrar a roupa suja de terra, as mãos de trabalhador, levou uma rasteira e um mata-leão. Morreu no local, após a PM dar um último chute na vítima, se certificando da morte.

“A PM não está preparada…” – a PM está mais que preparada para matar.

Cada coronel mobiliza centenas de unidades assassinas e, a mando de governadores assassinos, viaturas saem, oferecendo ao povo a barbárie, o terror e a violência, antes que este povo reclame do preço do botijão, do feijão, do transporte, da água (que não tem), da luz (que não tem), do preço da carne.

O governador decretou: pobre está proibido de fazer churrasco na laje, ao som de Ludmilla ou MC Gui.

Na noite do último sábado, a juventude de Paraisópolis, abandonada pelo Estado, fez uma festa que atraiu 5 a 10 mil jovens.

A juventude não entende e nem aceita que o Estado proíba o seu lazer. Ela cria seu próprio lazer. O Estado quer via livre pra matar e silêncio pros pobres ouvirem os tiros do “toque de recolher”.

O Estado entra pra matar. Não entra pra distribuir energia, saneamento, moradias, cursos técnicos, centros culturais, escolas, creches… O Estado só entra para extorquir, ameaçar, atirar e humilhar.

Estava tudo em paz, a molecada em turma, se divertindo, a juventude namorando, dançando, ocupando a rua porque a juventude quer liberdade, não ficar presa, sábado a noite, num casebre de 30m², assistindo TV.

Estava tudo em paz, até aparecer o Estado e seus assassinos.

Protegidos pelo governador, sob ordem do coronel, os assassinos fardados estão autorizados a matar e se divertem.

Em Paraisópolis, pra satisfação do Governador, provocaram 9 mortes e mais de 100 feridos.

Toda chacina tem uma justificativa do Estado que garante a confissão de culpa: “retaliação”.

Em Santo André, mataram o menino Lucas Martins dos Santos, de 14 anos. A família foi procurar o paradeiro do menino e a polícia mandou prender a mãe dele, como “retaliação”.

Mataram Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, e foram no IML roubar as balas e perícia do corpo da menina.

Mataram Marielle Franco e Anderson Gomes e, há 1 ano e 9 meses, o Estado impede que se cheguem nos mandantes.

Porque o mandante é o Estado.

O Estado está matando os filhos das trabalhadoras e dos trabalhadores desse país.

A ação não foi “desastrosa” – foi crime premeditado.

Toda a população de Paraisópolis viu, ouviu, sofreu e filmou a ação criminosa do Doria.

Quando Doria (o mesmo que sugeriu, enquanto prefeito, dar ração pras crianças na escola) diz que vai mandar averiguar o crime que ele cometeu, ele quer dizer aos 80 mil moradores de Paraisópolis, que sua retaliação contra os pobres, terá todo o rigor e terror dos seus capangas uniformizados.

No Chile, o naziliberalismo acuou a juventude na pobreza planejada pela elite, por 40 anos.

A polícia, sob as ordens do Estado, já arrancou mais de 200 olhos de jovens chilenos, matou centenas de jovens e as viaturas passam raptando e estuprando meninos e meninas, rapazes e moças, em plena luz do dia.

O nazibileralismo odeia a juventude latino-americana.

Como “retaliação” à vida e à liberdade das pessoas que sofrem com o desemprego, diminuição de renda e oportunidades, o Estado naziliberal autoriza o genocídio do reclamante.”

 

 

*Do Viomundo

 

 

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Notícia

Nove mortos pisoteados em Baile Funk durante uma ação violenta da PM em SP

O AI-5 nas favelas e periferias do Brasil segue mais firme do que nunca, ainda mais tendo um governo fascista com o de Bolsonaro e Moro, o ministro da permissão para matar pretos e pobres no comando da política de segurança que tem verdadeira tara por seu excludente de ilicitude.

Segundo matéria do jornal extra, Sobe para nove o número de mortos por pisoteamento em baile funk em São Paulo.

Nove pessoas pessoas foram mortas por pisoteamento durante uma operação policial num baile funk na comunidade de Paraisópolis, na região Sul de São Paulo , na madrugada deste domingo, dia 1. Outras sete foram socorridas com lesões no AMA (Assistência Médica Ambulatorial) de Paraisópolis, segundo a Segurança da Segurança Pública de São Paulo (SSP). As informações iniciais davam conta de oito mortos e dois feridos.

Segundo a nota da SSP, policiais do 16º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) realizavam a Operação Pancadão na região quando dois homens em uma motocicleta atiraram contra os agentes. A moto teria fugido em direção ao baile funk, efetuando disparos, o que ocasionou tumulto entre os frequentadores do evento. No local, segundo estimativas da PM, havia cerca de 5 mil pessoas.

As nove pessoas que morreram pisoteadas chegaram a ser levadas à Unidade de Pronto Atendimento e ao Pronto Socorro do Hospital do Campo Limpo, mas não resistiram.

Num vídeo gravado por frequentadores do baile, duas vítimas aparecem estiradas no chão enquanto jovens tentam socorrê-las. Uma mulher se aproxima e pede que arrastem uma delas para outro lugar. “A perna dele tem pino, arrasta ele para lá”, diz ela. Em outros dois registros, é possível ouvir tiros de bala de borracha.

Para o advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), tudo indica que a as mortes são resultado de excesso policial.

— Aparentemente, foi uma ação desastrosa da PM que gerou tumulto e mortes — disse Alves.

Ainda segundo a polícia, ao adentrarem as ruas para dar apoio, as equipes policiais foram recebidas com pedradas e garrafadas. Os agentes revidaram com munições químicas para dispersão e começou uma correria.

O caso está sendo registrado no 89º Distrito Policial (Jardim Taboão). A Polícia Militar instaurou inquérito policial militar (IPM) para apurar todas as circunstâncias relativas ao fato.

O baile

O pancadão de Paraisópolis, conhecido como Baile da 17, já é tradicional na comunidade. Neste ano, o evento completou seu nono aniversário. O baile ocorre sempre na rua e reúne milhares de pessoas, a maioria de fora do bairro. Moradores de cidades vizinhas chegam em excursões para o baile na capital.

 

 

*Com informações do Extra