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Com uma viagem, Lula colhe mais que Bolsonaro em 4 anos na relação com a China

A viagem do presidente Lula à China foi de êxito completo, por mais que alguns procurem cabelo em ovo, sugerindo que ao criticar a hegemonia do dólar nas transações internacionais, ou ao reconhecer a soberania da China sobre Taiwan, o presidente brasileiro tenha se arriscado a colher em troca a insatisfação dos Estados Unidos ou a má vontade do Ocidente. Com uma viagem, Lula colheu muito mais frutos da relação com a poderosa China do que Bolsonaro em seus 4 anos de mandato, em que só fez atrasar as relações bilaterais.

Aos que sugerem ter Lula se afastado da neutralidade global em direção a um maior alinhamento com o eixo China-Rússia, vale recordar que na diplomacia, mais que a retórica, contam os documentos oficiais emitidos. E, neste sentido, a Declaração Conjunta de 49 pontos (contrastando com o lacônico comunicado emitido após o encontro com Biden) não deixa fio desencapado. Nele, os dois países reiteraram “o compromisso com a defesa do direito internacional, inclusive os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas como sua pedra angular indispensável, e com o papel central da ONU no sistema internacional”. Na mesma linha, reconheceram o papel da OMC como reguladora do comércio internacional. Ou seja, tudo dentro dos conformes.

Para o Brasil, para a diplomacia de resultados de Lula, o que conta são os ganhos que o país terá com o aprofundamento das relações bilaterais, sem exclusão das outras parcerias, seja com os EUA, seja com a União Europeia, sem esquecer a prioridade nas relações com a América Latina, em busca da integração.

E, neste sentido, Lula volta ao Brasil com a cesta cheia. Os 15 acordos assinados são importantes mas o longo Comunicado Conjunto explicita muitas outras oportunidades de cooperação, que ainda não estão maduras para a assinatura de acordos ou até prescindem deles.

Um dos principais acordos assinados é o que busca incrementar, mais ainda, o comércio bilateral, assinado por Itamaraty e Fazenda com o ministério do comércio exterior chinês. Em 2022, o Brasil exportou pouco mais de US 10 bilhões para os EUA, cerca de US$ 13 bilhões para a União Europeia e pouco mais de US$ 22 bilhões para a China. O acordo busca ampliar ainda mais estes números, mencionando esforços imediatos para remover barreiras, burocracias, abrir canais para as empresas dos dois lados e a adoção de boas práticas regulatórias. Este último ponto se aplica, por exemplo, ao assunto tão excitante no Brasil neste momento, o fim da isenção de impostos para importações de até US$ 50. A isenção existente, apenas para trocas entre pessoas físicas, vem sendo manipulada pelos sites chineses de e-commerce. Não é uma boa prática, deve reconhecer a China. Haddad está certo.

A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, foi talvez a que mais usou a caneta para assinar documentos na viagem, num sinal de que a nova parceria irá muito além da exportação de produtos primários, evoluindo para a cooperação tecnológica e científica. O acordo maior com a pasta de Luciana envolve projetos em nanotecnologia, inteligência artificial, biotecnologia, cidades inteligentes, novos materiais e muitas destas áreas que estão na fronteira do futuro. O Brasil só tem a ganhar recebendo transferências nestas áreas.

Foi também assinado, nesta linha, um acordo específico na área de Tecnologia da Informação, envolvendo todo este mundo virtual/digital que ainda nos assusta com suas possibilidades, mas pautarão a vida das próximas gerações: big data, novos usos do 5-G, do armazenamento em nuvem, algoritmos e aplicações diversas da inteligência artificial. Nisso, a China está muito à nossa frente.

*Tereza Cruvinel/247

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Opinião

Ódio, a herança maldita de Bolsonaro

Quatro anos foram suficientes para adoecer larga parcela da sociedade brasileira.

Quatro anos de discurso de ódio contra as escolas, as universidades federais.

Quatro anos de descaso com o povo, principalmente com os mais pobres.

Quatro anos de massacre dos povos indígenas, das minorias de forma geral.

Três anos de pandemia, três anos de deboche, de incentivo descarado à contaminação pelo coronavírus, resultando em 700 mil mortes.

Não dá para listar as barbaridades cometidas por Bolsonaro contra o povo brasileiro. Hoje, vemos com certa frequência atos de extrema violência, de barbárie, resultantes da herança maldita deixada por Bolsonaro.

Ao governo Lula resta tomar todas as medidas possíveis para acabar com a escuridão que se abateu sobre o Brasil durante quatro anos, quatro longos e inesquecíveis anos de Bolsonaro.

Que vença o bem!

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Opinião

Os quatro anos de Bolsonaro em que a inteligência foi criminalizada

Qualquer coisa que faz o ser humano pensar, tinha que ser extirpada da vida pública. Para Bolsonaro, o importante foi promover a burrice para que o próprio tomasse posse do país, destruísse as instituições, a ciência, a pesquisa, a educação e a cultura.

Tudo tinha que ser feito na base da força bruta, daí a tentativa de Bolsonaro de usar as Forças Armadas contra a própria população que, em certa medida, causou um enorme desgaste à imagem da instituição.

Ou seja, foi a estupidez olavista, que é a representação do que existe de mais ignorante, pernicioso e embusteiro, adicionado a uma dose de violência institucional sem precedentes.

O importante era dar segurança aos idiotas, sobretudo afastando de seu perímetro qualquer forma de conhecimento.

Aqueles mal informados que frequentemente se colocavam à margem da discussão nacional, com Bolsonaro, ganharam status de anticomunistas, patriotas e mais uma dezena de baboseiras que faziam com que a ignorância impedisse qualquer reflexão diante de uma mente absolutamente obtusa que afastou por completo qualquer opinião que não fosse a ditada pela própria cúpula do Palácio do Planalto.

Estava pronta a receita. Um jumento corrupto, com filhos igualmente jumentos e corruptos, tendo uma besta quadrada como Olavo de Carvalho como o sábio dos tolos, e a certeza de que, utilizando as instituições do Estado como moeda de troca, a educação, a cultura e o conhecimento estariam totalmente liquidados.

Foram quatro anos quando nada foi provido de benefício ao país e, consequentemente à população.

Somado a isso, Bolsonaro se blindou deixando que, junto com a crescente corrupção do seu governo, comandada pela própria família, a ignorância, a estupidez, a idiotice sistematizada ficassem sempre de prontidão para administrar-se a si próprias.

O resultado não poderia ser outro. A cólera a que se assistiu depois da derrota de Bolsonaro, tentando produzir no país um total descontrole institucional, num ato de desrespeito generalizado em prol da ignorância, ganhou uma dimensão que muitos temiam e a necessidade de trazer essa ignorância para a realidade, que se tornou atrevida e agressiva, teria que ser freada.

Foi quando o STF reagiu para que uma tragédia autoritária não ganhasse corpo.

Ou seja, a burrice é estimulada, principalmente quando ela é profunda, no caso do bolsonarismo, isso acontece porque essa gente sempre ignorou sua própria ignorância.

E se a ignorância é o elemento mais violento de uma sociedade, a violência em si estava muito bem representada, faltando apenas a instalação da ditadura.

Tudo isso nos custou muito caro, mas uma parcela da sociedade, que é infinitamente maior do que a parte idiota da burrice tropical, colocou-se na linha de frente para enfrentar essa perigosa estupidez. E venceu.

Agora é buscar o tempo perdido e, junto, construir um antídoto para que o fascismo, a brutalidade e a ignorância paguem por sua violência, corrupção e degeneração institucional a partir do comandante desse inferno, chamado Jair Messias Bolsonaro.

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Em cinco anos de Lava Jato, golpe e governo Bolsonaro, Desigualdade no Brasil dispara e pobreza chega a 23,3 milhões de pessoas

O Brasil vive o ciclo mais longo de aumento da desigualdade de sua história . Estudo do economista Marcelo Neri, diretor do FGV Social, mostra que a concentração de renda cresce no país há 17 trimestres, pouco mais de quatro anos.

A piora na desigualdade, segundo Neri, é resultado do aumento do desemprego no país, que ainda aflige 12 milhões de pessoas :

— O principal fator que influencia o aumento da desigualdade é o desemprego, que, embora apresente sinais de alguma recuperação, ainda é grande no país.

O economista pondera que, quando o desemprego aumenta, o mercado de trabalho tende a diferenciar ainda mais os trabalhadores de acordo com o grau de instrução. Os mais capacitados têm mais chance do que os de baixa escolaridade.

A desigualdade é medida pelo índice de Gini, que mostra a concentração de renda e varia de zero a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desigual é a distribuição de renda. No Brasil, o indicador segue tendência de alta desde o quarto trimestre de 2014, quando estava em 0,6003, até o segundo trimestre deste ano, quando alcançou 0,6291.

A concentração de renda avançou no período que abrange os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer e o primeiro semestre da gestão de Jair Bolsonaro.

Para João Saboia, professor do Instituto de Economia da UFRJ, a precariedade do mercado de trabalho é uma das causas que explicam o aumento da desigualdade no país.

— O que esses números mostram é a disparidade no mercado de trabalho. O índice de Gini abarca todas as fontes de renda, sejam elas formais ou informais. Sendo assim, inclui trabalhadores que têm renda irregular e os registrados, com salário fixo. O mercado ainda não consegue absorver o contingente de trabalhadores disponíveis. E, quando absorve, é de uma maneira muito desigual — explicou Saboia.

Impacto maior para jovens
De acordo com o estudo, nem mesmo em 1989, pico histórico de desigualdade brasileira, alimentada pela inflação galopante, houve um período de concentração de renda por tantos trimestres consecutivos.

Outro indicador do avanço da desigualdade no país é a análise do comportamento dos rendimentos do trabalho de acordo com a faixa de renda. No período de 2014 a 2019, a renda da metade mais pobre da população caiu, como antecipou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois. A perda foi de 17,1%. No mesmo período, a renda da parcela que compreende o 1% mais rico avançou 10,11%.

O levantamento tem como base a renda do trabalho per capita familiar, ou seja, considera todos os trabalhos de todos os integrantes da família, divididos pelo número de pessoas do domicílio. O cálculo desconta a inflação do período.

Os mais pobres não foram os únicos que viram seu rendimento encolher no período. Os mais jovens, com idade de 20 a 24 anos, registraram queda de 17,7% no período. As pessoas sem instrução tiveram recuo de 15%.

— Uma das explicações para a queda na renda dos jovens é que eles não conseguem inserção no mercado de trabalho. Com a crise e as demissões de chefes de família, jovens passaram a procurar ainda mais emprego. Os resultados mostram que quem mais perdeu nesta crise foram as pessoas com pouca experiência ou com pouca instrução — destaca Neri.

Segundo o estudo, o desemprego foi o principal responsável pela queda no poder de compra das famílias.

“Desemprego é sinal de desajuste do mercado de trabalho e de frustração. A maioria dos ocupados passa a temer cair no desemprego, e, por precaução, reprime sua demanda por bens e serviços”, diz o o estudo.

23,3 milhões na pobreza
Além da disparidade crescente de renda entre os trabalhadores, o número de pobres no Brasil aumentou. De acordo com o levantamento, entre 2015 e 2017, a população pobre brasileira aumentou de 8,3% para 11,1% do total. Assim, este contingente representa uma parcela de 23,3 milhões de pobres no Brasil, pessoas que vivem com menos de R$ 233 por mês.

Em dois anos, o Brasil passou a ter mais 6,2 milhões de pobres. Uma das causas para esta situação de aumento da pobreza, ressalta o diretor do FGV Social, é a falta de expansão de programas sociais:

— Ao passo que o desemprego aumentou e mais pessoas perderam suas fontes de renda, as políticas públicas não conseguiram incorporar esse novo contingente de desassistidos. Um exemplo é o Bolsa Família. Foram feitas medidas para evitar fraudes e melhorar o cadastramento, mas a expansão do programa não foi suficiente para impedir o aumento significativo na pobreza do Brasil.

 

 

*Com informações de O Globo