Vídeos – Repressão: indígenas são recebidos com bombas na Funai em Brasília

Mais de 35 povos originários encampam na capital federal uma mobilização pacífica contra projeto que retira seus direitos, mas foram atacados pela Polícia Militar.

Centenas de indígenas que participam nesta quarta-feira (16) do “Levante Pela Terra” em Brasília, uma mobilização pacífica contra um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que dificulta a demarcação de terras, foram reprimidos pela Polícia Militar.

Representantes de mais de 35 povos originários, com o apoio da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), marchavam na capital federal e esperavam ser recebidos por um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), mas a tropa de choque da PM cercou o prédio da entidade e atacou os manifestantes com bombas de efeito moral e spray de pimenta.

“Um grande retrocesso que estamos sofrendo! Um órgão que deveria defender nossos direitos e interesses, agora nos ataca”, escreveu, pelas redes sociais, a líder indígena Sonia Guajajara, que é coordenadora executiva da Apib.

A PM informou que “os índios partiram em confronto contra a linha de contenção, inclusive, atirando flechas contra os policiais, sendo necessário o uso de gás para retomada do terreno”, versão que é rechaçada pelos representantes dos povos originários, que garantem o tom pacífico da manifestação.

“A Funai tem o dever constitucional de nos defender e respeitar. Não é o que vem acontecendo. A Funai tem sido utilizada pelo governo Bolsonaro para coagir lideranças e retirar nossos direitos, para abrir as terras indígenas para invasores. Estamos sendo proibidos de entrar na nossa própria casa como se fôssemos um perigo. O perigo está lá dentro”, afirmou o líder indígena Tiago Mbya Guarani.

Até a publicação desta matéria, os indígenas ainda não tinham sido recebidos por nenhum representante da Funai. Eles seguem em frente ao prédio da entidade, cercado por policiais.

Retirada de direitos

A mobilização “Levante pela Terra” se dá, principalmente, pela tramitação na Câmara do Projeto de Lei 490/2007 que, segundo a Apib, “representa um novo Genocídio aos povos indígenas”.

“O PL é inconstitucional e pode acabar com as demarcações das Terras Indígenas no Brasil, possibilitando a abertura dos territórios para explorações predatórias. Além do PL 490 outras propostas anti-indígenas e que representam uma ameaça ao meio ambiente estão em pauta no Congresso”, diz a entidade.

Confira, abaixo, a agenda de reivindicações dos povos orginários.

1. Retirada definitiva do Projeto de Lei 490/2007 da pauta de votação da CCJ e arquivamento do mesmo;

2. Arquivamento do PL 2633/2020, conhecido como o PL da Grilagem, da pauta de votação do Congresso Nacional

3. Arquivamento do PL 984/2019, que pretende cortar o Parque Nacional do Iguaçu e outras Unidades de Conservação com estradas.

4. Arquivamento PDL 177/2021 que autorizaria o Presidente da República a abandonar a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)

5. Arquivamento PL 191/2020 que autoriza a exploração das terras indígenas por grandes projetos de infraestrutura e mineração.

*Com informações da Forum

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Caos no Peru: ministros renunciam, há repressão e manifestantes mortos

Imprensa local reporta ao menos dois mortos em Lima, mas há também relatos de desaparecidos, entre os que se manifestavam contra governo que assumiu após destituição de Vizcarra, considerado ilegítimo.

A crise política iniciada no Peru após destituição do ex-presidente Martín Vizcarra teve seu dia mais sangrento – ao menos até agora – neste sábado (9), em que os protestos em Lima e outras grandes cidades do país, novamente massivos, foram cruelmente atacados pelas forças de segurança do país, com resultados a lamentar: ao menos duas pessoas faleceram na capital do país e há vários relatos de desaparecidos.

Nas redes sociais, várias organizações reclamaram de uso indiscriminado de gás lacrimogêneo e balas de dispersão (de chumbinho, chamadas “perdigones”) por parte das forças policiais peruanas, e algumas organizações civis, especialmente a Defensoria Pública do Peru, utilizaram as redes sociais para mostrar imagens comprovando que os ataques policiais se iniciaram em meio a uma manifestação pacífica, reforçando o caráter autoritário da ação.

Até o momento há dois casos confirmados de pessoas mortas como resultado da repressão policial. Ambos seriam estudantes de entre 23 e 25 anos de idade e seriam estudantes universitários – as organizações estudantis peruanas estão entre as que mais fortemente têm mobilizado pessoas para os protestos. Contudo, também há dezenas de relatos de pessoas desaparecidas nas redes sociais, e também a partir de denúncias formais realizadas pela Defensoria Pública e outras organizações de defesa dos direitos humanos.

Tais protestos marcaram o sexto dia seguido de manifestações desde a destituição do agora ex-presidente Martín Vizcarra, definida pelo Congresso na segunda-feira (9), em ação considerada como um golpe de Estado parlamentar por grande parte da população, que considera ilegítimo o novo governo que assumiu desde então, liderado por Manuel Merino – que era justamente o presidente do Congresso, e que liderou a votação na que Vizcarra foi destituído.

 

*Com informações da Forum

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Veias abertas: Greve geral na Colômbia e repressão em Bogotá

Esquadrão Móvel Antidistúrbios da Polícia Nacional da Colômbia jogou bombas de gás lacrimogêneo para tentar liberar o corredor Transmilênio na capital; militares estão nas ruas.

A Colômbia enfrenta nesta quinta-feira (21/11) uma greve geral, convocada por sindicatos e movimentos sociais, contra reformas planejadas pelo governo do presidente Iván Duque. Os primeiros protestos foram reprimidos pela Polícia Nacional, em especial em Bogotá.

A paralisação deve durar todo o dia e se estender pelas maiores cidades do país. Além da capital, há mobilizações já iniciadas em Medellín e outros municípios do departamento de Antioquia, Bucaramanga e Barranquilla, com mais movimentações e marchas previstas para a tarde.

Na capital, o serviço de ônibus Transmilênio está interrompido em alguns trechos e, segundo a Caracol Noticias, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios da Polícia Nacional da Colômbia jogou bombas de gás lacrimogêneo para tentar liberar o corredor de transporte público na região de Suba, ao norte da cidade.

Outra manifestação, que fecha a Autopista Sur, via que corta a cidade de norte a sul, está sendo acompanhada pela polícia, armada com bombas de efeito moral e escudos.

Em Cali, no interior do país, manifestantes se concentram no setor conhecido como Sameco, também no norte da cidade. Eles queimaram pneus e fecharam a via que cruza a região. De acordo com El Tiempo, a movimentação na cidade começou por volta das 5h da manhã (7h em Brasília) e deve se estender para todas as regiões da cidade, com concentrações em frente à sede da prefeitura e nas entradas do município.

Militares

Duque ordenou, na semana passada, que militares (camuflados e armados com fuzis) fossem às ruas de Bogotá para “ajudar” a Polícia Nacional, segundo disse, à Caracol Notícias, o major Luis Fernando Barco. ““Que nossa gente da capital, do centro de Bogotá se dê conta de que o Exército Nacional da Colômbia está em Bogotá e está acompanhando a Polícia Nacional”, afirmou.

Na noite desta quarta (20/11), em discurso na TV, Duque disse que seu governo “escuta” os manifestantes e que ir às ruas é um direito. “Sabemos que são muitos os desafios que, como país, temos que superar. Que são válidas muitas das aspirações sociais e que temos problemas que, ao longo da história, envelheceram mal. Por isso, trabalhamos de dia e de noite para encontrar alternativas e superar os obstáculos, como temos feito como nação ao longo de nossa história”, disse.

Demandas

Os grevistas têm 10 demandas principais para o governo:

  • Contra a reforma trabalhista, que atinge de forma estrutural as condições de trabalho, permitindo a maior flexibilização por meio de contratos por horas, redução do salário mínimo, implementação de um salário diferencial, com menor valor para jovens com menos de 25 anos, extinção dos direitos em caso de demissões e simplificação na demissão de trabalhadores;
  • Contra a reforma das pensões, que tramita a possibilidade da eliminação da pensão como direito trabalhadores. Além disso, o governo busca converter a Colpensiones, atual administradora colombiana de pensões, em um fundo privado que permita o pagamento de pensões com valores abaixo do mínimo.
  • Contra a exploração financeira, que tenta eliminar o controle estatal direto sob o capital das empresas financeiras estatais, com isso também ocorreria um ataque direto às condições de trabalho dessas entidades.
  • Contra a privatização. O governo especula privatizar a Ecopetrol, Cenit (filial de Ecopetrol transporte de hidrocarbonetos e a empresa de energia Interconexión Eléctrica S. A. (ISA), empresas de energia regionais e todas aquelas onde a participação do Estado é abaixo de 50%.
  • Contra a corrupção que atinge a estrutura política colombiana. Os casos de corrupção mais citados no país são: Odebretch com o Caminho do Sol, Navelena, Carrossel da toga, Reficar, Fedegan e Universidade do Distrito.
  • Contra a taxa nacional, que irá aumentar em 35% para os estratos 4.5 e 6 do país em benefício da Eletricaribe, empresa de serviço de distribuição e comercialização de energia elétrica na Costa Caribe.
  • Contra a reforma tributária, que visa reduzir impostos sobre grandes corporações e multinacionais, ao mesmo tempo que impõe novas taxas para a classe média e os trabalhadores.
  • Por um salário mínimo que permita uma vida decente e o sustento familiar.
  • Pelo cumprimento dos acordos que o governo nacional firmou com os funcionários do estado e estudantes e dos compromissos com os agricultores e povos indígenas.
  • Pela a defesa do protesto social. Atualmente o governo desestimula e restringe atos e protestos sociais, além de criminalizar e estigmatizar lideranças e participante de mobilizações.

 

 

*Com informações do Ópera Mundi

 

Vídeo: A fúria do povo chileno contra a repressão das Forças Armadas

Os depoimentos e os vídeos que chegam do Chile impressionam pela garra do povo no enfrentamento às forças de repressão do governo de Sebastián Piñera. Não só o povo não sai das ruas até que o elefante dourado do neoliberalismo caia, como o presidente, fazendo o povo subir cada vez mais a fervura contra os repressores.

O explosivo ataque da população contra o veículo militar mostra que a insurreição chilena está disposta a ir até as últimas consequências para impor a sua vontade diante da tirania, não aceitando mais ser escrava de um sistema neoliberal imposto pela ditadura de Pinochet.

Mediante a fúria do povo, inteiramente tomado por um espírito de combate impressionante que domina as cenas das manifestações, pode-se projetar que há uma ruptura total não só com o governo, mas também com o mercado. O que, certamente, contagiará toda a América Latina.

O vídeo abaixo é emocionante, porque mistura a indispensável força do povo nas ruas com sua resiliência e coragem diante da desordem neoliberal que arruinou com o povo.

 

*Da redação