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O pastor Silas Malafaia ataca a Justiça e a desafia a prendê-lo

Em entrevista de pouco mais de uma hora ao canal da Rádio Brasil no Youtube, o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal, embora sem citá-lo diretamente, e só faltou pedir para ser preso.

Bolsonarista de raiz, financiador do comício realizado pelo ex-presidente no dia 25 de fevereiro último, na Avenida Paulista, o que Malafaia disse de mais explosivo resume-se a um minuto:

“Eu não tenho medo de ser preso, nenhum. Eu estou preparado psicologicamente, emocionalmente, fisicamente, e ainda vou dizer mais uma pra vocês: tem um vídeo meu gravado nas mãos de algumas pessoas; se me prenderem, amigo, hahaha, a coisa vai ficar bonita ao contrário”.

Ao contrário de quem? Ele não disse de quem, só insinuou:

“Sabe? Até isso eu estou preparado. Sabe? E até Bolsonaro, tá, estou dando aqui pra você… Até Bolsonaro tem vídeos gravados, tá? Se for preso, vai ser solto. E aí os caras vão ver o problema que vão arrumar. Só isso, mais nada. Então eu não tenho medo”.

*Blog do Noblat

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A possibilidade de um testa de ferro de Malafaia ir para o STF mostra como a farsa do mensalão de Barbosão saiu cara ao Supremo

Até hoje não se tem uma explicação para toda aquela vilania que Joaquim Barbosa tomou para si num misto de vaidade e ódio que o transformou em herói instantâneo da burguesia nacional.

E lembrem-se sempre que a burguesia brasileira nunca teve apreço pela verdade, pela história, e sim por uma fantasia travestida de história que sempre lhe manteve numa confortável posição diante da sociedade, o que depois da revolução informacional, tornou-se impossível de sustentar.

Daí o ódio e o xingamento tático para fugir de qualquer debate minimamente profundo.

Mas não é disso que se trata esse texto, e sim trazer uma trágica constatação de que a tragédia da direita em contratar a mídia para fazer o papel de oposição aos governos do PT, gerou figuras estrambóticas como Joaquim Barbosa, arrastado pelo delírio da fama e sem saber, como não soube, fechou uma história sem pé nem cabeça em que um vigarista como Roberto Jefferson, pego em grossa corrupção, tentou emparedar o PT e, não conseguindo, usou a mídia para vender uma das fábulas mais ridículas da história desse país.

Por isso mesmo, o martelete nazista de que uma mentira contada mil vezes, torna-se verdade, passou a ser regra absoluta na mídia nacional.

Moral da história, esse processo todo acabou por produzir um caminho de boi por onde trilhou Moro e sua Lava Jato rumo à tomada do poder com um golpe na democracia rasgou 54 milhões de votos ao derrubar a primeira mulher eleita democraticamente presidenta da República no Brasil.

Não é preciso dizer o quanto a misoginia ajudou a agitar as águas para fazer grandes ondas e manadas contra ela, o que também serviu como raio-x para se produzir o discurso do monstro que hoje comanda esse país e, comandado por Silas Malafaia, está prestes a emplacar um testa de ferro do pastor picareta no Supremo Tribunal Federal.

E se, como diz o ditado, contra os fatos, não há argumento, não tem como fazer de conta que o que assistimos hoje no STF, com a possibilidade do ingresso do “terrivelmente evangélico”, André Mendonça, na Corte mais alta do país não tem a ver com todo o percurso criado a partir da farsa do mensalão para se chegar a essa fotografia trágica que, provavelmente, ocupará uma das cadeiras do Supremo.

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Silas Malafaia, proprietário de 116 empresas, reclama com Bolsonaro: ‘‘Trabalhador brasileiro tem muito privilégio’

Apoiador do presidente e dono de igrejas e empreendimentos diversos, pastor se queixa da multa sobre o FGTS em caso de demissão sem justa causa. “O cara já tem o fundo de garantia…”

Apoiador de Jair Bolsonaro (sem partido), o pastor evangélico Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do Rio de Janeiro, está crente que o trabalhador brasileiro tem muitos “privilégios” e que os patrões necessitam de mais “incentivos”. “Acho que no nosso país essa visão esquerdopata, de só pensar em ‘privilégios’, acabou prejudicando os próprios trabalhadores. Por que uma empresa, rapaz… em que lugar do mundo, em que lugar é esse do mundo que você paga uma multa… O cara (trabalhador) tem fundo de garantia… e ainda tem de pagar uma multa para mandar o cara embora. E se a empresa (es)tiver mal?”, questiona, em bate-papo com Bolsonaro – que ele chama de entrevista –, publicado nesta semana em seu canal no Youtube (assista ao vídeo no final desta matéria).

Desprezando o fato de os trabalhadores virem perdendo direitos trabalhistas e previdenciários desde o governo de Michel Temer (MDB-SP), a quem também apoiou abertamente, Malafaia não se comporta como um entrevistador, e sim como integrante da turma de empresários bolsonaristas, a exemplo de Luciano Hang, dono da Havan.

Chega a inflar o número de empregos com carteira assinada criado no governo Bolsonaro, que por sua vez, não corrigiu a informação falsa: em vez dos 644 mil anunciados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o empresário da fé fala em 1 milhão de novos empregos, levantando a bola para o presidente dizer em seguida que “tem de facilitar a vida do patrão”. “Se o patrão não cria emprego, não sou eu que vou criar.”

Teologia e prosperidade

O empresário Malafaia, que defende políticas que facilitem a vida, e principalmente o lucro dos patrões, “puxa a sardinha para o seu lado”, naturalmente. Depois de ter aberto seu primeiro templo, a Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, em 29 de setembro de 1971, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, viu seus negócios prosperarem.

Segundo a Receita Federal, há atualmente 116 empresas das quais ele é sócio, entre as quais algumas inativas. O total do capital social declarado de seus empreendimentos é de R$ 17.040.000,00.

São empresas como a Central Gospel Music, que tem lojas no Rio de Janeiro e em São Paulo, fora o comércio virtual e uma produtora de audiovisuais, onde grava CDs e DVDs e mantém estrelas do milionário filão da música gospel em seu casting. No grupo há também a Editora Central Gospel Ltda, que entrou em recuperação judicial em meados de 2019. Segundo a Justiça do Rio, as dívidas são da ordem de R$ 15.644.138,72, sendo R$ 1.508.955,80 só com credores trabalhistas.

Além de centenas de templos espalhados pelo país, o império da fé da família Malafaia inclui a Talli Eventos e Produções Gospel, cuja atividade econômica é a produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão, além de organização de feiras, congressos, exposições e festas. E ainda, como exemplo, a Editora Vida Vitoriosa, que comercializa livros.

Chama a atenção uma empresa de participações – tipo de empreendimento que é criado com o objetivo de administrar um grupo de outras empresas, segundo manuais de administração –, a ESM Investimento e Participações Ltda. Sua atividade econômica: outras sociedades de participação, exceto holdings. Pode ser um indicativo que Malafaia esteja se preparando para ampliar seus investimentos.

Em tempo: pesquisa Datafolha publicada em 13 de janeiro no jornal Folha de S.Paulo revela que 48% das famílias evangélicas têm renda familiar de até dois salários mínimos; 21%, de dois a três. Apenas 2% do total de famílias têm rendimento maior que 10 salários. Onde estão os “privilégios” desses irmãos que frequentam os templos?

 

 

*Com informações da Rede Brasil Atual