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Armas, bombas caseiras, saques e depredação: violência em atos golpistas escala para terrorismo

Autoridades ligam sinal de alerta para a situação e apuram casos com mais rigor.

A violência bolsonarista está se intensificando nos protestos golpistas em rodovias e em frente a quartéis nos últimos dias, informa a Folha de S. Paulo.

As autoridades já ligaram o sinal de alerta para a situação: o Ministério Público do Estado da Rondônia, por exemplo, enquadra como possível crime de terrorismo o ataque a uma adutora de água.

Já a Polícia Rodoviária Federal classificou que os métodos adotados pelos manifestantes bolsonaristas de Santa Catarina “lembraram os de terroristas”. A corporação informou que foram usados “rojões, bombas caseiras feitas de garrafas com gasolina (coquetéis molotov), óleo derramado intencionalmente na pista, “miguelitos” (pregos usados para furar pneus), pedras, além de barricadas com pneus queimados, latões de lixo, e troncos de árvores.”

Ainda segundo a Folha, “a escalada de violência inclui ações lideradas por homens encapuzados e armados, uso de bombas caseiras, saques e depredação de caminhões.” Foram notificados, também, ataques contra agentes de segurança e até mesmo contra caminhoneiros que tentavam furar os bloqueios.

Os estados que mais concentram ocorrências são Mato Grosso, Santa Catarina e Rondônia. Foram justamente estes três estados que deram mais votos, proporcionalmente, a Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano.

*Com 247

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Opinião

Carta ao deputado Douglas Garcia: eleição vai definir quem somos

Jamil Chade – Senhor deputado Douglas Garcia,

Não tinha a mais remota ideia de quem o senhor era. Mas logo entendi que é pela violência que o senhor optou por existir politicamente. Isso me deixa preocupado. Mas não surpreso, já que sua atitude condiz com a estratégia de recorrer ao ódio para mobilizar.

Num país que sangra, com 80 mil roubos apenas na cidade de São Paulo no primeiro semestre de 2022, o acúmulo de mais uma camada de violência —agora política— amplia a tragédia de uma sociedade que enterra seus cidadãos sem derramar lágrimas, sem fazer o luto e sem questionar.

A violência que foi transformada em cabo eleitoral pelo senhor não se resume ao embate com uma jornalista, nesta semana. De fato, segundo a entidade Repórteres Sem Fronteira, 2,8 milhões de ataques nas redes sociais contra a imprensa foram feitas apenas no primeiro mês da campanha eleitoral. Só contra Vera Magalhães foram 26 mil.

Com o celular na mão (pelo menos por alguns instantes), o que o senhor queria não era questionar a profissional. E sim transformar a intimidação em votos.

Mas esse ato não se limita ao seu gesto naquele dia. Ele, de fato, é apenas o início de um processo maior. Como cães de ataque, os soldados desse movimento esperam que o apito seja soprado e a ordem “atacar” para ofensivas desumanas.

Calculada para desencadear o ódio, a violência que o senhor propõe é a própria destruição da democracia. Intolerável, inaceitável e criminosa.

Tal estratégia faz parte de um movimento autoritário com base num fanatismo ideológico e sustentado em mentiras. Eu e o senhor sabemos disso.

Teu gesto, no fundo, confirma minha constatação: em duas semanas, não vamos escolher quem ocupará o cargo de presidente. Vamos decidir quem somos. Uma sociedade com cristãos armados, médicos que atacam a ciência, advogados que questionam o estado de direito e jornalistas que se transformaram em instrumentos da mentira?

As urnas vão revelar que sociedade hoje temos no Brasil, suas tolerâncias ao racismo, à misoginia e à violência. Urnas que, por alguns instantes mágicos, se transformam em espelhos. E, como qualquer espelho, não há como escolher que seja refletida apenas uma certa faceta da imagem ao se colocar diante dele.

Não vai adiantar depois dizer que votou em movimentos autoritários por conta da promessa do liberalismo econômico, da redução da burocracia ou da defesa da família.

Com ou sem a auditoria dos militares, de papel ou eletrônica, esse espelho vai mostrar tudo naquela cabine em que o cidadão submete sua decisão. Um espelho transparente do que é feita a consciência de cada um.

Saudações democráticas,

Jamil

*Com Uol

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Bolsonaro cortou 90% da verba de combate à violência contra a mulher

Canal de denúncia Ligue 180 pode ficar sem dinheiro em 2023; campanha do presidente tenta reduzir rejeição entre eleitorado feminino.

Segundo a Folha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou em 90% a verba disponível para ações de enfrentamento à violência contra a mulher durante sua gestão.

O dinheiro destinado ao Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos para proteção das mulheres caiu de R$ 100,7 milhões, em 2020 —primeiro Orçamento inteiramente elaborado por Bolsonaro—, para R$ 30,6 milhões no ano passado. Neste ano, sobraram apenas R$ 9,1 milhões, de acordo com dados da pasta.

Para 2023, o governo enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento que prevê uma leve recuperação dos recursos, atingindo R$ 17,2 milhões. Na comparação com 2020, no entanto, ainda há uma queda acentuada (83%).

ssa verba é usada nas unidades da Casa da Mulher Brasileira e de Centros de Atendimento às Mulheres, que atendem vítimas de violência doméstica, com serviços de saúde e assistência. Além disso, tem o objetivo de financiar programas e campanhas de combate a esse tipo de crime.

Num esforço de tentar reduzir a rejeição do presidente no eleitorado feminino, a campanha de Bolsonaro tem dado destaque a ações do presidente nesta área —como a sanção de leis de interesse do público feminino.

Em materiais de campanha, Bolsonaro também tem prometido que vai ampliar os recursos para enfrentar a violência contra mulheres, caso ele seja reeleito. A proposta orçamentária reflete essa promessa, embora os valores ainda sejam distantes da verba destinada a essas ações no início do governo.

Além disso, as restrições de recursos presentes no projeto de Orçamento indicam que, no próximo ano, pode haver paralisação do serviço Ligue 180 —canal de denúncias de violência doméstica. A proposta prevê apenas R$ 3 milhões para a Central de Atendimento à Mulher.

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Bolsonaro e seu Centrão são, sim, os responsáveis políticos pela violência

Reinaldo Azevedo – Quem é o assassino de Benedito Cardoso dos Santos, 44 anos, na cidade de Confresa, no Mato Grosso? É Rafael Oliveira, 24. Santos, o morto, era eleitor de Lula; Oliveira, de Bolsonaro. Os dois se desentenderam em razão da divergência política. O primeiro teria acertado um soco no segundo. Este deu uma facada nas costas do outro e desferiu, depois, mais 16 golpes nos olhos, na testa e no pescoço. Tentou ainda decapitar a vítima com um machado. Mais: no celular do assassino, há fotos e vídeos do corpo barbarizado. Uma nota: Benedito está morto, e o soco é parte da versão do assassino. Tem a credibilidade que tem, dado o que veio depois.

Em julho, o policial penal Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário do militante petista Marcelo Aloizio Arruda, em Foz do Iguaçu, e o matou a tiros. Os assassinos são conhecidos. Mas e a força que os move? Cumpre evidenciar o contexto em que ocorrem essas tragédias. Obviamente se trata de um crime motivado por intolerância política, por ódio.

Não me peçam para cair na cilada de sair à cata de episódios em que petistas agridem bolsonaristas, momento em que se tenta apelar ao “outroladismo” para aliviar a responsabilidade daquele e daqueles que promovem e justificam a barbárie. Vamos ver.

VIOLÊNCIA
Nos dois casos citados, há aspectos chocantes. Guaranho já havia ido à Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física (Aresf), onde ocorria a festa de Arruda. Os dois frequentavam o local. Descobriu-se depois que um diretor da entidade lhe havia franqueado imagens do evento, captadas por câmeras de segurança. Tiveram um primeiro desentendimento. O criminoso foi para casa, deixou mulher e filho e voltou para matar o desafeto político. A evidente premeditação descarta o rompante.

É claro que Oliveira, que, corretamente, teve a prisão preventiva decretada, vai tentar alegar legítima defesa ou a tal “violenta emoção” — ou “medo escusável”, como diria Sergio Moro — decorrente do soco que teria levado.

Mas como explicar as 16 facadas na região do rosto, a tentativa de decapitação do cadáver e, Santo Deus!, a sede documental? Ele fotografou e filmou a sua obra sangrenta, como faria um escultor ou pintor satisfeito com o seu trabalho. Pode-se inferir, mas isso fica para os especialistas, que há no conjunto de atos traços de psicopatia. A ver. Não vou me dedicar a esse território puramente especulativo.

O ESTÍMULO
O que interessa debater, para a segurança social e para a civilidade política, é a linguagem que emana dos líderes. Tudo o que diz Jair Bolsonaro, o candidato à Presidência dos dois assassinos, concorre para apaziguar eventual propensão à violência ou serve como um convite e um gatilho — sem trocadilho — para que busquem, então, “extirpar esse tipo de gente”, para empregar a linguagem a que recorreu o presidente num evento de 7 de setembro, financiado com dinheiro público?

Tanto Lula como Bolsonaro têm milhões de eleitores. E há, em ambas as multidões, em princípio ao menos, os violentos e os lhanos, os tolerantes e os intolerantes. Então as questões se deslocam agora para os líderes? Estão em busca de partidários ou de fanáticos?

Bolsonaro não perde uma miserável oportunidade de tratar o adversário como inimigo e como elemento que tem de ser não vencido, mas eliminado; não derrotado, mas extirpado. Quem afirma estar numa luta do “bem contra o mal” transforma todos aqueles que com ele não se alinham em alvos a serem atingidos e, pois, eliminados. Ou alguém aceita a convivência com o mal?

Quem propõe a luta do “bem contra o mal” recusa a ideia de matizes entre os seus e os dos outros. Se aqueles que o seguem encarnam, por princípio, o bem, então tudo o que fizerem para tanto concorrerá. Para muitos, está dada a senha para o “faça você mesmo”; “vá lá e o elimine”. Da mesma sorte, são irrelevantes as ações daqueles que se alinham do outro lado: mesmo as mais generosas e benevolentes são encaradas apenas como o diabo em pele de cordeiro.

Aliás, essa tem sido outra constante na linguagem dos líderes religiosos que fazem campanha para Bolsonaro: quando, por alguma razão, são confrontados com uma obra considerada positiva no terreno adversário, evocam imediatamente o demônio para sustentar que se trata apenas de uma tentativa de ludibriar os inocentes. Sendo assim, o que se deve fazer com o diabo?

A violência é também simbólica, sempre com sede de destruição. Bolsonaristas levaram ao comício golpista do Rio a imagem da jornalista Vera Magalhães e a penduraram, num cartaz enorme, num guindaste. “Ah, como controlar as pessoas?” Errado. Ministros bolsonaristas demonizaram a jornalista nas redes.

Obviamente, há de se perguntar: “Lula faz a mesma coisa?” A resposta evidente: “não!”

NÃO VAI PARAR SE…
A caixa de Pandora da violência política foi aberta. E os males não cessarão de sair de dentro dela se o discurso de ódio, inclusive o dos políticos e empresários, não for severamente punido. Mas, aqui, a coisa começa a se complicar porque até a outrora chamada “grande imprensa” comete o grande equívoco de confundir com liberdade de expressão o estímulo ao crime e o crime propriamente.

Não sei se Bolsonaro ganha ou perde a eleição. Qualquer que seja o resultado, o risco é grande — maior ainda em caso de vitória.

Ele se considera a mão de Deus contra o inimigo. Associa Lula ao capeta até ao falar a crianças no Palácio da Alvorada. Estimula todos os dias os seus a não aceitar o resultado das urnas caso este lhe seja adverso — e isso corresponde a estabelecer um pacto com a violência. Se vitorioso, prometeu no discurso em Copacabana enquadrar até o Supremo no que ele chama “as quatro linhas da Constituição”. Quem fez e faz o que ele fez e faz para se reeleger diz qual é a natureza do seu compromisso com o texto constitucional.

É escandalosamente claro que Bolsonaro e seu entorno, incluindo os medalhões do Centrão e muitos de seus ministros, são os responsáveis políticos pela violência em curso. Ainda que certos crimes evidenciem traços de psicopatia de seus autores, parece ser uma psicopatia com lado — justamente o lado que não reconhece limites.

Também a imprensa brinca com o perigo quando transforma em alvos os empenhados em combater a violência política, confundindo crime com liberdade de expressão.

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Bolsonaro usa discurso de 7 de Setembro no RJ para inflar violência contra as esquerdas

A apoiadores, Bolsonaro chamou Lula de “quadrilheiro” e falou em “extirpar” principal adversário nas eleições da vida pública.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) transformou o evento de 7 de Setembro na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em um grande comício pela sua reeleição e aumentou o tom nos ataques à esquerda.

Bolsonaro citou o ex-presidente Lula (PT) em suas falas, afirmando que o principal adversário nestas eleições é “corrupto” e “quadrilheiro”. O líder de extrema-direita afirmou que gente como Lula deve ser “extirpada” e que, com “esquerdistas”, não há diálogo possível.

“Esse tipo de gente tem que ser extirpada da vida pública. Eu peço a vocês que não tentem convencer um esquerdista. Façam o contrário, fale para ele convencer você a ser esquerdista. Veja os argumentos dele, o que eles têm a falar para vocês”, disse o presidente a apoiadores.

“(Os esquerdistas) são cabeças vazias, pessoas que não têm nada a acrescentar. E depois, se ele tentar te convencer, diga para ele onde ele está errado, porque eu sou o presidente da república de 215 milhões de brasileiros”, ressaltou.

“Não adianta a esquerda nos atacar, não estamos do lado da Venezuela, tampouco do lado da Nicarágua, que prende padre, expulsa freiras e fecha rádios e televisões católicas”, afirmou o presidente aos seus apoiadores.

Bolsonaro ainda fez alusão a um “outro lado, que assina cartinhas, não respeita a nossa Constituição”, atacando os movimentos em defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito e os abaixo-assinados divulgados no mês de agosto pela USP, Fiesp e outras instituições.

Notícias falsas a dar e a vender

O discurso bolsonarista também foi recheado de fake news, como ao afirmar que o Brasil é “referência ao mundo todo”.

“Ordenaram lá trás com a política do fique em casa a economia a gente vê depois: atendemos 68 milhões de pessoas com o auxilio emergencial”, disse Bolsonaro, criticando a política adotada por prefeitos e governadores para combater a pandemia de covid-19.

“Nosso povo estava condenado a passar fome, atendemos aos mais humildes, aos mais necessitados”, disse o presidente do país que voltou ao Mapa da Fome durante seu mandato.

Mesmo assim, Bolsonaro continuou inflando seus feitos ao afirmar que o país terá uma inflação “menor do que a da Europa, do que até mesmo os Estados Unidos” e, ecoando o discurso do ministro Paulo Guedes, afirmou que os números brasileiros “invejam o mundo tudo”.

“Hoje vocês sabem que o Brasil está decolando, o Brasil está no rumo certo, o Brasil hoje além de referência é admirado por todos os países”, disse o presidente que raramente viajou ao exterior para reuniões bilaterais, pois praticamente nenhuma autoridade quis recebe-lo.

Bolsonaro também afirmou que foi o governo dele o responsável por “levar água aos nossos irmãos nordestinos por meio da transposição do rio São Francisco”, mesmo que boa parte das obras tenha sido executada durante os governos petistas.

Mesmo com todos os casos de uso de dinheiro vivo para a compra de imóveis por sua família e pelo sigilo de 100 anos em diversas informações federais, Bolsonaro afirmou que “nosso governo respeita a população – são três anos e meio sem corrupção”.

Ideologia de gênero e contra o aborto

O presidente também manteve o discurso duro pela tradição, como a ala mais radical de seus apoiadores defende.

“Nós fomos um governo e sabemos que nosso estado é laico, mas o seu presidente é cristão”, disse Bolsonaro. “Nós defendemos a vida desde a sua concepção, não existe no nosso governo a ideia de legalizar o aborto”.

Além de afirmar que não pretende sequer discutir a legalização das drogas, Bolsonaro afirmou que “o nosso governo respeita crianças em sala de aula, não admitimos levar avante a ideologia de gênero” e que “a escola é lugar do garoto buscar conhecimento, educação quem dá é o pai e a mãe”.

*Com GGN

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“Vou matar todos”: o que disse o bolsonarista antes de executar apoiador de Lula

Joaquim de Carvalho – Bolsonaro é responsável pela escalada de violência contra militantes petistas, com discurso de ódio que define esta eleição como “guerra do bem contra o mal”.

A escalada de ódio incentivada por Jair Bolsonaro, que define esta disputa eleitoral como “guerra do bem contra o mal”, gerou as primeiras mortes.

O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado na festa em que comemorava 50 anos de idade, ao lado de amigos e com decoração temática alusiva a Lula e ao PT.

Marcelo era um conhecido militante do partido em Foz do Iguaçu e foi candidato a vice-prefeito da cidade em 2020.

Testemunhas afirmam que o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que é militante bolsonarista, parou o carro com a mulher e um bebê em frente ao salão de festas, na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (ARESFI), e começou a xingar quem estava presente.

Segue o relato de uma das testemunhas:

“Nós estávamos na festa que era temática do PT. Por volta das 11 horas, 11 e meia (da noite), apareceu um cara que não era convidado, que ninguém conhece. De dentro do carro, ele começou a gritar: “É Bolsonaro, seus filhos da puta, desgraçados. É o mito. Começou a gritar coisas sobre Bolsonaro de dentro do carro. Nisso, o Marcelo foi na frente meio que achando que era um convidado. E aí nisso o cara tira uma arma para fora, pela janela, aponta para o Marcelo, aponta para todo mundo. Aí o Marcelo vê que o negócio era sério, o Marcelo estava com um copo de chope na mão, joga no cara e se esconde, teve que se proteger da linha de tiro. Nisso, o cara estava com uma mulher e um bebê dentro do carro. A mulher começa a gritar com ele, com esse cara que atirou. ‘Para com isso, vamos embora, vamos embora’. Nisso, o cara começa a ir para a frente e diz: “Eu vou voltar e matar todos vocês, seus desgraçados.” Ninguém acreditou, né? Uns 15 minutos depois, o cara voltou e, nesse ínterim, nesses 15 minutos, o Marcelo fala assim: “Cara, se esse maluco volta, eu vou pegar minha arma. O Marcelo foi pegar a arma no carro e colocou na cintura. Aí, o cara voltou e apontou a arma para o Marcelo, que disse: “Para, é polícia”. Aí os dois apontaram a arma e Marcelo falando que era polícia. O cara deu um tiro na perna do Marcelo, o Marcelo caiu, e o cara chegou em cima do Marcelo, para executar o Marcelo, o Marcelo conseguiu se virar e deu cinco tiros no cara. Se não fosse isso, o cara tinha feito uma chacina na festa.”

Os dois foram levados para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, onde foram internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e faleceram na madrugada deste domingo.

Em desvantagem nas pesquisas, Jair Bolsonaro tem feito um discurso de ódio. Na Marcha para Jesus em São Paulo, neste sábado, definiu estas eleições como “guerra do bem contra o mal”.

O organizador de Marcha, o pastor Estevam Hernandes, se dirigindo aos fiéis, disse que Bolsonaro era “escolhido de Deus”, frase que tem o efeito de legitimar as palavras do chefe do Executivo.

*247

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Entidades falam em crime político na Amazônia e que região é dominada pela violência

Organizações cobram justiça para Bruno e Dom, proteção a ativistas e combate ao crime organizado, segundo a Folha.

As mortes do indigenista Bruno Pereira, 41, e do jornalista britânico Dom Phillips, 57, na região da Terra Índígena Vale do Javari, na Amazônia, gerou uma onda de críticas de entidades ambientalistas e indígenas, que afirmam que a região amazônica é dominada pela violência e que o assassinato de ambos foi um crime político.

Um dos suspeitos investigados pelo desaparecimento e morte dos dois, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, 41, confirmou participação no crime e levou a PF (Polícia Federal) ao local em que os corpos foram enterrados na mata. Agora, a corporação aguardará os resultados de perícias para confirmar a identidade dos restos humanos.

A Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), onde Pereira atuava quando desapareceu, afirmou em comunicado logo após a entrevista coletiva da PF que o assassinato dos dois “constitui um crime político”.

“Ambos eram defensores dos direitos humanos e morreram desempenhando atividades em benefício de nós, povos indígenas do Vale do Javari, pelo nosso direito ao bem-viver, pelo nosso direito ao território e aos recursos naturais que são nosso alimento e garantia de vida, não apenas da nossa vida, mas também da vida dos nossos parentes isolados”.

A entidade ainda diz que foi a primeira a buscar os então desaparecidos, no próprio dia 5, e que a única instância que esteve ao lado dos indígenas foram os policiais militares do 8º Batalhão em Tabatinga (AM).

“Fomos nós que encontramos a área que, posteriormente, passou a ser alvo das investigações por parte de outras instâncias. Foi a equipe de vigilância da Univaja que entrou na floresta em busca de Pereira e Phillips para dar uma satisfação aos seus familiares. Foi a equipe que indicou para as autoridades o perímetro a ser vasculhado”, diz a Univaja.

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Bolsonaro usou criança para fazer apologia à violência e violou o ECA

Essa é somente mais uma das atrocidades de Bolsonaro.

Em evento em Minas Gerais nesta quinta (30), Jair Bolsonaro posou com criança fardada e arma de brinquedo. Ariel de Castro Alves, que é advogado e membro do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, afirmou que o presidente violou o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

“Essas cenas, infelizmente, se tornaram comuns no governo Bolsonaro”, lamenta. O advogado diz que o caso ainda se mostra uma promoção ao militarismo e apologia à violência. “A criança foi usada para exaltar o militarismo e para fazer incitação e apologia à violência, já que estava armada com simulacros de arma de fogo, proibidos pelo Estatuto do Desarmamento”, avalia. O estatuto que trata de armas proíbe fabricação, venda, comercialização e importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo.

Ariel conta que o caso será representado no Conselho Tutelar pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos. A ONU (Organização das Nações Unidas), afirma, também será informada. “Bolsonaro precisa responder por isso, pelo descumprimento do ECA, pela exploração da imagem da criança, e por submetê-la a vexame e constrangimento, por meio de ações da promotoria da infância e juventude”.

Para Ariel, foram desrespeitados os artigos 5, 17, 18 e 232 do estatuto. O primeiro cita exploração contra crianças e adolescentes:

Para advogado, foram violados quatro artigos do ECA e um da Constituição

Para Ariel, foram desrespeitados os artigos 5, 17, 18 e 232 do estatuto. O primeiro cita exploração contra crianças e adolescentes:

Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

O artigo seguinte (17), por sua vez, trata da imagem:

O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

O 18 dá a todos o direito de “velar pela dignidade da criança e do adolescente”, protegendo-os de “tratamento (…) vexatório ou constrangedor”. O 232, por fim, proíbe “submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento”. A pena, neste caso, é de detenção de dois meses a dois anos.

Já o artigo 227 da Constituição garante como deveres “da família, da sociedade e do Estado” com crianças e adolescentes. É dever assegurar a eles o direito à dignidade e ao respeito e livrá-los de exploração.
Além de Bolsonaro, pais também devem ser responsabilizados

O advogado argumenta que os pais da criança devem ser responsabilizados pela exposição da criança. “A criança foi submetida a situação vexatória e constrangedora pelos próprios pais, que certamente consentiram com aquela situação, e pelo Bolsonaro”, avalia Ariel. Ele ainda cita o artigo 232 e afirma: “Os pais da criança podem responder por esse crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente”.

Para o presidente, no entanto, a criança é um exemplo de “civilidade, patriotismo e respeito”. Argumentou que quando era mais novo brincava com armas, flechas e estilingues.

O presidente esteve em Belo Horizonte para participar de cerimônia de projeto de obras do metrô na capital. Também para o lançamento da pedra fundamental do Centro Nacional de Vacinas.

*Com informações do DCM

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General Santos Cruz: Fanatismo do governo pode levar país à violência

Em entrevista à Veja, o general Santos Cruz diz que a atuação deliberada do presidente Jair Bolsonaro para estimular o fanatismo de seus apoiadores pode levar o Brasil a um cenário de conflito e violência urbana. A avaliação é do ex-ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Protagonista no meio militar de articulações em busca de um nome que possa concorrer à Presidência da República em 2022 pela chamada terceira via, Santos Cruz critica o presidente por trabalhar para “arrastar as Forças Armadas para a política” e diz que o país passa, sob a administração bolsonarista, por um momento de “destruição das instituições”. Em entrevista a VEJA, ele disse que a polarização política entre apoiadores de Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula “não interessa” ao país, defende movimentos que buscam um candidato contra os extremos e faz duras críticas ao ex-capitão cuja campanha eleitoral um dia apoiou.

Como o senhor viu as últimas pesquisas eleitorais que mostram Lula e Bolsonaro como favoritos na preferência do eleitorado para a disputa de 2022? Nessa polarização o Brasil fica no dilema entre o precipício e o abismo. Temos um ex-presidente que já teve sua oportunidade e não tem sentido a volta. E temos um presidente atual que já demonstrou que está mais preocupado com o soldo do que com a administração ou pacificação do país. É uma polarização que não interessa.

Mas as eleições do próximo ano caminham para o enfrentamento entre Lula e Bolsonaro. O PT já teve a oportunidade dele com um ciclo de mais de 13 anos e acabou se desgastando com escândalos e demagogia. Não podemos voltar 20 anos. Tem que andar para a frente. E o governo atual não conseguiu fazer nada disso. É um governo que investe no fanatismo, no show, no populismo. É o processo de qualquer regime totalitário. É divisão social, é o culto à personalidade, é o ataque às pessoas, e não a discussão de ideias. Os ataques são todos pessoais com desinformação, fake news, crimes de calúnia, de difamação, desinformação, mentira. Isso é o que está caracterizando o momento atual.

Qual o perfil ideal de um candidato à Presidência? O Brasil precisa de união, de combate à corrupção, de redução da desigualdade social. A sociedade precisa de paz e não pode ficar dividida. A sociedade dividida vai para conflito, vai para violência. Em uma sociedade dividida, esse fanatismo criminoso que estamos vivendo acaba em violência.

Existe o risco de o país descambar para a violência? Sim. Há o risco de esse fanatismo que nós estamos vivendo levar o país à violência. Eu vivi cinco anos em ambiente de conflito na África e na América Central e sei o que é a violência social. É um absurdo o que estamos vivendo. Isso é falta de responsabilidade, é uma coisa criminosa. O fanatismo e o crime caminham juntos e tem hora que você não consegue diferenciar quem está de um lado e quem está de outro. Temos uma milícia digital que denigre as pessoas, que ataca as pessoas. Isso é caso de polícia, isso é crime.

Qual o grau de responsabilidade do presidente neste estado de coisas? Temos que acabar com isso de querer arrastar as Forças Armadas para a política. Vamos fazer uma política decente. Estão todo dia falando de Forças Armadas na política. Há uma destruição das instituições. O Brasil está dividido em fanatismo, em extremismo. Isso não leva a lugar nenhum. Isso só leva à violência. A politização das Forças Armadas é um absurdo. Forças Armadas não são instrumento de pressão, de intimidação política, de disputa de poder. Isso, em vez de evoluir politicamente, é uma falta de responsabilidade.

Em que medida há essa destruição das instituições? O Coaf, que no início do governo era tão admirado pela população, foi descaracterizado. A Lava-Jato, que foi uma grande esperança para o Brasil, também se foi. O Ministério da Saúde na pandemia foi esvaziado pelo próprio presidente. O ministro anunciava uma coisa e no outro dia a autoridade fazia o contrário. Temos que valorizar as instituições.

O senhor disse que o país precisa de união. Algum pré-candidato sintetiza esse sentimento desde já? Moro tem esse histórico maravilhoso de combate à corrupção. Na história do Brasil foi o juiz que mais coragem mostrou no combate à corrupção, mas podemos ter outras opções também. A gente precisa de equilíbrio. Não tem nome agora não. A primeira coisa é se conscientizar que essa polarização não presta para o Brasil. E vai aparecer gente que queira apresentar essa proposta para o país. O importante é que a pessoa que for represente um novo projeto, um ponto de equilíbrio. Não é personificar agora quem é.

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“Barbárie”, denuncia mãe de jovem esmagado por policiais no Chile

Na sexta-feira, Oscar foi atropelado por dois carros dos Carabineros usados para lançar gases sobre os manifestantes.

A mãe do jovem que foi alvo de um atropelamento na sexta-feira (21) por parte de dois blindados dos Carabineros do Chile foi às redes sociais criticar a violência promovida pelo Estados durante a jornada de manifestações que toma conta do país por mais de dois meses.

“Meu filho Oscar foi brutalmente, intencionalmente atropelado e esmagado por 2 gambás. Milagrosamente está vivo. Essa barbárie apoiada pelo monstro do interior e do Estado do Chile deve parar!”, publicou Marta em seu Twitter.

Oscar aparece em vídeo divulgado nas redes sociais sendo pressionado entre dois carros usados para lançar gases sobre os manifestantes. Ele foi prontamente socorrido por voluntários de saúde presentes no local e levado para um hospital. Ele teve uma fratura na pélvis e está com quadro estável, segundo informações do Instituto Nacional de Direitos Humanos.

Os protestos no Chile já ultrapassam dois meses e vê avançar a construção de uma nova Constituição no país que até hoje não reviu a carta constitucional estabelecida durante a ditadura de Augusto Pinochet.

 

 

*Com informações da Forum