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Mulher que agrediu casal gay é acusada de golpe de R$ 200 mil em SC

Empresária foi denunciada à Justiça por não cumprir contrato de publicidade; no sábado, ela agrediu e fez ataques homofóbicos a casal em SP.

São Paulo — A empresária Jaqueline Santos Ludovico, de 33 anos, investigada pela Polícia Civil de São Paulo após aparecer em um vídeo agredindo e ofendendo um casal gay em uma padaria (veja abaixo), é acusada de golpe de R$ 200 mil em Santa Catarina.

As acusações que pesam sobre Jaqueline são de extorsão, ameaça e participação em um esquema conhecido como “golpe da publicidade”. A informação é do jornalista Ulisses Campbell, na coluna True Crime, do jornal O Globo.

De acordo com a reportagem, a empresária é dona de uma empresa de marketing e foi contratada, em 2021, por cliente no município de Tubarão (SC) para fazer anúncios na internet.

Mesmo sem ver os anúncios no ar, o contratante diz ter feito pagamentos esporádicos à empresária. Ao perceber que a publicidade não estava sendo feita, ele pediu à Justiça a devolução de um total de R$ 200 mil.

Segundo o processo, Jaqueline não conseguiu comprovar que fez os anúncios contratados. Ela teve duas contas bancárias bloqueadas, mas seu saldo era de pouco mais de R$ 5 mil.

Agressão e homofobia
O episódio de agressão e homofobia em São Paulo ocorreu na madrugada de sábado (3/2), em uma padaria de Santa Cecília, zona oeste da cidade. As vítimas são o assessor de imprensa Rafael Gonzaga e o engenheiro civil Adrian Grasson, ambos com 32 anos.

A confusão teria começado após uma discussão no estacionamento da loja. Já dentro do local, a mulher teria avançado contra o casal e proferido ofensas homofóbicas.

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Cotidiano

Mulher passa por plástica para retirar pele, mas acorda com silicone

Após viajar até o México para realizar uma cirurgia de remoção de pele flácida, a americana Kimberly McCormick está denunciando a clínica por ter feito outro procedimento completamente diferente. Quando acordou da anestesia geral, ela estava com silicone nos seios e um enxerto de gordura nos glúteos. O caso aconteceu em outubro deste ano.

Essa não era a primeira viagem de Kimberly ao México para fazer cirurgias plásticas. Há seis anos, ela esteve no país para passar por um procedimento de perda de peso. Agora, estava retornando para retirar a pele flácida de braços, coxas e barriga.

“Quando acordei, meu peito estava muito dolorido e comecei a chorar”, lembra, em entrevista ao canal americano Fox 13. Ao perceber que havia recebido implantes indesejados, Kimberly alertou um coordenador médico. Porém, ele argumentou que ela teria pedido as plásticas.

“Eu nunca pediria isso. Minha intenção era tirar, não acrescentar”, desabafa. Os médicos também não realizaram a retirada da pele flácida, o objetivo principal da cirurgia. Kimberly e a filha, Misty Ann, que acompanhou a mãe na viagem, denunciam que, além da cirurgia errada, a clínica estaria “imunda”.

As duas foram obrigadas a pagar pelos procedimentos não solicitados. “Foram US$ 2,5 mil dólares (cerca de 12 mil reais) a mais do que o acordo. Eles pegaram meu cartão e não pude fazer nada pois estava sozinha e debilitada por conta dos procedimentos”, conta Kimberly. Misty afirma que, ao tentar ver a mãe no pós operatório, foi retirada do local por seguranças armados.

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Cotidiano

Vídeo: Mulher entra em trabalho de parto e dá a luz em elevador

Uma mulher de 34 anos entrou em trabalho de parto dentro do elevador do prédio onde mora em Cuiabá, capital do Mato Grosso, na última quinta-feira (16). O parto durou cerca de duas horas e, ao final, sua filha nasceu saudável.

Câmeras de segurança do edifício gravaram as imagens que neste sábado (18) estão sendo reproduzidas nas redes sociais e na imprensa. O vídeo mostra o momento que a dentista Barbara Trindade Passos Casela entra no elevador do prédio acompanhada do marido Laercio Amaro Alves e da mãe.

Barbara acordou durante a noite e avisou o companheiro que sentia que o bebê estava a caminho. Ela pediu então para fosse fotografada pela última vez antes da criança nascer. O marido fez a foto e logo chamou a mãe e o irmão da companheira para irem ao local e auxiliarem no translado da grávida ao hospital.

“Fomos para o banheiro, deu uma contração, depois a gente foi para a sala, deu outra contração. Consegui chegar na porta do elevador e teve outra contração, aí entramos no elevador. Na hora que saí do elevador, eu falei: ‘Não vai dar [para ir até o hospital], acho que ela já vai nascer’. Voltamos e, novamente, entramos no elevador. Na hora que entramos, ela nasceu”, conta Barbara, mãe da pequena Joana.

Após o parto, a família voltou para casa a fim de trocar roupas e toalhas, apresentou a bebê para o irmão mais velho e correu para o hospital para que mãe e filha recebessem atendimento. Ambas devem receber alta hospitalar no próximo domingo. Joana Caselo Amaro nasceu com 41 cm e 2,16 kg.

*Com Forum

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Saúde

Mulher recebe transplante de células-tronco do cordão umbilical e é curada do HIV

Mulher recebe um transplante de células-tronco do cordão umbilical e está livre do vírus há dois anos e meio. Os outros três casos anteriores à “paciente de Nova York” também tinham leucemia, mas foram tratados com material coletado de adultos.

Pela primeira vez, uma pessoa com HIV entrou em remissão da doença após receber um transplante de células-tronco do cordão umbilical. Trata-se de uma mulher, a “paciente de Nova York”, que está livre do vírus e sem medicação há 30 meses. Descrito ontem em um artigo publicado na revista Cell, o caso havia sido divulgado no ano passado, durante uma conferência médica. Agora, os pesquisadores de universidades norte-americanas detalharam o procedimento.

Em uma coletiva de imprensa transmitida on-line, os cientistas destacaram que preferem não falar em “cura definitiva”, mas “cura possível”. “Basicamente, estamos esperando por um período mais longo de acompanhamento”, afirmou Yvonne Byrson, diretora do Consórcio de Aids Los Angeles-Brasil da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e um dos médicos que acompanharam o caso. Ela também ressalta que o procedimento não é para todos: além de HIV, a paciente tinha leucemia, condição que justificava o transplante, considerado de altíssimo risco.

“Neste momento, não há distinção oficial entre estar curado ou em remissão de longo prazo”, complementou Deborah Persaud, infectologista pediatra da Universidade Johns Hopkins, que também supervisionou o caso. “Embora o prognóstico da paciente de Nova York seja ótimo, acho que relutamos em dizer, agora, que está curada.” Nos dois anos e meio de acompanhamento, desde que a mulher parou de tomar os medicamentos antivirais, não houve rebote do HIV, ressaltou.

Três outras pessoas que também tinham leucemia foram consideradas livres do HIV graças ao transplante de medula óssea com células-tronco, mas, nesses casos, o material foi coletado de adultos. Os doadores portavam duas cópias de uma rara mutação genética, a CCR5 delta 32, que bloqueia a entrada do vírus nas células. Ao serem transplantadas para o receptor, elas assumem o controle do sistema imunológico do paciente, substituindo as antigas células, suscetíveis ao vírus, por aquelas mais resistentes a ele.

Porém, a mutação, além de rara — 1% dos caucasianos são portadores —, é praticamente inexistente em outras populações, caso da paciente de Nova York, com ascendência africana. “Os transplantes de células-tronco exigem uma compatibilidade muito forte, e isso limita os procedimentos. Essa mulher é miscigenada. Teria sido muito difícil encontrar uma correspondência usando células adultas”, relatou Byrson.

Químio e cirurgia

Como parte de um ensaio clínico dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, os cientistas tiveram acesso a um banco de células do cordão umbilical, já identificadas como tendo a mutação CCR5 delta 32. Assim como os outros pacientes em remissão, a de Nova York passou por quimioterapia para retirar o máximo possível das estruturas doentes e, em 2017, fez a cirurgia. Os médicos transplantaram para a medula óssea da mulher uma infusão contendo as células-tronco do cordão umbilical, resistentes ao HIV, e células adicionais de um parente compatível, para estimular o sistema imunológico.

A paciente continuou na terapia antiviral até que, há dois anos e meio, parou de usar os medicamentos. “As células resistentes ao vírus assumiram o controle do sistema imunológico dela. A mulher está livre do câncer e, até agora, do HIV: mesmo técnicas muito sensíveis não detectaram o vírus em sua corrente sanguínea”, contou Byrson. Embora, por enquanto, o procedimento seja indicado somente para pessoas que, além de câncer, têm HIV, a cientista acredita haver potencial de adaptar o método por meio de novas técnicas e terapia genética, para beneficiar outros pacientes.

“Apesar de o transplante não ser uma opção para a maioria das pessoas com HIV, os casos relatados, até agora, são interessantes, inspiradores e iluminam o caminho da cura”, acredita Sharon Lewin, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Melbourne, que não participou da pesquisa. “Atualmente, existem estudos extensos tentando descobrir se você pode manipular ou modificar as próprias células de uma pessoa para ter essa mutação”, disse Koen Van Besian, especialista em transplante células-tronco na Universidade de Cornell e coautor do artigo. Segundo o médico, embora ainda falte muito para que isso aconteça, na prática, é uma abordagem realista, que merece ser investigada mais a fundo.

Mais chance de doadores

“Quando nascemos, as células progenitoras são mais adaptáveis a diferentes contextos genéticos. Um transplante de medula de células-tronco adultas requer uma identidade genética 100% completa em vários genes. No entanto, para as células do cordão umbilical, 50% de identidade é suficiente. A doação de células dessa fonte é, portanto, uma excelente estratégia para ultrapassar esse obstáculo. Trata-se de mais um caso de cura por transplante de medula óssea em paciente com câncer hematológico, é interessante porque o uso do sangue de cordão aumenta as chances de encontrar um doador compatível. Mas não devemos dar falsas esperanças: esse tratamento não é possível, viável ou desejável para a grande maioria dos pacientes vivendo com HIV, para quem a medicação antiviral convencional permite uma vida longa e com excelente qualidade.”

José Alcami, virologista do Instituto de Saúde Carlos III, na Espanha

Esconderijos no cérebro

Um dos motivos pelos quais a infecção por HIV é considerada uma doença incurável para a maioria das pessoas é porque o vírus fica dormente por muito tempo no genoma das células infectadas. Isso o torna invisível e inacessível ao sistema imunológico e aos medicamentos antivirais. Agora, pesquisadores da Alemanha conseguiram desenvolver modelos da enfermidade em culturas de células da micróglia humana, um dos locais onde o microrganismo pode “dormir”.

Os caminhos que o HIV segue para permanecer oculto no genoma da célula hospedeira foram estudados principalmente nas células T CD4 do sangue — as principais células-alvo do vírus. No entanto, ele pode infectar outras células imunes em diferentes órgãos, onde estabelece reservatórios estáveis. Um desses santuários virais é o cérebro, onde o vírus infecta principalmente as células imunes da micróglia, muitas vezes causando neuroinflamação e sintomas de transtorno neurocognitivo associado ao HIV.

Questões relacionadas à infecção e à replicação do HIV no cérebro têm sido muito difíceis de resolver porque os estudos em pacientes são limitados em sua capacidade de monitorar o vírus no órgão. A equipe internacional liderada por Marina Lusic, do Hospital Universitário de Heidelberg, porém, conseguiu desenvolver um modelo que reproduz a ação do micro-organismo em células da micróglia. A inserção genômica resulta no silenciamento do genoma viral, levando às características funcionais do chamado “vírus adormecido”.

Com o modelo, os cientistas identificaram uma correlação forte entre uma proteína chamada CTCF e o estado latente do HIV no cérebro. “Esses estudos em modelos de cultura de células são extremamente importantes para entender como o vírus pode ser direcionado a diferentes partes do corpo, onde pode permanecer oculto ou causar distúrbios neurológicos mesmo sob os regimes terapêuticos atuais”, conclui Lusic. Os resultados foram publicados na revista Cell.

*Com CorreioBraziliense

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Justiça

Mulher é presa no RJ por suspeita de financiar atos golpistas; polícia busca ex-candidato a vereador

Operação da PF foi deflagrada nesta segunda-feira, e também prendeu Júnior Bombeiro. Carlos Victor Carvalho ainda se encontra foragido.

De acordo com O Globo, uma mulher de 48 anos, alvo de operação da Polícia Federal (PF) por financiar atos golpistas, se entregou na noite desta segunda-feira em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Elizângela Cunha Pimentel Braga é um dos três alvos da ação da PF, que desde ontem cumpre mandados de prisão temporária no estado do Rio, além de busca e apreensão. O bombeiro Roberto Henrique de Souza Júnior, conhecido como “Júnior Bombeiro’, foi detido. O ex-candidato a vereador de Campos dos Goytacazes, Carlos Victor Carvalho, ainda se encontra foragido.

Os três são suspeitos de financiarem atos que desencadearam a depredação dos prédios públicos e dos atentados contra as instituições democráticas, ocorridas em 8 de janeiro, na praça dos Três Poderes, em Brasília. De acordo com a PF, a investigação busca identificar as lideranças locais que bloquearam as rodovias que passam pelo município e organizaram as manifestações em frente aos quartéis do Exército situados na cidade. Na ação também foram apreendidos celulares, computadores e documentos diversos.

O mandado de prisão está sob sigilo e a Polícia Federal não detalhou as ações de cada um.

Influenciador de direita foragido

Influenciador de direita foragido

Carlos Victor Carvalho, o “CVC da Direita Campos” é um dos alvos da operação da PF — Foto: Reprodução

O único nome do trio ainda não encontrado é Carlos Victor Carvalho, de 34 anos. Carvalho é fundador da Associação Direita Campos e administra perfis nas redes sociais de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2020, ele se candidatou a vereador pelo Republicanos, recebeu 2.292 votos e não se elegeu.

O perfil pessoal do ex-candidato nas redes tem mais de 50 mil seguidores, e além de postagens em apoio a Bolsonaro, traz críticas ao presidente Lula (PT). No Instagram, ele tem como foto de perfil uma imagem em que faz o gesto de “arminha” com as mãos e se apresenta como “cristão, conservador, anticomunista e contra o aborto”. A conta é privada, mas seguida pelo deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ).

Bombeiro disputou eleição

Roberto Henrique de Souza Júnior - Subtenente do Corpo de Bombeiros do RJ — Foto: Reprodução

Preso nesta segunda-feira, o subtenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos, foi candidato a deputado federal nas eleições de 2018. À época, o bombeiro lotado em Guarus, no Norte Fluminense, disputou o pleito pelo Patriota, partido ligado à base do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sob a alcunha de “Júnior Bombeiro” e obteve 1.260 votos. Ele foi preso em casa.

Em agosto do ano passado, ele foi condenado pela Justiça Eleitoral por mau uso do fundo partidário. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Rio, o então candidato não prestou suas contas de campanha, motivo pelo qual foi obrigado a devolver R$ 4 mil.

Em 2011, o subtenente chegou a ser preso por participar de uma manifestação liderada por Cabo Daciolo. Na ocasião, o então 1° sargento e seus 429 colegas quebraram 12 viaturas e os portões do Quartel Central do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) enquanto pediam melhores salários. Júnior tem 33 anos de corporação.

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Política

Lula recebe faixa de criança, indígena, negro, mulher, operário e pessoa com deficiência em nome do ‘povo brasileiro’

Jair Bolsonaro se recusou a passar a faixa para seu sucessor, desprezando o rito democrático.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu a faixa presidencial do “povo brasileiro”, simbolizado nas figuras de uma criança, de um indígena, de um negro, de uma mulher, de um operário e de uma pessoa com deficiência.

Acompanharam Lula na subida da rampa e na passagem da faixa o cacique Raoni Metuktire, o jovem Francisco, 10, a catadora Aline Sousa, o metalúrgico Weslley Rodrigues, o professor Murilo de Quadros Jesus, a cozinheira Jucimara Fausto dos Santos, o militante Flávio Pereira e Ivan Baron, jovem que teve uma paralisia cerebral causada por uma meningite na infância (leia mais sobre quem subiu a rampa do Planalto).

O ato ocorreu neste domingo (1º) na rampa do Palácio do Planalto, após o petista ser empossado pelo Congresso Nacional.

Jair Bolsonaro (PL) se recusou a passar a faixa para seu sucessor, desprezando o rito democrático —ele embarcou na sexta-feira (30) para os Estados Unidos para passar a virada do ano.

Desde que Bolsonaro sinalizou a apoiadores que não participaria da posse, os detalhes da entrega da faixa presidencial viraram motivo de especulação e foram tratados como mistério pelo entorno do petista.

Às vésperas do evento, os detalhes ficaram restritos, além do próprio petista, apenas à primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e ao fotógrafo Ricardo Stuckert, que cuida da imagem do ex-presidente, agora presidente, há duas décadas.

“Quem entrega a faixa é o povo brasileiro, que, segundo a Constituição, é o detentor do poder”, disse, neste domingo (1º), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), escolhido para ser líder do governo no Congresso.

Segundo interlocutores de Lula, duas ideias eram discutidas: que o petista recebesse a faixa de um grupo de pessoas que representassem a diversidade do povo brasileiro ou de um grupo de crianças, para simbolizar não só a diversidade do país, mas também o futuro. Prevaleceu a primeira ideia.

Havia ainda a possibilidade de que o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), passasse a faixa. Ele foi sondado por petistas, mas segundo interlocutores do parlamentar, a transição não confirmou se pretendia levar adiante a ideia.

Nas redes sociais, petistas fizeram campanha para que o acessório fosse entregue a Lula por Dilma Rousseff, que teve seu mandato interrompido em 2016 após processo de impeachment. A ideia, no entanto, não chegou a ser considerada pela ex-presidente nem por Janja, segundo relatos.

A faixa presidencial foi criada em 1910 pelo então presidente Hermes da Fonseca como ato simbólico, mas o presidente que deixa o cargo não tem obrigação legal de participar do rito.

Assim como Bolsonaro, o ex-presidente João Baptista Figueiredo, último do período da ditadura, se recusou a passar a faixa para seu sucessor, José Sarney. Ele decidiu não participar da cerimônia de posse, preferindo acompanhá-la pela televisão.

*Com informações da Folha

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Vídeo: Bolsonaro admite já ter batido em mulher

O Brasil passa por uma situação política sem precedentes na história. É importante assistir a esse vídeo para tomar a decisão correta na hora de votar.

A democracia brasileira está em risco. Pense nisso.

Vídeo publicado com exclusividade pelo deputado André Janones.

Confira:

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Bolsonaro cortou 90% da verba de combate à violência contra a mulher

Canal de denúncia Ligue 180 pode ficar sem dinheiro em 2023; campanha do presidente tenta reduzir rejeição entre eleitorado feminino.

Segundo a Folha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou em 90% a verba disponível para ações de enfrentamento à violência contra a mulher durante sua gestão.

O dinheiro destinado ao Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos para proteção das mulheres caiu de R$ 100,7 milhões, em 2020 —primeiro Orçamento inteiramente elaborado por Bolsonaro—, para R$ 30,6 milhões no ano passado. Neste ano, sobraram apenas R$ 9,1 milhões, de acordo com dados da pasta.

Para 2023, o governo enviou ao Congresso uma proposta de Orçamento que prevê uma leve recuperação dos recursos, atingindo R$ 17,2 milhões. Na comparação com 2020, no entanto, ainda há uma queda acentuada (83%).

ssa verba é usada nas unidades da Casa da Mulher Brasileira e de Centros de Atendimento às Mulheres, que atendem vítimas de violência doméstica, com serviços de saúde e assistência. Além disso, tem o objetivo de financiar programas e campanhas de combate a esse tipo de crime.

Num esforço de tentar reduzir a rejeição do presidente no eleitorado feminino, a campanha de Bolsonaro tem dado destaque a ações do presidente nesta área —como a sanção de leis de interesse do público feminino.

Em materiais de campanha, Bolsonaro também tem prometido que vai ampliar os recursos para enfrentar a violência contra mulheres, caso ele seja reeleito. A proposta orçamentária reflete essa promessa, embora os valores ainda sejam distantes da verba destinada a essas ações no início do governo.

Além disso, as restrições de recursos presentes no projeto de Orçamento indicam que, no próximo ano, pode haver paralisação do serviço Ligue 180 —canal de denúncias de violência doméstica. A proposta prevê apenas R$ 3 milhões para a Central de Atendimento à Mulher.

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Domínio da fé e da política: o projeto de poder dos líderes evangélicos no Brasil

Sucesso de candidatos ligados à Igreja não se deve somente ao aumento do número de fiéis na sociedade brasileira.

São quase sete e meia da noite em uma das unidades da Igreja Pentecostal Deus é Amor, na região central de São Paulo. Depois de uma chuva intensa, os fiéis demoram a chegar. Enquanto o culto não começa e os irmãos não chegam, Serafina Ribeiro, de 36 anos, anda de um lado para o outro, colocando as coisas nos lugares, passando um pano úmido no chão, limpando os ventiladores e sorrindo para quem adentra ao espaço.

Empregada doméstica, ela está ali há quatro anos, desde que passou por um processo de depressão depois da morte da mãe, na Bahia, enquanto Serafina vivia em São Paulo – chegou na capital paulista acompanhada de sua patroa, com quem sempre morou. Na Igreja, sentiu o “amor de Deus”, parou de sentir angústia e se sente “curada”.

Serafina é o rosto evangélico brasileiro: mulher, negra e de baixa renda. Na Igreja relativamente pequena, se comparada ao Templo Salomão da Igreja Universal, a maioria ali presente confirmou o que levantaram os dados de uma pesquisa de janeiro de 2020, do Instituto Datafolha: um rosto feminino, negro, que ganha até dois salários mínimos por mês e tem apenas o ensino médio completo é rosto da religião evangélica hoje.

Bem diferente, no entanto, é o perfil dos líderes evangélicos que decidem atuar na esfera política, seja nos bastidores ou sob os holofotes.

Um exemplo é o pastor Edir Macedo. Líder da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada no terreno de uma antiga funerária, em 1977, no Rio de Janeiro, ele tem uma fortuna declarada de aproximadamente R$ 2 bilhões, segundo a Revista Forbes. Ele foi um dos apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República em 2018. Resultado: cerca de 70% dos evangélicos declararam voto no candidato abençoado da extrema-direita.

A presença de evangélicos na política não é de hoje, mas cresce de forma exponencial. De 1982 para cá, o número de parlamentares declaradamente evangélicos passou de 12 para 90, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). A mudança se explica parcialmente pelo aumento vultoso da população evangélica no Brasil, que, no mesmo período, passou de 7,8 milhões para 26,2 milhões. Mas não é só isso.

Um projeto de poder

Especialistas e evangélicos ouvidos pelo Brasil de Fato explicam que o avanço dos evangélicos sobre na política responde a um projeto de poder, instigado pelos líderes religiosos e em aliança com a direita brasileira.

“Com o crescimento dos evangélicos, muitos mais se apresentarão para a política partidária. Isso é natural e esperado. Com a Universal, no entanto, isso mudou”, afirma o pastor Ariovaldo Ramos, de 64 anos, líder da Comunidade Cristã Renovada e um dos coordenadores nacionais da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, formada em 2016. Para ele, a igreja de Edir Macedo se transformou em uma “agência política”, com uma lógica de lógica de ascensão ao poder.

Em 2008, o pastor Edir Macedo publicou o livro “Plano de Poder”, citando Maquiavel, apresentando Deus como um estadista e Adão e Eva como elementos de um estado de natureza ou de selvageria. “Os cristãos precisam despertar ao toque da alvorada. (…) A emancipação começa com o amadurecimento individual, o inconformismo com certas situações, o consenso em um ideal e a mobilização geral.”

Dez anos depois, nas eleições de 2018, o plano de poder estava em pleno andamento: foram os pastores, apoiados por candidatos da direita, que levaram parte da população brasileira para as ruas, defende o pastor Ariovaldo Ramos. Aqueles que melhor souberam surfar a onda do crescimento dos evangélicos foram as siglas de direita e extrema direita.

“É a religião que mais cresce no Brasil e na América Latina e que se cola muito bem a esse projeto de direita que passa pela questão moral e pelo conservadorismo”, afirma Andrea Dip, jornalista e autora do livro “Em nome de quem?: A bancada evangélica e seu projeto de poder”.

Como parte da apuração para o livro, em 2015, Dip foi assistir a um culto evangélico no Congresso Nacional, quando Dilma Rousseff (PT) ainda era presidente. “Até então não sabia que ocorriam cultos evangélicos nesse espaço. O Eduardo Cunha estava lá orando, com a Bíblia na mão. Ali eu percebi que havia um projeto de poder se desenvolvendo.” Entre os valores evangélicos e os da direita, nasceu a esteira necessária para o desenvolvimento desse projeto de poder.

O pastor Ariovaldo Ramos relata a participação de evangélicos na política partidária desde o fim da ditadura militar. As Igrejas Evangélicas, no entanto, tendiam a se manter distantes da lógica partidária. “Nunca passou pela lógica evangélica assumir o poder, influenciar na política. Até porque a fé protestante é a que mais atuou na construção do Estado laico, justamente porque é um cristianismo tardio, que vai ser perseguido, na Cortina de Ferro e, depois, no mundo islâmico”, afirma.

A lógica, entretanto, passou a entender que “era preciso estar no poder para garantir o avanço da fé, principalmente por causa das perseguições”. Com a chegada da Teologia da Prosperidade, explica Ramos, a mudança seria inevitável. Agora, “se você foi eleito por Deus, você tem prosperidade econômica. Aí virou a coluna que você vê na mensagem da Universal e de todas as neopentecostais. Isso é o ovo da serpente, criou um ambiente que nós temos hoje”.

Por que o número de evangélicos cresce tanto?

De acordo com Marcos Fernandes, doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, para entender o que levou o número de evangélicos a aumentar tanto, é necessário estudar as mudanças ocorridas na sociedade brasileira nas três últimas décadas ligadas à precarização da vida da classe trabalhadora.

“Diante disso, o que as igrejas oferecem para as pessoas? Primeiro, a possibilidade de pertencer a uma comunidade. As Igrejas funcionam como um centro cultural nas periferias. Se um jovem quer aprender a tocar algum instrumento, por exemplo, vai para a Igreja Universal do Reino de Deus”, que, atualmente, têm cerca de 15 programas sociais destinados aos fiéis. De acordo com dados oficiais da Igreja, de 2018, cerca de 10,8 milhões de pessoas foram alcançadas por esses programas.

Outra constatação listada pelo pesquisador é o acolhimento emocional que esses espaços promovem. De acordo com um estudo feito pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), em 2017, os transtornos mentais estão entre as maiores causas de afastamento do trabalho.

“Onde esses trabalhadores vão procurar alívio? Na Igreja. E, de fato, elas melhoram de depressão, ansiedade. Quem cura o alcoolismo hoje nas classes populares são as Igrejas”, afirma Fernandes. Da mesma maneira, “é onde vão achar também um alívio material, mesmo que seja uma cesta básica alimentar no fim do mês”.

Para Fernandes, as instituições religiosas evangélicas acabam, desse modo, por organizar a vida em sociedade, principalmente em espaços onde o Estado não chega, como nas periferias.

“A mulher negra que está na periferia não tem acesso à cultura, saúde e educação. Aí a Igreja traz saúde, cultura e educação.

Ao passo que a religião evangélica se expande pelo país, o catolicismo perde espaço.

Ainda de acordo com o Datafolha, os católicos ainda são 50% da população, mas em 1980 eram 90%. A diferença, segundo Fernandes, se explica pela melhor penetração das igrejas evangélicas entre a classe trabalhadora, com um discurso e um formato mais próximo da realidade do que a Igreja Católica.

Para se ter uma ideia, apenas na década de 1960 a Igreja Católica deixou de pregar a missa em latim e de costas para os fiéis. Do outro lado, os evangélicos espalham a narrativa por meio da música, dos canais de rádio e TV e nas pequenas casas que transformam em templo, em todas as periferias.

A educadora social evangélica Rachel Daniel, de 24 anos, diz que a Igreja Evangélica acolhe as pessoas “de uma forma perfeita”. “Você é abraçado, se sente acolhido, as pessoas estão preocupadas se você tem o que comer em casa, sobre a sua saúde, te ligam no seu aniversário”, afirma.

“A mulher negra que está na periferia não tem acesso à cultura, saúde e educação. Aí a Igreja traz saúde, cultura e educação. O filho aprende a tocar um instrumento, faz teatro. Ela consegue ir ao médico, consegue os remédios. A Igreja tem um pré-vestibular comunitário. Tudo o que o Estado não traz, a Igreja traz.”

Esquerda não fez a lição de casa

“A esquerda não ouviu Paulo Freire, não foi ensinar o sujeito a escrever a partir do tijolo, da argamassa, que é o que Paulo Freire ensinava sobre a educação libertadora. A base ficou solta e foi virando religiosa”, argumenta Ariovaldo Ramos.

Para o pastor, o erro da esquerda é esquecer que “abaixo da linha do Equador nós todos somos religiosos”. “Todo mundo fala ‘Graças a Deus’. Pensar que todo mundo, à medida que for ganhando a sua de dignidade econômica vai deixar a religião é imaginário. A fé é uma coisa mais profunda do que isso, é um jeito de se enxergar na vida.”

“Política é afeto, é relação, e a religião também. A esquerda deixou de fazer isso e a direita usou esses pastores.

Ramos alerta que, enquanto a esquerda não tratar da dignificação da mulher e do homem negro, seguirá perdendo votos para qualquer movimento que “empreste aos pobres, aos negros e aos miseráveis senso de dignidade, que não tem a ver com a grana que ele tem no bolso, porque ele vai colocar água no feijão de qualquer jeito. O que ele não vai aceitar é ser tratado como escravo”.

“Não dá para chegar na senhora de 90 anos que vai na minha Igreja e falar assim: eu sei que o pastor te levou no médico quando você precisou, conversou com você quando você precisava, visitou o seu filho na prisão, mas ele está errado, vota na outra pessoa. Porque é construção de afeto. Política é afeto, é relação, e a religião também. A esquerda deixou de fazer isso e a direita usou esses pastores”, sentencia a educadora evangélica Rachel Daniel.

 

 

*Caroline Oliveira/Brasil de Fato