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Política

Mídia brasileira dá como derrota a vitória de Lula no BRICS

A cúpula dos Brics realizada na África do Sul exibiu espetacularmente o fortalecimento desse bloco de países que se organizam como alternativa à decadente hegemonia dos Estados Unidos e seus aliados da Europa, cada vez mais avassalados.

A reunião aprovou o recurso a instrumentos de comércio (especialmente de petróleo) entre os países membros. As trocas passarão a ser nas próprias moedas nacionais e outros instrumentos, representando o maior abalo já ocorrido ao domínio do dólar, estabelecido desde a conferência de Bretton Woods ao fim da Segunda Guerra. A reunião dos Brics aprovou o ingresso de seis novos membros: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã. São adesões que expressam uma legitimação das ideias do grupo, de aproximação pacífica, e reafirmam a ascensão da multipolaridade na arena mundial.

Há dezenas de candidatos na fila para aderir aos Brics.

O Brasil, também pelo empenho do presidente Lula, patrocinou o ingresso da vizinha Argentina na organização à véspera de eleições gerais naquele país e em meio a uma crise inflacionária. Foi nítida expressão de poder regional do Brasil de Lula, autorizando a diplomacia nacional a ambicionar papéis maiores na negociação da paz na guerra da Ucrânia e a obtenção de um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Além disso, o Brasil reforçou laços com mercados emergentes, como China e Índia, que são seu principal alvo comercial e também constituem fontes de investimentos necessários à geração de empregos.

O saldo do encontro foi considerado pelo professor de Economia Política Internacional José Luís Fiori, em entrevista ao canal Tutameia, como a explosão da ordem geopolítica internacional sustentada há mais de três séculos pelos europeus e seus descendentes diretos.

Diante de fatos tão transcendentes como os que o Brasil acaba de protagonizar junto a um grupo que reúne agora mais de 40% da economia mundial, qual foi a reação da mídia corporativa brasileira? Todos os veículos, Globo, Folha, Estadão, TV Globo seguiram em uníssono a linha oficial ditada por Washington e que pode ser resumida por um artigo Financial Times. O encontro, segundo eles, só serviu para avançar o domínio da China sobre o grupo e para diluir a influência do Brasil. A grande vitória da diplomacia sob Lula, que se equilibra entre estender seu soft power pacifista, sua estratégia comercial junto a mercados estratégicos enquanto estabiliza suas relações com a aliança atlântica, simplesmente não existiu em nenhum artigo, reportagem ou editorial. Estes oscilaram entre a indignação paranoica por o Brasil “virar as costas ao Ocidente” e permitir o aumento do poder chinês.

São antolhos submissos, expressivos de um complexo de vira-latas merecedor de terapia psiquiátrica, para além de desmascaramento de sua natureza ideológica, qual seja a de advocacia interesses colonialistas (como apontou Lula em pronunciamento), responsáveis históricos pelo atraso nacional e, portanto, contrários ao Brasil.

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Opinião

O que a derrota de Bolsonaro e a vitória de Lula revelam é que, na democracia, a direita não volta mais ao poder

Muito do discurso golpista se dá pelo fato de os reacionários entenderem que, se depender da democracia, a direita não volta tão cedo ao poder, nem quando apela para uma ação eleitoreira como o Auxílio Brasil, como apelou Bolsonaro.

No andar da carruagem da transição, o brasileiro vai se conscientizando de como Bolsonaro cupinizou o Estado, de forma planejada, quando o assunto era políticas que promoviam o bem-estar social das camadas mais pobres da população.

Os brasileiros lembram bem dos períodos de Lula e Dilma, dos programas sociais, difícil até enumerar, que marcaram as gestões petistas.

Temos que lembrar que, desde o golpe em Dilma, a entrada de Temer, a prisão de Lula e a vitória de Bolsonaro, a fatura social desse país explodiu.

Agora mesmo sabe-se que quase metade das crianças brasileiras vive na pobreza, maior nível da série no país.

Ou seja, a direita sempre produzirá contra os pobres um terreno alagadiço, desumano. Isso abrange a própria lucratividade dos ricos e não tem como negar.

Por isso, quanto mais o Brasil aprofundar sua democracia, menos teremos os bigodes da oligarquia dando as caras no poder do Estado.

Aquelas velhas formas do tradicionalismo patriarcal, que reduzem os mais pobres a uma condição residual, esquece. Ou a direita muda ou apela para o golpe, coisa que, diante de um mundo globalizado, fica cada vez mais difícil. Pior, uma arquitetura dessa dá inevitavelmente em figuras como Temer e Bolsonaro, que representam a minoria rica desse país.

O valor real da democracia brasileira reside na percepção de que uma campanha só será consagrada se aderir a uma agenda social que contemple o equilíbrio social como política determinante do tempo atual, do contrário, a direita viverá empacada numa encruzilhada tilintando golpes, sentenciando a democracia para que a balança dos mais ricos pese sempre sobre os pobres. Porém, qualquer cabeça conservadora, com um mínimo de juízo, sabe que não pode bancar o deslumbrado de pensar que o Brasil e o mundo de 2023 são os mesmos de 1964.

Por isso os governos de Bolsonaro e Temer deram errado e ambos saíram com as maiores reprovações da história.

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Opinião

Para bolsonarista, se as Forças Armadas não servem para dar golpe, não servem para nada

Bastou o relatório das Forças Armadas sobre as urnas frustrar os bolsonaristas para que eles passassem a defenestrar os militares depois de passar dias protagonizando as cenas mais dantescas da história desse país em frente a quartéis militares.

Na verdade, assim que saiu o resultado das eleições, os baderneiros apostaram numa convulsão social capaz de produzir um clima propício a um golpe de Estado que pudesse melar a vitória de Lula.

Foram para as estradas, patrocinados por empresários criminosos que, certamente, estão na lista dos maiores sonegadores do país, para que a farra do beiço na Receita Federal seguisse, como ocorreu durante o governo Bolsonaro.

O fato é que os bolsonaristas não estavam interessados em fraude, mas num motivo qualquer que fizesse com que os militares interviessem a favor de seus desejos, que é, em nome de uma suposta liberdade, impor à população brasileira uma ditadura.

Sem entender que, nos tempos atuais, um quadro como esse isolaria o Brasil do resto do planeta, prejudicando os interesses da burguesia graúda, essa gente, que ainda vive em 1964, hoje é só frustração.

A primeira é que os milhões de votos que Bolsonaro comprou com dinheiro público não foram bastante para mantê-lo no poder, pior, ver a volta de Lula com o triunfo de sua vitória.

Para entornar o caldo de vez, a notícia de que as Forças Armadas não achou nada de irregular na vitória do ex-presidente, foi a gota d’água para que os “patriotas” se declarassem decepcionados com as Forças Armadas. Para eles, se não servem para golpe, os militares não servem para nada.

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Economia

Com vitória de Lula, dólar despenca e bolsa dispara

Infomoney – Menor risco político, sinalizações ao mercado e melhor condução ambiental são algumas das justificativas apresentadas para o fortalecimento do real.

O dólar, nessa semana agitada pós-eleição, tem recuado frente ao real. Nesta quinta-feira (3), apesar de a moeda americana disparar frente a maioria das divisas do mundo – com o DXY (índice que mede a força da moeda americana frente a outras divisas de países desenvolvidos) avançando 1,47%, impulsionado pela movimentação do Federal Reserve da véspera – ela subiu apenas 0,14% frente à brasileira, negociada a R$ 5,125 na compra e a R$ 5,126 na venda, acumulando ainda baixa de 3,3% na semana.

Apenas na segunda-feira, a moeda americana caiu 2,54% e surpreendeu parte do mercado. O esperado era que a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) geraria um fluxo de saída de capital, pelo menos em um primeiro momento, na sessão pós-eleição. O petista sempre foi visto como alguém que tem uma política fiscal mais expansiva e uma política econômica mais heterodoxa, o que tende a aumentar o chamado risco Brasil.

Aparentemente, porém, há motivos para contestar essa ideia.

O próprio fim da incerteza quanto ao futuro político do Brasil, com o próximo presidente definido, tende a trazer fluxo de capital. Investidores, agora, sabem, ao menos num primeiro momento, o que devem esperar do país nos próximos anos.

Apenas na segunda-feira, a moeda americana caiu 2,54% e surpreendeu parte do mercado. O esperado era que a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) geraria um fluxo de saída de capital, pelo menos em um primeiro momento, na sessão pós-eleição. O petista sempre foi visto como alguém que tem uma política fiscal mais expansiva e uma política econômica mais heterodoxa, o que tende a aumentar o chamado risco Brasil.

Projeção da BGC Liquidez, feita consultando 230 players institucionais e publicada na sexta-feira pré-eleição, sobre a expectativa de reação do dólar após a eleição

Ainda que o partido do presidente eleito tenha implementado no passado algumas políticas vistas como negativas pelo mercado, Lula traz consigo, também, alguns fatores considerados positivos pelo investidor estrangeiro. Apenas no dia 31, o primeiro após a eleição, o fluxo de capital proveniente do exterior foi de R$ 1,9 bilhão.

“Lula é muito bem visto pelos investidores estrangeiros em termos de articulação política. Ele já disse, também, que fará um um governo não só para o PT, mas para todos os partidos”, diz Alex Martins, analista da Nova Futura Investimentos.

O petista vem sinalizando, então, que irá governar pelo centro e que não adotará políticas econômicas radicais. Apesar de defender certa intervenção na Petrobras (PETR3;PETR4) e falar de fim do teto de gastos, ele já mencionou, em campanha, que colocará outra âncora para o tanto que o governo irá gastar durante seu mandato.

Além disso, os boatos seguem fortes de que ele irá convidar um nome “pró-mercado” para o seu ministério da Economia. Nesta quinta, circularam diversas notícias de que Henrique Meirelles poderia vir a assumir o posto – o que foi bem aceito por investidores e ajudou a melhorar a performance dos ativos brasileiros no dia, apesar de terem sido negadas posteriormente.

O especialista da Nova Futura explica também que Lula deve passar uma imagem de mais segurança sobre a relação do Executivo com o Legislativo e o Judiciário.

No período do final do ano, empresas costumam anunciar dividendos. Além disso, a época é marcada pelo fato de as multinacionais enviarem capital para suas sedes. Ambos os movimentos acabam enfraquecendo o real no curto prazo quando o fluxo vai para o exterior e podem ser barreiras para recuos mais fortes do dólar.

Quanto ao Fed, o analista da Wagner Investimentos afirma que o Brasil está sujeito ao humor da autoridade monetária americana. Alta de juros mais fortes nos Estados Unidos costumam levar fluxo de capital para o país e pode pressionar uma recessão econômica mundial.

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Humor

Paródia: Adnet, imita Galvão Bueno e narra vitória de Lula

O humorista Marcelo Adnet deu a sua contribuição nesta segunda-feira (31) para as comemorações da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao divulgar áudio em sua conta no Twitter onde faz uma imitação do narrador Galvão Bueno, em suas famosas transmissões da Fórmula 1, e “narra” o final da apuração, concluída na noite do último domingo (30).

“E lá vem Luiz Inácio, todo o país vem com ele, vem virando mais cedo do que se imaginava. Lá vem ele, na ponta dos dedos, vem segurando a vantagem. A Bahia, o Maranhão, todo mundo de mãos dadas, lá vem ele, Luiz, Luiz, Luiz, Luiz…”, narra o humorista antes de tocar o famoso “tema da vitória” que as transmissões de Fórmula 1 da TV Globo tradicionalmente passam quando um brasileiro vence a prova.

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Entorno de Moro diz que ex-juiz quer vitória de Lula para tentar Planalto em 2026

Aliados do ex-juiz Sergio Moro afirmam que ele acredita na vitória de Lula contra o presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Guilherme Amado, Metrópoles, o entorno de Sergio Moro tem dito que o ex-juiz considera, na verdade, que Lula vai vencer esta eleição, e o apoio a Jair Bolsonaro seria uma forma de tentar roubar do atual presidente a liderança da extrema-direita e, assim, pavimentar uma candidatura ao Palácio do Planalto em 2026.

A considerar o empenho de Moro para eleger Bolsonaro, é pouco crível que o ex-juiz torça pela vitória de Lula. Mas o raciocínio faz certo sentido.

Com Bolsonaro derrotado e mergulhado na avalanche de processos a que terá de responder fora do mandato, Moro estaria livre para tentar ser o principal rosto da oposição ao PT junto ao eleitorado bolsonarista.

Junto ao eleitorado, é bom dizer. No Congresso, dificilmente conseguirá ter relevância: é odiado pela maioria dos seus futuros colegas.

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