Prenderam Lula aos poucos e, assim, querem soltá-lo.
Daí a hesitação do STF ontem e o editorial do Estadão hoje.
Vera Magalhães escreve uma pérola em seu artigo no Estado de S.Paulo em que diz que, “seria arriscado uma convulsão se Lula fosse solto ontem e os ministros entrassem de férias”.
Ou seja, o Estadão assume que Lula está sendo julgado politicamente e não juridicamente. Mas acha isso “prudente”
Quanto à natureza do que foi julgado, Vera deu uma de Moro e se esqueceu de comentar.
Fosse o sociólogo da elite nativa, o paraninfo do neoliberalismo nativo, seria esse o comportamento do STF e do Estadão?
Certamente que não.
Aliás, Moro, que segue no banco dos réus, mostrou em conversas vazadas pelo Intercept, que FHC é um aliado importante da Lava Jato que levou o país à tamanha iniquidade.
O que eles não confessam é que, Lula solto, fortalece e muito a musculatura da oposição a um governo que, em seis meses, não produziu uma única pauta positiva, ao contrário, é um festival de bizarrices, escândalos e retrocessos.
Isso sem falar na economia que está a dois passos do abismo. Por isso querem negociar a liberdade de Lula.
A temida liderança de Lula, foi quem, aos poucos, o prendeu.
Agora querem fazer o caminho oposto, mas, em troca da liberdade, querem seu silêncio.
É um “cale-se” cordial.
Mas a maior liderança da história brasileira, já disse inúmeras vezes que não dobra os joelhos e fará sua voz ecoar pelo mundo.
Então, o STF o mantém preso, e a redação do Estadão alardeia uma guerra campal usando a velha pedagogia do conflito.
O próprio mutismo do STF e Estadão sobre o vazamento que implica FHC e mais ainda Moro, reforça o que eu disse sobre o resultado do STF ontem.
*Por Carlos Henrique Machado Freitas