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O Papo Reto ficou torto para mais um bolsonarista

Muito se falou da prisão do picareta do Papo Reto, Ivan Pinto. Mas é preciso trazer umas informações nutricionais do indivíduo, melhor dizendo, vamos trazer os detalhes desse produto do bolsonarismo.

As credenciais do rapaz, preso nesta sexta-feira (22), por ordem de Alexandre de Moraes, traduzem com bastante fidelidade qual é o marketing da violência como forma de pedagogia política, direcionado a essa classe média jacaré que, junto a Damares Alves, vê Jesus na goiabeira e outras vigarices.

Ou seja, o sujeito é uma espécie de catalisador do que existe de mais emporcalhado no universo fisiologista da política de direita no Brasil.

Esse é um produto que, se não fosse preso, poderia causar ainda mais danos à sociedade, às eleições e para a democracia.

Como pode ser observado no vídeo abaixo, numa reportagem do Intercept, feita há três anos, denunciando que o Hércules de papelão que ameaçou, Lula, Gleisi Hoffmann, Anitta, além de ter usado também como ameaça, palavras do mais baixo calão referindo-se às duas ministras do STF, Cármen Lúcia e Rosa Weber.

Na verdade, o marketing dele seria uma espécie de Bolsonaro 2.0, pois repete o mesmo discurso de ódio contra a liderança do PT, ministros do STF, mas com uma carga de um extrato de ódio sem usar luvas, como uma expressão natural do fascismo nativo.

O que se pode observar em seus argumentos no vídeo abaixo, é que trata de um malandro agulha, que tem um discurso para cada ocasião. Ele tenta se vender como um técnico habilitado para dirigir uma clínica de recuperação de dependentes químicos por ter sido um, e que, mesmo não tendo formação para tal função, mandou aquela famosa e manjada frase que “aprendeu na universidade da vida” e, assim, poderia vender essa pedagogia da salvação das drogas com um suposto papo reto que, na verdade, era uma casa de tortura e trabalho escravo, com castigos físicos e ameaça de morto.

O Ministério Público já havia tentado fechar a tal clínica, mas continuou funcionando e recebendo aportes do governo federal, com direito à propaganda de políticos bolsonaristas.

O que se pretende aqui é chamar a atenção para o fato de que esse sujeito é parte de um caldo integral da violência clássica da milícia quando opera na superfície, ou seja, no palavrório do universo da bandidagem.

Trocando em miúdos, o sujeito é um ator, interpreta mal e porcamente o personagem Maçaranduba, do Casseta e Planeta, com arroubos misturados de Roberto Jefferson, Daniel Silveira, Fernando Hollyday e outros troços que jogam para a torcida do pato amarelo que se transformaram em zumbis bolsonaristas.

Por isso sua prisão é pedagógica, pois corta as asinhas de quem quer emburacar nessa esparrela fascista da família, do cidadão de bem e outras baboseiras mais que viraram mantra dos conservadores comédia que, na realidade, são homofóbicos de slogan, racistas por conveniência e milicianos de fachada para estarem mais próximos de um público alvo cada vez mais idiotizado pelo califado bolsonarista.

Isso mostra quantos degraus nós brasileiros descemos para chegar a esse inferno cultural. E não tem como esquecer que tudo isso é fruto de um martelete midiático dos tubarões da comunicação que, desde o primeiro dia do primeiro mandato de Lula, sonharam, projetaram e, 13 anos depois, executaram o golpe, criminalizando a política, a democracia, o PT e os partidos de esquerda, assim como os líderes do Partido dos Trabalhadores, o que abriu caminho para a caça a um suposto comunismo no Brasil.

Nunca essa frase foi tão verdadeira, “todos sabem como começa um golpe, mas não sabem como termina”.

Esse sujeito é a expressão do que há de pior que o golpe em Dilma produziu nesse país.

Que ele sirva como exemplo, mas não como peça única.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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