Ano: 2023

O racismo por trás do código bolsonarista “festa da Selma”

Entenda o que há por trás da expressão usada por golpistas para combinar a invasão do Poderes, em Brasília.

As conotações simbólicas por trás do código bolsonarista “festa da Selma” para combinar a invasão da Praça dos Três Poderes vai além de uma alusão à “Selva”, um cumprimento usado pelo exército brasileiro. Apuração do GGN mostra que o termo escolhido pelos golpistas é carregado de racismo. Entenda abaixo.

De acordo com a Agência Pública, o código “festa da Selma” vinha sendo usado há dias pelos golpistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais, antes da invasão terrorista. A expressão, inclusive, foi utilizada no Twitter junto à hashtag #BrazilianSpring — Primavera Brasileira, em inglês.

Segundo a reportagem, o termo teria sido lançado pelo estrategista da extrema-direita norte americano Steve Bannon, logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

“O termo é uma apropriação dos movimentos em países árabes pró-democracia, e foi compartilhado por Bannon para levantar dúvidas falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro”, diz a Pública.

A apuração do GGN, no entanto, mostra que o simbolismo sobre o termo vai além, o que não é uma novidade, tendo em vista que, ao longo de todo o mandato, o governo Bolsonaro tomou para si expressões supremacistas e nazistas.

Nesse caso, o simbolismo do termo “festa da Selma” tem uma ligação direta, já alertada por internautas no Twitter, com a cidade de Selma, no estado americano de Alabama, local do massacre contra negros conhecido como “domingo sangrento” na década de 1960.

A luta por direitos civis em Selma 

Em 7 de março de 1965, pelo menos 600 manifestantes partiram pacificamente de Selma para Montgomery. A passeata, no entanto, foi bloqueada na Ponte Edmund Pettus, sobre o Rio Alabama, ainda na cidade de Selma. No local, o grupo foi atacado violentamente pela polícia com gás lacrimogêneo e cassetetes, no que ficou marcado como “domingo sangrento”.

Na ocasião, uma das principais reivindicações dos militantes era o reconhecimento do direito de voto dos negros, que foi assegurado pela constituição desde 1870, mas que na época não garantiria que negros pudesse votar.

Os manifestantes também protestavam contra o assassinato do ativista negro, Jimmie Lee Jackson, morto em fevereiro de 1965, durante uma marcha noturna em Marion, também no Alabama.

Esses movimentos de incentivo ao recenseamento eleitoral começaram em 1963. Em meio ao racismo, os ativistas reuniram líderes que apoiavam os direitos civis e também contaram com o reverendo e futuro Nobel da Paz Martin Luther King para contribuir com as ações.

Dois dias depois do “Domingo Sangrento”, em 9 de março de 1965, os manifestantes fizeram uma segunda tentativa de empreender a marcha, com a participação de Martin Luther King. Nesta ocasião, os policiais e manifestantes ficaram frente a frente. Para evitar novos confrontos, King voltou com os manifestantes à igreja.

Pela terceira vez, em 16 de março de 1965, a marcha foi retomada. Mesmo cercados por soldados, o grupo avançou 16 quilômetros ao longo do dia. Em 24 de março, o grupo chegou em Montgomery e no dia seguinte alcançou o Capitólio do Estado do Alabama .

Após os protestos, no dia 7 de agosto de 1965, o Presidente Lyndon Johnson assinou a Lei sobre o Direito de Voto, uma das mais importantes dos Estados Unidos.

*Ana Gabriela Sales/GGN

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Coronel que assessorou GSI pede golpe, ameaça Dino e diz que militares da ativa estavam em atos terroristas

José Placídio Matias dos Santos atuou por três anos no Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro.

O coronel do Exército José Placídio Matias dos Santos, que foi assessor no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) por três anos, usou as redes sociais para pedir golpe e ameaçar o ministro da Justiça Flávio Dino. Ele ainda afirmou que “centenas de militares da ativa” participaram dos atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro. Procurado, o Exército ainda não respondeu aos questionamentos da reportagem.

O militar publicou, no dia dos atos golpistas, uma mensagem direcionada ao comandante do Exército, general Júlio César de Arruda. A publicação pedia a insubordinação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As informações foram divulgadas inicialmente no “Estado de S. Paulo”. Após a publicação, o coronel apagou algumas postagens de suas redes sociais.

“General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter às ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. FORÇA!!”, diz a postagem no Twitter.

Ainda no dia dos atos terroristas, Placídio conclama as Forças Armadas a atuarem. “Brasília está agitada com a ação dos patriotas. Excelente oportunidade para as FA entrarem no jogo, desta vez do lado certo. Onde estão os briosos coronéis com a tropa na mão?”, publicou.

No dia seguinte aos atos, Placídio voltou às redes sociais para afirmar que havia “esquerdistas baderneiros infiltrados” nos atos golpistas da véspera. “Não sei o que vai acontecer, ninguém sabe ao certo. O que temos de evidente é que o povo ordeiro e patriota, o que não inclui os esquerdistas baderneiros infiltrados, jamais aceitará a usurpação de poder levada a cabo pelo sistemão”, escreveu.

O coronel ainda comparou a ação dos policiais que impediram uma destruição ainda maior nas sedes dos Três Poderes com a Gestapo, a polícia secreta de Adolf Hitler na Alemanha nazista. Em seguida, o Placídio disse que os atos golpistas tiveram participação direta de militares da ativa.

“Será que o pessoal sabe que na manifestação de ontem em Brasília havia centenas de militares da ativa?”, perguntou no Twitter.

Ameaça a ministro

Placídio ainda publicou uma ameaça a Dino, com um ataque homofóbico. “O ministro da justiça está se sentindo empoderada. Tua purpurina vai acabar”, escreveu.

Placídio atuou no GSI entre fevereiro de 2019 e março de 2022. Ele atuou como assessor chefe militar da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria Executiva do GSI e era subordinado ao ex-chefe da pasta, o general Augusto Heleno.

Nesta quinta-feira, depois da publicação da reportagem, Placídio voltou ao Twitter para criticar militantes de esquerda. “A esquerdalha baixou em peso hoje por aqui! Vamos em frente!”, afirmou.

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Vídeo: Lula se emociona na reunião com reitores de universidades federais

Em discurso após reunião com reitores de universidades e institutos de educação federais nesta quinta-feira (19), Lula chorou ao falar da vitória brasileira contra a falta de civilização e o ódio imposto pelo “coisa”, como se referiu a Jair Bolsonaro (PL).

“Eu quando comecei a falar com vocês, vocês perceberam que eu até gaguejei porque eu estava emocionado com esse encontro”, disse Lula com os olhos marejados.

“Eu tenho 77 anos de idade e eu nunca vi o Brasil tomado pelo ódio que ele foi tomado. Ele foi tomado pelo ódio porque em algum momento este país teve muita gente que começou a negar a política. E na hora que você começa a negar a política, acontece o que aconteceu nos EUA com o Trump, acontece o que aconteceu no Brasil com o ‘coisa’ – porque eu não quero falar o nome dele”, emendou falando do “surgimento de uma extrema-direita fanática, raivosa, que odeia tudo aquilo o que não combina com o que eles pensam”.

“É um novo monstro que temos que enfrentar e derrotar. E não é uma coisa apenas brasileira, mas uma coisa do mundo afora. […] E eu acho que o Brasil não merecia passar por isso”, afirmou o presidente.

Lula ainda falou dos retrocessos nas escolas, nos locais de trabalho, “em cada lugar que as pessoas estava habituadas a uma certa civilização”.

“As coisas mudaram no Brasil, mudaram a ponto de acontecer o que aconteceu no dia 8 aqui em Brasília. Nós estamos aqui nesse salão, que foi semidestruído e podemos fazer reunião nele porque um grupo de funcionários de empresas terceirizadas, que ganham salário mínimo, que não tem sequer plano de saúde, limpou isso aqui para que a gente pudesse se reunir”, disse, emocionando a plateia.

Lula ainda sinalizou que deve fazer contratação de pessoas na área de manutenção do Planalto. “Não faz sentido, dentro do Palácio onde está o Presidente da República, que vive falando em Justiça social todo dia, a gente ter trabalhador terceirizado aqui dentro. Aqui a gente tem que contratar as pessoas, profissionalmente, têm que ganhar mais que o mínimo e ter plano de saúde. Porque senão o nosso discurso ficae evasivo”, disse, se emocionando.

Cancelier

Lula ainda lembrou os 5 anos e 4 meses da morte do reitor Luiz Carlos Cancelier, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que se matou após um processo de perseguição pela Lava Jato.

“Faz 5 anos e 4 meses que esse homem se matou pela pressão de uma polícia ignorante, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas, que condenaram antes de julgar, e a gente nem podia fazer um ato em memória dele porque nesse país deixou de se existir reunião de reitores há muito tempo”.

“Então eu quero aproveitar esse momento, com 5 anos e 4 meses de atraso, que você, Luiz Carlos Cancelier, que pode ter morrido a sua carne, mas suas ideias estarão no meio de nós a cada momento que a gente pensar em educação, na formação profissional do povo brasileiro. Esteja onde estiver, pode estar certo que aqui tem muita gente disposto a dar sequência ao trabalho que você fazia e às ideias que acreditava. Você morreu, mas suas ideias continuam vivas”, disse Lula, novamente emocionado.

 

*Com Forum

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Vídeo: O inacreditável erro de português do bolsonarista governador de Minas

Não dá para acreditar que um governador, por sinal, bolsonarista, ou que pretende assumir o lugar de Bolsonaro, em entrevista na CNN, cometa uma falha linguística como esta do vídeo abaixo.

Causa constrangimento. Observem as expressões de espanto das jornalistas que o entrevistam.

Confira:

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CNJ, que nunca puniu Sergio Moro, censura juiz Valois para “proteger o Estado Democrático de Direito”

Valois é suspenso das redes sociais após criticar bolsonaristas que atentam contra a democracia e apontar falhas nas instituições.

A decisão de banir o conteúdo produzido nas redes sociais pelo juiz do Tribunal de Justiça do Amazonas, Luís Carlos Valois, partiu do corregedor-nacional de Justiça, o ministro Luís Felipe Salomão, no último dia 12 de janeiro.

Salomão argumenta que Valois violou a Constituição e o Código de Ética da magistratura ao emitir opiniões de cunho “político-partidário” no Twitter, Facebook e Instagram. O GGN teve acesso à decisão nesta quarta-feira (18).

Valois é um juiz de vara de execução penal que ganhou projeção nas mídias sociais por ser garantista e defensor dos direitos humanos.

Nas postagens que fundamentam a decisão de Salomão, há ironias ou críticas de Valois às falhas no sistema de Justiça, aos bolsonaristas golpistas que atentam contra a República e também contra a politização do Judiciário.
Em defesa do Estado de Direito?

Na decisão do CNJ, contudo, é a atividade de Valois nas redes sociais que afronta o Estado Democrático de Direito por quebrar a confiança da sociedade na Justiça.

“É a vigência do Estado Democrático de Direito que faz nascer para o cidadão a confiança no Poder Judiciário. Na contramão disso, a conduta individual do magistrado com conteúdo político-partidário macula a confiança da sociedade em relação à credibilidade, à legitimidade e à respeitabilidade da atuação da Justiça, atingindo o próprio Estado de Direito que a Constituição objetiva resguardar”, escreve Salomão.

E continua, o ministro: “(…) a solução que assegura a devida proteção ao Estado Democrático de Direito impõe a suspensão dos perfis do magistrado (Facebook, Twitter e Instagram).”

Em defesa do Estado de Direito?

Salomão ainda aponta que o direito à liberdade de expressão do magistrado não é “absoluto”, e adianta que, no caso de Valois, há “elementos que conduzem para a existência de indícios do possível cometimento de infrações disciplinares pelo magistrado, mas resta evidenciada a necessidade de avançar nas investigações e na obtenção de outros dados e informações para o melhor esclarecimento dos fatos.“

As postagens enquadradas pelo CNJ

A iniciativa de suspender e investigar Valois partiu, inicialmente, do post abaixo:

Salomão considera inadequadas as postagens onde Valois:

– Ironiza a desculpa de Eduardo Bolsonaro para viajar até o Catar em meio à Copa do Mundo, furando o expediente da Câmara dos Deputados;
– Critica a escolha, pelo governo Lula, de policial envolvido no Massacre do Carandiru para coordenar as políticas penais;
– Critica indiretamente a politização do Judiciário nos idos da Lava Jato – entre outras postagens.

Dois pesos, duas medidas

Ao longo da operação Lava Jato, tanto a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba quanto o ex-juiz Sergio Moro, emitiram opiniões de cunho político-partidário contra o ex-presidente Lula e o PT, entre outras transgressões – como o inesquecível vazamento de um grampo na então presidente Dilma Rousseff, para inflamar a opinião pública contra a posse de Lula como ministro da Casa Civil.

Embora tenha sido denunciado ao CNJ, Moro – que abandonou a magistratura para ser ministro de Jair Bolsonaro – permaneceu intocado pelo órgão correcional, que jamais sancionou o hoje senador eleito por usar a toga para fazer política, como denunciaram os advogados de réus da Lava Jato.

O que acontecerá com Valois

Enquanto está suspenso, Valois enfrentará um processo de reclamação disciplinar para apurar sua conduta nas redes sociais. Ele já era alvo de um PAD (processo administrativo disciplinar) no CNJ e de outra ação na Corregedoria do TJ/AM. Em postagem no Facebook na segunda (16), Valois afirmou que deixará de publicar nas redes em respeito ao CNJ.

Valois terá 15 dias para prestar informações neste último processo instaurado a mando de Salomão. O corregedor também impôs multa de R$ 20 mil ao dia às empresas Twitter e Meta, em caso de atraso no cumprimento da decisão que suspende Valois das redes.

*Com GGN

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CNN: Braga Netto teria debatido aplicação de Estado de Defesa após derrota

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro e de Anderson Torres disseram à CNN que o general liderou reuniões em Brasília em que foram discutidas alternativas para reverter o resultado eleitora.

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro e de Anderson Torres disseram à CNN que o candidato a vice na chapa e ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto liderou, após a derrota eleitoral, reuniões em Brasília nas quais foram discutidas alternativas para reverter o resultado eleitoral.

Dentre elas, a aplicação do artigo 142 da Constituição Federal, que poderia ser, na prática, uma intervenção militar; e a possibilidade de decretação do Estado de Defesa no país.

Na última quinta-feira (19), uma minuta de um decreto presidencial estabelecendo o Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi encontrada na residência de Anderson Torres, ministro da Justiça de Bolsonaro.

Os advogados de Torres já afirmaram que ele diz não se lembrar a origem do rascunho, uma vez que ele recebia muitos documentos a serem remetidos ao presidente Jair Bolsonaro.

Os relatos de aliados de Bolsonaro são de que o decreto pode ser resultado desses encontros em que se buscou saídas jurídicas para a revisão do resultado eleitoral. Esses interlocutores diretos de Bolsonaro apontam que a fala de Braga Netto a apoiadores do presidente em frente ao Palácio da Alvorada em novembro ocorreu dentro desse contexto de busca por alternativas jurídicas ao resultado eleitoral.

Na ocasião, o então presidente disse: “Vocês não percam a fé, tá bom? É só o que eu posso falar para vocês agora”.

Braga Netto era um dos aliados mais próximos de Bolsonaro que, assim como o então presidente, passaram a avaliar que a eleição foi fraudada e que era necessário agir.

Uma das teses na mesa era buscar até mesmo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que liderasse esse processo.Também chegou-se a defender a convocação de forças de segurança para tentar ter acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas.

Até mesmo militares que integraram o Comitê de Transparência Eleitoral e que apontaram supostas falhas no sistema eleitoral também passaram a ser cogitados para uma convocatória para auxiliar na contestação eleitoral.

A articulação chegou, segundo fontes militares, às cúpulas das Forças Armadas, que promoveram reuniões para debater essas alternativas, em especial o Exército.

A maioria dos generais, porém, refutou qualquer sugestão e entendeu que o vencedor das eleições, Luiz Inácio Lula da Silva, deveria assumir o cargo sem quaisquer sobressaltos.

Integrantes da Marinha e da Aeronáutica também rejeitaram qualquer questionamento em relação à vitória de Lula. A partir daí, foi constatado um movimento de apoiadores de Bolsonaro, principalmente nas redes sociais, de ataques a generais do Alto Comando do Exército e que foram apontados como responsáveis por liderar internamente o movimento legalista.

Os principais alvos foram os generais Tomás Ribeiro (Comando Militar do Sudeste), Valério Stumpf (Chefe do Estado Maior) e Richard Nunes (Comando Militar do Nordeste).

A CNN tenta desde segunda-feira (16) contato com Braga Netto para que ele se manifeste sobre o assunto mas ele não atendeu a reportagem.

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Lula diz que ‘Inteligência do governo não existiu’ e manda recado: ‘Quem quiser fazer política que tire a farda’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ser contra a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os ataques golpistas às sedes dos Poderes. Em entrevista à GloboNews, o petista disse que a iniciativa poderia criar “um tumulto” e que “não vai ajudar” a chegar aos responsáveis pelos atos do dia 8 de janeiro.

— O que nós podemos investigar numa CPI que a gente não possa investigar aqui e agora? Nós estamos investigando, tem mil e trezentas pessoas presas. O que você pensa que a gente vai ganhar com uma CPI? — questionou o presidente. — Nós (governo) temos instrumentos para fiscalizar o que aconteceu nesse país. Uma comissão de inquérito pode não ajudar e ela pode criar uma confusão tremenda, sabe? Nós não precisamos disso agora.

Lula ponderou, porém, que a decisão é do Congresso, mas que, caso seja consultado, recomendará a aliados que não apoiem a iniciativa.

Após um ímpeto inicial, em que parlamentares do PT e de siglas aliados assinaram requerimentos para criar CPI, integrantes da base do governo no Congresso passaram a adotar cautela nos últimos dias ao tratar do assunto. A avaliação de petistas é que a criação da CPI poderia acabar por dar holofote para bolsonaristas radicais, além do risco de não trazer avanços para investigações do caso e servir mais para uma disputa política.

Maior partido da Câmara e do Senado, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, já avisou que vai tentar enquadrar o governo petista caso uma CPI seja realmente criada. Integrantes da legenda têm falado em omissão dos ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio.

— Já nos manifestamos que qualquer CPI tem que ser ampla porque a falha foi geral. A partir da próxima legislatura veremos— disse o senador Carlos Portinho (PL-RJ), ex-líder de Bolsonaro no Senado, ao GLOBO.

Por ter as maiores bancadas nas duas Casas, o PL tem direito a indicar mais parlamentares para um eventual colegiado do que as outras siglas.

Um dos pedidos de CPI partiu da senadora Soraya Thronicke (União-MS), que é adversária tanto de Bolsonaro quanto de Lula. Em uma postagem no Twitter, ela comentou a resistência do governo Lula em apoiar a CPI.

— A CPI não será de um governo, não terá ideologia e nem partido… A CPI será imparcial e investigará atos e fatos. Quem não deve, não precisa tremer — declarou.

Aliados do governo também temem que uma “caça às bruxas” neste momento possa atrapalhar a montagem de uma base ampla de apoio ao governo. Hoje já há uma proximidade com PSD e MDB, mas o Palácio do Planalto procura também agregar o União Brasil e se aproximar de setores do PP, Republicanos e até de uma ala do PL.

Escolhido para liderar a bancada do PT na Câmara em 2023, o deputado Zeca Dirceu (PR) evita se comprometer com o apoio à CPI e põe em dúvida até mesmo a apresentação de representações no Conselho de Ética contra os bolsonaristas radicais ligados aos atos terroristas.

— Não decidimos ainda. Estamos conferindo as denúncias e buscando provas-, disse ao GLOBO sobre a possibilidade de o PT tentar enquadrar o episódio no Conselho de Ética.

Um dia depois dos ataques do dia 8 de janeiro, parlamentares do PT chegaram a apresentar um requerimento para que uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com deputados e senadores, fosse instalada no Congresso. Agora, o novo líder da bancada prega mais cautela no uso do instrumento.

— Entendo que o Congresso precisa de unidade agora para enfrentar os golpistas e terroristas — afirmou Zeca Dirceu.

Outros parlamentares do PT seguem a mesma linha adotada pelo líder na Câmara.

— Não vejo porque a gente fazer esse embate político quando na

verdade é caso policial —disse o deputado Alencar Santana (PT-SP). Ele acrescenta: — Como está havendo uma ação rápida, precisa e eficiente, eu particularmente entendo que não há necessidade da Câmara avançar eventualmente na apuração. O que mais nós iríamos revelar além daquilo que está sendo revelado?

Na semana passada, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), já havia adotado discurso semelhante ao do deputado do Paraná. O senador da Bahia assinou a CPI proposta por Soraya Thronicke, mas disse que o governo não definiu se irá apoiar a iniciativa.

— Não tem posição de governo nisso. Na verdade, a assinatura é individual. Eu pessoalmente também assinei, acho que a ideia é boa, mas acho que a gente tem que avaliar até porque ela só começaria em fevereiro-, declarou o Wagner sobre um pedido de CPI feito pela senadora Soraya Thronicke (União-MS). -Se até lá a Polícia Federal estiver esclarecido, a Justiça estiver caracterizado os crimes executados, não sei se continua tendo objeto a própria CPI — disse.

O senador chamou a atenção para o fato de que a CPI foi pedida por uma senadora que não é da base. Wagner também afirmou que as assinaturas precisarão ser novamente colhidas após fevereiro, quando começar a nova legislatura do Senado.

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Anderson Torres deve quebrar silêncio em novo depoimento na PF

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres deve prestar um novo depoimento à PF (Polícia Federal) na próxima semana. A expectativa é que ele apresente uma versão para as acusações e também sobre a origem da minuta do decreto que pretendia um estado de defesa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A coluna apurou que Torres ficou em silêncio nesta quarta-feira (18) porque sua defesa aguarda acesso aos autos de dois dos três inquéritos em que é investigado devido aos ataques de 8 de janeiro em Brasília. Interlocutores também negam que um acordo de colaboração premiada passe nos planos do ex-ministro.

Ele está preso no 4º Batalhão de Polícia Militar e é investigado por suposta leniência durante os atos golpistas contra os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro.

No domingo, enquanto terroristas bolsonaristas atacavam os prédios da Praça dos Três Poderes, Torres estava em Orlando, nos EUA. Ele negou ter se encontrado com Bolsonaro e disse que estava de férias em uma viagem de família programada desde novembro. Torres retornou ao Brasil no último sábado para cumprir a ordem de prisão emitida pelo ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal).

*Juliana Dal Piva/Uol

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Garçom demitido por Temer volta a trabalhar com Lula no Planalto

Demitido por Michel Temer após o golpe contra Dilma Rousseff, José Catalão foi nomeado para ser novamente garçom de Lula no Planalto.

O presidente fez questão de recontratar o garçom José da Silva Catalão, que prestou serviços a Lula e Dilma e foi demitido em maio de 2016 pelo então presidente interino Michel Temer.

A nomeação Catalão para o cargo de assistente do gabinete pessoal de Lula foi publicada nesta quarta-feira (18) no Diário Oficial e é assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. As informações são do Uol.

Catalão construiu um relacionamento muito próximo com Lula durante o seu segundo mandato e também serviu à presidente Dilma Rousseff. No entanto, ele foi demitido por Temer porque o ex-presidente desconfiava que ele passasse informações para Dilma, afastada após um golpe.

“Em 2016, Catalão chegou a pedir para ser realocado para outra área do Palácio ao saber da demissão, mas não conseguiu convencer a equipe de Temer. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, havia uma desconfiança de que ele passasse informações para a equipe de Dilma, afastada após abertura de processo de impeachment”, destaca o texto.

*Com 247

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