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Escândalo: Trump está na lista de Epstein, que mantinha rede de prostituição e pedofilia

Jornal The Wall Street Journal revela que ele foi alertado por autoridades do Departamento de Justiça de que figura diversas vezes nos documentos do caso

Em reportagem publicada nesta quarta-feira, 23 de julho, pelo Wall Street Journal, foi revelado que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi informado pelo Departamento de Justiça de que seu nome aparece diversas vezes nos arquivos relacionados ao financista Jeffrey Epstein, que mantinha uma rede de prostituição e pedofilia nos Estados Unidos, voltadas para lideranças políticas e empresariais. A informação foi repassada ao presidente em maio deste ano, durante uma reunião na Casa Branca, pela procuradora-geral Pam Bondi e seu vice, segundo autoridades da própria administração ouvidas pela publicação.

A apuração do WSJ revela que, ao revisar uma grande quantidade de documentos – descrita por Bondi como uma “carga de caminhão” de papéis –, o Departamento de Justiça encontrou múltiplas menções a Trump. Ele também foi avisado de que outras figuras de alto escalão da política, dos negócios e do entretenimento constam nos registros. O fato de o nome estar presente nos arquivos, porém, não indica, por si só, envolvimento em atividades ilegais. Como ressalta a reportagem, a simples menção nos documentos não representa evidência de conduta criminosa.

Jeffrey Epstein foi um financista bilionário e figura influente no alto escalão social dos Estados Unidos, com conexões que iam de Wall Street à realeza britânica. Em 2008, ele foi condenado na Flórida por solicitação de prostituição envolvendo uma menor de idade, em um acordo judicial polêmico que o livrou de acusações mais severas. Já em 2019, foi novamente preso, desta vez por liderar um amplo esquema de tráfico sexual de meninas e adolescentes, muitas delas aliciadas por meio de promessas de dinheiro ou oportunidades de trabalho. Ele morreu em agosto daquele ano, em uma prisão federal em Nova York, em circunstâncias oficialmente tratadas como suicídio, embora envoltas em controvérsias.

Os arquivos citados pelo Wall Street Journal fazem parte de uma série de documentos apreendidos ou produzidos durante as investigações federais que se seguiram à prisão e morte de Epstein. Muitas dessas evidências estavam sob sigilo judicial, mas partes significativas começaram a vir a público recentemente, reacendendo o debate sobre os cúmplices e a rede de proteção que teria garantido impunidade ao bilionário por tantos anos.

A relação de Trump com Epstein já havia sido objeto de escrutínio público no passado. Há registros de encontros entre os dois em festas nos anos 1990 e início dos anos 2000. Em 2002, Trump chegou a afirmar que Epstein era “um cara muito legal” e que “gostava de mulheres bonitas tão jovens quanto possível”, em declaração à revista New York. Posteriormente, Trump afirmou ter cortado laços com Epstein e nega qualquer envolvimento com os crimes atribuídos a ele.

O conteúdo integral dos arquivos ainda permanece, em grande parte, sob sigilo. No entanto, a confirmação de que o presidente foi formalmente informado da presença de seu nome nesses documentos amplia a pressão por transparência. Com a corrida eleitoral das eleições de meio de mandato de 2026 se aproximando, o impacto político das revelações pode ser considerável, especialmente se novos trechos dos arquivos vierem a público. A reportagem completa do Wall Street Journal está disponível neste link.  247.


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Brasil Mundo

Tarifas de Trump abrem portas para o café brasileiro na China e no mercado interno

Tarifa de 50% anunciado por Trump sobre todos os produtos brasileiros, incluindo café, entra em vigor a partir de 1º de agosto, coincidindo precisamente com o pico de exportações de café do Brasil para os Estados Unidos. O café figura como um dos produtos mais importantes na pauta brasileira e representa item estratégico na lista dos principais bens que os americanos importam do país. Com os Estados Unidos sendo o principal comprador do café brasileiro, o timing das tarifas torna-se particularmente crítico.

A sazonalidade da colheita agrava o cenário. O grão colhido a partir de maio precisa ser secado e preparado, concentrando os embarques entre setembro e janeiro – justamente quando as tarifas estarão vigentes. Caso Trump não recue, essa dificuldade pode abrir oportunidade histórica para a China, onde preços mais competitivos e fretes vantajosos podem atrair os exportadores brasileiros, criando condições ideais para uma mudança estratégica de mercados.

Devastação na cadeia americana de café
O impacto das tarifas sobre a cadeia cafeeira americana será devastador. A cadeia completa do café movimenta US$ 343,2 bilhões na economia americana – valor que inclui desde a importação do grão verde até a venda final nas cafeterias e supermercados. Este montante representa toda a transformação e agregação de valor que acontece em solo americano: torrefação, distribuição, varejo e serviços.

O setor emprega 2,2 milhões de pessoas, representando 1,2% do PIB americano. Para cada dólar de café importado, são gerados US$ 43 na economia interna, demonstrando o poderoso efeito multiplicador da cadeia cafeeira. Esse valor elevado explica por que a cadeia americana (US$ 343 bilhões) supera até mesmo o mercado mundial de café como commodity (US$ 269 bilhões), já que inclui toda a transformação e serviços agregados.

Os pequenos estabelecimentos serão os mais prejudicados. Enquanto grandes redes como Starbucks, com faturamento de US$ 27,5 bilhões, têm margem para absorver custos adicionais, as cafeterias especializadas e estabelecimentos independentes operam com margens menores. O setor de cafés especiais, que representa 55% do valor do mercado americano, será particularmente vulnerável por depender de grãos de alta qualidade, frequentemente brasileiros.

Participação do café brasileiro nas importações totais de café dos EUA (2022-2025)

Oportunidade chinesa em expansão
A China emerge como a alternativa estratégica para o café brasileiro. As exportações brasileiras para o mercado chinês registraram crescimento explosivo de 867% entre 2021 e 2025, com aceleração de 75% apenas no último ano. O Brasil já conquistou a posição de maior fornecedor de café para a China, com 24% de participação nas importações chinesas.

O mercado chinês de café atingiu US$ 43,29 bilhões em 2024, com crescimento anual robusto de 18,1%. O consumo chinês cresceu 38,9% entre 2019 e 2023, superando qualquer outro grande país consumidor do mundo. Essa expansão é impulsionada pelas principais cadeias de cafeterias: a Luckin Coffee lidera com mais de 20 mil pontos de venda, enquanto a Starbucks mantém 7,3 mil lojas no país.

A Luckin Coffee representa o novo modelo de consumo chinês, oferecendo preços 30% menores que a Starbucks e focando na conveniência digital. Essa abordagem democratiza o acesso ao café e acelera a adoção de novos hábitos de consumo, especialmente entre consumidores de 25 a 44 anos, que formam o maior grupo de bebedores de café na China.

Evolução das exportações brasileiras para China e participação percentual (2021-2025)O cenário transformador: China com padrão americano
Se a China atingisse o consumo per capita de café dos Estados Unidos, o país asiático consumiria 114,1 milhões de sacas por ano – equivalente a 64,8% de toda a produção mundial atual. Os números revelam uma oportunidade de dimensões históricas que poderia revolucionar o mercado global de café.

A diferença de consumo per capita é abissal: cada americano consome 4,7 kg de café por ano, enquanto cada chinês consome apenas 0,15 kg – uma diferença de 31 vezes. Combinada com a população de 1,4 bilhão de chineses, essa disparidade cria um potencial sem precedentes. Para comparação, países escandinavos como Finlândia (12 kg) e Noruega (9,9 kg) lideram o consumo mundial, seguidos por Islândia (9 kg) e Dinamarca (8,7 kg).

Vantagens estratégicas para o Brasil
Instrumentos de resiliência
O Brasil possui ferramentas robustas para superar o impacto das tarifas americanas. O setor cafeeiro conta com o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que oferece financiamento específico para produtores e exportadores. O Banco do Brasil mantém linhas de crédito especializadas, garantindo liquidez em momentos de crise.

O governo Lula, através do ministro Fernando Haddad, já sinalizou apoio aos setores atingidos pelas tarifas americanas. Essa promessa de suporte governamental adiciona proteção extra ao setor produtivo brasileiro, complementando os instrumentos financeiros já disponíveis.

*O Cafezinho


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Brasil

Em reunião da OMC, Brasil ataca tarifas e recebe apoio da UE, Canadá e BRICS

O Brasil criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos, sem citar diretamente Donald Trump, durante a principal reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra, em 23 de julho de 2025.

O embaixador Philip Fox-Drummond Gough, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, denunciou o uso de tarifas como ferramenta de coerção política, apontando que medidas unilaterais, como as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, violam os princípios da OMC, desestabilizam cadeias globais de valor e ameaçam a economia mundial com inflação e estagnação.

Ele alertou que tais ações representam um “atalho perigoso para a instabilidade e a guerra” e defendeu o multilateralismo e a reforma da OMC para fortalecer o sistema de comércio global.

A posição brasileira recebeu apoio de cerca de 40 países, incluindo membros do BRICS (como China, Rússia e Índia), a União Europeia e o Canadá. Esses países compartilharam preocupações sobre o uso de tarifas como pressão política, especialmente após Trump vincular as sanções comerciais à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A delegação dos EUA rebateu, alegando que outros países descumprem as regras da OMC e que suas ações visam corrigir desequilíbrios comerciais.

O Brasil enfatizou a priorização de soluções negociadas, mas não descartou recorrer a mecanismos legais da OMC, apesar do sistema de solução de disputas estar paralisado devido a um boicote americano.

A União Europeia, que planeja tarifas retaliatórias de 30% sobre produtos dos EUA, e o Canadá, que também ameaçou retaliação, alinharam-se ao Brasil na defesa das regras multilaterais de comércio.

*Jamil Chade/Uol


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Política

Filho de Luiz Fux advoga para financiadores de Flávio Bolsonaro

A empresários, próximo presidente do STF fez discurso com tom político e pró-agenda bolsonarista

Em abril de 2016, Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou com o procurador Deltan Dallagnol e prometeu apoio à Operação Lava Jato. “In Fux we trust”, comemorou na época o então juiz Sérgio Moro, em mensagem a Dallagnol. Chefe do hoje ministro da Justiça, Jair Bolsonaro pode dizer o mesmo que Moro daquele que assumirá o comando do STF em setembro de 2020.

Em palestra a investidores e analistas do mercado financeiro em 5 de julho, Fux defendeu a agenda econômica do governo como se fosse um militante bolsonarista, não alguém que poderá ter de julgar ações judiciais contra essa agenda. Reformas da Previdência e tributária, mais mudanças nas leis trabalhistas e privatizações foram ideias que professou diante da plateia patronal.

Um setor patronal financiador da eleição ao Senado de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o primogênito do presidente, está na lista de clientes do advogado Rodrigo Fux, um dos filhos do juiz do STF. Rodrigo é advogado do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), que defende os práticos, categoria que é uma espécie de guia para navio “estacionar” em portos.

Na eleição de 2018, vários dirigentes de empresas ou entidades de praticagem doaram dinheiro para Flávio. Gustavo Martins, presidente do Conapra, deu 10 mil reais. Idem Evandro Simas Abi Saab, da Praticagem da Barra, e Dhyogo Henryque Scholz dos Santos, da Baía do Marajó Serviços de Praticagem. Moacyr Antonio Moreira Bezerra, da Federação dos Práticos, deu 55 mil reais.

Há no Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma ação de interesse do setor, movida por empresas contratantes de praticagem que acham que pagam preços abusivos. Essa ação pode um dia chegar ao STF, para julgamento por Fux e os outros dez juízes.

“É possível que alguns temas da reforma da Previdência tenham sua constitucionalidade submetida ao julgamento perante a Corte máxima do país. Isso revela que não se deve assumir publicamente compromissos com uma reforma de tal porte.” Palavras da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), em nota no fim de maio, a criticar a intenção do atual presidente do STF, Dias Toffoli, de selar um pacto com Bolsonaro e o Congresso, até hoje não assinado, do qual a reforma fazia parte.

Fux, o sucesso de Toffoli, não quer nem saber. Já tem opinião formada a respeito da reforma. “Ela tem de passar”, afirmou no discurso a investidores, um evento promovido pela XP Investimentos. “As pessoas têm que ter amor ao Brasil, amor à coisa pública, não fazer oposição que seja prejudicial ao País.”

Sobre mexer nos impostos, Fux disse: “Tributos não podem derrotar as empresas”. Bolsonaro acha um inferno ser patrão no Brasil, devido a custos com impostos e funcionários. Fux bateu nas leis trabalhistas também.

Para o juiz, a agenda bolsonarista levará o País ao paraíso. “O Brasil vai crescer muito depois das privatizações, das reformas, da abertura do mercado de gás, dessa junção Mercosul-União Europeia.”

O futuro presidente do STF é judeu, outro tema a aproximá-lo de Bolsonaro. Seu filho Rodrigo é diretor jurídico da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj). É dele uma ação movida pela entidade contra um chargista do jornal carioca O Dia. Motivo da ação: Aroeira desenhou Bolsonaro e o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, de braços dados em formato da suástica nazista.

No discurso aos empresários em 5 de julho, Fux garantiu que a Lava Jato continuará. “E essa palavra não é só de um brasileiro que ama o Brasil. Essa palavra é de quem no ano que vem assume a presidência do Supremo Tribunal Federal. Os senhores podem me cobrar.”

O governo está certo: “In Fux we trust”.

*André Barrocal/Carta Capital


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Brasil Mundo

Brasil ganha apoio internacional ao criticar as tarifas de Trump na OMC

Itamaraty denuncia uso político de tarifas por Washington; mais de 40 países apoiam posição brasileira em reunião do organismo

Em um movimento diplomático relevante, o Brasil criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos durante a reunião da OMC, recebendo apoio de cerca de 40 países, incluindo China e União Europeia.

O Itamaraty ressaltou o uso “arbitrário e caótico” das tarifas como uma ameaça à estabilidade do comércio multilateral. O embaixador brasileiro, Philip Fox-Drummond Gough, destacou que as sobretaxas com motivações políticas, como as aplicadas por Trump, representam um ataque aos princípios da OMC e prejudicam a previsibilidade do comércio, afetando especialmente os países em desenvolvimento.

Embora o Brasil não tenha aberto formalmente uma disputa comercial, a declaração deixou claro que está disposto a responder diplomaticamente e, se necessário, juridicamente.

A tarifa de 50% prevista por Trump sobre produtos brasileiros entraria em vigor em agosto, e o Brasil aguarda uma resposta oficial de Washington sobre um pedido de diálogo.

Considerando uma missão oficial a Washington, o governo brasileiro espera que empresas americanas pressionem Trump, estratégia já utilizada por outros parceiros comerciais, segundo o ICL.

Retaliações tarifárias estão, por ora, descartadas, mas o Brasil considera medidas no campo da propriedade intelectual, como a suspensão de patentes.

Apesar das críticas, o Brasil mantém uma postura aberta ao diálogo, mas sinaliza que não hesitará em utilizar os instrumentos legais da OMC para defender seus interesses.


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Política

Bolsa Família: 958 mil famílias superam a pobreza e deixam o programa

Segundo ministro do Desenvolvimento Social, mudança decorre do aumento da renda de trabalho

Quase 1 milhão de famílias deixarão de ser beneficiadas pelo Bolsa Família, mas por um bom motivo: tiveram sua renda aumentada, superando a pobreza. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, no mês de julho foram 958 mil famílias, o que corresponde a 3,5 milhões de pessoas.

Entre os motivos para essa saída, segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, estão empregos estáveis ou melhora da condição financeira como empreendedores.

“A maioria delas, 536 mil, cumpriu os 24 meses na regra de proteção. Elas atingiram prazo máximo de recebimento de 50% do valor que têm direito por terem alcançado uma renda per capita entre R$ 218 e meio salário mínimo”, disse o ministro nesta terça-feira (22), durante o Bom Dia, Ministro, programa produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Renda de trabalho
Segundo Dias, a ajuda a essas famílias foi oferecida por meio de vários programas. “A gente dá a mão para essas pessoas, para que possam se qualificar e para que possam estruturar um pequeno negócio. E por meio da renda de trabalho, como aconteceu com essas famílias, 3,5 milhões de pessoas que saíram da pobreza de janeiro deste ano para cá”, acrescentou.

De acordo com o ministro, mais de 8,6 milhões de pessoas superaram a pobreza desde o começo do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula iniciado em 2023. “São pessoas que saíram do Bolsa Família a partir da renda. Estamos falando de quase 24 milhões de brasileiros saindo da pobreza”, disse.

Educação x preconceito
O ministro lamentou as muitas situações de preconceito contra os beneficiários do programa, segundo ele, falsamente acusados de se acomodarem, deixando de buscar emprego.

Dias ressaltou que, para ter direito ao benefício, as famílias têm de cumprir algumas obrigações.

“Temos três blocos de ações. O primeiro é a educação: quem recebe o Bolsa Família precisa estar matriculado, estudando, frequentando escola, sendo aprovado. O segundo é uma parceria com estados, municípios e setor privado, com foco em qualificação profissional. E o terceiro é o apoio ao pequeno negócio, por meio de programas como o Acredita, o Pronaf e o Agroamigo”, elencou o ministro.

Ele acrescenta que, na medida em que se abre a condição de trabalhar, ganha-se condição de sair do Bolsa Família. “Muitos estão indo para classe média, que está crescendo com [a entrada de] boa parte do público do Bolsa Família, que está ascendendo”, relatou.

*Conteúdo originalmente publicado em Agência Brasil


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Mundo

ONG denuncia abusos com migrantes nos EUA: ‘tivemos que comer como animais’

Relatório da Human Rights Watch (HRW) afirma que migrantes foram acorrentados, com mãos amarradas nas costas e forçados a se alimentar em pratos de isopor, de joelhos

Um relatório divulgado na segunda-feira (21/07) pela Human Rights Watch (HRW) alega abusos em três centros de detenção do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA no estado deda Flórida, no sul do país.

Na prisão de Miami-Dade, migrantes eram acorrentados, com as mãos amarradas nas costas e forçados a comer em pratos de isopor, de joelhos, segundo testemunhas. “Tínhamos que comer como animais”, disse Pedro, um detento, citado pela imprensa britânica.

No centro de processamento de Krome North, a oeste da cidade, as condições incluem superlotação extrema e falta de privacidade, e há relatos de que mulheres usaram banheiros à vista dos homens, sem acesso a cuidados médicos adequados, chuveiros ou comida suficiente.

Alguns migrantes permaneceram no ônibus, no estacionamento, por até 24 horas, com o banheiro saturado, o que gerava odores insalubres. “O ônibus tinha um cheiro forte de fezes”, disse outro detento.

O mesmo aconteceu com a “hielera” de Krome North, uma sala de admissão fria onde os presos dormiam no chão de concreto, sem roupa de cama, por até 12 dias.

No Centro de Transição de Broward, em Pompano Beach, a morte de Marie Ange Blaise, de 44 anos, foi relatada em abril passado. Lá, os detentos relataram atrasos no tratamento médico e respostas hostis da equipe.

Também em abril, guardas de uma prisão de Miami desligaram uma câmera de vigilância para agredir migrantes que protestavam contra a falta de atendimento a um detento que tossia sangue. Um homem sofreu uma fratura no dedo.

Todas as três unidades enfrentam superlotação grave, com uma média nacional de 56.400 prisões por dia no mês de julho, recentemente concluído, 72% das quais não tinham antecedentes criminais.

O relatório atribui a deterioração das condições às políticas de imigração implementadas desde janeiro deste ano sob o governo Trump, que intensificaram as detenções e deportações. Isso levou a Flórida a construir a prisão “Alligator Alcatraz” nos Everglades, projetada para 5.000 migrantes. Thomas Kennedy, porta-voz da Coalizão de Imigrantes da Flórida, descreveu esta última como um campo de concentração.

Enquanto isso, Katie Blankenship, advogada do Santuário do Sul, enfatizou que “a escalada anti-imigrante está aterrorizando comunidades e destruindo famílias”. As organizações pedem uma revisão das condições nos centros de detenção do ICE, citando uma crise de direitos humanos na Flórida. O ICE não ofereceu respostas para tudo isso.

*Opera Mundi


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Política

Lula sanciona Lei amplia direito de cirurgia de reconstrução de mama pelo SUS

Uma nova lei, sancionada por Lula, amplia o direito das mulheres de recorrer ao SUS para realizar a cirurgia plástica reparadora de mama. Agora isso também será possível em caso de mutilação total ou parcial do órgão, independentemente da causa.

Até então, a legislação só previa essas operações no âmbito do SUS em casos relacionados a tratamento de câncer.

A nova norma — a Lei 15.171, de 17 de julho de 2025 — foi sancionada pela Presidência da República na quinta-feira (17) e publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (18). O texto não teve vetos e entrará em vigor em quatro meses.

Além disso, a lei assegura, no âmbito do SUS, o direito ao acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado para as mulheres com mutilação total ou parcial de mama por causa de técnica cirúrgica.

Planos de saúde
A nova lei determina que os plano de saúde privados deverão oferecer o procedimento (a cirurgia reparadora) nesses mesmos casos.

O texto também prevê, no âmbito dos planos de saúde privados, a reconstrução simultânea ou imediata da mama quando houver mutilação causada por cirurgia:

“Em caso de mutilação decorrente de tratamento cirúrgico, será utilizada, salvo contraindicação médica, a técnica cirúrgica de reconstrução simultânea ou imediata da mama, realizada em continuidade à intervenção cirúrgica que provocou a mutilação, respeitada a autonomia da mulher para, plenamente esclarecida, decidir livremente pela execução do procedimento”.

Projeto de lei
Essa lei teve origem no PL 2.291/2023, projeto de autoria da senadora senadora Margareth Buzetti (PSD-MT).

Durante a análise dessa matéria no Senado, o projeto recebeu parecer favorável na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em setembro de 2023 — a relatora na época era a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Após passar pelo Senado, o texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em junho, quando foi então enviado para a sanção da Presidência da República.

A nova lei altera outra duas normas: a Lei 9.797, de 6 de maio de 1999, que trata da reconstrução de mama em unidades do SUS em casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer; e a Lei 9.656, de 3 de junho de 1998, que trata de planos e seguros privados de assistência à saúde.

*Fonte: Agência Senado


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Mundo

Genocídio: ‘Nossos últimos repórteres em Gaza vão morrer de fome’, afirma AFP

Em apelo inédito a Israel, agência cobra evacuação imediata de jornalistas; França afirma que está ‘tratando do assunto’ e pede entrada da imprensa livre na região

A Agence France-Presse (AFP), uma das mais tradicionais agências de notícias do mundo, fez um alerta inédito nesta segunda-feira (21/07) sobre a situação de seus jornalistas que permanecem em Gaza.

Pela primeira vez desde sua fundação, a agência admitiu publicamente o risco de perder profissionais por inanição, em meio à escalada das operações militares israelenses e ao colapso das condições humanitárias no enclave palestino.

“Desde que a AFP foi fundada em agosto de 1944, perdemos jornalistas em conflitos, tivemos colegas feridos e prisioneiros em nossas fileiras, mas nenhum de nós se lembra de ter visto um colaborador morrer de fome. Nos recusamos a ver nossos colegas morrerem”, afirmou a Sociedade de Jornalistas da AFP (SDJ), que reúne os profissionais da agência.

“Nós nos recusamos a vê-los morrer. Seus pedidos de ajuda, de cortar o coração, agora são diários”, frisou em comunicado publicado nas redes sociais.

Evacuação imediata
A entidade apela para que seus repórteres locais sejam evacuados imediatamente, sob risco de morrerem de fome ou exaustão. De acordo com a nota, a AFP tem dependido exclusivamente de freelancers para cobrir a situação em Gaza desde o início de 2024, quando a equipe internacional foi retirada e a entrada de jornalistas estrangeiros passou a ser proibida.

“Desde 7 de outubro, Israel proibiu o acesso à Faixa de Gaza a todos os jornalistas internacionais. Nesse contexto, o trabalho de nossos freelancers palestinos é crucial para informar o mundo. Mas suas vidas estão em perigo, por isso pedimos às autoridades israelenses que permitam sua evacuação imediata, juntamente com suas famílias.”

O desespero dos profissionais aparece em relatos diretos. Bashar Taleb, fotógrafo freelancer que colabora com a AFP desde 2010, publicou no Facebook: “não tenho mais poder para cobrir a mídia. Meu corpo está magro e não consigo mais andar”. Ele vive hoje nas ruínas de sua casa na Cidade de Gaza com os irmãos e relatou que um deles já “caiu” de fome.

A AFP informa que não tem mais como fornecer um veículo, muito menos gasolina, para que seus jornalistas se desloquem para reportagens. “Andar de carro, de qualquer forma, é correr o risco de se tornar um alvo da aviação israelense”, afirma o texto.

“Toda vez que saio da tenda para cobrir um evento, fazer uma entrevista ou documentar um fato, não sei se voltarei viva”, afirma Ahlam, jornalista da agência. O maior problema é a falta de comida e água, confirma.

“Tento continuar exercendo meu trabalho, dando voz às pessoas, documentando a verdade diante de todas as tentativas de silenciá-la. Aqui, resistir não é uma escolha: é uma necessidade”, aponta

Governo francês
O jornal Le Monde informou que o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, pediu nesta terça-feira (22/07) que Israel permita a entrada da imprensa estrangeira em Gaza, alertando para o risco iminente de fome após 21 meses de guerra.

“Peço que a imprensa livre e independente tenha acesso a Gaza para mostrar o que está acontecendo e dar testemunho”, disse Barrot em entrevista à rádio France Inter. Ele afirmou que Paris está “tratando do assunto” e que o governo espera “poder evacuar alguns colaboradores de jornalistas nas próximas semanas”.

Barrot também exigiu o “cessar-fogo imediato” de Israel. “Não há mais justificativa para as operações militares do exército israelense em Gaza”, afirmou. “Esta é uma ofensiva que vai agravar uma situação já catastrófica e causar novos deslocamentos forçados de populações, o que condenamos nos termos mais fortes”, acrescentou.

*Opera Mundi


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Política

In fux we trust: Fux se isola ao votar contra a tornozeleira para Bolsonaro; medida confirmada por 4 a 1

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou contra o uso de tornozeleira eletrônica e a aplicação de outras medidas cautelares a Jair Bolsonaro (PL). O magistrado abriu divergência com a maioria já formada na Primeira Turma, que confirmou a decisão do ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente.

Fux ficou isolado no julgamento, que terminou com o placar de 4 votos a 1. Além de Moraes, votaram a favor das medidas os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

O ministro afirmou que a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-geral da República (PGR) não apresentaram novas provas de “qualquer tentativa de fuga empreendida ou planejada pelo ex-presidente” e que, portanto, “não se vislumbra nesse momento a necessidade, em concreto, das medidas cautelares impostas”.

Fux acrescentou ainda que a proibição do uso de redes sociais, de forma prévia e abstrata, “confronta-se com a cláusula pétrea da liberdade de expressão”.

“A amplitude das medidas impostas restringe desproporcionalmente direitos fundamentais, como a liberdade de ir e vir e a liberdade de expressão e comunicação, sem que tenha havido a demonstração contemporânea, concreta e individualizada dos requisitos que legalmente autorizariam a imposição dessas cautelares”, afirmou.

O ministro é visto com simpatia por aliados de Bolsonaro. Pessoas que acompanham as discussões sobre as recentes sanções impostas pelo governo dos EUA a ministros do STF afirmam que Fux foi poupado da revogação de visto aplicada a Moraes e outros integrantes da corte.

No julgamento da trama golpista, Fux tem questionado a confiabilidade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, além de ter criticado a tramitação do caso na Primeira Turma da corte.

No voto divergente, Fux disse que, apesar da acusação de que Bolsonaro e seu filho que está nos Estados Unidos, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), fazem uma articulação com o governo dos EUA para pressionar o STF no julgamento da trama golpista, os integrantes do tribunal não são permeáveis a “pressões dos setores que manifestam desagrado com as suas decisões”.

Para o ministro, “juízes julgam conforme a sua livre convicção, em análise dos elementos fáticos e jurídicos constantes de cada caso”.

Na sexta-feira (18), Moraes autorizou uma operação da Polícia Federal contra o ex-presidente e impôs medidas contra ele, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de comunicação com Eduardo.

Fux diverge de relator sobre “questões econômicas”
O STF está em recesso até o fim do mês, mas a sessão extraordinária foi marcada poucas horas depois da operação.

Na decisão, Moraes lista publicações nas redes sociais e entrevistas de Jair e Eduardo, além de uma manifestação do presidente americano Donald Trump citando o ex-presidente, e diz que as condutas “caracterizam claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos”.

O ministro cita as tarifas impostas por Trump como parte de uma articulação envolvendo Jair e Eduardo para praticar os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania.

Segundo Moraes, Jair e Eduardo Bolsonaro atuaram para induzir, instigar e auxiliar um governo estrangeiro na prática de atos hostis contra o Brasil e na ostensiva tentativa de submeter o Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos, com o objetivo de “arquivar ou extinguir” a AP 2668, ação penal que investiga o núcleo central da trama golpista.

Ao divergir do relator, Fux diz que as questões econômicas “devem ser resolvidas nos âmbitos políticos e diplomáticos próprios”, citando o papel do presidente da República e do Congresso Nacional, diz o ICL

Antes do voto de Fux, o ministro Flávio Dino acompanhou a posição de Moraes e, no voto, se manifestou sobre a ofensiva de Trump contra o Brasil. Segundo o magistrado, as declarações e ações do americano são uma “intolerável estratégia de retaliação política”.

“Os eventos deflagradores desta decisão em referendo têm direta conexão com deliberações de governo estrangeiro, explicitamente voltadas contra competências exclusivas do STF”, disse o ministro.

A referência do ministro é à ofensiva do presidente Trump contra o Brasil, com o anúncio de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e acusações contra o sistema de justiça do país quanto ao julgamento de Bolsonaro no caso da trama golpista de 2022.

“Esta coação assume uma forma inédita: o ‘sequestro’ da economia de uma Nação, ameaçando empresas e empregos, visando exigir que o Supremo Tribunal Federal pague o ‘resgate’, arquivando um processo judicial instaurado a pedido da Procuradoria-geral da República, sob a regência exclusiva das leis brasileiras”, escreveu Dino no voto.


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