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Gastos de Michelle eram pagos com dinheiro de empresa fornecedora da Codevasf, diz PF

Uma empresa com contratos públicos na gestão de Jair Bolsonaro é a origem de uma série de transferências feitas a um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República, que fez saques em dinheiro vivo e, com ele, pagou despesas de um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro em pelo menos três ocasiões, segundo a Polícia Federal. O militar, o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, também fez ao menos 12 depósitos em dinheiro em conta de uma tia da então primeira-dama.

Os pagamentos ocorreram pelo menos até julho de 2022, de acordo com dados obtidos pela Polícia Federal ao quebrar sigilos bancários de auxiliares do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Quando autorizou a quebra de sigilo de subordinados de Cid, ainda no ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afirmou que o caso tinha indícios de “desvio de dinheiro público” por meio dos militares do Planalto e de assessoras da então primeira-dama.

A defesa de Jair Bolsonaro e Michelle negou enfaticamente que recursos da Codevasf tenham bancado as despesas da ex-primeira-dama e negou irregularidades nas transações. “A dona Michelle não conhece esse ajudante de ordens [sargento Dos Reis] e desconhece que ele tenha feito pagamentos para ela”, disse Fábio Wajngarten, advogado que chefiou a Secretaria de Comunicação na gestão Bolsonaro.

Segundo a PF, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção, empresa com sede em Goiânia e contratos com o governo federal, é a origem de depósitos de pelo menos R$ 25.360 na conta bancária do sargento Dos Reis, que trabalhava sob as ordens de Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, no Palácio do Planalto.

O principal contrato da Cedro do Líbano é com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), estatal que já foi alvo de operações da PF mirando corrupção em contratos no Nordeste no ano passado.

Segundo a Polícia Federal, o dinheiro era depositado por Vanderlei Cardoso de Barros, pai de uma sócia da Cedro do Líbano, nas contas do sargento Dos Reis. Em ao menos uma ocasião, o dinheiro foi transferido de conta bancária da própria Cedro. Depois que o dinheiro caía na conta, o sargento sacava as notas em um caixa eletrônico. Segundo a PF, Dos Reis era responsável por fazer pagamentos a pessoas ligadas à então primeira-dama e para outros militares da Ajudância de Ordens da Presidência da República.

Vanderlei Cardoso de Barros, o autor das transferências para o sargento Dos Reis, foi encontrado pelo UOL na manhã deste sábado. Ele disse que é amigo do militar e que o dinheiro foi um “empréstimo”, mas que não sabia como o militar usaria o dinheiro (leia mais abaixo). Vanderlei disse que é marido de uma sócia da empresa, não pai.

A Polícia Federal afirma não ter encontrado justificativa para os pagamentos da Cedro do Líbano ao sargento Dos Reis, que trabalhava com Mauro Cid. Os dois estão presos preventivamente desde 3 de maio, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). São investigados em inquérito que apura se houve falsificação do certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Pagamentos na conta de amiga de Michelle

Três depósitos do sargento Dos Reis foram para a conta de Rosimary Cardoso Cordeiro, uma amiga de Michelle Bolsonaro, à época lotada como assistente parlamentar no gabinete do senador Roberto Rocha (PTB-MA).

Segundo a PF, Rose emitiu um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro e vinha recebendo, pelo menos até junho de 2021, depósitos em espécie — alguns deles fracionados, segundo a investigação — de integrantes da Ajudância de Ordens da Presidência da República.

O dinheiro era usado para pagar a fatura do cartão de crédito usado pela primeira-dama.

A existência de um cartão de crédito emitido por Rosimary e usado pela primeira-dama foi revelada em uma reportagem do portal Metrópoles em fevereiro de 2022. Na ocasião, a reportagem informou que contas de Michelle eram pagas por militares da Ajudância de Ordens da Presidência.

O cartão de crédito emitido pela amiga já era uma preocupação do próprio tenente-coronel Cid em 2020, como revelou o UOL neste sábado.

Em 25 de novembro de 2020, após ouvir o relato de Giselle da Silva, uma assessora de Michelle, sobre o uso do cartão, Mauro Cid afirma que a situação das despesas da primeira-dama poderia ser alvo de investigações por sua semelhança com um esquema de rachadinha, ou desvio de recursos públicos.

Mauro Cid também compara a situação com o caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente que foi denunciado sob acusação de peculato pelo Ministério Público do Rio.

“Giselle, mas ainda não é o ideal isso, não, tá? O Cordeiro conversou com ela, tá, também. E ela ficou com a pulga atrás da orelha mesmo: tá, é? É. É a mesma coisa do Flávio. O problema não é quando! É como deputado, rachadinha, essas coisas.”Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, em áudio enviado a Giselle dos Santos Carneiro da Silva, em 25/11/2020, segundo transcrição da PF

“Se ela [Michelle] perguntar pra você ou falar alguma coisa ou comentar, é importante ressaltar com ela que é o comprovante que ela tem. É um comprovante de depósito, é comprovante de pagamento. Não é um comprovante dela pagando nem do presidente pagando. Entendeu? É um comprovante que alguém tá pagando. Tanto que a gente saca o dinheiro e dá pra ela pagar ou sei lá quem paga ali. Então não tem como comprovar que esse dinheiro efetivamente sai da conta do presidente. O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle”.Novamente Cid para a assessora Giselle em áudio na mesma data, 25/11/2020, segundo a PF

Pagamentos mensais para a tia da primeira-dama

Além do sargento Dos Reis, que realizou 12 depósitos para Maria Helena Graces de Moraes Braga, tia de Michelle Bolsonaro, outros militares que trabalhavam sob as ordens do tenente-coronel Cid também realizavam pagamentos de valores idênticos com periodicidade regular.

  • 18 de abril de 2022: o sargento Dos Reis deposita R$ 2.840 na conta de Maria Helena, a tia;
  • 17 de maio de 2022: o segundo sargento Luiz Antônio Gonçalves de Oliveira depositou R$ 2.840 na conta de Maria Helena;
  • 15 de junho de 2022: Maria Helena recebe mais R$ 2.840, depositados de um terminal de autoatendimento do BB na praça dos Três Poderes, sem que a PF tenha conseguido identificar até o momento quem foi o portador do dinheiro;
  • 18 de julho de 2022: o sargento Dos Reis deposita mais R$ 2.840 na conta de Maria Helena. Há uma peculiaridade nesta transação porque oficialmente Reis havia deixado de trabalhar na Ajudância de Ordens da Presidência no mês anterior.

Segundo a PF, outro militar da Ajudância de Ordens, o também segundo-sargento Murilo José Geromini Zilotti, também participou dos pagamentos. Na investigação, a PF concluiu que Zilotti foi “responsável por vários depósitos para Maria Helena e Rosimary por determinação da primeira-dama”.

Os contratos da Cedro do Líbano com o governo

Ao autorizar quebras de sigilo bancário dos investigados em outubro de 2022, o ministro do STF Alexandre de Moraes considerou que os elementos colhidos pela PF “revelam indícios de desvio de dinheiro público, por meio da Ajudância de Ordens da Presidência da República, direcionando os valores para pessoas indicadas por Giselle dos Santos Carneiro da Silva e Cintia Borba Nogueira Cortes, assessoras da primeira-dama Michelle Bolsonaro”.

O caminho do dinheiro começava numa empresa com contratos com o governo. Em 1º de junho de 2022, a Cedro do Líbano recebeu R$ 188 mil pela venda de quatro plantadeiras e adubadeiras mecanizadas para a Codevasf. A empresa, de venda de madeira e material de construção, não tem entre suas atividades declaradas à Receita Federal comércio de equipamentos agrícolas. Também não há máquinas à venda no site da companhia.

  • Madereira Cedro do Líbano vendeu quatro plantadeiras para Codevasf por R$ 47 mil cada – Reprodução/UOL – Reprodução/UOL
  • Madereira Cedro do Líbano vendeu quatro plantadeiras para Codevasf por R$ 47 mil cada
    Imagem: Reprodução/UOL
    O pagamento foi liberado — mas não efetuado — no dia 18 de abril de 2022. Em
  • 27 de maio, o pai da proprietária da Cedro do Líbano depositou R$ 15 mil para o sargento Dos Reis — que, minutos depois, fez o saque em dinheiro de R$ 12.700. Em 1º de junho, a empresa recebeu efetivamente o pagamento de R$ 188 mil da Codevasf.

A compra do maquinário teve origem em uma emenda da bancada parlamentar do Amapá.

Os contratos com outros órgãos federais foram de menor monta. Em 10 de janeiro de 2022, a Cedro do Líbano recebeu R$ 75.200 da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo). O contrato previa a entrega de uma colhedora de forragem. O dinheiro foi empenhado em 6 de janeiro de 2021.

Outro lado

A defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama refutou as conclusões de que recursos de um fornecedor da Codevasf tenham sido usados para pagar gastos de Michelle Bolsonaro e negou irregularidades nas transações.

“A dona Michelle não conhece esse ajudante de ordens e desconhece que ele tenha feito pagamentos para ela. Contas pequenas, fornecedores informais, necessidades privadas e pequenas compras, o Cid pegava o cartão da conta privada do presidente, sacava e fazia os pagamentos. Ele fazia isso para resguardar a privacidade do tomador de serviço e não expor a intimidade da dona Michelle e filhos. A dona Michelle rechaça qualquer pagamento e qualquer relação dele. A tia da dona Michelle cuidava da Laura e ela repassava pagamentos por conta de ser a babá da Laura”, afirmou o ex-secretário de Comunicação e advogado Fábio Wajngarten.

“Não há em nenhum momento confusão de conta: o que é privado é privado, o que é público é público. Os valores saíam exclusivamente da conta do presidente”, afirmou.

Em nota publicada em rede social neste sábado sobre o caso, Wajngarten também afirmou que “não há nada de ilegal” nas transações em dinheiro vivo envolvendo as despesas de Michelle.”Conforme já amplamente explicado, os pagamentos de fornecedores informais, pequenos prestadores de serviços, eram feitos em dinheiro a fim de proteger dados do presidente. Muitos sequer sabiam que o contratante/tomador dos serviços era a primeira-dama”, disse.

Procurado pelo UOL, Vanderlei Cardoso de Barros primeiro disse não se lembrar das transferências a Dos Reis. Depois, disse que o sargento é amigo dele e pediu dinheiro emprestado. As transferências são esse empréstimo, segundo Vanderlei. Ele disse que não conhece o ex-presidente Jair Bolsonaro nem a ex-primeira-dama Michelle e que Dos Reis não explicou para o que usaria o dinheiro. “Ele me perguntou se eu tinha dinheiro para emprestar, eu disse que tinha e emprestei. Mas foi pouco dinheiro”, disse.

Sobre a Cedro do Líbano, Vanderlei disse que a empresa é de sua esposa, também citada nas investigações da PF. Mas ele garantiu que a companhia está, sim, cadastrada na Receita como vendedora de máquinas agrícolas. “A empresa participa de licitações, então precisa estar sempre toda certinha, regularizada”, disse.

O UOL não conseguiu localizar o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que recebia as transferências da cedro e realizou três depósitos para a conta da Rosimary Cardoso Cordeiro, que cedeu um cartão de crédito para a primeira-dama, e 12 depósitos para Maria Helena Graces de Moraes Braga, tia de Michelle Bolsonaro.

O advogado de Mauro Cid, Bernardo Fenelon, afirmou que “a defesa técnica, por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestará apenas nos autos do processo”. A assessoria de Michelle Bolsonaro não respondeu aos contatos feitos pelo UOL na manhã deste sábado.

O UOL também não conseguiu contato das assessoras Giselle dos Santos Carneiro da Silva e Cintia Borba Nogueira Cortes, que foram citadas na decisão do ministro Alexandre de Moraes como responsáveis por indicar quem deveria receber o dinheiro depositado pelos auxiliares de Mauro Cid.

*Com Uol

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Reservas cresceram mais de R$ 23 bilhões de dólares nos 4 primeiros meses do governo Lula

Dados do Banco Central também mostram que, em quatro anos de governo de Jair Bolsonaro, o Brasil perdeu mais de 65 bi em reservas.

Nos primeiros dias 131 dias do governo Lula, as reservas internacionais do Brasil aumentaram em US$ 23,3 bilhões. De acordo com dados do BC, elas somavam US$ 348 bilhões em 10 de março. Um crescimento de 7,2% desde 31 de dezembro, segundo Lauro Jardim, O Globo.

O Brasil fechou 2022 com US$ 324,7 bilhões em reservas internacionais. Foi o último dado do governo Bolsonaro. Sob o capitão, as reservas emagreceram US$ 65,8 bilhões em quatro anos.

Foi o primeiro presidente desde 2003, ou seja, quando Lula assumiu pela primeira vez, que não aumentou as reservas internacionais, quando se compara o primeiro e o último dia de governo de cada um dos mandatários.

A conjuntura era outra, mas de qualquer forma, Lula assumiu o governo em 2003 com reservas de US$ 16,3 bilhões e oito anos depois, ao deixar o Palácio do Planalto, essa rubrica assinalava US$ 288,6 bilhões.

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Rachadinha? Assessores eram orientados a pagar gastos de Michelle Bolsonaro em dinheiro vivo

Diálogos interceptados pela PF, por meio da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, apontam dinâmica suspeita sobre os pagamentos.

Conversas em áudio, por meio de um aplicativo de mensagens, entre o então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, o tenente-coronel Mauro Cid, e assessoras do governo de Jair Bolsonaro (PL) apontaram que havia uma orientação para o pagamento em dinheiro vivo das despesas da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

De acordo com informações da coluna de Aguirre Talento, no portal Uol, duas assessoras da primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Mauro Cid manifestando preocupação sobre irregularidades nos tais pagamentos, que poderia ser caracterizado como um esquema de rachadinha.

Os diálogos foram interceptados pela PF, por meio da quebra de sigilo das comunicações de Mauro Cid, preso no último dia 3 por suspeitas de fraudar certificados de vacina da Covid-19.

Segundo a PF, as conversas apontam a existência de uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências“.

A investigação apurou que a ex-primeira-dama usava um cartão de crédito de uma amiga, Rosimary Cardoso Cordeiro, que era assessora do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA). A PF apontou que os pagamentos das despesas feitas com o cartão de Rosy eram feitos em depósitos, para tentar ocultar a origem dos recursos.

Ex-funcionários palacianos já relataram a suspeita de que Rosy repassava parte do salário a Michelle, prática conhecida como rachadinha.

*Com GGN

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Política

Profeta Mauro Cid avisou que mutreta de Michelle Bolsonaro seria descoberta

Uma das funções mais importantes de ajudantes próximos a reis e rainhas, ditadores e presidentes é ter a liberdade de poder avisar que “vai dar merda”. Ao pé do ouvido, aconselham, ao longo da História, que determinadas atitudes equivocadas terão consequências imprevisíveis ou nefastas para os chefes.

Para os líderes inteligentes, é uma espécie de consciência externa muito útil considerando a quantidade de puxa-sacos que apenas dizem amém aos que os rodeiam.

Foi, portanto, louvável o esforço do faz-tudo de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que tentou alertar a primeira-dama, Michelle, e suas assessoras do problema que representava ela pagar suas contas com dinheiro vivo. Pior: usar o cartão de crédito de uma amiga, a assessora parlamentar do Senado Rosimary Cordeiro, para esconder seus próprios gastos.

Diálogos revelados com base na análise do celular de Cid, apreendida pela Polícia Federal no momento de sua prisão pelo caso da fraude nos registros de vacinação, mostram que ele tentou com jeitinho o “vai dar merda”. As transcrições estão em reportagem de Aguirre Talento, no UOL, neste sábado (13).

Em áudio a uma das assessoras da então primeira-dama, Cid é bem claro: “O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio [Bolsonaro], vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle”. Rachadinha é o apelido engraçadinho de desvio criminoso de salários de servidores públicos.

E de forma premonitória avisou: “E isso sem contar a imprensa, que quando a imprensa cair de pau em cima, vai vender essa narrativa. Pode ser que nunca aconteça? Pode. Mas pode ser que amanhã, um mês, um ano ou quando ele terminar o mandato dele, isso venha à tona”.

De acordo com relatório da PF, isso revela uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências”.

Não é novidade que Mauro Cid fazia pagamentos na boca do caixa em dinheiro vivo em nome da família Bolsonaro. A imprensa vem denunciando essa situação usada por grupos que querem esconder irregularidades. Os áudios, no entanto, vêm reforçar que tem caroço nesse angu.

Enquanto empresas e sociedade usam e abusam de transferências bancárias e do PIX, não tendo receio de que suas movimentações estejam registradas para a fiscalização, Bolsonaro e família tentavam encobrir os rastros. Os áudios agora revelados reforçam o que parece ser um nojo de PIX por parte da família. Em uma conversa entre assessoras: “Perguntei para ela se ela [Michelle] queria transferir PIX, né? Daí, ela falou: não, vamos fazer agora tudo depósito, que, aí pede pro Vanderlei fazer o depósito, a gente consegue o dinheiro e faz o depósito”.

Investigação da Polícia Federal que busca descobrir se despesas pessoais de Jair Bolsonaro e da primeira-dama foram pagas com dinheiro do público sugere que o presidente pode ter atualizado o desvio de salários de servidores de gabinetes em algo mais chique: o uso de dinheiro da Presidência da República.

E que as funções de saque e depósito de Fabrício Queiroz, antigo faz-tudo da família da época em que o presidente era deputado federal, ficaram a cargo de alguém mais graduado, o tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens.

De acordo com reportagem de Fábio Serapião e Camila Mattoso, da Folha de S.Paulo, de setembro do ano passado, a realização de depósitos fracionados e saques em espécie chamou a atenção da PF, que desconfiava da tentativa de ocultação da procedência do dinheiro.

Um dos exemplos citados é o pagamento fracionado a uma tia de Michelle Bolsonaro que cuidava da filha do casal quando a primeira-dama possui compromissos. As informações surgiram de uma quebra anterior de sigilo de Cid, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O militar era inicialmente investigado sobre o vazamento de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao TSE. Sim, ele está envolvido em várias indícios de falcatruas.

A assessoria da Presidência disse, na época, que as transações não tinham origem em dinheiro público, que o então presidente nunca sacou grana do cartão corporativo e que os saques foram feitos a partir de sua conta por questão de segurança. Mas a melhor parte de toda essa barafunda é a justificativa dada pela assessoria do governo, de que Cid não usava transferência bancária, preferindo sacar e depositar, para que o nome do presidente não aparecesse no extrato de outras pessoas.

O que, como escrevi acima, é exatamente o oposto do que fazem os cidadãos honestos, que veem no registro bancário uma prova de que a origem e o destino do dinheiro que movimentaram estavam dentro da lei.

Vale lembrar que Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, do UOL, mostraram em uma investigação de sete meses e milhares de documentos, que 51 imóveis do clã foram adquiridos total ou parcialmente com dinheiro vivo – recursos que podem ter surgido das “rachadinhas”, como ficaram conhecidos os desvios de salários dos servidores.

Todos os escândalos financeiros do clã Bolsonaro convergem sempre para este ponto: o uso de dinheiro vivo para tentar ficar abaixo do radar dos mecanismos de controle de transações financeiras, sugerindo que os recursos envolvidos são ilícitos ou que o processo envolve algum tipo de lavagem de dinheiro público.

O que admira é a transposição, praticamente sem adaptação, do comportamento identificado nos gabinetes da família de Jair para o espaço da Presidência da República. Realmente, o Palácio do Planalto foi, durante quatro anos, um puxadinho do condomínio Vivendas da Barra. Com rachadinha, com milícia, com tudo.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Justiça

Torres e Cid: quem Bolsonaro acha que corre risco de delatar

Na mira da Polícia Federal (PF), Anderson Torres e Mauro Cid são aliados próximos de Jair Bolsonaro, mas um oferece mais risco que outro, diz o Metrópoles.

Bolsonaro acredita ser remota a possibilidade de Anderson Torres tentar atingi-lo com uma delação premiada. Primeiro pelo perfil de Torres, considerado extremamente leal. Segundo pelo teor das informações que trocava com o ex-presidente. Já a situação de Mauro Cid preocupa, e muito, o entorno de Bolsonaro.

A escolha do novo advogado de Cid, que já escreveu livro sobre delação, acendeu o alerta. A percepção é que, íntimo do ex-presidente pela função de ajudante de ordens, Cid pode fornecer informações detalhadas à Polícia Federal sobre Bolsonaro. Inclusive sobre movimentações financeiras.

“Mesmo que Bolsonaro não tenha cometido crime, Cid pode dar informações que, juntas, permitiriam montar um quebra-cabeça para tentar incriminar o (ex-)presidente”, diz uma pessoa próxima.

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Opinião

Manual dietético de Anderson Torres é um sucesso: “Como emagrecer engordando 12 kg.”

Em meio ao caos em que se encontra o bolsonarismo, depois da derrota de Bolsonaro, algo chamou dupla atenção, o primeiro é que Anderson Torres, segundo informação dos bolsonaristas, estava murcho, varado, cabisbaixo e com a cabeça pendente após ser sugado emocionalmente por uma depressão durante sua prisão.

E quem vendeu a obra prima, para promover comoção nacional, não economizou nos procedimentos da lenda espalhada de forma cirúrgica em toda a mídia, dando conta de que Anderson Torres havia perdido 12 kg, assim, no estalão.

Ou seja, o sujeito estava desnatado, desnutrido e desconsolado. Mas eis que, surpreendentemente, após sua soltura, aquele Anderson Torres 0% de gordura, apareceu com uma aparência oposta, 12 kg mais gordo, cara de lua, com bolachas saltitantes, tipo látex de borracha, que estica, como é comum no chamado efeito sanfona.

Imediatamente, todos quiseram saber qual é o processo que preservou sua silhueta magra engordando 12kg, segundo a narrativa dos bolsonaristas.

Agora, todos querem saber como conseguir, através de uma dieta curiosa, emagrecer, engordando.

Mas sabe como é, no mundo bolsonarista, onde a terra é plana e a roda é quadrada, em que Bolsonaro foi vendido como uma espécie de limpa-trilhos da corrupção nacional, absolutamente tudo é possível, dependendo da boa vontade do gado.

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Opinião

A munição da PF contra Jair Bolsonaro e Mauro Cid

Ou… a semana que vem promete

Fontes da Polícia Federal afirmaram que a intimação do ex-presidente Jair Bolsonaro pela fraude no cartão de vacinas só aconteceria quando os investigadores tivessem nas mãos todos os dados para confrontar a – por que não dizer – desculpa esfarrapada de que “não tomou a vacina e todo mundo sabe disso”, diz Matheus Leitão, Veja.

Por isso que, ao marcar o depoimento para a próxima, terça, 15, a PF sinaliza que tem “munição” (essa palavra tão adorada no vocabulário bolsonarista) contra o líder da extrema-direita.

Nesta investigação, aliás, o que não falta é problema para Bolsonaro.

Além da difícil preparação para o depoimento aos investigadores, existe agora o fator Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens que, somente na linha de defesa do ex-presidente, aparecerá como autor de fraude sem receber uma…. ordem sequer.

Ocorre que o tenente-coronel do Exército trocou de advogado – vejam vocês leitores – do dia para a noite. De um que tem repulsa por delação premiada para um que carrega a bandeira do instituto mais polêmico da advocacia, que completou 23 anos no Brasil.

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Política

Vídeo histórico: As 10 perguntas do Deputado Glauber Braga que emudeceram o boquirroto Dallagnol

Se há uma coisa que Glauber Braga tem como ninguém, é time.

Foi ele que, didaticamente e de frente para Moro na Câmara dos Deputados, carimbou para sempre na testa do sujeito os dizeres: “Juiz corrupto e ladrão”.

Isso antes de virar modinha Gilmar Mendes, senadores de esquerda e ministros de Lula jantarem o chefe da milícia curitibana, ao vivo e a cores.

O fato é que, depois de Glauber Braga humilhar o ex-todo poderoso juiz da midiática Lava Jato, todo mundo chuta a bunda do cachorro morto.

É o que já está sendo feito com Dallagnol.

O pimpão curitibano, que vivia saracoteando na tribuna da Câmara e no que restou da mídia fascista, foi solenemente desossado pelo grande Glauber Braga que usou uma fala pausada em que cobrava respostas de dez perguntas arrasadoras envolvendo Dallagnol e seus parentes.

Lógico que o tagarela engoliu seco e não abriu a matraca para responder nenhuma pergunta dando, de antemão, a resposta.

Por isso vale muito a pena assistir esse massacre e guardá-lo como documento histórico tal seu valor para a democracia brasileira.

Assista:

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Justiça

MPF investiga esquema de corrupção no governo Bolsonaro envolvendo revalidação de diplomas estrangeiros

O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar um suposto esquema de corrupção cometido no Ministério da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro.

Segundo a coluna Radar, da Veja, procedimento foi instaurado na semana passada e busca investigar a “existência de esquema, dentro de instituições públicas, para venda de ‘instalações’ para revalidação de diplomas estrangeiros”.

“A atual gestão de Nísia Trindade na pasta já foi acionada pelos pesquisadores para colaborar, repassando informações sobre servidores suspeitos de atuarem no esquema”, informa a coluna.

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