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Exército sabia de armas no acampamento golpista em Brasília e nada fez

Não só os militares não fizeram nada, como só comunicaram Lula do risco na noite do dia 8 de janeiro.

O Exército sabia que havia pessoas armadas no acampamento no quartel general, em frente à Praça dos Três Poderes, em Brasília. Não só os militares não tomaram nenhuma iniciativa, como a Força só comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva do risco na noite do dia 8 de janeiro.

A informação consta em reportagem da Folha de S.Paulo, desta terça-feira (31), no qual o jornal anuncia que Lula deu aval ao Exército para desmontar o acampamento golpista somente no dia seguinte à invasão, no dia 9.

Na reportagem, contudo, é detalhado que Lula foi convencido pelo Exército de tomar medidas somente no dia seguinte, devido a um pedido dos próprios militares.

Os integrantes do Exército teriam dito a Lula que desmontar o acampamento na noite do dia 8, após a invasão, poderia resultar em mortes e conflitos, e que a Operação de retirada dos bolsonaristas deveria ser feita no dia seguinte.

O presidente concordou com adiar a retirada deles, diante dos riscos de tragédia. Mas, segundo o jornal, “pessoas próximas ao presidente” contaram “que o Exército comunicou a Lula que havia pessoas armadas no acampamento”.

A informação teria sido repassada a Lula somente no dia 8 de janeiro, em meio à invasão à Praça dos Três Poderes. E os militares do Exército não teriam feito nada, até então, para impedir riscos ou informar as autoridades de segurança do governo federal de que os bolsonaristas acampados estavam armados.

A reportagem da Folha também narra que, na noite daquele domingo, o interventor escolhido por Lula para assumir a Segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, se encontrou com o general Gustavo Henrique Dutra para tratar da Operação de desmonte do acampamento.

E que tal reunião foi recheada de controversas, sem acordos. Enquanto a PM recebeu ordem para entrar no quartel general e prender os golpistas, o Exército impediu o acesso dos PMs, colocando 3 blindados Guarani e uma tropa de soldados.

Com a falta de acordo, Cappelli comunicou o ministro Flávio Dino, da Justiça, e o general Dutra comunicou o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias. Dias estava ao lado de Lula, e Dutra pediu ao presidente que seria melhor realizar a Operação de retirada dos golpistas na segunda-feira.

Ao militar, Lula teria enfatizado que os acampados eram golpistas criminosos que deveriam ser presos.

*Patrícia Faermann/GGN

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Justiça

TCU arquivou investigação e ignorou pedido de auditoria sobre yanomamis

OUTRO LADO: Órgão diz que há uma lista de auditorias e que obedece a critérios de prioridade e de disponibilidade de pessoal.

Segundo Mônica Bergamo, Folha, o TCU (Tribunal de Contas da União) deixou em banho-maria por mais de um ano uma proposta feita por um ministro da corte e aprovada em plenário para fiscalizar a assistência oferecida pelo governo federal aos yanomamis.

O pedido havia sido enviado pelo ministro Vital do Rêgo, no dia 24 de novembro de 2021, à então presidente do TCU, Ana Arraes, aos demais ministros e à procuradora-geral de Contas, Cristina Machado.

A solicitação, no entanto, ficou parada até o último dia 25 de janeiro, quando a presidência da corte determinou a abertura imediata da auditoria, em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União).

Em 2021, Vital do Rêgo sugeriu ao tribunal que fizesse uma auditoria nas questões relacionadas à saúde e à segurança alimentar dos yanomamis e a incluísse no escopo de uma fiscalização sobre a extração ilegal de recursos minerais em terras indígenas.

“O que gostaria de compartilhar com este colegiado é uma profunda preocupação com o aumento da vulnerabilidade socioambiental dos povos indígenas no Brasil, diante das ameaças aos seus direitos territoriais, culturais, ambientais e à saúde, em especial no contexto do avanço da mineração, do garimpo, da grilagem e da derrubada florestal em suas terras”, alegou o ministro, na ocasião.

Cerca de três meses depois, em março de 2022, Vital ainda determinou, em medida referendada em sessão plenária do tribunal, que a Segecex (secretaria-geral de controle externo do TCU) adotasse as medidas necessárias para a inclusão da auditoria no plano de fiscalização da corte.

A medida, porém, só foi tomada neste mês, seis dias após o Ministério da Saúde decretar emergência em saúde pública na Terra Indígena Yanomami, diante da crise sanitária da população. O processo encontra-se em fase inicial e não há peças públicas.

“A matéria levantada, já preocupante, tornou-se ainda mais urgente, onde ações efetivas e contundentes, por parte do Governo Federal, se fazem necessárias”, disse o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas.

O território yanomami sofre com o aumento da malária e com casos graves de desnutrição, que atinge 80% das crianças de até cinco anos. A ação do garimpo ilegal está no centro da crise atual.

Além de ignorar o pedido de autoria, o TCU arquivou, em 9 de agosto de 2022, um pedido feito pelo Ministério Público de Contas para que o tribunal avaliasse a atuação da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) na proteção das terras e na saúde do povo yanomami.

A representação teve como base reportagem da Folha que relatou que os yanomamis foram ameaçados e silenciados após um ataque de garimpeiros a uma aldeia em Roraima. A ação teria resultado em violências como um suposto estupro e morte de uma indígena de 12 anos.

A publicação contou que Polícia Federal, MPF (Ministério Público Federal), Funai e Sesai estiveram no local da ocorrência, mas os indígenas não quiseram falar por medo de represálias. Na época, os órgãos divulgaram notas informando que não encontraram indícios de crimes na região e que as apurações continuariam.

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Ministro aciona AGU contra atleta que postou sobre dar tiro em Lula

Comissão da Alerj diz que denunciará caso à Procuradoria-Geral da República (PGR) por incitação ao crime e ameaça.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou nesta terça-feira (31/1) que acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) contra o jogador de vôlei Wallace Souza. O atleta, em publicação no Instagram, sugeriu que um tiro fosse dado “na cara” do presidente Lula.

Um seguidor perguntou se Wallace daria um tiro com uma “12”, uma espingarda, no rosto do presidente. O atleta, então, abriu uma enquete perguntando sobre a sugestão. Em captura de tela que viralizou nas redes sociais, 64% dos seguidores de Wallace responderam que aprovam a violência.

O chefe da Secom da Presidência repudiou a atitude do jogador do Sada Cruzeiro, que também jogou na Seleção Brasileira de Vôlei. “Já acionei a AGU e vamos tomar todas as providências necessárias. Não vamos tolerar ameaças feitas por extremistas e golpistas!”, afirmou Paulo Pimenta nas redes sociais.

A Comissão de Combate às Discriminações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) afirmou que acionará a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso. O comitê quer saber se o jogador cometeu infrações de incitação ao crime e ameaça.

Entidades esportivas repudiam publicação

O clube de Wallace se pronunciou sobre o caso nas redes sociais e lamentou a postagem. “Vivemos um momento delicado, em que precisamos ter muita cautela com as nossas manifestações. As redes sociais podem parecer um espaço em que tudo está liberado, sem muita avaliação das possibilidades de interpretação, e isso é uma armadilha gigantesca”.

“Ressaltamos, principalmente, que a violência nunca deve ser exaltada ou estimulada, e da parte do Sada Cruzeiro pedimos sinceras desculpas a todos”, finaliza a mensagem.

Procurada, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) repudiou o caso. “A CBV repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade”.

*Com Metrópoles

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Política

Ministra do Esporte fala sobre caso Wallace: ‘deve responder às leis’

A ministra do Esporte do Brasil, Ana Moser, criticou a enquete sobre “tiro em Lula” publicada no Instagram pelo jogador de vôlei Wallace, que defende o Sada/Cruzeiro.

O que ela disse?

Antes de atleta, o jogador Wallace é um cidadão brasileiro e deve responder às nossas leis e instituições”, escreveu a ministra, no Twitter.

‘Foi infeliz’ A ex-jogadora de vôlei fez o comentário ao compartilhar uma publicação feita por Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, na qual ele afirma que o governo acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) diante do ocorrido.

O que aconteceu?

  • Nos Stories do Instagram, Wallace compartilhou registros em um estande de tiro segurando algumas armas e decidiu abrir uma caixinha de perguntas.
  • Ele foi questionado se “Daria um tiro na cara do Lula com essa [espingarda calibre] 12”.
  • Como resposta, o jogador fez uma enquete indagando se “alguém faria isso”, acrescentando um emoji de um anjo com auréola.
  • Wallace apagou a publicação depois da repercussão de que estaria incitando violência e se desculpou publicamente.

Acabou gerando uma repercussão social muito ruim. Quem me conhece sabe muito bem que eu jamais incitaria violência em hipótese alguma, contra qualquer pessoa, principalmente nosso presidente. Então venho aqui pedir desculpas, foi um post infeliz que acabei fazendo, errei, estou aqui pedindo desculpas porque, quando você erra, não tem jeito, você tem que se assumir o erro desculpar. Jamais tive a intenção de incitar a violência, ódio, não é da minha pessoa. Não foi isso que o esporte me ensinou e não é isso que eu quero passar para ninguém”, alegou Wallace.

Sada/Cruzeiro e CBV repudiam Em nota, o Sada/Cruzeiro afirmou que “lamenta profundamente a publicação e o seu conteúdo”.

“Vivemos um momento delicado, em que precisamos ter muita cautela com as nossas manifestações. As redes sociais podem parecer um espaço em que tudo está liberado, sem muita avaliação das possibilidades de interpretação, e isso é uma armadilha gigantesca”, escreveu a equipe, no Twitter.

O clube também afirmou que “reforçará com todo o nosso staff, atletas e comissão técnica sobre a importância da responsabilidade no uso das mídias digitais”. “Ressaltamos, principalmente, que a violência nunca deve ser exaltada ou estimulada, e da parte do Sada Cruzeiro pedimos sinceras desculpas a todos”, completou o comunicado.

*Com Uol

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Política

Vídeo: Imagens inéditas mostram o início da remoção de garimpos ilegais na Amazônia

As imagens foram divulgadas neste domingo e mostram a ação da Polícia Federal em cumprimento à determinação do STF para queimar equipamentos dos garimpeiros usados em área indígena.

A destruição e a remoção dos garimpos ilegais foram dadas pelo ministro Luís Roberto Barroso em 2020. Mas o governo Bolsonaro não estava atuando como determinado.

Nesta segunda-feira, Barroso renovou a ordem.

Na semana passada, Barroso já havia se manifestado no sentido de verificar o descumprimento da ordem do STF, como informou o site Jota, de notícias na área do direito.

De acordo com a manifestação de Barroso, o STF detectou descumprimento de determinações judiciais da Corte e indícios de prestação de informações falsas à Justiça em relação à situação dos povos indígenas no Brasil — em especial, os yanomamis. Por isso, via nota, o gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator de uma ação sobre a questão dos povos originários no Brasil, informou que as desobediências às ordens judiciais serão apuradas e os responsáveis poderão ser punidos.

De acordo com o STF, desde 2020 a Corte proferiu decisões determinando à União e a entidades federais a tomada de providências em favor dos povos indígenas. Porém, segundo informações dos processos, as operações, sobretudo as mais recentes, não seguiram o planejamento aprovado pelo STF e ocorreram com deficiências.

No âmbito da Arguição de Descumprimento Fundamental (ADPF) 709, sob relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, o STF ordenou a execução de um plano de enfrentamento à Covid-19 para povos indígenas que contemplasse medidas de segurança alimentar e de ampla atenção à saúde. Além disso, solicitou a criação de barreiras sanitárias para impedir a entrada de terceiros nas áreas e a prioridade de vacinação dos povos originários.

Neste domingo, a Polícia Federal esteve em garimpos ilegais na Amazônia e, como prevê a legislação, queimou equipamentos dos garimpeiros (veja as imagens).

https://youtu.be/EoB1Mh9Hhv0

*Joaquim de Carvalho/247

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Política

Bolsonaro pede para perder o quarto turno contra Lula

Se você não pode derrotar seu inimigo, junte-se a ele.

Bolsonaro está pedindo para ser derrotado outra vez por Lula nos últimos 90 e poucos dias, e será. Perdeu ao não se reeleger presidente em 30 de outubro passado. Perdeu com o fracasso do golpe de 8 de janeiro. Perderá na eleição de amanhã no Congresso.

Do seu refúgio na Flórida, nos Estados Unidos, a salvo, por ora, de ser preso, não tinha porque se meter na escolha do próximo presidente do Senado, mas se meteu. Declarou apoio a Rogério Marinho (PL-RN), seu ex-ministro do Desenvolvimento Regional.

Marinho é pule de 10 para ser derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), candidato à reeleição com o apoio de Lula. Pacheco elegeu-se há dois anos presidente do Senado com o apoio de Bolsonaro. Operou em sintonia com ele até o fim do seu governo.

O que pode ganhar Bolsonaro apoiando Marinho? Nada ganharia apoiando quem Lula apoia, mas nada perderia se permanecesse neutro. O governo propaga a ideia de que esse será o terceiro turno entre Lula e Bolsonaro. Será o quarto. O terceiro foi o golpe.

Quando um não quer, dois não brigam. Lula aprendeu a lição com a mãe dele. Por isso, reconhecendo a força de Arthur Lira (PP-AL) dentro da Câmara dos Deputados, preferiu aliar-se a ele a perder se o enfrentasse. A reeleição de Lira está garantida.

Se você não pode derrotar um inimigo, junte-se a ele. O PT votará em Lira, e espera ocupar um lugar na direção da Câmara, além da presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante. Na Câmara, o PL de Bolsonaro tem a maior bancada.

A disputa de Lira é com o passado. Ninguém superará Ulysses Guimarães, que foi, ao mesmo tempo, presidente do MDB, da Câmara e da Assembleia Constituinte de 1988. Um ano depois, candidato a presidente da República, teve apenas 4,60% dos votos.

Lira quer pelo menos bater o recorde de votos estabelecido por Ibsen Pinheiro (MDB-RS) e João Paulo Cunha (PT-SP). Os dois foram eleitos presidente da Câmara com 434 votos de um total possível de 513 – Ibsen em 1991, Cunha em 2003.

Com o apoio de 19 partidos e se não houver traição, Lira pode atingir a marca de 496 votos. Seria um feito histórico. Uma eleição por aclamação. Lula espera tirar proveito disso. Ele precisa de Lira para governar.

*Noblat/Metrópoles

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Bolsonaro

Bolsonaro desmontou o combate à corrupção, conclui entidade internacional

Jamil Chade – resultado final do governo de Jair Bolsonaro foi um fracasso na luta contra a corrupção. Durante o mandato do líder da extrema direita, o Brasil se manteve estagnado numa posição ruim no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) e seu governo promoveu um “retrocesso sem precedentes” nas instituições.

Trata-se do principal índice no mundo sobre o tema, elaborado pela Transparência Internacional. Para a entidade, o Brasil “teve uma década perdida” no combate à corrupção, caindo cinco pontos e 25 posições no ranking desde 2012.

Em uma escala de 0 a 100, o país alcançou apenas 38 pontos ao final de 2022, mesma nota obtida nas duas edições anteriores do índice.

Apesar da nota inalterada, o país passou da 96ª para a 94ª colocação, entre os 180 países e territórios avaliados. Segundo a entidade, porém, isso não ocorreu pela melhoria da situação do país, e sim pela piora da nota de outros governos.

O Brasil ficou empatado com Argentina, Etiópia, Marrocos e Tanzânia.

Acuado desde antes da posse pela corrupção fartamente comprovada da sua família, a prioridade de Bolsonaro durante todo o seu governo foi garantir sua blindagem, que buscou através da neutralização do aparato institucional e legal que o ameaçava.

“O impacto disso foi muito maior do que a impunidade nos casos de corrupção e lavagem de dinheiro da família. Durante quatro anos, Bolsonaro desmontou o sistema de freios e contrapesos da democracia brasileira, atacando os três pilares de responsabilização que o sustentam: jurídico, político e social”, conclui.

Foi uma destruição institucional muito grave e de difícil reversão.” Orçamento Secreto.

Orçamento Secreto

Entre os aspectos examinados está o “Orçamento Secreto”, considerado pela entidade como o “maior esquema de institucionalização da corrupção que se tem registro no Brasil”, e seus impactos sobre a qualidade de políticas públicas essenciais. Também são mencionadas:

  • a pulverização da corrupção nos municípios;
  • e, ainda mais grave, a distorção do processo eleitoral, resultando no fortalecimento dos partidos mais fisiológicos e lideranças mais corruptas da política brasileira.

Num comunicado de imprensa, a entidade destaca que o Orçamento Secreto foi identificado como “a principal moeda de compra da blindagem política de Bolsonaro no Congresso, garantida pelo Centrão”.

Maior beneficiário dos recursos secretos, o presidente da Câmara Arthur Lira manteve mais de 140 pedidos de impeachment paralisados e se reelegeu deputado federal, com o dobro de votos que teve na eleição anterior.”Transparência Internacional.

Omissão da PGR para blindar Bolsonaro

Outra peça-chave para a blindagem de Bolsonaro e seus aliados, descrita pelo relatório, foi a “neutralização da Procuradoria-Geral da República”.

“As omissões da PGR em 2022 tiveram graves consequências para a impunidade das condutas criminosas apuradas pela CPI da Pandemia, o desmanche continuado da governança ambiental e de proteção aos direitos indígenas, o avanço desimpedido de movimentos golpistas e ataques às instituições democráticas, além de retaliações a membros do próprio Ministério Público atuantes em casos de corrupção”, destacou.

O vácuo constitucional da PGR foi “preenchido pela exacerbação do papel do STF e do TSE”, segundo o relatório.

“Sem poder contar com a PGR para pedir a instauração de processos ou medidas cautelares nas duas cortes, ministros passaram a agir de ofício e homologar coletivamente heterodoxias frente às graves ameaças e ataques às instituições e à ordem democrática”, disse.

Se esta foi a estratégia possível de sobrevivência das instituições, o relatório da Transparência Internacional – Brasil também alerta que a violação continuada de garantias processuais e direitos individuais trazem consequências perigosas para o Estado de direito e minam, progressivamente, a reserva de autoridade da Justiça.”

Retrocesso sem precedentes

Outro aspecto do informe é a relação entre os temas corrupção, conflito e segurança. De acordo com a entidade, a corrupção diminui a capacidade do Estado de garantir paz e segurança a seus cidadãos, incluindo o combate ao terrorismo.

“O Brasil é um dos principais exemplos hoje no mundo de deterioração democrática e aumento de conflitos associados à corrupção”, afirma a Transparência Internacional.

Eleito sequestrando o discurso anticorrupção, o ex-presidente Bolsonaro promoveu retrocessos e um desmanche institucional sem precedentes, disseminou notícias falsas e discurso de ódio, enalteceu um projeto autoritário e fomentou a violência política, que teve seu ápice no último 8 de janeiro.” Nicole Verilllo, gerente de Apoio e Incidência Anticorrupção

Década perdida

Na avaliação da Transparência Internacional, o Brasil perdeu uma década no combate à corrupção. Desde 2012, o país perdeu 5 pontos e caiu 25 posições no ranking, caindo da 69ª para a 94ª colocação.

“O resultado reflete o desmanche acelerado dos marcos legais e institucionais anticorrupção que o país havia levado décadas para construir”, disse.

Junto com o retrocesso na capacidade de enfrentamento da corrupção, o Brasil sofreu degradação sem precedentes de seu regime democrático.”

No índice que mede o combate à corrupção, o Brasil está abaixo da média global (de 43 pontos), da média dos BRICS (39 pontos), da média regional para a América Latina e o Caribe (43 pontos) e ainda mais distante da média dos países do G20 (53 pontos) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE (66 pontos).

O ranking é liderado por:

  • Dinamarca – 90 pontos
  • Finlândia e Nova Zelândia – 87
  • Noruega – 84 Singapura e Suécia – 83

No final da fila estão:

  • Somália – 12 pontos
  • Síria e Sudão do Sul – 13
  • Venezuela – 14

Propostas contra a corrupção

Na esperança de voltar a lutar contra a corrupção, a Transparência Internacional – Brasil sugere um pacote de 25 medidas.

Entre elas estão:

  • regulamentação do lobby;
  • a instituição da lista tríplice vinculante para a nomeação do procurador-geral da República;
  • estabelecimento de quarentena para a candidatura eleitoral de membros do Judiciário, Ministério Público, Forças Armadas e polícias; proteção dos denunciantes;
  • recuperação do sistema de proteção ambiental e fortalecimento do combate à corrupção ambiental.

“É fundamental que o novo governo demonstre, com ações concretas, que está compromissado com o resgate democrático das pautas de transparência e integridade”, defendeu a entidade.

*Uol

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Política

Vídeo: Artistas denunciam política de genocídio contra povo Yanomami em campanha de ajuda humanitária

“Para um povo ser dizimado, primeiro começam pelas crianças”, alertam os artistas em campanha organizada pela ONG Ação Cidadania.

Artista de projeção nacional como Wagner Moura, Marieta Severo, Leticia Colin, Fernanda Abreu e Bruno Gagliasso, entre outros, participam de campanha de ajuda humanitária SOS Yanomami, divulgada ontem (29) pela ONG Ação Cidadania. Ao tempo em que denunciam a política de genocídio contra o povo Yanomami em Roraima, eles também solicitam cestas básicas, produtos de higiene, doações e outros recursos aos povos indígenas da maior reserva do Brasil, acometidos pela que já é considerada a maior crise humanitária deste século no país.

O vídeo da campanha, que conta também com Carlinhos de Jesus, Mart’nália e Antonio Calloni, chama atenção, em especial, para a mortalidade das crianças. Nos últimos quatro anos, ao menos 570 delas morreram de fome, de acordo com dados do Ministério da Saúde compilados pela agência Sumaúma. Somente entre as crianças de até 5 anos, 152 vieram óbito por desnutrição durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Bolsonaro e garimpo levaram yanomamis à tragédia e à maior crise humanitária do século

Houve aumento de 360% em comparação ao período anterior, quando 33 foram mortos. Abandonados pelo governo, os Yanomami ainda passaram a conviver com o avanço da malária, de casos de pneumonia e contaminação por mercúrio, agravados pela invasão de mais de 20 mil garimpeiros na área demarcada, onde vivem 30 mil indígenas. No período, 21 ofícios com pedidos de socorros foram enviados ao governo Bolsonaro. Mas entre 2019 e 2022 nenhum deles foi respondido.
É genocídio

“Para um povo ser dizimado, primeiro começam pelas crianças. E é isso que está acontecendo com os indígenas Yanomami em Roraima e no Amazonas”, denunciam os artistas.

“E a causa dessas mortes está ligada ao garimpo ilegal no território que é sagrado para os indígenas. Esses garimpeiros poluem a água potável dos rios e desmatam o solo, prejudicam a alimentação e também traz doenças como malária e sarampo. Precisamos ajudar agora os nossos povos originários. Convidamos você a se juntar a gente e à Ação da Cidadania, que combate a fome há quase 30 anos. Vamos nos unir pelo futuro das crianças Yanomami, pelo futuro de uma povo que carrega a história do nosso país”, acrescentam no vídeo.

De acordo com a organização, a ONG já está nos territórios Yanomami para distribuir os insumos arrecadados. As doações para a campanha Ação da Cidadania – SOS Yanomami podem ser feitas pelo PIX [email protected] ou pelo site da organização que você acessar, clicando aqui. A iniciativa foi compartilhada também por parlamentares, como o deputado federal e ambientalista Nilto Tatto (PT-SP). “Os povos indígenas gritam por socorro, precisamos ajudá-los”, destacou em suas redes.
Operação de combate ao garimpo

Além dessa campanha, organizações locais que atuam diretamente com os povos Yanomami também estão arrecadando recursos. A Hutukara Associação Yanomami vem recolhendo, por exemplo, doações em dinheiro para a compra de alimentos e de ferramentas para a melhoria das roças.

Em paralelo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da SIlva (PT) anunciou o planejamento de uma megaoperação para remoção dos garimpeiros da Terra Indígena. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na última sexta-feira (27), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, detalhou que serão operações “emergenciais de saúde, socorro e de fiscalização”. Assim como ações estruturadas para evitar o restabelecimento de atividades predatórias no território.

“É uma abordagem múltipla. É de saúde pública, de restauração dos modos tradicionais de vida, recuperação dessas áreas, de desintrusão das áreas, de combate ao desmatamento e de retirada do garimpo ilegal. Essa será uma megaoperação que terá de ser feita, planejada, em várias fases”, destacou a ministra. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) cumpre também, desde domingo, agenda em Boa Vista com o objetivo de apurar situação da crise humanitária que atinge o povo Yanomami. A missão, que vai até a próxima quinta (2), servirá de base para a construção de um relatório que orientará a continuidade das ações do governo. O objetivo é apurar responsabilidades acerca da tragédia humanitária ocorrida na TI Yanomami.

*Com RBA

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Bolsonaro

Kennedy: Pedido de visto de Bolsonaro passa recibo de ‘culpa no cartório’

O pedido de visto de turista feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ficar mais tempo nos Estados Unidos passa recibo de “culpa no cartório”, avaliou o colunista Kennedy Alencar durante a edição das 18h do UOL News de hoje (30).

Na avaliação do jornalista, Bolsonaro fugiu para os EUA no dia 30 de dezembro do ano passado porque tem medo de ser preso, devido aos crimes cometidos ao longo de seu mandato.

Bolsonaro está vendo que as provas contra ele são fortes e podem levar a uma responsabilidade penal objetiva. Ele é o principal articulador da tentativa de golpe de 8 de janeiro. Ele orientou, estimulou e sabe que pode ser responsabilizado [pelos atos antidemocráticos”.

*Kennedy Alencar/Uol

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Justiça

STF manda apurar crime de genocídio do governo Bolsonaro contra comunidades indígenas

Decisão é do ministro Luís Roberto Barroso, que determina investigação por parte da PGR, PF e Ministério Público Militar.

De acordo com O Globo, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira que a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Ministério Público Militar (MPM), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ) e a Superintendência Regional da Polícia Federal de Roraima apurem a possível participação de autoridades do governo Jair Bolsonaro na prática, em tese, dos crimes de genocídio, desobediência, quebra de segredo de justiça, e de delitos ambientais relacionados à vida, à saúde e à segurança de diversas comunidades indígenas.

Em processo que tramita em sigilo, o ministro determinou a remessa às autoridades de documentos que, na sua avaliação, “sugerem um quadro de absoluta insegurança dos povos indígenas envolvidos, bem como a ocorrência de ação ou omissão, parcial ou total, por parte de autoridades federais, agravando tal situação”.

Na decisão, Barroso citou como exemplos a publicação no Diário Oficial pelo então ministro da Justiça Anderson Torres, de data e local de realização de operação sigilosa de intervenção em terra indígena, além de indícios de alteração do planejamento no momento de realização da Operação Jacareacanga, pela FAB, resultando em alerta aos garimpeiros e quebra de sigilo, comprometendo a efetividade da medida.

Segundo o ministro, os fatos ilustram “quadro gravíssimo e preocupante”, bem como da prática de múltiplos ilícitos, com a participação de altas autoridades federais.

Na última quinta-feira, o STF divulgou uma nota em que disse ter detectado descumprimento de determinações judiciais e indícios de prestação de informações falsas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a situação do povo Yanomami. Segundo o tribunal, essas suspeitas de ilegalidade seriam apuradas e, em caso de identificação, os responsáveis serão punidos legalmente.

A crise humanitária vivida pelo povo Yanomami, com morte de crianças e adultos por desnutrição e doenças como malária e verminoses, além da violência fruto da exploração de garimpeiros ilegais, tem chamado atenção, não só no Brasil, como no mundo inteiro nos últimos dias.

Em outra ação, que foi ela apresentada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Barroso reiterou a ordem de retirada de todos os garimpos ilegais das Terras Indígenas Yanomami, Karipuna, Uru-Eu-Wau-Wau, Kayapó, Arariboia, Mundurucu e Trincheira Bacajá.

Barroso também deu prazo de 30 dias corridos para que o governo federal apresente um diagnóstico da situação das comunidades indígenas, planejamento e respectivo cronograma de execução das decisões pendentes de cumprimento.

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