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Política

O império se autodestrói

Compartilhamos as patologias de todos os impérios moribundos, com a sua mistura de bufonaria, corrupção desenfreada, fiascos militares e colapso econômico.

Os bilionários, fascistas cristãos, vigaristas, psicopatas, imbecis, narcisistas e desviantes que tomaram o controle do Congresso dos EUA, da Casa Branca e dos tribunais estão canibalizando a máquina do

Estado. Essas feridas autoinfligidas, características de todos os impérios em decadência, irão incapacitar e destruir os tentáculos do poder. E então, como um castelo de cartas, o império entrará em colapso.

Cegos pela arrogância, incapazes de compreender o poder em declínio do império, os mandarins do governo Trump se refugiaram em um mundo de fantasia onde fatos duros e desagradáveis não mais os perturbam. Eles balbuciam absurdos incoerentes enquanto usurpam a Constituição e substituem a diplomacia, o multilateralismo e a política por ameaças e juramentos de lealdade. Agências e departamento criados e financiados por atos do Congresso, estão sendo reduzidos a cinzas.

Eles estão removendo relatórios e dados governamentais sobre mudanças climáticas e se retirando do Acordo de Paris sobre o Clima.

Estão saindo da Organização Mundial da Saúde. Estão sancionando funcionários do Tribunal Penal Internacional — que emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da defesa Yoav Gallant por crimes de guerra em Gaza.

Eles sugeriram que o Canadá se tornasse o 51º estado dos EUA. Formaram uma força-tarefa para “erradicar o viés anticristão”. Pedem a anexação da Groenlândia e a tomada do Canal do Panamá. Propõem a construção de resorts de luxo na costa de uma Gaza despovoada sob controle dos EUA, o que, se ocorrer, derrubaria os regimes árabes sustentados pelos EUA.Os governantes de todos os impérios decadentes, incluindo os imperadores romanos Calígula e Nero ou Carlos I, o último governante dos Habsburgo, são tão incoerentes quanto o Chapeleiro Maluco [de Alice no País das Maravilhas], pronunciando observações sem sentido, formulando enigmas sem resposta e recitando saladas de palavras de trivialidades.

Eles, assim como Donald Trump, são um reflexo da podridão moral, intelectual e física que assola uma sociedade doente.

Passei dois anos pesquisando e escrevendo sobre os ideólogos distorcidos que agora tomaram o poder em meu livro American Fascists: The Christian Right and the War on America [Os Fascistas Estadunidenses: A Direita Fascista e a Guerra Contra os EUA]. Leia enquanto ainda puder. Sério.

Esses fascistas cristãos, que definem o núcleo ideológico do governo Trump, não se desculpam pelo ódio às democracias pluralistas e seculares. Eles buscam, como detalham exaustivamente em inúmeros livros “cristãos” e documentos como o Project 2025 da Heritage Foundation, deformar os poderes judiciário e legislativo, junto com a mídia e a academia, para transformá-los em apêndices de um Estado “cristianizado” liderado por um governante ungido divinamente.Os fascistas cristãos vêm de uma seita teocrática chamada Dominionismo.

Essa seita ensina que os cristãos estadunidenses têm a missão divina de tornar os EUA um estado cristão e um agente de Deus.

A espiral de morte está acelerando e inimigos fantasmas, tanto internos quanto externos, serão culpados pela derrocada, perseguidos e designados para a destruição. Quando os destroços estiverem completos, assegurando a miséria da população e o colapso dos serviços públicos, restará apenas o instrumento bruto da violência estatal. Muitas pessoas sofrerão, especialmente à medida que a crise climática impuser com intensidade cada vez maior a sua retribuição letal.

O colapso quase total do nosso sistema constitucional de freios e contrapesos [nos EUA] aconteceu muito antes da chegada de Trump.

O retorno de Trump ao poder representa o estertor final da Pax Americana. Não está distante o dia em que, como o Senado Romano em 27 a.C., o Congresso dará o seu último voto significativo e entregará o poder a um ditador. O Partido Democrata, cuja estratégia parece ser não fazer nada e torcer para que Trump imploda, já se resignou ao inevitável.

A questão não é se vamos cair, mas quantos milhões de inocentes levaremos conosco. Dado o poder de violência industrial que o nosso império exerce, pode ser um número enorme — especialmente se os que estão no comando decidirem recorrer às armas nucleares.

A desmantelação da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) — que Elon Musk afirma ser operada por um “ninho de víboras marxistas radicais de esquerda que odeiam os EUA” — é um exemplo de como esses incendiários são incapazes de compreender o funcionamento dos impérios.

A ajuda externa não é benevolente. Ela é uma arma usada para manter a primazia sobre as Nações Unidas e remover governos que o império considera hostis.

Quando os EUA ofereceram construir o aeroporto na capital do Haiti, Porto Príncipe, o jornalista investigativo Matt Kennard relata que exigiram que o Haiti se opusesse à admissão de Cuba na Organização dos Estados Americanos — o que foi feito.

A ajuda externa financia projetos de infraestrutura para que corporações possam operar fábricas exploradoras e extrair recursos. Também sustenta a “promoção da democracia” e a “reforma judicial” que sabotam os líderes e governos que tentam permanecer independentes do império.

A USAID, por exemplo, financiou um “projeto de reforma de partidos políticos” que foi projetado “como um contrapeso” ao “radical” Movimento ao Socialismo (Movimiento al Socialismo) e buscava impedir que socialistas como Evo Morales fossem eleitos na Bolívia.

Em seguida, financiou organizações e iniciativas, incluindo programas de treinamento para que os jovens bolivianos pudessem aprender as práticas empresariais estadunidenses, uma vez que Morales assumisse a presidência, para enfraquecer o seu controle sobre o poder.

Kennard, em seu livro “The Racket: A Rogue Reporter vs The American Empire” [A Extorsão: Um Reporter Trapaceiro Contra o Império dos EUA], documenta como instituições dos EUA – como o National Endowment for Democracy, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, a USAID e a Drug Enforcement Administration – atuam em conjunto com o Pentágono e a CIA para subjugar e oprimir o Sul Global.

Os estados clientes que recebem ajuda devem quebrar sindicatos, impor medidas de austeridade, manter salários baixos e sustentar governos fantoches. Os programas de ajuda, amplamente financiados e projetados para derrubar Morales, levaram eventualmente o presidente boliviano a expulsar a USAID do país.

A mentira vendida ao público é que essa ajuda beneficia tanto os necessitados no exterior quanto nós aqui em casa [nos EUA]. Mas a desigualdade que esses programas facilitam no exterior replica a desigualdade imposta internamente. A riqueza extraída do Sul Global não é distribuída de forma equitativa. Ela acaba nas mãos da classe bilionária, muitas vezes guardada em contas bancárias no exterior para evitar a tributação.

Enquanto isso, os nossos impostos financiam desproporcionalmente o militarismo, que é o braço de ferro que sustenta o sistema de exploração. Os 30 milhões de estadunidenses que foram vítimas de demissões em massa e da desindustrialização perderam os seus empregos para trabalhadores em fábricas no exterior. Como Kennard observa, tanto no país quanto no exterior, essa é uma vasta “transferência de riqueza dos pobres para os ricos, global e internamente.”

“As mesmas pessoas que criam os mitos sobre o que fazemos no exterior também construíram um sistema ideológico semelhante que legitima o roubo aqui dentro; roubo dos mais pobres pelos mais ricos”, ele escreve: “Os pobres e trabalhadores do Harlem [em New York] têm mais em comum com os pobres e trabalhadores do Haiti do que com as suas elites, mas isso tem que ser obscurecido para que o esquema funcione.”

A ajuda externa mantém fábricas ou “zonas econômicas especiais” em países como o Haiti, onde os trabalhadores labutam por centavos por hora e muitas vezes em condições insalubres para corporações globais.
“Uma das facetas das zonas econômicas especiais, e um dos incentivos para as corporações nos EUA, é que as zonas econômicas especiais têm ainda menos regulamentações do que o estado nacional sobre como você pode tratar o trabalho e os impostos e a alfândega,”

Kennard me disse em uma entrevista. “Você abre essas fábricas nas zonas econômicas especiais. Paga-se uma miséria aos trabalhadores.

Você tira todos os recursos sem precisar pagar a alfândega ou os impostos. O estado no México ou Haiti ou onde quer que seja, onde estão transferindo essa produção, não se beneficia de forma alguma.

Isso é planejado. Os cofres do estado são sempre os que nunca são aumentados. São as corporações que se beneficiam.”

Essas mesmas instituições dos EUA e mecanismos de controle, Kennard escreve em seu livro, foram usados para sabotar a campanha eleitoral de Jeremy Corbyn, um feroz crítico do império dos EUA, para o cargo de primeiro-ministro na Grã-Bretanha.

Os EUA desembolsaram quase 72 bilhões de dólares em ajuda externa no ano fiscal de 2023. Financiaram iniciativas de água potável, tratamentos para HIV/AIDS, segurança energética e trabalho contra a corrupção. Em 2024, forneceram 42% de toda a ajuda humanitária registrada pelas Nações Unidas.

A ajuda humanitária, muitas vezes descrita como o “poder suave”, é projetada para mascarar o roubo de recursos no Sul Global por corporações dos EUA, a expansão da presença militar dos EUA, o controle rígido de governos estrangeiros, a devastação causada pela extração de combustíveis fósseis, o abuso sistêmico de trabalhadores nas fábricas globais e o envenenamento de crianças trabalhadoras em lugares como o Congo, onde são usadas para minerar lítio.

Duvido que Musk e seu exército de jovens minions no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) — que não é um departamento oficial dentro do governo federal — tenham ideia de como as organizações que estão destruindo funcionam, por que existem ou o que isso significará para a queda do poder estadunidense.

A apreensão de registros de pessoal do governo e material confidencial, o esforço para encerrar centenas de milhões de dólares em contratos governamentais — principalmente os relacionados à Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), as ofertas de indenizações para “drenar o pântano” incluindo uma oferta de indenização para toda a força de trabalho da CIA — agora temporariamente bloqueada por um juiz — a demissão de 17 ou 18 inspetores gerais e promotores federais, a interrupção de financiamentos e subsídios governamentais, os fazem canibalizar o leviatã que adoram.

Eles planejam desmontar a Agência de Proteção Ambiental, o Departamento de Educação e o Serviço Postal dos EUA, parte da maquinaria interna do império. Quanto mais disfuncional o estado se torna, mais cria oportunidades de negócios para corporações predatórias e empresas de private equity. Esses bilionários farão uma fortuna “colhendo” os restos do império. Mas, no final, estão matando a besta que criou a riqueza e o poder dos EUA.

Uma vez que o dólar não seja mais a moeda de reserva mundial, algo que o desmantelamento do império garante, os EUA não poderão pagar seus enormes déficits vendendo títulos do Tesouro. A economia estadunidense cairá em uma depressão devastadora. Isso desencadeará uma quebra da sociedade civil, com preços disparando, especialmente para produtos importados, salários estagnados e altas taxas de desemprego. O financiamento de pelo menos 750 bases militares no exterior e o nosso exército inchado se tornará impossível de sustentar.

O império se contrairá instantaneamente. Será uma sombra de si mesmo. O hiper-nacionalismo, alimentado por uma raiva incipiente e a desesperança generalizada, se transformará em um fascismo estadunidense cheio de ódio.

“A queda dos Estados Unidos como a principal potência global pode ocorrer muito mais rapidamente do que qualquer um imagina,” escreve o historiador Alfred W. McCoy em seu livro “In the Shadows of the American Century: The Rise and Decline of US Global Power” [Nas Sombras do Século Americano: Ascensão e Queda do Poder Global dos EUA].

Apesar da aura de onipotência que os impérios frequentemente projetam, a maioria é surpreendentemente frágil, sem a força inerente de um Estado-nação modesto. De fato, uma olhada em sua história deve nos lembrar que os maiores deles são suscetíveis ao colapso por diversas causas, sendo as pressões fiscais geralmente um fator primário.

Por mais de dois séculos, a segurança e a prosperidade da pátria foram o principal objetivo para a maioria dos estados estáveis, tornando as aventuras externas ou imperiais uma opção descartável, geralmente alocada em no máximo 5% do orçamento doméstico. Sem o financiamento que surge quase organicamente dentro de uma nação soberana, os impérios são notoriamente predatórios em sua busca incessante por pilhagem ou lucro — como testemunham o comércio de escravos no Oceano Atlântico, a ganância da Bélgica pela borracha no Congo, o comércio de ópio na Índia Britânica, o estupro da Europa pelo Terceiro Reich, ou a exploração da Europa Oriental pela União Soviética.

Quando as receitas encolhem ou colapsam, McCoy aponta, “os impérios se tornam frágeis.”
“Tão delicada é a sua ecologia de poder que, quando as coisas começam a dar errado de verdade, os impérios se desmoronam com uma velocidade impiedosa: em apenas um ano para Portugal, dois anos para a União Soviética, oito anos para a França, onze anos para os otomanos, dezessete para a Grã-Bretanha e, provavelmente, apenas vinte e sete anos para os Estados Unidos, contando a partir do ano crucial de 2003 [quando os EUA invadiram o Iraque],” ele escreve.

A gama de ferramentas usadas para a dominação global — vigilância em massa, destruição das liberdades civis, incluindo o devido processo legal, tortura, polícias militarizadas, o sistema massivo de prisões, drones militarizados e satélites — será usada contra uma população inquieta e enfurecida.

O devorar do cadáver do império para alimentar a ganância desmesurada e os egos desses predadores prenuncia uma nova Idade das Trevas.

Por Chris Hedges (Jornalista vencedor do Pulitzer Prize (maior prêmio do jornalismo nos EUA), foi correspondente estrangeiro do New York Times).

Originalmente publicado no Substack do autor

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Política

A direita tucana acabou sem saber explicar por que golpeou Dilma

Lógico que golpe não se explica. Golpe é golpe e ponto.

Mas para quem tem a cara dura de não assumir até hoje que Dilma sofreu um brutal e covarde golpe, sendo a primeira mulher a presidir o Brasil, isso é uma espinha de pirarucu atravessada na própria goela da direita “civilizada”.

As justificativas são de um ridículo inacreditável.

Mas um “economista” de banco, que tinha a cabeça coroada na cúpula tucana, mostrou porque o tucano voa baixo e caga mole e sapecou, sem corar, que Dilma jogou os juros e, consequentemente o spread bancario no chão de forma artificial.

Então, pergunta-se, o que são juros artificiais?

De onde esse idiota tirou a ideia de que agiotagem tem tal regra?

Não é porque a agiotagem consentida dos bancos tem seus métodos. Juros não são uma doença só contra a economia do país. A gravidade pode ser maior ou menor, mas é uma chaga que mata aos poucos ou de estalão.

Pergunte a qualquer micro e médio empresário o que significa o custo dos juros em seu modesto negócio, que é a principal atividade na economia global.

No caso do Brasil, não tem graça comentar. É a maior e mais imoral taxa de juros do planeta.

Mas o banqueiro, dada a sua própria origem estelionatária, contrata os estelionatários midiáticos para defender seus interesses culpando, imagine isso, os pobres pelo assombroso e covarde sistema neoliberal que, no Brasil, é sinônimo de roubo covarde e descarado.

Dilma enfrentou muita adversidade com sua coragem revolucionária, mas a sua grande batalha foi contra os bancos que perderam para ela e apelaram para o jogo sujo do golpe de Estado, patrocinando os sacripantas tucanos e afins,
Simples assim.

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Mundo

Trump quer desglobalizar a economia confessando a decadência do império

A economia dos EUA está prostrada diante da dinâmica chinesa.

Trump só está adicionando um cadico de carvão na queima do que resta do império.

Multilateralismo virou palavrão nos EUA de Trump.

É a velha história de culpar os sapatos confortáveis dos outros pelos próprios calos.

Louros, todos querem.

Duro é pegar pela proa um choque de ventos contrários e não saber como lidar com ele.

Isso é a síntese, até então, do carnaval de bêbados que marca a atual gestão aloprada do grandalhão de topete artificial.

Trump quer refundar uma nova ordem mundial.

É o rabo balançando o cachorro.

Trump quer mais, quer refundar o planeta pela cartilha da Ku Klux Klan, com ideais de supremacistas brancos que são contrários às leis universais, sobretudo as de direitos humanos.

O fato é que o grupo de ódio terrorista que cerca a administração Trump vai impulsionar os EUA a uma decadência já sentida no país em várias cidades fantasmas que um dia foram referência de avanço civilizatório, promovido pelo capitalismo hegemônico do império.

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Política

PF liga senador do PL a desvios em emendas e pede investigação

Relatório da corporação cita indícios de envolvimento do senador Eduardo Gomes em suposto esquema de rateio de emendas.

A Polícia Federal (PF) pediu a abertura de inquérito para apurar suspeita de desvios relacionados a emendas parlamentares do senador Eduardo Gomes (PL-TO).

Gomes é o atual 1º vice-presidente do Senado e foi líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional. Em 2019, foi um dos senadores que atuou na relatoria do orçamento do ano seguinte.

O pedido da PF se deu dentro do inquérito da Operação Emendário, que mirou três deputados do PL denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Ao analisar aparelhos eletrônicos apreendidos durante a investigação, a PF encontrou mensagens em que um ex-assessor de Eduardo Gomes cobra o pagamento de valores de Carlos Lopes, secretário parlamentar do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA).

Carlos Lopes é identificado pela PF como o responsável pela elaboração de ofício e planilhas, bem como pela articulação de emendas com outros parlamentares sob o comando de Josimar Maranhãozinho.

Na troca de mensagens, de fevereiro de 2022, Carlos Lopes fala com uma pessoa identificada como “Lizoel Assessor” e é cobrado a respeito de um pagamento. Eduardo Gomes tem um ex-assessor chamado Lizoel Bezerra, segundo Fabio Serapião, Metrópoles.

“Eles aparentemente tratavam sobre porcentagens de emendas destinadas pelo Senador, sob a gestão do dep. federal Maranhãozinho. Trata-se exatamente do mesmo modus operandi ora investigado, somente trocando quem eram os parlamentares dirigidos pelo dep. federal Maranhãozinho”, diz a PF sobre as mensagens.

Segundo a PF, a cobrança feita por Lizoel Bezerra é de um “saldo devedor” de R$ 1,3 milhão, dos quais o ex-assessor do senador pedia que fossem pagos ao menos R$ 150 mil naquele momento por causa de uma suposta viagem.

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Política

Vídeos – Desta vez, no jogo do Palmeiras: Bolsonaro ouve o coro ‘uh, vai ser preso!’

Uma semana antes, Bolsonaro tinha ido ao estádio Mané Garrincha, onde ouviu o mesmo coro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve no estádio Mané Garrincha, em Brasília, para acompanhar a partida entre Água Santa x Palmeiras, pela 8ª rodada do Paulistão. Antes de começar o jogo, a torcida se dividiu entre vaias e gritos de apoio ao político.

Parte da torcida saudou o expresidente com gritos de “mito”, mas nos vídeos que circulam nas redes sociais predominam as vaias e o refrão

“uh, vai ser preso”.

Uma semana antes, Bolsonaro tinha ido ao mesmo estádio para ver o jogo entre Vasco e Fluminense.

Também foi vaiado e ouviu o mesmo coro: “vai ser preso”.

Veja os vídeos:

https://twitter.com/i/status/1556375467434713093

 

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Brasil Política

Acordo de Bolsonaro permite humilhação a brasileiros deportados dos EUA

Modelo de deportação que permite às autoridades dos EUA tratar brasileiros deportados com humilhação, racismo e maus-tratos foi anulado em 2006, mas retomado por Bolsonaro.

Muitos discutiram o caso dos brasileiros deportados dos Estados Unidos que chegaram ao Brasil algemados nos pulsos e nos tornozelos, além de terem denunciado humilhações, racismo e maus-tratos pelas autoridades americanas. Mas poucos se questionaram o porquê desse tratamento humilhante.

Alguns argumentaram que isso já era sintoma do fascismo implantado por Donald Trump em seu novo governo. Mas os agentes que algemaram e transportaram os brasileiros como escravos já estavam nas mesmas funções muito antes de Trump tomar posse. Além disso, Joe Biden deportou mais brasileiros do que Trump, inclusive sob as mesmas condições desumanas.

Também se poderia dizer que os americanos são supremacistas e consideram os latino-americanos seres inferiores. Isso já está mais próximo da verdade.

Mas o principal motivo é que o Brasil deixa os Estados Unidos tratarem os brasileiros como lixo. As deportações em voos fretados eram um procedimento comum e legal até 2006, quando o Brasil decidiu que não permitiria mais essa modalidade. Tal decisão dificultou a deportação de brasileiros dos EUA.

7,5 mil deportados sob Bolsonaro
Contudo, a paixão de Jair Bolsonaro pelos Estados Unidos fez com que o Brasil voltasse a aceitar essa humilhação. O primeiro voo fretado de brasileiros deportados dos EUA em 13 anos chegou em outubro de 2019, com 60 imigrantes. O segundo, em janeiro de 2020, com 80. Depois, em março. As denúncias de maus-tratos, assim, também voltaram. Até mesmo um menor de idade relatou ter sido acorrentado nos braços e pés.

Bolsonaro recebeu mais de 7,5 mil brasileiros deportados dos EUA, após concordar com a vinda de dois voos por mês – uma média de mais de 200 a cada mês retornaram ao Brasil. Em geral, sob essas condições subumanas. Segundo a imprensa, o Itamaraty teria tentado, tanto durante o primeiro mandato de Trump quanto no governo Biden, um acordo para liberar os brasileiros do uso humilhante de algemas pelo corpo. Mas outros relatos mostram que o aparato diplomático brasileiro nos EUA atuou contra os direitos de seus cidadãos para favorecer as autoridades norte-americanas.

O acordo de Bolsonaro para retomar as deportações humilhantes passou despercebido, ao contrário do escândalo que gerou a medida que acabou com a necessidade de visto para turistas americanos, sem a tradicional reciprocidade. Uma decisão, complementando a outra, evidencia a que o Brasil foi reduzido: uma colônia de onde bancos e indústrias dos EUA recolhem as riquezas, desgraçando o país, gerando miséria e êxodo, e cujos cidadãos são tratados como animais por tentarem uma nova vida na metrópole. Já os superiores estadunidenses vêm ao Brasil desfrutar de prostitutas e água de coco.

Fulgencio Batista sentiria inveja de Bolsonaro.

*Eduardo Vasco/Diálogos do Sul

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Mundo

Grande fornecedor dos EUA: Trump vai taxar em 25% todo aço e alumínio do Brasil

De acordo com o presidente Donald Trump, anúncio sobre as novas tarifas será feito na segunda-feira (10/2).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que vai aplicar taxas de 25% sobre todas as exportações norte-americanas de aço e alumínio. A declaração foi realizada neste domingo (9/2), enquanto o republicano viajava para Nova Orleans, onde deve acompanhar o Super Bowl.

Guerra tarifária de Trump

  • Desde quando assumiu a Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, Trump iniciou uma guerra tarifária como forma de impor os interesses dos EUA.
  • Até o momento, México, Canadá e China já tiveram seus produtos taxados pelo novo presidente norte-americano.
  • As medidas levaram os governos do México e do Canadá a recuar, aceitando os termos de Trump para que as medidas fossem suspensas temporariamente.

De acordo com o presidente dos EUA, a medida vai atingir importações de metal de todos os países. Trump afirmou que deve anunciar formalmente a decisão nesta segunda-feira (10/2).

“Qualquer aço que entrar nos Estados Unidos terá uma tarifa de 25%”, declarou o presidente republicano, sem deixar claro quando a medida entrará em vigor.

Caso confirmada, a decisão de Trump pode afetar diretamente o Brasil, que atualmente é um dos principais fornecedores de aço para os EUA.

Durante seu primeiro mandato presidencial, entre 2017 e 2021, Trump chegou a adotar a mesma medida e anunciou tarifas compra importações de aço e alumínio.

Na conversa com os jornalistas à bordo do avião presidencial norte-americano, o líder norte-americano ainda revelou que deve anunciar “tarifas recíprocas” contra países que taxam as importações dos EUA.

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Mundo

Venezuela denuncia outro roubo de avião pelos EUA: ‘ataque contra o país’

Os EUA, agora, especializam-se em roubo de avião, já não bastam os territórios alheios.

Aeronave estava retida desde ano passado na República Dominicana; segundo Caracas, apreensão foi determinada pelo secretário de Estado norte-americano Marco Rubio.

De acordo com Lorenzo Santiago, BdF, o governo da Venezuela denunciou nesta sexta-feira (07/02) o roubo de um outro avião pelos Estados Unidos. Dessa vez, a aeronave pertence à estatal petroleira venezuelana PDVSA. Segundo Caracas, a determinação da apreensão foi feita pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.

A aeronave estava retida desde o ano passado na República Dominicana. O próprio Marco Rubio fez uma visita ao avião de modelo Dassault Falcon 200 no Aeroporto Internacional La Isabela, na capital Santo Domingo, onde está desde que foi apreendido enquanto fazia manutenção. A Casa Branca afirma que o avião foi detido porque era usado para “evadir as sanções”.

Segundo a Bloomberg, a aeronave era usada pela vice-presidente, Delcy Rodríguez, e outros funcionários do primeiro escalão do governo venezuelano. Ainda de acordo com a publicação, ele era usado para viagens para Grécia, Rússia, Cuba, Nicarágua e Turquia.

O governo venezuelano afirmou que a decisão do governo estadunidense é um “flagrante roubo” e responsabilizou o secretário de Estado pela medida. Ainda de acordo com a chancelaria venezuelana, Rubio tem “ódio” do governo chavista e adota uma postura “criminosa” dentro da política estadunidense.

“O ódio de Rubio pela Venezuela agora o levou ao crime aberto, confiscando ilegalmente um avião da PDVSA com a cumplicidade do governo fantoche da República Dominicana. Este ataque à Venezuela mostra que Rubio nada mais é do que um criminoso disfarçado de político, usando sua posição para saquear e despojar nosso país de seus bens. Seu ódio faz dele um criminoso internacional, capaz de violar qualquer regra para prejudicar nosso país”, afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela afirmou que tomará as “medidas necessárias” para denunciar o roubo e exigir a devolução das aeronaves.

O adido nacional para Investigações de Segurança Interna (HSI) do Departamento de Segurança Interna, Edwin Lopez, afirmou que a embaixada dos EUA no Panamá consertou o avião e enviará para Miami nos próximos meses.

O caso é parecido com a apreensão de outro avião venezuelano, realizado em 2024 pela Casa Branca, mas na gestão de Joe Biden. Na ocasião, a aeronave da companhia estatal Emtrasur estava na Argentina, foi apreendida pelos Estados Unidos e levada para a Flórida. O Boeing 747 foi retido no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, em junho de 2022, por causa de um tratado de cooperação judicial entre a Argentina e os EUA.

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Economia

Pochmann vai ao ponto: O que ameaça a dívida pública no Brasil é a taxa de juros

Não só a dívida pública, mas todo o sistema econômico.

O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, aponta que 96% do déficit fiscal brasileiro é resultado da despesa financeira com o serviço da dívida.

Isso é uma loucura!

A ameaça maior sobre a dívida pública brasileira segue sendo a despesa financeira, não a operacional. Para os 8% do PIB estimados de déficit nominal nas contas públicas, 96% do total decorrem da super despesa com juros sobre o estoque da mesma dívida pública (estimada em 7,7% do PIB)”, afirmou Pochmann.

Ele foi ainda mais didático e certeiro: a situação das contas externas do país permanece estável. Ele informou que os investimentos diretos estrangeiros no Brasil devem fechar em torno de 70 bilhões de dólares, enquanto o superávit na balança comercial pode alcançar 65 bilhões de dólares.

“Ou seja, uma soma de entrada de recursos em moeda externa em cerca de 135 bilhões de dólares, o que supera em 2,5 vezes a saída de recursos externos do Brasil por meio do déficit em transações correntes anual estimado em 54 bilhões de dólares”

Pochmann concluiu que as reservas externas do Brasil continuarão a crescer, apesar dos possíveis ataques especulativos contra o real. “As reservas externas seguirão crescendo, não obstante o ataque especulativo contra o real”, completou.

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Mundo

Perigo atômico: a bomba israelense contra os palestinos e a indústria nuclear no Brasil

A dissuasão como estratégia para manter a paz é uma ilusão; em vez de evitar conflitos, a disponibilidade de armas nucleares é um convite a usá-las.

Em um mundo à beira de uma catástrofe nuclear e, tendo ainda de enfrentar a emergência climática com a resistência de grandes corporações em abolir o uso do principal responsável pelo aquecimento global, os combustíveis fósseis, a população mundial se depara diante de um impasse que coloca em risco a existência dos moradores do planeta.

Desde a criação de armas de destruição em massa, as chamadas bombas atômicas, o mundo se curvou perante alguns países que detém a tecnologia e fabricam tais artefatos (USA, Rússia, França, Reino Unido, China, Israel, Paquistão, Índia e Coreia do Norte).

O urânio natural encontrado na natureza é composto de 99,3% de urânio-238 e apenas 0,7% de urânio-235, combustível explosivo (fissionável). Para a fabricação da bomba é necessário aumentar a quantidade de urânio-235. Isto é feito separando o urânio-235 do urânio-238, atingindo níveis acima de 80%. Este processo é denominado de enriquecimento isotópico, e a ultracentrifugação é a tecnologia mais utilizada neste processo. Para a produção de energia elétrica em usinas que utilizam o urânio-235, seu nível de enriquecimento deve ser em torno de 3 a 4%.

A bomba (urânio) foi usada como arma pela primeira vez em 6 de agosto de 1945, contra Hiroshima, e a segunda bomba (plutônio) em 9 de agosto de 1945, contra Nagasaki, cidades japonesas. Segundo estimativas, juntas elas mataram mais de 200 mil pessoas. Desde então não foi mais utilizada em guerras e conflitos, até nos dias atuais, com denúncias internacionais de uso da bomba por Israel na guerra contra os palestinos.

A acusação, com fortíssimos indícios de veracidade, segundo o noticiário internacional, é de que em 16/12/2024, Israel lançou em uma zona montanhosa, próximo a cidade de Tartus, uma bomba nuclear tática, de fabricação americana, a B61, provavelmente a variante Mod 11, destinada a destruição de bunkers, de penetração no solo. Localizada na parte ocidental da Síria, na fronteira com o Líbano, a 220 quilômetros a noroeste de Damasco, está situada na costa do Mediterrâneo e conta com uma população de cerca de 450 mil habitantes.

Segundo relatos divulgados, a bomba lançada provocou um abalo sísmico de 3 graus na Escala Richter (escala de magnitude), sentido no Chipre e na Turquia. Além de picos de radiação, medidos por centros de monitoramento do clima. O artefato nuclear, caso seja confirmado, mesmo com poder explosivo reduzido, provocará uma série de efeitos devastadores, incluindo: calor, onda de choque e radiação ionizante, que pode causar câncer, doenças graves e mortes.

Lamentavelmente, pelas denúncias, nem sempre divulgadas pelas agências de imprensa do Ocidente, a suspeita é que o atual governo de extrema direita de Israel tem usado tudo que as convenções internacionais proíbem, como as Convenções de Haia (1899 e 1907), que regulamentam a condução das hostilidades, e a de Genebra (1949), que protegem as vítimas da guerra – doentes e feridos, náufragos, prisioneiros de guerra, civis em territórios inimigos e todos os civis que se encontrem em territórios de países em conflito. O uso de balas dum-dum, bombas incendiárias, fósforo branco, bombas de fragmentação, são artefatos recorrentemente utilizados, segundo denúncias. Então, usar armas nucleares não seria nenhum espanto, nem novidade.

Confirmado o uso da bomba no atual conflito, a guerra deixa de ser convencional (considerada regular?), para passar a ser irregular, se caracterizando como um extermínio étnico, limpeza étnica, genocídio. Seria mais um passo para atingir os objetivos de avanços e controle de territórios palestinos que contam com reservas consideráveis de petróleo e gás, na área C da Cisjordânia (costa do mediterrâneo) e ao longo da Faixa se Gaza. Tais informações podem ser encontradas no estudo O Custo Econômico da Ocupação do Povo Palestino: O Potencial Não Realizado de Petróleo e Gás Natural, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

O uso da violência nos conflitos armados, sobretudo quando os Estados Nacionais não estão envolvidos, de forma direta, permite que sejam cometidas atrocidades com incomensuráveis consequências não só para os povos envolvidos, mas para toda a humanidade.

O perigo nuclear que nos ronda está não somente na fabricação e uso de bombas nucleares, mas também na proliferação de usinas nucleares para produção de energia elétrica, as chamadas usinas nucleoelétricas. Tais usinas, utilizando como combustível o urânio-235, enriquecido a 4%, aproximadamente, produzem resíduos altamente radioativos, nocivos à saúde humana por milhares de anos. Um dos resíduos produzidos é o plutônio-239, isótopo físsil utilizado na bomba lançada em Nagasaki.

O Brasil domina a tecnologia do ciclo do combustível nuclear, mas não fabrica armas nucleares, pois além do veto explícito na Constituição de 1988, também é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1998. O que preocupa, é que segundo a World Nuclear Association, o Brasil é uma das 13 nações capazes de enriquecer o minério. Para a fabricação da bomba atômica tupiniquim, seria necessário realizar uma reconfiguração, aumentando o número de centrífugas na fábrica de Combustível Nuclear (FCN) da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada em Resende (RJ). Além de uma mudança constitucional e o abandono do TNP.

Um aspecto a ser ressaltado que está presente na cabeça dos militares e de muitos civis no país, é a fabricação da bomba atômica tupiniquim. E, assim, o Brasil entraria no clube fechado dos países detentores dessa arma. Durante o governo da extrema-direita, em 2019, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, em uma palestra declarou explicitamente ser a favor do país ter a bomba, alegando “que assim a paz seria garantida”. Este parlamentar foi nada menos do que um dos filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro.

*Heitor Scalambrini Costa/Diálogos do Sul