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‘Esta é uma guerra contra as crianças’, diz porta-voz da Unicef em Gaza

Em vídeo publicado em suas redes sociais, James Elder mostrou situação dramática de menores refugiados em um hospital durante retomada da ofensiva israelense ao território palestino.

“A humanidade desistiu das crianças de Gaza?”, perguntou o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nesta sexta-feira (01/12), quando o exército israelense decidiu retomar os ataques na Faixa de Gaza nas primeiras horas do dia, reiniciando novos e intensos bombardeios aéreos contra o povo palestino. Segundo James Elder, a guerra em Gaza é uma “guerra contra as crianças”.

Dentro de um hospital superlotado da região, sem capacidade de receber mais pessoas, o porta-voz do órgão fez duras críticas com relação à impotência da comunidade internacional, ao afirmar que “a falta de ação daqueles que têm influência está permitindo o assassinato de crianças”.

Elder chegou a explicar o drama enfrentado nas instalações hospitalares e pelas equipes de saúde no território, especialmente no que diz respeito ao atendimento de crianças, uma vez que tratar lesões como queimaduras e fraturas está se tornando cada vez mais difícil: “aceitar o sacrifício das crianças em Gaza significa que a humanidade desistiu”.

https://twitter.com/i/status/1730475560323678402

m outro momento do vídeo, o porta-voz mencionou que um recente ataque aéreo a 50 metros do “maior hospital que ainda está em funcionamento” no território:

“Este hospital simplesmente não pode receber mais crianças feridas de guerra, há crianças por toda parte. Essas crianças estão dormindo. Havia uma bomba literalmente a 50 metros daqui”, desabafou em um vídeo publicado pela plataforma X (ex-Twitter), antes de descrever as feridas sofridas pelas crianças durante o ataque de Israel.

‘Um cemitério para milhares de crianças’
Gaza é um “cemitério de crianças”, afirmou Elder, em comunicado à imprensa, há um mês, quando os ataques israelenses ganharam intensidade sob a prerrogativa de “eliminar o Hamas”. Na ocasião, o funcionário descreveu que “Gaza se tornou um cemitério para milhares de crianças”, acrescentado que o território é “um verdadeiro inferno a todos”.

O bloqueio de direitos básicos à sobrevivência humana como água, por parte de Israel, deixando sob risco a vida de mais de um milhão de crianças palestinas por problemas de desidratação, foi uma das questões abordadas por Elder.

“Nosso maior medo era o número de crianças mortas se tornando dezenas, depois centenas e, finalmente, milhares, foi concretizado em apenas duas semanas”, lamentou o porta-voz da Unicef, que exigiu o fim dos bloqueios israelenses no território.

“Sem cessar-fogo – nem água, nem medicamentos, nem libertação das crianças sequestradas – avançaremos em direção a desastres maiores que vão seguir atingindo crianças inocentes”, declarou o funcionário do fundo ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).

As negociações entre o Estado de Israel e o movimento de resistência palestina Hamas sobre a trégua na Faixa de Gaza continuam sendo mediadas pelo Catar e o Egito.

Nesta quinta-feira (30/11), ambas as partes concordaram em estender a pausa humanitária pelo oitavo dia, mas sem nenhuma confirmação oficial. A trégua expirou nesta sexta-feira (01/12). Pouco depois, Israel voltou a atacar Gaza, com uma série de bombardeios.

O porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza confirmou que pelo menos 60 pessoas foram atingidas pelo exército comandado por Tel Aviv desde que a trégua expirou.

*Opera Mundi

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Israel volta a atacar palestinos na Faixa de Gaza

Israel retomou as operações de combate contra o Hamas em Gaza nesta sexta-feira. O governo israelense acusou o grupo militante palestino de lançar foguetes contra Israel e de não cumprir um acordo de libertação de todas as mulheres mantidas como reféns, violando o acordo de trégua temporária, segundo reportagem da Reuters.

A trégua de sete dias, que começou em 24 de novembro e foi prorrogada duas vezes, permitiu a troca de dezenas de reféns mantidos em Gaza por centenas de prisioneiros palestinos e facilitou a entrada de ajuda humanitária na faixa litorânea devastada. Israel interceptou um foguete lançado de Gaza na hora anterior ao término da trégua, marcado para as 7h (05h00 GMT). Não houve comentários imediatos do Hamas ou reivindicação de responsabilidade pelo lançamento.

Segundo o escritório do Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu, “Com a retomada dos combates, enfatizamos: o governo de Israel está comprometido em alcançar os objetivos da guerra — libertar nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca mais represente uma ameaça aos residentes de Israel”.

O Hamas manteve uma postura desafiadora. Ezzat El Rashq, membro do escritório político do Hamas, declarou no site do grupo: “O que Israel não conseguiu durante os cinquenta dias antes da trégua, não conseguirá continuando sua agressão após a trégua”.

Relatos da mídia palestina e do ministério do interior de Gaza indicaram ataques aéreos e de artilharia israelenses em toda a região após o término da trégua, incluindo em Rafah, perto da fronteira com o Egito. Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, um testemunho da Reuters relatou ouvir intensos bombardeios e ver fumaça subindo a leste da cidade.

Além disso, o canal de notícias al-Jazeera relatou várias mortes e feridos devido a ataques aéreos e bombardeios israelenses. O exército de Israel confirmou que seus jatos estavam atacando alvos do Hamas em Gaza. Imagens nas redes sociais mostraram grandes colunas de fumaça escura subindo sobre o acampamento densamente povoado de Jabalia em Gaza.

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Órgão de segurança da Europa virou apêndice da Otan, acusa Lavrov

Declaração de chanceler russo parte de análise dos privilégios que Ocidente entrega à Otan em detrimento da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, acusou nesta quinta-feira (30/11) que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) está virando “um apêndice da Otan e da União Europeia”.

O chanceler afirmou que a organização atualmente se encontra em um “estado deplorável” devido aos privilégios que o Ocidente dá à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“É certo que a organização está à beira de um precipício”, analisou Lavrov ao questionar se investir na revitalização do ´órgão seria útil e efetivo.

A declaração do chanceler fez referência ao iminente aniversário de 50 anos da ata final de Helsinque, acordos que estabeleceram a OSCE. E segundo ele, é lamentável constatar que “a OSCE se aproxima desta data de aniversário num estado deplorável e que as suas perspectivas permanecem sombrias”.

Na análise do chefe da diplomacia russa, após a Guerra Fria havia um potencial da OSCE para ser explorado no âmbito da cooperação europeia unificada, no entanto “as elites políticas ocidentais, que assumiram o direito de decidir o destino da humanidade, tomaram uma decisão míope, não a favor da OSCE, mas a favor da Otan”.

Lavrov ainda afirmou que os próprios países da União Europeia “destruíram com as próprias mãos a dimensão político-militar” da OSCE. A declaração do chanceler faz referência aos ataques da Otan contra a Iugoslávia, que era membro da OSCE em 1999 e à separação de Kosovo da Sérvia em 2008 sem o respaldo de referendo.

*Opera Mundi

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Morre Henry Kissinger, o Nobel da Paz que mais fez da guerra a sua vida

Uma das personalidades mais influentes na política externa norte-americana desde os anos 1960, o diplomata faleceu aos 100 anos, em Connecticut (EUA).

Haroldo Ceravolo Sereza

Morreu em Connecticut (EUA), neste 29 de novembro de 2023, aos 100 anos, Henry Kissinger, diplomata, político e estrategista norte-americano. Kissinger é talvez a personalidade mais influente na política externa norte-americana dos anos 1960 para cá, tendo servido como secretário de Estado de dois presidentes republicanos, Richard Nixon e Gerald Ford, entre 1973 e 1977.

Nascido na Alemanha em 27 de maio de 1923, Kissinger migrou para os Estados Unidos, com a família, em 1938, fugindo do nazismo. Cinco anos depois, conseguiu a cidadania norte-americana. Serviu ao Exército norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial, a partir de 1943, e participou da ocupação do território alemão após o conflito.

Aluno de Harvard, Kissinger graduou-se, tornou-se mestre e doutor na instituição, entre os anos de 1950 e 1954. Também deu aulas de relações internacionais por quase duas décadas. Escreveu pelo menos 20 livros sobre temas como diplomacia, história e política.

Sob o comando de Kissinger, os Estados Unidos patrocinaram golpes de Estado aos borbotões, com destaque para o golpe contra o Chile de Salvador Allende em 1973. No mesmo ano, o secretário de Estado de Nixon negociava a paz no Vietnã, o que lhe rendeu um dos mais controversos Prêmios Nobel da Paz da história. Neste ano, também foi anunciado o prêmio para o negociador vietnamita, Le Duc Tho, que recusou o galardão.

A ditadura argentina, instituída em 1976, contou com sua bênção, assim como a uruguaia (1973) e o genocídio perpetrado pelo Paquistão contra a população de Bangladesh, durante sua guerra de independência. Também partiu de Kissinger o sinal verde para a invasão do Timor Leste pela Indonésia, em 1975.

Atribui-se a Kissinger, também, um papel central na organização da chamada Operação Condor, que articulou os sistemas repressivos das diferentes ditaduras do Cone Sul, incluindo o regime militar brasileiro.

No Brasil, tornou-se famosa a cena de Zuzu Angel, estilista que procurou pelo filho Stuart Angel, também cidadão norte-americano, desaparecido pela ditadura brasileira, entregando um dossiê sobre o caso a Kissinger, driblando a segurança presidencial de Geisel. Pouco depois do incidente, Zuzu foi assassinada num “teatrinho”: agentes da ditadura simularam um acidente automobilístico para matá-la. Nem Kissinger nem os Estados Unidos se moveram para localizar Stuart ou para que o assassinato de Zuzu fosse tratado como tal.

A influência de Kissinger, formalmente um defensor da “realpolitik” nas relações internacionais, permaneceu mesmo quando ele deixou o governo. Integrantes de seu gabinete fizeram parte de diferentes administrações norte-americanas. Também atuou como consultor em diversos organismos governamentais e criou uma empresa de consultoria, a “Kissinger Associates”, especializada em temas de relações internacionais.

O diplomata também teve um papel central na aproximação da China com os Estados Unidos (1969), nas negociações após a guerra do Yom Kippur (1973) e na relativa aproximação entre Estados Unidos e União Soviética, também durante os anos 1970 e 1980, o que resultou em acordos de controle da produção de arsenais nucleares.

Kissinger é considerado, por muitos, como um criminoso de guerra. O historiador Greg Grandin, da Universidade de Yale, estima que entre os anos de 1969 e 1976, morreram entre 3 a 4 milhões de pessoas em decorrência das políticas de Kissinger, fazendo dele uma das personalidades mais violentas da história do século XX.

*Opera Mundi

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ONU declara 2023 ano mais quente da História e cobra medidas na COP28 para evitar ‘colapso climático’

O planeta esteve tão quente este ano que, mesmo antes do fim, 2023 já foi declarado recordista de calor pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).

As temperaturas globais estiveram cerca de 1,4°C acima da média pré-industrial nos primeiros dez meses do ano, de acordo com o Relatório Provisório sobre o Estado do Clima Global de 2023 da OMM. Isso fornece certeza suficiente para declará-lo o ano mais quente já registrado, mesmo faltando um mês. A declaração serviu de aviso para negociadores climáticos reunidos em Dubai para a COP28.

— O aquecimento global recorde deve causar arrepios nas espinhas dos líderes mundiais e deve induzi-los a agir — disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, no Dubai, nesta quinta-feira, no início da conferência climática COP28. — Estamos vivendo um colapso climático em tempo real, e o impacto é devastador.

A OMM alertou que 2023 quebrou uma série de recordes climáticos, com condições meteorológicas extremas que deixaram “um rastro de devastação e desespero”.

— É uma cacofonia ensurdecedora de quebra de recordes — disse o chefe da OMM, Petteri Taalas. — Os níveis de gases de efeito estufa são recordes. As temperaturas globais são recordes. O aumento do nível do mar é recorde. O degelo marinho da Antártica está em níveis recordes.

Os riscos nunca foram tão elevados. Cientistas alertam que a capacidade de limitar o aquecimento a um nível administrável está em vias de escapar do alcance da humanidade.

Os acordos climáticos de Paris de 2015 visavam a limitar o aquecimento global a bem menos de dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais – e 1,5ºC, se possível. A OMM deverá publicar o seu relatório final sobre o Estado do Clima Global 2023 no primeiro semestre de 2024.

Mas a organização já disse que a diferença entre os primeiros dez meses deste ano e 2016 e 2020 – que anteriormente lideraram as paradas como os anos mais quentes já registrados – “é tal que é muito improvável que os últimos dois meses afetem a classificação”.

O relatório também mostrou que os últimos nove anos foram os mais quentes desde o início dos registros modernos.

— Isto é mais do que apenas estatísticas — disse Taalas. — Corremos o risco de perder a luta para salvar os nossos glaciares e controlar a alta do nível do mar. Não podemos regressar ao clima do século XX, mas devemos agir agora para limitar os riscos de um clima cada vez mais inóspito neste e nos próximos séculos, diz O Globo.

A OMM alertou que o aquecimento do fenômeno climático El Niño, que surgiu em meados do ano, “provavelmente aumentará ainda mais o calor em 2024”.

Isto porque o padrão climático natural, normalmente associado ao aumento do calor em todo o mundo, geralmente aumenta as temperaturas globais no ano seguinte ao seu desenvolvimento.

O relatório preliminar também concluiu que as concentrações dos três principais gases com efeito de estufa que retêm o calor – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – atingiram níveis recorde em 2022, com dados preliminares indicando que os níveis continuaram a crescer este ano.

Os níveis de dióxido de carbono foram 50% superiores aos da era pré-industrial, disse a agência, o que significa que “as temperaturas continuarão a subir durante muitos anos”, mesmo que as emissões sejam drasticamente reduzidas.

A taxa de alta do nível do mar na última década foi mais que o dobro da taxa da primeira década de registros de satélite (1993-2002), afirmou a OMM. E o nível máximo de gelo marinho da Antártida este ano foi o mais baixo já registrado.

Na verdade, foi menos um milhão de quilômetros quadrados do que o recorde anterior, registrado no final do inverno do hemisfério sul, afirmou a OMM – uma área maior do que a França e a Alemanha juntas.

Impactos socioeconômicos dramáticos acompanham esses registros climáticos, dizem os especialistas, incluindo a diminuição da segurança alimentar e os deslocamentos em massa de população.

— Este ano vimos comunidades em todo o mundo atingidas por incêndios, inundações e temperaturas escaldantes — disse o secretário-geral da ONU, Guterres, numa mensagem de vídeo.

Ele apelou aos líderes reunidos no Dubai para que se comprometessem com medidas dramáticas para controlar as alterações climáticas, incluindo a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e a triplicação da capacidade de energia renovável.

— Temos o roteiro para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC e evitar o pior do caos climático — disse ele. — Mas precisamos que os líderes deem o tiro de partida na COP28, numa corrida para manter vivo o limite de 1,5 graus.

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Vídeo: Ataque a ponto de ônibus em Israel deixa ao menos cinco mortos

Cinco pessoas acabaram mortas e seis ficaram feridas após um ataque a um ponto de ônibus na entrada de Jerusalém, na fronteira leste de Israel. Além dos dois autores dos tiros, duas mulheres e um homem perderam a vida na manhã desta quinta-feira (30/11), horário local (por volta das 2h40 da madrugada de Brasília).

De acordo com a polícia, dois homens armados desceram de um veículo na rua Weizman, na entrada principal de Jerusalém, e abriram fogo. Dois soldados fora de serviço e um civil armado responderam e mataram os terroristas, identificados como membros do Hamas.

Eles saíram do veículo com um rifle de assalto M-16 e uma pistola. Dentro do carro, a polícia ainda encontrou uma grande quantidade de munição.

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Breno Altman: regime sionista é inimigo da humanidade

Pessoas de todo o mundo, incluindo judeus, protestam contra atos de Israel.

(*) Artigo publicado originalmente na Folha de S. Paulo, em 28/11/2023

Um dos mais pobres recursos de polêmica é a tergiversação. O artigo de Alexandre Schwartsman nesta Folha (O que Breno Altman esconde?, 17/11) inscreve-se nessa infeliz tradição ao contestar um texto meu (Quem irá parar a mão assassina de Israel?, 13/11). O autor simplesmente se esquiva do debate mais urgente, assunto exclusivo daquelas linhas, sobre os meios para deter a carnificina israelense contra o povo palestino, especialmente na Faixa de Gaza, impondo imediato e permanente cessar-fogo.

Ávido por maquiar o terrorismo de Estado praticado por Israel, Schwartsman atabalhoadamente apela ao surrado truque sionista de comparar seus críticos aos propagadores de ódio contra judeus — algo insultante contra alguém, como eu, cuja família foi vítima do Holocausto.

Denuncia-me por ressaltar que “a maior causa do antissemitismo é o Estado colonial e racista de Israel”. Evidentemente me refiro ao período posterior à Segunda Guerra, quando a derrota do nazismo tornou residual e criminosa, na Europa, a perseguição contra judeus. O recrudescimento ocasional do antissemitismo, desde então, está diretamente vinculado ao papel opressivo do sionismo, causando uma repulsa que lamentavelmente não diferencia essa corrente e o judaísmo.

Acusa-me de pregar a “liquidação do Estado de Israel”, resgatando um comentário no qual defendo o fim do regime sionista, com sua substituição por um Estado único, laico e democrático para a Palestina, na qual vivam todos os povos da região, com os mesmos direitos.

Essa proposta nada tem de novidade, sendo advogada tanto por forças palestinas quanto israelenses. Até mesmo para a solução dos dois Estados, considerada morta por muitos estudiosos, seria obstáculo intransponível a persistência, em Israel, de um sistema ditado por supremacia étnico-religiosa, dominação colonial e apartheid. Basta ver a dinâmica de expansionismo e limpeza étnica que marca a história desse Estado desde os primórdios, alimentando a espiral de violência.

Observemos o que se passou desde os Acordos de Oslo, em 1993: cerco marcial dos territórios ocupados, multiplicação dos assentamentos judaicos nessas áreas, controle da água e energia elétrica, monopólio de impostos e moeda, escalada da repressão. São 30 anos de negação à autodeterminação dos palestinos, a comprovar que nunca foi verdadeiro o compromisso dos sionistas com essa perspectiva.

Meu crítico parece inspirado pelo cinismo dos pactos dilatórios. “O caminho para a paz”, afirma, “requer a retirada israelense da Cisjordânia, provavelmente com uma permuta justa de terras”. Nada diz sobre a Faixa de Gaza e Jerusalém ou igualdade de direitos. De tão honesto em seus propósitos, tampouco se refere aos mais de 600 mil colonos judeus e suas milícias armadas, que ocupam ilegalmente terras pertencentes aos palestinos.

Schwartsman vocaliza o chauvinismo típico de ideologias racistas e coloniais, que se torna mais agressivo na decadência. Antes protegido pela apropriação do Holocausto como álibi, o regime sionista, com as entranhas expostas pelo massacre contra palestinos, vive sua hora mais amarga. Milhões de pessoas, incluindo judeus, estão nas ruas de todo o mundo para repelir tantos atos de sangue, vingança e genocídio.

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Brasil cobra ação das Nações Unidas e defende solução política para o Oriente Médio

O governo brasileiro fez um duro pronunciamento nesta quarta-feira (29) sobre a crise no Oriente Médio, criticando a falta de liderança das potências mundiais e cobrando o Conselho de Segurança da ONU a assumir um papel mais ativo na busca pela paz. Também frisou que apenas um acordo político entre israelenses e palestinos pode garantir a segurança e a estabilidade na região.

As críticas foram feitas pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que participou de uma reunião do colegiado convocada para lidar com a crise no Oriente Médio no Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Em um discurso, porém, ele atacou abertamente a falta de união na comunidade internacional, informa Jamil Chade, no UOL.

Em sua avaliação, os acordos que estabeleceram uma trégua nos últimos dias em Gaza são “sinais de esperança”, mas não a solução por si só. O governo brasileiro defende que a criação de um Estado palestino reconhecido internacionalmente precisa fazer parte de um acordo de paz.

O chefe do Itamaraty também alertou para a desunião que permeou o Conselho de Segurança ao lidar com a crise. O órgão precisou de semanas até que um acordo fosse estabelecido. Para Vieira, há um “horror sem precedentes” em Gaza — e nem isso gerou uma resposta unida da comunidade internacional.

“Nós temos que nos unir e ser solidários com todos os necessitados. A situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina, é, no entanto, um dos assuntos mais vetados do Conselho de Segurança. Esse registro é um testemunho infeliz do fato de que, na maioria das vezes, as divergências triunfam sobre o interesse comum nesse órgão”, disse Vieira.

Segundo ele, “o conflito no Oriente Médio não desapareceu, pois os países não conseguiram se entender na ONU.

“O agravamento da situação entre Israel e a Palestina nos últimos anos não nos obrigou a nos unirmos e agirmos em prol do objetivo comum de alcançar a paz para os palestinos, israelenses e o povo do Oriente Médio em geral”, disse.

Para Vieira, o colegiado também tem responsabilidade ao não conseguir atingir seu objetivo de defender a paz e a segurança internacional

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Satélite norte-coreano fornece fotos de ‘áreas-alvo’ dos EUA e seus aliados, diz mídia

O líder norte-coreano Kim Jong-un estudou as últimas imagens de satélite de instalações militares sul-coreanas e norte-americanas.

Além de vários locais importantes da Coreia do Sul, o satélite espacial fotografou um porta-aviões dos EUA e várias bases militares dos EUA, informou a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA, na sigla em inglês).

Entre as principais “áreas-alvo” captadas nas imagens do satélite de reconhecimento norte-coreano, fornecidas a Kim Jong-un, estão as de Jinhae, Busan, Ulsan, Pohang, Daegu e Gangneung, na Coreia do Sul. As fotos foram tiradas durante a visita do líder norte-coreano ao centro de controle geral da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial em Pyongyang, no sábado (25).

Da mesma forma, a agência destacou que, durante o seu voo sobre a Península Coreana, o satélite conseguiu localizar o porta-aviões nuclear USS Carl Vinson da Marinha dos EUA, ancorado em um porto militar na cidade sul-coreana de Busan. Ele acrescentou que o navio não foi o único alvo norte-americano do veículo espacial, que também sobrevoou o Havaí, onde estão localizadas as bases navais de Pearl Harbor e a base aérea de Hickam, em Honolulu.
“Kim Jong-un elogiou e encorajou o pessoal da Administração

Nacional de Tecnologia Aeroespacial que está executando com responsabilidade e sucesso o projeto de gerenciamento detalhado do satélite de reconhecimento”, relatou a mídia norte-coreana.

Os membros do centro espacial apresentaram ao presidente norte-coreano um relatório detalhado sobre o estado dos preparativos para o início da referida missão, prevista para o dia 1º de dezembro, após alguns dias de ajustes.

Na última terça-feira (21), a Coreia do Norte lançou com sucesso e pôs em órbita o satélite de reconhecimento Malligyong-1, lançado por um novo tipo de veículo de lançamento Chollima-1 a partir do centro espacial de Sohae, no oeste do país, perto da fronteira com a China.

O foguete voou de acordo com a trajetória planejada e colocou o satélite em órbita 705 segundos após seu lançamento.

*Sputnik

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Palestinos em Gaza: “Nossos bairros foram varridos da face da terra”

Milhares de palestinos tentam voltar para casa na Faixa de Gaza durante trégua entre Israel e o grupo extremista Hamas.

Mulheres e crianças, 39 no total, foram liberadas de prisão israelense nessa sexta-feira (24/11). Jornalistas da agência AFP viram ônibus saindo da prisão israelense de Ofer, na Cisjordânia ocupada, para onde os prisioneiros palestinos foram transferidos, com o objetivo de serem libertados.

Vinte e oito deles foram levados para a Cisjordânia, enquanto outros 11 foram levados para Jerusalém Oriental ocupada, disse a Prisoners’ Club, ONG que defende os prisioneiros palestinos, diz o Metrópoles.

O grupo incluía 15 menores e 24 mulheres, de acordo com a lista divulgada pela Comissão de Prisioneiros da Autoridade Palestina. As autoridades prisionais israelenses confirmaram a libertação de 39 palestinos de “três prisões”, duas na Cisjordânia ocupada, e uma em Israel.

“Quando voltamos, ficamos surpresos com a extensão dos danos em nosso bairro. Encontramos vários mísseis que não haviam explodido, o que representava um perigo real para nossas vidas. Você não pode imaginar o horror da destruição”, diz um dos jovens palestinos, entrevistados pela RFI no local.

Mais palestinos falam de destruição
Os testemunhos de terror continuam. “Nossos bairros foram varridos da face da terra – a destruição é imensa, mais de 90% das casas foram completamente destruídas”, conta um outro.