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Recusa de Trump em aceitar derrota, analistas veem como golpe de Estado em formação

Insistência do presidente dos EUA em repetir alegações de fraude sem comprovação nas eleições americanas provoca crise institucional em Washington; mesmo que golpe não se consuma, especialistas veem risco de presidente minar confiança nas instituições.

WASHINGTON — A insistência do presidente dos Estados Unidos em repetir alegações de fraude sem comprovação nas eleições americanas elevou a tensão política em Washington. Em ciclos eleitorais passados, a equipe de transição já começava a se reunir com o governo anterior e a compartilhar informações preparando o caminho para a nova gestão. Com a recusa de Donald Trump em aceitar a derrota para Joe Biden, a preocupação institucional cresce, e a palavra “golpe” passa a integrar o léxico de analistas que tentam entender o momento atual.

— Ainda não estamos em uma situação similar à de Venezuela ou Bolívia, mas as pessoas não estão levando os comentários de Trump a sério porque isso nunca aconteceu aqui antes. Do meu ponto de vista, é um golpe em formação — diz o professor de História da Universidade de Georgetown Erick Langer. — Quando você demite seu ministro da Defesa, tentando conseguir lealdade no Exército para seguir suas ordens, isso soaria alarmes na América Latina e em qualquer outro país se acontecesse, e deveria provocar a mesma reação aqui também.

Na segunda-feira, primeiro dia útil de Joe Biden como presidente eleito, dia que escolheu para anunciar a equipe responsável por lidar com a pandemia do coronavírus a partir de 20 de janeiro, Trump tentou roubar os holofotes anunciando a demissão de seu secretário de Defesa, Mark Esper, pelo Twitter. Ontem, foi a vez do secretário de Estado, Mike Pompeo, chamar a atenção para si. Disse que haverá uma “transição suave” para um segundo mandato de Trump no país.

O professor da Universidade de Georgetown acredita que a expectativa é que as instituições sejam fortes o suficiente para impedir que um golpe aconteça, mas afirma que não é possível saber o desfecho.

— A pergunta aqui, como na América Latina no passado, é: os militares vão aceitar ir adiante com isso?

Papel dos militares

A relutância do presidente e do Partido Republicano — apenas cinco senadores republicanos reconheceram o resultado até o momento— em aceitar o resultado das eleições trará perda de credibilidade moral para falar sobre democracia em outros países, acredita Langer. O professor também compara a atual situação do país com golpes militares do passado na América Latina.

— Só o fato de que, nos EUA, a mesma pergunta que se coloca é uma que se colocou no passado no Brasil, na Argentina, no Chile, na Bolívia, no Peru e em todos esses países, na África, e os militares serem o fator determinante para se teremos democracia ou não, isso é muito perigoso, porque eles não deveriam nem ser colocados nessa posição.

O professor da Universidade Harvard Steven Levitsky acredita que as Forças Armadas nos EUA não se prestariam a uma “aventura” como esta, mas diz que é impossível ter certeza, pois o país nunca esteve em situação similar.

 

*Com informações de O Globo

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Com 580 mortes por Covid-19 em 24 horas, Itália tem maior número desde abril

As informações são da Agência Ansa.

A Itália registrou 580 óbitos em decorrência do coronavírus Sars-CoV-2 nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (10), elevando as mortes para 42.330 desde fevereiro. O número é o mais alto registrado no país desde 14 de abril, quando 602 mortes foram contabilizadas.

Conforme o boletim, o país ainda teve 35.098 novos contágios no período, se aproximando da marca de um milhão de casos desde o início da crise sanitária de Covid-19. Ao todo, são 995.463 contaminações computados desde fevereiro pelo Ministério.

O aumento de casos ativos – que desconsideram curas e mortes – foi de 2,9% na comparação com a segunda-feira (9) e somaram 16.776 em um dia. Com isso, são 590.110 pessoas que lutam contra a doença neste momento no país.

Nesta terça, o que chamou bastante a atenção foi o aumento de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs): foram 122 em apenas 24 horas, totalizando 2.971 pessoas internadas em unidades do tipo em todo o país. A maioria delas está internada na região da Lombardia (708), seguida por Piemonte (325), Lazio (257), Toscana (242) e Emilia-Romagna (215).

Além dos internados em UTIs, há 28.633 pacientes hospitalizados em outros departamentos médicos e ainda 558.506 em isolamento domiciliar.

 

*Com informações do DCM

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Trump bloqueia acesso da equipe de Biden a dados e recursos para iniciar transição

Equipe do republicano se recusa a assinar documento que permite ao democrata receber dinheiro e acesso a prédios federais.

Washington – O governo Donald Trump bloqueou o acesso da equipe do presidente eleito, Joe Biden, a informações e recursos para que seja iniciada a transição de poder nos EUA.

O time de Trump se recusa a assinar, como é de praxe, uma carta oficial que permite ao democrata iniciar formalmente a transição após ter sido declarado vencedor da disputa presidencial.

O movimento é mais um exemplo de como o republicano usa o governo para atender a seus interesses, já que a chancela seria um reconhecimento da vitória do democrata, o que Trump se recusa a fazer.

Nos EUA, assim que um novo presidente é eleito, a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) autoriza de maneira formal o início da transição. A agência assina uma carta que libera recursos para pagamento de salários e apoio administrativo aos novos funcionários, além do acesso à burocracia americana —neste ano, o valor total é estimado em US$ 9,9 milhões (R$ 52,97 milhões).

O processo funciona assim desde 1963, quando a Lei de Transição Presidencial foi promulgada e, até agora, começava sempre horas ou dias depois de um novo presidente ser declarado eleito.

Em 2016, Barack Obama, por exemplo, concedeu rapidamente a transição a Trump e, inclusive, recebeu o republicano na Casa Branca após o resultado da eleição que o declarou vencedor sobre Hillary Clinton.

A equipe de Biden já recebeu autorização para estabelecer um escritório de transição na sede do Departamento de Comércio, em Washington, mas todos os outros acessos e recursos para iniciar formalmente o trabalho dependem da carta assinada pela GSA.

Caso o impasse se prolongue por mais tempo, esta seria a primeira vez que uma transição sofre esse tipo de atraso na história moderna dos EUA, com exceção a 2000, quando a disputa entre George W. Bush e Al Gore foi decidida na Suprema Corte, que interrompeu a recontagem de votos na Flórida.

A checagem das cédulas atrasou a divulgação dos resultados e, portanto, a transição.

A equipe de transição é geralmente composta por quadros técnicos, e não políticos, e pode ter acesso, inclusive, a informações confidenciais do governo incumbente. Dessa forma, a nova equipe ganha acesso aos prédios do governo, aos sistemas de computador, endereço de e-mail e já começa a trabalhar com o time em exercício, que transmite prioridades, projetos e riscos de cada agência oficial americana.

A equipe de Biden pressiona para que a GSA reconheça rapidamente o democrata como presidente eleito e inicie os trâmites formais. Apesar dos entraves, Biden correu para ocupar o espaço político e anunciou, ainda em seu primeiro discurso como presidente eleito, no sábado (7), que iria lançar uma força-tarefa nesta segunda (9) para o combate da pandemia de coronavírus.

Durante a campanha, o democrata disse que queria começar a trabalhar no dia 1, e essa dificuldade inicial no período de transição, sem acesso a informações importantes do governo, além de ser simbólica, pode ter efeitos práticos, atrapalhando os planos do democrata.

Ainda assim, Biden tem sido aconselhado por assessores a seguir com o processo normalmente, anunciando os nomes e as prioridades de sua equipe de transição. A nomeação de seu secretariado, porém, pode ser prejudicada caso Trump continue esticando a corda.

Diferentemente do que acontece no Brasil, onde o presidente tem o poder de escolher seus ministros livremente, nos EUA a indicação para o gabinete precisa ser aprovada pelo Senado. A transição poderia adiantar a verificação de antecedentes, por exemplo, uma exigência do FBI, sobre nomes que Biden cogita para o primeiro escalão. Segundo o jornal The Wall Street Journal, para além do secretariado, a transição de Biden vai precisar preencher cerca de 4.000 cargos na nova administração.

Trump não reconheceu a derrota e insiste, sem apresentar provas, que a eleição foi fraudada. Apesar da pressão que tem sofrido por parte de aliados e familiares para mudar de postura, pretende seguir dificultando a transferência do cargo —e promete novas ações judiciais para contestar a eleição.

No entanto, mesmo auxiliares próximos do presidente já afirmam, nos bastidores, que não há força para levar essa empreitada adiante sem evidências de que houve irregularidades no pleito. A posição do presidente, porém, deixa Emily Murphy, chefe da GSA, em compasso de espera.

Biden foi declarado presidente eleito pelas projeções da imprensa americana após ultrapassar os 270 dos 538 votos necessários para vencer no Colégio Eleitoral —sistema indireto que escolhe o líder americano. A votação formal do colégio acontece em 14 de dezembro, e a posse do novo presidente, em 20 de janeiro.

 

*Com informações da Folha

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Kamala Harris: As mulheres negras são a espinha dorsal da nossa democracia

Vice-presidente eleita fez seu primeiro discurso após a vitória com destaque para a importância das mulheres negras na sociedade e especialmente sobre o voto. “Eu sou a primeira mulher, mas não serei a última”.

“Toda pequena criança assistindo, vê que esse é um país de oportunidades. Deixamos uma mensagem clara: sonhe e se veja como nunca te viram antes”, começou Kamala. “Para os americanos, não importa em quem você votou. Eu serei uma vice leal, preparada e pensando em você todo dia. É agora que o trabalho começa”.

Ao lado de Kamala, Joe Biden garantiu um eleitorado mais diverso. Durante a campanha, ela mobilizou mulheres e minorias para que votassem nas eleições americanas.

A vice-presidente também afirmou que a democracia do país estava na balança: “Vocês garantiram um novo dia para os Estados Unidos”. A declaração foi dita hoje durante evento que reuniu eleitores para comemorar o resultado.

“Antes de morrer, John Louis escreveu que a democracia é um ato”, começou Kamala. “Proteger nossa democracia é difícil, mas há alegria no progresso. Nós temos o poder de lutar por um futuro melhor e nossa democracia estava na balança. Vocês garantiram um novo dia para os EUA”.

Joe Biden foi eleito o 46º presidente dos Estados Unidos na tarde deste sábado (7). Após vitória na Pensilvânia, o democrata reuniu 273 delegados – três a mais do que o necessário para ganhar o pleito – e derrotou o republicano Donald Trump, que tentava a reeleição.

Durante o evento, Kamala agradeceu ao time que participou da campanha democrata e também aos eleitores. “Obrigada por baterem recorde de votos para que suas vozes fossem ouvidas”, disse a vice-presidente.

Ela também criticou a gestão de Donald Trump.

“Eu sei que tem sido uma batalha. Por 4 anos, você lutou por igualdade e justiça, por nossas vidas e pelo planeta. E então você votou!”, começou ela. “[Os votos] entregaram uma mensagem clara: vocês escolheram esperança, unidade, ciência e, sim, a verdade. Você escolheu Joe Biden como o próximo presidente”.

A vice-presidente também elogiou o novo presidente: “Ele é um unificador. A experiência de perda o deu uma noção de propósito. É um homem de grande coração e Jill será uma primeira-dama incrível”. Kamala ainda destacou a atitude de Biden ao escolhê-la como vice: “ele quebrou uma barreira”.

Ela também agradeceu o apoio da família:

“Para o meu marido Doug e aos nossos filhos: amo vocês mais do que posso dizer. À mulher mais responsável por eu estar aqui, minha mãe, que sempre estará nos meus corações. Quando ela veio da Índia, ela não imaginava esse momento, mas ela acreditava que um momento desses seria possível”, afirmou Kamala. “Eu penso nela e nas gerações de mulheres negras, asiáticas, brancas, latinas, que fizeram história nos Estados Unidos. Mulheres que lutaram tanto por igualdade e liberdade para todos”.

 

*Com informações do Uol

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Perdeu Trump!: Joe Biden acaba de ser eleito presidente dos Estados Unidos

A informação foi dada por todos os veículos de comunicação dos Estados Unidos.

Joe Biden será o 46 presidente dos EUA, projetou a imprensa americana na manhã deste sábado após o ex-vice-presidente ser declarado vencedor na Pensilvânia, seu estado natal. Com os 20 votos do estado no Colégio Eleitoral, Biden chegou a 273 delegados, três a mais que o necessário para ser o próximo comandante da Casa Branca.

Sua vice, Kamala Harris, também faz história ao ser a primeira mulher, a primeira pessoa negra e de ascendência indiana a assumir a Vice-Presidência dos EUA. O resultado, até o momento, foi confirmado pela ABC News, pela Associated Press, pela CNN e pela NBC News.

A apuração ainda está pendente no Arizona, em Nevada, na Geórgia na Carolina do Norte. À exceção deste último estado, Biden também é favorito para ganhar em todos os demais.

Leia mais: Campanha de desinformação sobre a eleição americana está em curso, e vem de dentro da Casa Branca

A campanha republicana entrou com ações judiciais na quinta para suspender a contagem em Michigan, Geórgia, Nevada e Pensilvânia, além de recontagem em Wisconsin, mas dois de seus pedidos já foram rejeitados pela Justiça. À noite, se somou mais um processo, na Filadélfia, também derrotado. Em paralelo, a Suprema Corte determinou que os votos na Pensilvânia recebidos após 3 de novembro sejam contados separadamente. Segundo a CNN, isto não deve ser determinante no resultado.

Diante da derrota iminente, Trump reiterou que contestará judicialmente os resultados nos estados em que a vitória de Biden ocorre por pequena margem — apesar de ele próprio ter vencido nos estados de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia em 2016 por uma margem total de apenas 80 mil votos.

Todos os resultados são, por enquanto, baseados em projeções dos principais meios de comunicação americanos — como nos EUA cada estado tem as próprias regras eleitorais, não há um órgão nacional que centralize a apuração dos votos e a a proclamação dos resultados.

 

*Com informações de O Globo

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China lança primeiro satélite com tecnologia ‘6G’ no mundo

Satélite testará comunicação na frequência dos Terahertz, essencial para a próxima geração de redes de telefonia móvel.

A China colocou em órbita nesta sexta-feira (6) o primeiro satélite com ‘tecnologia 6G’ do mundo. Operado pela Universidade de Ciência Eletrônica e Tecnologia da China (UESTC), em Chengdu, na província de Sichuan, ele tem como principal objetivo sensoreamento remoto do solo, com foco em áreas como construção urbana, agricultura e monitoramento florestal, e foi lançado a bordo de um foguete Longa Marcha 6 junto com 10 satélites de monitoramento terrestre NuSat, operados pela empresa argentina Satellogic.

O satélite também testará comunicação em uma faixa de frequências que é considerada crucial para a próxima geração da tecnologia móvel, a 6G. Ele é equipado com um um transmissor e receptor capaz de comunicação na faixa de frequência dos Terahertz, e servirá como uma plataforma de testes para aplicação da tecnologia no espaço. Esta faixa de frequências é cobiçada para a tecnologia 6G pois tem como vantagens uma abundância de espectro e alta taxa de transmissão.

Dificuldades no uso prático

Entretanto, comunicação na faixa dos Terahertz apresenta desafios como baixo alcance e a dificuldade de atravessar obstáculos, como construções. São os mesmos problemas que afligem as atuais redes 5G na faixa de frequências conhecida como “millimeter wave”.

Empresas chinesas como Huawei e MediaTek já trabalham no desenvolvimento da tecnologia necessária para as redes 6G. A Samsung espera que ela começará a ser oferecida comercialmente em 2028 e chegará aos consumidores em larga escala em 2030, com velocidades de download de até 1.000 gigabits por segundo.

 

*Com informações do Olhar Digital

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Uribe e Trump: Uma identificação tão perversa quanto tóxica

O uribismo foi fundamental na articulação da extrema direita do continente em torno de Trump, e hoje nenhum país contesta a posição incondicional da Colômbia.

Em outubro, quando um juiz libertou o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, Trump vibrou parabenizando-o e chamando-o de herói e aliado na luta contra castro-chavismo. Dois meses antes, o vice-presidente Pence havia pedido sua libertação, depois de falar com o atual presidente Iván Duque, afilhado político de Uribe.

Esta semana foi conhecida a intervenção aberta do partido uribista Centro Democrático e do embaixador Pacho Santos na campanha eleitoral na Flórida. Goldberg, o embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, chamou a atenção para o assunto. Foi ele mesmo quem engendrou um golpe militar fracassado na Bolívia, em 2008, quando representava aquele país. Que ironia! Como se os Estados Unidos não estivessem intervindo e dando ordens na Colômbia por mais de um século, as quais são obedecidas por nossos dirigentes quase sempre sem objeções.

No entanto, há uma notícia que não podemos deixar passar. A estreita relação entre Trump e Uribe, que mal se conhecem, parte de uma identificação plena de ambos com a ideologia e a agenda do fascista de extrema-direita, fortalecida em todo o mundo graças ao magnata.

É uma agenda que se adapta a cada caso. A de Trump tem sido marcada pelo insulto, pela ameaça e pela guerra, diante do diálogo e da negociação para resolver conflitos; pela xenofobia, supremacia branca e racismo; valores patriarcais e cultura machista, desprezo pela diversidade e fanatismo religioso; exclusão social, prioridade das empresas privadas e familiares; desprezo pelas instituições nacionais e globais e manipulação de seus seguidores, recorrendo à gestão dos instintos primários.

Outra característica distintiva é seu desprezo pela ciência. Como o maior porta-voz dos negadores das mudanças climáticas, ele tirou o país da conferência do clima e reverteu o que Obama fez a respeito. Seu desprezo pela pandemia e pelos mais vulneráveis %u20B%u20Bfez dos Estados Unidos o país com mais infecções e mortes. Contra várias vozes, incluindo a do Papa Francisco, ele reforçou as sanções penais unilaterais contra Irã, Cuba e Venezuela.

Seus aliados colombianos compartilham essa agenda e fazem o mesmo. Uribe é o principal inimigo da paz; despreza o império da lei e concentra cada vez mais poder. Como grande proprietário de terras, ele e seus correligionários estabeleceram laços obscuros com organizações mafiosas.

Ele despreza os indígenas e os camponeses; estigmatiza os líderes sociais, em um país onde isso basta para matá-los. Suas façanhas não param por aí, pois os crimes e massacres deste ano são sem precedentes. As empresas privadas e familiares à custa do Estado também não lhe são estranhas: ele adora o setor financeiro.

Na região, nenhum país hoje contesta a posição incondicional da Colômbia contra Trump. Alguns exemplos:

Em primeiro lugar, para intensificar a campanha de cerco e agressão contra a Venezuela, Trump promoveu o chamado Grupo de Lima, que vem se tornando ineficiente, mas ainda está vivo. Esta estratégia, que inclui a presença ilegal de tropas estadunidenses em território colombiano, visa derrubar Nicolás Maduro, se apropriar dos recursos do país vizinho, gerar uma guerra na fronteira e golpear com força o maltratado Acordo de Paz colombianos.

Em segundo lugar, Trump aumentou o bloqueio à Cuba, revertendo assim a reaproximação política e diplomática empreendida pelo governo Obama (e Biden), mediado pelo Papa. Na tarefa de isolamento de Cuba, a Colômbia também o apoiou, chegando a pedir que Washington incluísse a ilha em sua lista de terroristas, por se recusar a extraditar membros do ELN (Exército de Libertação Nacional) que estão em seu território, em uma ação que seria contra o direito internacional.

Em terceiro lugar, Duque apoiou Trump em suas mudanças regressivas no sistema interamericano. A reeleição do malfadado Luis Almagro como secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), contra a maioria dos países, foi arquitetada pelos Estados Unidos e secundada pela Colômbia e pelo Brasil. Situação semelhante ocorreu com a eleição para o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com a eleição do norte-americano Mauricio Claver-Carone, ex-assessor do presidente Trump.

A CIDH (Comissão Interamericana dos Direitos Humanos), foi enfraquecida. Almagro, com a cumplicidade da Colômbia, não ratificou seu secretário executivo, o brasileiro Paulo Abrão, o que foi denunciado como “um sério atentado contra sua autonomia e independência”. Na 50ª Assembleia da OEA, na semana passada, o embaixador colombiano, monsenhor Alejandro Ordóñez, se pronunciou contra os direitos das pessoas LGBT e contra o reconhecimento da diversidade das mulheres.

Assim, o uribismo tem sido fundamental na articulação e fortalecimento da extrema-direita do continente em torno de Trump. Com isso, Duque conseguiu romper o apoio que o Acordo de Havana tinha na região, que atende a sua estratégia nacional de descrédito e desmantelamento. Para isso, não para de atacar os Juizados Especiais de Paz, como fazem também os Estados Unidos.

Por tudo isso, o resultado das eleições dos Estados Unidos deve preocupar a Colômbia. Apesar de concordarem com uma visão imperial e com a preocupação com o desafio global colocado pela China, Trump e Biden não representam a mesma coisa. O que a vitória do candidato democrata garantiria para o país? Nada menos que uma derrota para a extrema-direita fascista e seus amigos, e melhores condições para a luta por mudanças reais. Bolívia e Chile mostraram o caminho.

*Publicado originalmente em ‘Las 2 Orillas’ | Tradução de Victor Farinelli/Via Carta Maior

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Alemanha ataca “show” de Trump; Europa detecta risco de violência nos EUA

O tom desafiador de Donald Trump em sua última declaração à imprensa e as acusações falsas de corrupção e fraude na apuração de votos levam governos estrangeiros a temer pela eclosão da violência nos EUA.

“Os Estados Unidos são mais do que um show de um homem só”, disse o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, abandonando a tradição de não se envolver em assuntos domésticos eleitorais dos EUA.”

“Aqueles que continuam a acrescentar combustível ao fogo na situação atual estão agindo de forma irresponsável”, denunciou. Para ele, “os perdedores decentes são mais importantes para o funcionamento da democracia do que os vencedores brilhantes”.

Um dia antes, o Ministério da Defesa da Alemanha já havia alertado para o risco de uma “crise constitucional” e uma situação “explosiva”.

Membros do corpo diplomático europeu indicaram ainda que foram alertados por serviços de inteligência sobre o risco de violência. A informação também chegou ao Itamaraty, em Brasília.

O tom incendiário ainda foi promovido pelo ex-conselheiro de Trump, Steve Bannon. O Twitter suspendeu permanentemente sua conta depois que Bannon afirmou que Anthony Fauci deveria ser decapitado. Num vídeo, ele ainda repetiu a narrativa de Trump de que ele venceu a eleição, algo que os números oficiais negam.

Mediadores que estiveram em contato com a família de Trump na Casa Branca nos últimos dias acreditam que o risco de violência é ainda real, ainda que a dimensão possa ser bem menor do que havia sido previsto.

Na esperança de evitar uma crise constitucional e social, negociadores que tradicionalmente foram enviados para buscar acordos de paz com governos estrangeiros estiveram focados em evitar que seu próprio país entrasse em colapso.

Uma missão internacional de observadores também constatou o risco de que o comportamento de Trump ameace o processo. O grupo de mais de 100 especialistas foi enviado pela OSCE para acompanhar o pleito nos EUA e considerou o comportamento do presidente de “abuso de poder”.

“Os ingredientes para a agitação social estão presentes”

Antes mesmo da eleição, entidades já tinham feito alertas de que um cenário de violência poderia ocorrer. O International Crisis Group, por exemplo, indicou que “os ingredientes para a agitação estão presentes”.

“O eleitorado é polarizado, ambos os lados enquadram os riscos como existenciais, os atores violentos podem interromper o processo e é possível uma contestação prolongada. A retórica muitas vezes incendiária do Presidente Donald Trump sugere que ele irá mais provavelmente aumentar do que acalmar as tensões”, indicou o grupo, dias antes da votação.

“Além das implicações para qualquer americano apanhado pela agitação, a eleição será um prenúncio de que suas instituições podem guiar os EUA com segurança através de um período de mudanças sócio-políticas. Caso contrário, o país mais poderoso do mundo poderá enfrentar um período de instabilidade crescente e uma credibilidade cada vez menor no exterior”, alertou.

Para o grupo, a história americana e a situação atual precisam ser levadas em conta. “Os Estados Unidos tem visto escravidão, guerra civil, linchamentos, conflitos trabalhistas e a limpeza étnica dos povos indígenas. As feridas desses legados nunca sararam completamente. O país está inundado de armas de fogo, tem níveis de homicídios por armas inigualáveis por qualquer outro país de alta renda e é o lar de um movimento de supremacia branca que, como discutido abaixo, está crescendo em virulência”, alertou.

“A injustiça racial, a desigualdade econômica e a brutalidade policial são fontes crônicas de tensão, que periodicamente se transformam em manifestações pacíficas em larga escala e, às vezes, em tumultos civis”, disse.

Já o Instituto Brookings apontou que o FBI e as empresas de mídia social estão “todos em alerta, tentando identificar indivíduos potencialmente violentos”.

Segundo a análise, se a violência for limitada, a aplicação da lei pode impedi-la de se transformar numa bola de neve. “A maior incerteza, infelizmente, é o próprio Presidente dos Estados Unidos. Ele tem o poder de aliviar a ameaça ou de exacerbar a polarização”, previa o grupo, dias antes do pleito.

 

*Jamil Chade/Uol

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Presidente eleito da Bolívia sofre ataque com dinamite, mas sai ileso

Segundo o MAS, manifestantes deixaram explosivos em gabinete durante reunião de dirigentes em La Paz.

La Paz/AFP – O presidente eleito da Bolívia, Luis Arce, foi alvo de um ataque com dinamites na noite desta quinta-feira (5), mas não ficou ferido, disse um porta-voz do partido MAS (Movimento Ao Socialismo) à imprensa local.

De acordo com a agremiação, um grupo de manifestantes deixou os explosivos em frente a um escritório de campanha em La Paz enquanto acontecia uma reunião de dirigentes da qual Arce participava.

O porta-voz do MAS, Sebastián Michel, disse que a explosão ocorreu na porta da casa e que ninguém ficou ferido. A polícia investiga o caso.

“Estamos muito preocupados com o que está acontecendo. Sentimos que estamos à mercê de nós mesmos, totalmente desprotegidos e ninguém nos dá a garantia necessária para a segurança de nossa autoridade”, disse Michel em entrevista a meios de comunicação locais.

Segundo o porta-voz, o presidente eleito ainda não conta com escolta das forças de segurança. Michel lamentou a existência de “grupos radicalizados” que ameaçam a propriedade e a vida das pessoas.

A posse de Arce está prevista para acontecer no domingo (8). Sua vitória nas eleições de outubro sinalizou um retorno à normalidade democrática quase um ano depois de o presidente Evo Morales renunciar, pressionado por protestos populares e pelas Forças Armadas.

Jeanine Añez, que assumiu a Presidência da Bolívia dois dias depois da renúncia de Evo, fez seu último pronunciamento à nação nesta quinta-feira (5).

“Parto feliz por ver que o convívio democrático avançou e amadurece na Bolívia. Há divergências de ideias, visões e interesses, mas ambos os lados sabem que o caminho para resolver essas diferenças é a democracia”, disse, em um discurso transmitido pela TV.

“Parto com a alegria de saber que entrego um sistema que respeita o voto popular, a lei e a liberdade política.”

Na região de Santa Cruz, reduto da direita boliviana, lideranças civis iniciaram uma greve de dois dias contra Arce. De acordo com Fernando Larach, um dos cabeças do movimento, a principal pauta dos grevistas é a exigência de uma auditoria no processo que elegeu o novo presidente.

Ex-ministro da Economia no governo de Evo, Arce venceu com mais de 55,2% dos votos, derrotando o ex-presidente Carlos Mesa, de centro-esquerda, que obteve 28,9% e o representante da ultradireita Luis Fernando Camacho, que é de Santa Cruz e recebeu 14% dos votos.

De acordo com imagens de emissoras bolivianas, havia nesta quinta alguns povoados na região em que estradas foram bloqueadas com pedaços de madeira, pneus e entulho. Em outras localidades do entorno, porém, não houve grande adesão à greve.

Desde a semana passada, Santa Cruz, a cidade mais populosa da Bolívia, tornou-se palco de protestos ocasionais contra Arce, convocados por um conglomerado de grupos civis e empresários de direita.

Os manifestantes pedem auditoria das eleições e rejeitam a polêmica decisão do Congresso, controlado pelo MAS, de reduzir o quórum necessário para aprovar determinados projetos, confirmar a promoção de generais e nomear embaixadores.

Os grupos de Santa Cruz ameaçam estender os protestos a La Paz, mas aliados de Arce preveem que as tensões devem diminuir até o domingo.

​”Nos declaramos em estado de emergência para resguardar a paz, para que não haja confronto entre irmãos nos dias de transição de poder”, disse Juan Carlos Huarachi, líder da Central Obrera Boliviana (COB), uma das principais centrais sindicais do país

 

*Com informações da Folha

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Vídeo: Evo faz chacota de Trump: se há fraude procure o Almagro, OEA

Ainda na Argentina, o ex-presidente da Bolívia Evo Morales, deu entrevista à RT para falar sobre seu retorno ao país plurinacional, o futuro governo de Luis Arce e as denúncias de fraude eleitoral que ressoa em seu país, mas também nos Estados Unidos.

O líder político boliviano confirmou que volta semana que vem: “De acordo com o que está programado pelos movimentos sociais, no dia 9 deste mês voltaremos à Bolívia”, disse.

Sobre a futura gestão do Movimento ao Socialismo (MAS), ele demonstrou confiança na fidelidade de Luis Arce ao socialismo e ao povo, e destacou que um dos planos será reativar “todas as construções de tantas obras paralisadas”. Pretende-se também “injetar títulos e recursos para fazer frente à crise econômica deixada pelo governo de fato”.

Da mesma forma, o dirigente latino-americano disse: “Dói que o que foi construído em 14 anos tenha sido destruído em um ano”, referindo-se à interrupção democrática de 2019.

Sem ilusões sobre os EUA , Morales disse que “nada muda” quem ganha .
O líder sul-americano fez um paralelo entre as eleições nos Estados Unidos e as eleições bolivianas, nas quais Morales venceu, mas a oposição denunciou irregularidades: “Quando a direita perde, eles acusam de fraude”, enfatizou.

Se valendo de ironia, Evo lembra a contradição da retórica estadunidense: “Se houver fraude, Donald Trump deve ir para Luis Almagro”. Este comentário se explica porque, antes do golpe contra Morales, o principal órgão internacional que havia argumentado que havia uma suposta fraude eleitoral na Bolívia era a Organização dos Estados Americanos (OEA), liderada por Almagro.

Além disso, o ex-presidente indicou que para a sociedade boliviana “nada muda” se Joe Biden ou Trump vencer. Em sua consideração, dentro dos Estados Unidos o povo não manda, “as transnacionais e o capitalismo mandam”. Assim, a única diferença entre os candidatos, segundo Morales, é que o republicano “é mais racista”.

Assista:

 

*Tulio Riberiro/ÚLtimo Segundo

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