Opinião

Procura-se uma oposição

Aquele pastelão, protagonizado por Rogério Marinho chorando seco, em parceria com os coadjuvantes, Magno Malta e Girão, o rebotalho da direita brasileira, que alguns chamam de direita power, conservadora, alcalina, dez vezes mais potente que a direita tradicional, não passa de fanfarronice.

O diâmetro dessa frente fascista, certamente, é menor  do que o da direita tradicional com Aécio Neves.

Até aqui, essa direita, que dizia elaborar uma frente de oposição dura ao governo Lula, o máximo que conseguiu foi gerar memes contra si.

O choro fake, com direito a beijinhos do papai, não passa de jogo de cena para Rogério Marinho tentar se cacifar para a vaga de Bolsonaro na disputa eleitoral de 2026.

Na verdade, não passou de mais uma grosseira atuação barata voa de uma direita perdida desde o dia 31 de outubro, quando Bolsonaro foi sepultado pelas urnas.

O que apareceu até aqui é uma oposição de cartolina, um disco arranhado numa vitrola velha, felizmente, o que corresponde à capacidade intelectual dos ditos conservadores.

Não há qualquer senso crítico. Não há, principalmente qualquer debate de ideias, é só divulgação de “lacração” nas páginas dos deputados e senadores de oposição.

Enfim é essa a oposição ao governo Lula, que, a exemplo dos seus dois mandatos anteriores, trafega num território livre e amplo pelos resultados já obtidos em apenas seis meses, chamando a atenção, inclusive do mercado, tido como aliado de Bolsonaro, mas que agora é Lula desde criancinha.

O fato é que Lula já trabalhou um conjunto de ações de caráter extremamente popular, produzindo nos primeiros seis meses um efeito contínuo de melhoria de vida do povo brasileiro.

E quando se imagina que seu governo andou rápido demais, Lula apresenta novos exemplares com lançamentos de programas sociais inéditos e extremamente adequados à realidade do Brasil.

Há um processo de diversidade sistematizada em que o governo Lula se desloca com muita facilidade na direção de temas variados, dando inúmeros tons a uma legítima estupefaciente gestão que expressa o sentimento coletivo essencialmente social.

Pois bem, enquanto o governo Lula vai escrevendo a sua história, em linhas altas e largas, essa esplêndida oposição aumenta sua intensidade dramática numa triste autodestruição, achando que pode sobreviver na base da manipulação.

Por isso a direita praticamente inexiste e quase ninguém pronuncia a palavra oposição enquanto segue o governo Lula.

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Mauro Cid, a árvore e os frutos

Florestan Fernandes Jr.

A imagem de um militar fardado, depondo na CPMI que investiga atos que visavam a abolição violenta da democracia, diz muito. O militar da cena é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-“faz-tudo” de Jair Bolsonaro, cujo envolvimento pessoal na intentona golpista se reforça a cada dia.

O uso da farda para comparecer à CPMI não é aleatório, não é um detalhe periférico. Explico: somos seres imagéticos, nossa percepção é fortemente influenciada por imagens e símbolos. A farda militar se reveste de um simbolismo, que pretende comunicar os valores de cada uma das forças. No caso do Exército, a farda militar pretende comunicar: patriotismo e civismo, além de verdade, honra e dignidade. Tanto é assim, que o próprio Código Penal Militar prevê como crime o uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar (artigo 172).

Mauro Cid, como sabemos, está preso desde o dia 03 de maio, por conta de sua participação em um esquema de fraudes de cartões de vacinação. Seu comparecimento com a farda e paramentos militares foi orientado pelo Exército. Se o uso da farda tem a função simbólica, aqui foi a confirmação e o reconhecimento, do próprio Exército, de sua participação no plano golpista. O silêncio constrangedor, desrespeitoso e ilegal de Cid arrasta os militares para um abismo ainda mais profundo.

Outros militares já depuseram em CPI, mas não me lembro de vê-los usando farda. Nem mesmo o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde na época da pandemia da Covid, teve o desplante de ir fardado à Comissão Parlamentar de Inquérito, quando ali depôs.

A justificativa para “liberar a farda” para Mauro Cid, é que o ex-ajudante de ordens exercia função militar. Ou seja, para o Exército, estaria também no exercício da função militar quando tramou um golpe, fraudou o sistema de saúde e trabalhou fortemente para desviar as “joias das arábias”. Não há outra conclusão, senão esta.

No caso de CID, pode ser que o uso da farda tenha acontecido por pressão do pai dele, o general Mauro César Lorena Cid. O general foi contemporâneo de Bolsonaro nas turmas de cadetes da AMAN, no auge da ditadura militar no governo do general Garrastazu Médici. Os dois eram “chapas”, filhotes do mesmo ninho e, certamente, comungam até hoje das mesmas visões e crenças políticas.

O fato é que ao entrar fardado na CPMI, Cid foi desrespeitoso não só com os parlamentares, mas com os eleitores. Ali estava um brasileiro como todos nós (ou pelo menos deveria ser), respondendo como civil, servidor público lotado em um órgão de governo.

A farda serviu para tentar intimidar e afrontar os parlamentares, para deixar claro que, acima do cidadão, estava a instituição que ele representava e de cujas cores se cobria e que, como visto, o protege do próprio Estado democrático de direito, que agora busca punir quem o tentou destruir. Uma espécie de “ninguém solta a mão de ninguém” na esfera golpista.

Quando Cid, em suas considerações iniciais, declarou que a sua escolha para a ajudância de ordens não foi política, não foi determinada por Bolsonaro, jogou estrategicamente a responsabilidade de sua nomeação na conta do Exército. O mesmo Exército que agora escancarada e escandalosamente o protege, proporcionando “prisão- SPA”, quase hotel, no quartel general de Brasília. Local onde está livre de restrições, podendo receber e conversar com dezenas de visitas, segundo apurado, 73 pessoas. Entre os convivas, estavam o ex-comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda, o coronel Jean Lawand e o tenente Osmar Crivelatti, o oficial que teria sido designado por Cid para buscar em São Paulo as joias enviadas para Bolsonaro pelo governo da Arábia Saudita. Ou seja, uma prisão-SPA-escritório, custeada pelo erário.

Na CPMI, Cid não perdeu a oportunidade de golpear as instituições. Desvirtuou e subverteu o habeas-corpus que lhe foi concedido pela Ministra Carmem Lúcia, do STF, que o autorizava a não responder perguntas que pudessem lhe autoincriminar – que é um direito constitucional. Cid, invocando a decisão, deixou de responder até a própria idade, em uma clara afronta ao STF e ao Parlamento.

O comportamento covarde e afrontoso do ex-ajudante de ordens não surpreende. O que se esperar de alguém que está sendo investigado por participação em uma série de ilegalidades, desde a fraude de documentos, crimes patrimoniais (caso das joias das arábias), até a abolição violenta do estado democrático de direito? Poderia vir algo além do desrespeito, da desonra, partindo de quem despreza as instituições, de quem mostrou desconhecer a civilidade e o patriotismo, de quem não honra os valores da Força que serve? Como diz a sempre certa sabedoria popular, “pelo fruto se conhece a árvore”.

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A poluição criminosa da CSN em Volta Redonda

Para quem se assustou com a poluição criminosa de Volta Redonda em matéria no JN, pode apostar, a coisa é muito pior.

O Jornal Nacional registrou alguns detalhes graves, gravíssimos nesse 13 de julho de 2023. A CSN foi privatizada há exatos 30 anos, na verdade, entregue de graça junto com boa parte do território da cidade para um gafanhoto chamado Benjamin Steinbruch, que jamais teve qualquer empatia com a cidade da qual ele arranca seus lucros bilionários.

Detalhe, antes de possuir a maior siderúrgica da América Latina e a maior fabricante de folha de flanders do mundo, a CSN foi adquirida com dinheiro do BNDES e paga com moeda podre na privatização feita por FHC.

O atual presidente da CSN, Steinbruch, mantinha com a família uma fabriqueta de tecido plano, chamada Vicunha, dando um salto mágico para uma fortuna incalculável na base do estalão. Isso sim, é o famoso milagre econômico de receita até hoje oculta.

O fato é que a propaganda que se fazia no próprio Jornal Nacional, há 30 anos, em prol da privatização, é a de que a CSN era deficitária, uma gigantesca mentira, adornada numa mentira ainda maior, que prometia, com a privatização, a modernização da empresa, a valorização da pesquisa, redução drástica da poluição, desenvolvimento para toda a região do médio Paraíba, além de uma abundante geração de empregos qualificados.

Pois bem, todas essas promessas foram trituradas pela realidade e deu-se exatamente o oposto, ponto a ponto, do que citamos aqui.

E é bom lembrar que Benjamin Steinbruch, que chega aqui em Volta Redonda de helicóptero, fazendo parecer a música “Geni e o Zepelin!, da Ópera do Malandro, de Chico Buarque, com aquela arrogância de quem olha para a cidade que explora com o máximo desprezo que, apesar de enriquecê-lo, e muito, jamais o dono da empresa devolveu centavo furado de investimento na própria usina.

Esse foi o procedimento padrão da CSN desde a privatização há 30 anos.

Todos viram, no Jornal Nacional, uma empresa absolutamente sucateada, em nome da ambição que opera cirurgicamente para extrair o máximo de lucro, sem sequer buscar, através de pesquisa, qualquer tipo de melhoria para a empresa, que fará para a cidade.

Quem não se lembra desse personagem, Benjamin Steinbruch, que até pouco era vice-presidente da Fiesp, numa entrevista no Uol, em que ele propõe uma exploração inacreditável da mão de obra, dizendo que o trabalhador não deveria ter hora de almoço, mas sim trabalhar, segurando numa das mãos um sanduíche, enquanto a outra mão opera a máquina.

Portanto, a história do sujeito e a sujeira venenosa que ele espalha pela cidade são absolutamente coerentes.

Essa tragédia é fruto de um pensamento trágico. Como não existe meio desumano, a atual presidência da CSN deixa claro o quanto foi criminosa a privatização da usina e quais foram os resultados concretos dessa tragédia 30 anos depois.

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Escolas cívico-militares criadas por Bolsonaro formarão os golpistas do amanhã

Em plena CPMI do 8/1, em que todos sabem que foi tramado por Bolsonaro para dar um golpe na constituição, o programa das escolas cívico-militares, criadas por ele, para reproduzir sua ideologia veio abaixo.

Como se sabe, não existe ex-golpista, escola cívico-militar criada por Bolsonaro, terá como filosofia o desrespeito à constituição pata promover uma espécie de constituição particular do fascismo nativo.

Formado numa dessas escolas, o aluno sairá pronto para não economizar na intenção de dar golpe de Estado, porque, desde o seu primeiro dia de governo, Bolsonaro propagou aos quatro cantos que sua principal meta era aniquilar seus adversários políticos na base da violência.

Alguém imagina que Bolsonaro fundaria escolas para formar cidadão conscientes do valor da democracia? Só se for muito ingênuo para acreditar nessa forma cirúrgica de vender a ideologia nazifascista no país.

Assim, podem dar a volta que quiserem, contarem a lorota que for que retórica nenhuma apagará o fato de que os idealizadores golpistas dessas escolas formarão os golpistas do amanhã.

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Só Bolsonaro não sabia do golpe surpresa para mantê-lo no poder

Presente de amigos ocultos

Por que golpe surpresa, a ser deflagrado em dezembro de 2022 para impedir a posse de Lula e dispensar Bolsonaro de transferir a faixa presidencial em 1º de janeiro? Porque muita gente em torno de Bolsonaro estava envolvida na trama do golpe, menos ele que de nada, nadinha sabia. Seria uma enorme surpresa.

O então ministro da Justiça, Anderson Torres, por exemplo, sabia, e a Polícia Federal apreendeu em sua casa uma minuta do golpe. O ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, homem de total confiança do presidente, sabia. Outra minuta de golpe foi encontrada na memória do seu celular.

Mauro Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, colega de turma de Bolsonaro na Academia Militar de Agulhas Negras, nos anos 70. O general passou à reserva em 2019 para chefiar em Miami o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Indicado por quem? Por Bolsonaro.

É provável, mas não é certo, que o general também soubesse do golpe por meio do filho que ele indicou para assessorar o amigo recém-alçado à Presidência. Dificilmente o filho esconderia uma coisa dessas do pai. Mauro Cid, o filho, trocou mensagens sobre o golpe com militares da reserva, não fazia segredo disso.

O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado à prisão e à perda de mandato por atacar ministros do Supremo Tribunal Federal, e em seguida indultado por Bolsonaro, sabia do golpe. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) contou que foi chamado por Silveira para uma reunião em que o golpe seria discutido.

Reunião com quem? Segundo Do Val, com ninguém menos do que Bolsonaro no início de dezembro. Ela aconteceu? Sim. Onde? Na Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente, há pouca distância do Palácio da Alvorada. E o golpe foi discutido? Ao ministro Alexandre de Moraes, Do Val afirmou que sim.

Mas como afirmou ao ministro Moraes, considerado por Bolsonaro seu maior inimigo, a ponto de tê-lo chamado de canalha no dia 7 de setembro de 2021? Do Val fez jogo duplo. Dizia-se eleitor e partidário de Bolsonaro, merecedor de sua confiança, e o traía em conversas face a face ou por celular com Moraes.

Ao ministro, o senador relatou que o golpe passaria pela obtenção de alguma declaração de Moraes que pudesse incriminá-lo ou deixá-lo em maus lençóis. E que queriam que ele, Do Val, com equipamentos de escuta cedidos pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, gravasse conversas com Moraes.

E o que disse Bolsonaro a Do Val durante o encontro na Granja do Torto? Limitou-se a ouvir a exposição sobre o golpe feita por Silveira. Do Val teria pedido tempo para refletir sobre sua participação no golpe; obteve, mas dias depois desistiu de desempenhar seu papel no golpe porque seria arriscado.

À Polícia Federal, em depoimento prestado ontem (o quarto desde que voltou do autoexílio em Orlando, nos Estados Unidos), Bolsonaro confirmou a reunião que teve com Silveira e Do Val, mas disse que não se discutiu o golpe. Perguntado sobre a data e o local da reunião, Bolsonaro respondeu que não se lembrava.

Se Bolsonaro falou a verdade à Polícia Federal, o golpe, se aplicado com êxito, teria sido uma surpresa para ele – e que surpresa, convenhamos. Um belo presente de Natal dado por amigos ocultos. Aguardem os próximos capítulos dessa história mirabolante. Como novela turca, ela não tem data para terminar.

*Blog do Noblat

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Haddad desbunda o Chicago Boy

Seguindo a ancestralidade do neoliberalismo pinochetista, Paulo Guedes fez o que sonhava fazer, ser o Chicago boy para os ricos e o bad boy para os pobres, e explicou para Bolsonaro, “temos que governar para os ricos e não para os pobres. São os ricos que mandam no país”.

E assim o carnavalizado Posto Ipiranga produziu um dos enredos mais macabros que o delírio neoliberal pôde produzir.

É fato que Guedes nunca esteve diante de uma encruzilhada, Sua história começou e terminou no governo Bolsonaro como um folião de salão, sem enfrentar qualquer resistência de uma imensa massa de 33 milhões que ele devolveu à miséria.

No entanto, aquele, que se achava o último imperador do mercado, teve um encontro com a realidade, a celebração de 65% que canta hoje o nome de Haddad pelos quatro cantos do mercado.

Os ventos delirantes de Guedes, que vendia para os ricos um país encantado e que levou o país rumo ao precipício, não existe mais. Os barões do mercado já haviam entendido isso e, se assim seguissem nessa roda, seus ganhos virariam cinzas.

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O bolsonarismo vai ladeira abaixo, e o país só tem a ganhar com isso

Fatos são fatos, opiniões à parte

Escolha o fato recente e mais bizarro que expresse melhor a decadência do bolsonarismo que muitos teimam em não ver – seja porque torcem para que ele se recupere, seja por pura cegueira.

Fato 1: o fracasso da tentativa de golpe em 8 de janeiro. Ora, alguns dirão: Bolsonaro estava fora do país, os chefes militares não se meteram, foi coisa de um bando de fanáticos sem comando.

Concordo que foi obra de amadores, mas os chefes militares não se opuseram a eles, ficaram observando para ver no que iria dar. E acolheram gentilmente os fanáticos à porta dos seus quartéis.

Dariam abrigo e proteção a militantes de esquerda que tivessem desembarcado em Brasília para festejar a posse e as primeiras semanas do governo Lula? Teriam sido tolerantes com eles?

Fato 2: a aposta dos bolsonaristas na instalação de uma CPI sobre o 8 de janeiro. Por mais inacreditável, eles imaginaram possível provar que os golpistas eram de esquerda, e não de direita.

De extrema direita seria a massa que invadiu a Praça dos Três Poderes só para protestar. Mas aí, esquerdistas infiltrados provocaram a destruição que se viu para culpar a massa inocente.

Não foi presa nem denunciada uma única pessoa de esquerda que tenha participado do golpe de 8 de janeiro. Acólitos de Bolsonaro estão presos, e ele corre o risco de ser condenado e preso.

Se arrependimento matasse, os idealizadores da CPI já estariam mortos e enterrados. A CPI arrasta-se sem comando e sem rumo. O governo, que era contra a CPI, assiste satisfeito e celebra.

Fato 3: a aprovação da reforma tributária na Câmara. O líder do time dos derrotados em 2022, sim, o próprio Bolsonaro, foi contra a reforma e orientou seus seguidores a rejeitá-la.

A reforma foi aprovada na Câmara com votos do PL. A essa altura, não convidem para o mesmo grupo de WhatsApp os deputados bolsonaristas. Eles se acusam de radicais e de comunistas.

Não convidem para o grupo, mas por outra razão, a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que na véspera do segundo turno da eleição passada perseguiu um homem com arma na mão.

A pistoleira dos Jardins, bairro nobre da capital paulista onde o inusitado ocorreu, é acusada de ter encomendado a um hacker a invasão das contas do ministro Alexandre de Moraes.

Zambelli não só encomendou, segundo depoimento prestado pelo hacker à Polícia Federal: fez questão de apresentá-lo a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que o contratasse.

Fato 4: a decisão do ministro Gilmar Mendes de desarquivar o processo que apura a omissão de Bolsonaro na gestão da pandemia de Covid-19. O vírus matou no Brasil mais de 700 mil pessoas.

Há provas e evidências no relatório final da CPI da Covid de que Bolsonaro associou-se ao vírus para que morresse quem tivesse de morrer, desde que a economia e o seu governo fossem salvos.

A extrema direita sempre existiu por aqui. Apenas tinha vergonha de mostrar a face. Até 2030, à falta de um candidato para chamar de seu, votará no candidato da direita, seja ele quem for.

Está para nascer um candidato à semelhança de Bolsonaro, capaz de fazer tanto mal ao país. Da noite para o dia, não nasce. Bolsonaro levou mais de 30 anos para ganhar relevância.

E apenas sete meses para perdê-la.

*Blog do Noblat

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Bolsonaro e a banalização do mal

A declaração de Eduardo Bolsonaro contra os professores revela que a morte de mais de 700 mil brasileiros por Covid, por culpa exclusiva de Bolsonaro, foi algo banal para seu clã e adoradores.

Essa banalização não é aleatória, trata-se de um conceito de uma doutrina macabra que está embutida no pacote bolsonarista.

Bolsonaro e seu partido nazista foram responsáveis ​​pela morte e pelo massacre de centenas de milhares de brasileiros por Covid. O genocídio bolsonarista foi uma medida brutal seguida, como doutrina, pelo governo Bolsonaro.

Foram cerca de 700 mil mortos por Covid naquele período.

Bolsonaro, o principal responsável por essa atrocidade, não foi julgado, mesmo depois da CPI do genocídio escancarar a sua total culpa nesse morticínio.

Essa foi a principal obra do governo Bolsonaro. As famílias das 700 mil vítimas do nazismo brasileiro, que sofrem até hoje pela perda de entes queridos, parecem esquecidas pela justiça, mas também pela grande mídia.

O mal que Bolsonaro praticou, foi um mal constante em que ele, além de se negar a comprar as vacinas, usava o aparato estatal para propagar suas sandices a favor da disseminação do vírus, indo pessoalmente às ruas para aglomerar e dar um péssimo exemplo para a sociedade.

Com isso, Bolsonaro, por conta e risco, transformou-se no maior responsável por mortes por covid no mundo. Nenhum outro governante chegou perto do número macabro de mortes que Bolsonaro produziu.

Então fica a pergunta: COMO É POSSÍVEL COMBATER A BANALIDADE DO MAL QUE O BOLSONARISMO CAUSOU SEM PUNIR SEU PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELO GENOCÍDIO?

A falta de reflexão crítica sobre essa tragédia, provocada pelo clã Bolsonaro, é assombrosa. O problema é que a ausência de pensamento se traduz na banalidade do mal, nos reiterados crimes cometidos por bolsonaristas, como o de Eduardo Bolsonaro contra os professores.

Eduardo quer reviver o clima de ódio que levou seu pai ao poder e tentar remontar as cenas macabras daquele período.

Algo mais efetivo precisa ser urgentemente feito para que o ódio não ganhe asas novamente em pleno governo de Lula.

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Vídeo: O que Eduardo Bolsonaro fez foi convocar seus cachorros loucos para atacar professores à bala

Num ato com um grupo pró-armas, ocorrido no sábado, em Brasília, Eduardo discursou para os adoradores de armas, gente que tem admiração pela violência. E o discurso dele prova isso, o que dá um peso infinitamente maior do que uma declaração em um PodCast qualquer.

O que Eduardo Bolsonaro fez foi plantar uma semente de violência e ódio contra os professores. Os motivos podem ser muitos, mas certamente o discurso, que continha uma carga de toxicidade, é de um delinquente.

Ou seja, qualquer ataque que uma escola vier a sofrer, é culpa de Eduardo Bolsonaro. Qualquer professor que venha a sofrer agressão física ou verbal, terá sido consequência de um discurso de quem se vê derrotado com a derrota do seu pai nas urnas e mantém grupos em redes sociais que pregam violência de forma genérica, como se fosse um procedimento natural, não criminoso.

O que nutre o bolsonarismo armado é o confronto com a constituição, com a justiça, com a lei, exatamente como pensa e age a milícia, que nunca foi alvo de crítica do clã. O motivo, todos sabem.

Bolsonaro sempre foi um adorador de milicianos que seguem suas próprias leis, sobretudo de extermínio.

Portanto, o que a sociedade espera é que tenha uma punição severa contra essas figuras nefastas, com cassação de mandato e a consequente prisão, porque tudo foi feito com método, tendo os professores como isca para atrair uma falange que ainda segue digitalmente aglomerada e mantê-la no curral político do clã Bolsonaro.

O Ministério Público tem que agir, assim como todo o sistema de justiça, porque se hoje os professores são alvo dessa gente, amanhã poderá ser qualquer classe, inclusive gente do próprio judiciário.

Dia 8 de janeiro deixou isso bem claro, que essa falange está disposta a tudo para não perder o poder.

O Estado precisa dar uma resposta contundente para que isso cesse imediatamente.

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Escolher um novo PGR, ou reconduzir Aras, é a nova meta do marco civilizatório e democrático de Lula para o País

Uma pasta vermelha com o brasão da República repousa sobre as mesas de trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tanto no Palácio do Planalto quanto no Palácio da Alvorada. Dentro dela encontram-se os perfis analíticos de cinco homens cujos destinos para o biênio 2023-2025, que se inicia em setembro próximo, no Ministério Público Federal, e serão determinados pelo ex-sindicalista encarcerado injustamente por 580 dias antes de ser reeleito para um terceiro mandato presidencial.

São eles: Paulo Gustavo Gonet Branco, Antônio Carlos Bigonha, Carlos Frederico dos Santos, Humberto Jacques de Medeiros e Augusto Brandão de Aras. Um, dentre esse quinteto, será escolhido por Lula para a Procuradoria Geral da República antes que se encerre o mês de agosto. E, de toda sorte, vale a ressalva que se faz mister: sim, o atual procurador-geral integra o grupo e tem chances reais de ser reconduzido para novo período de dois anos à frente da instituição conspurcada e vilipendiada por uma milícia arrivista que se entrincheirou em Curitiba (PR), cometeu os mais atrozes e variados crimes e desmandos sob o beneplácito da mídia corporativa e atacou o País por dentro do próprio Estado e por meio de uma espécie de exército mercenário que atendia pela alcunha de “Operação Lava Jato”.

Quem não tem chance alguma de sonhar com o posto é qualquer um dos integrantes do trio Luiza Frischeisen, Mário Bonsaglia e Luiz Adonis, fiéis depositários do maior número de votos num certame de votação conduzido pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Não foi o fato de se submeterem à ANPR que os deixou sem chances, mas, sim, o fato de serem lavajatistas em nuances diversas de gradação.

O quinteto de perfis que preenche a pasta vermelha de Lula tem na trajetória do próprio Aras e na repulsa comum ao lavajatismo pernicioso que se instalou como um fungo oportunista no MPF, um ponto em comum que os une e explica estarem ali.

Bigonha e o atual PGR formaram um dia uma dupla – podiam até ser chamados reciprocamente de melhores amigos. Afastaram-se à medida que o nome de Aras se consolidava, em 2019, como aquele a ser designado pelo então presidente Jair Bolsonaro. Gonet Branco, subprocurador-geral eleitoral atuando junto ao Tribunal Superior Eleitoral e responsável pelo relatório duro e repleto de provas que sustentou a sentença de inelegibilidade do ex-presidente; Carlos Frederico, subprocurador-geral encarregado de coordenar os inquéritos decorrentes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e Humberto Jacques, ex-vice-procurador-geral que denunciou a existência de processos “invisíveis” na sede do MPF e as gravações ilegais da Lava Jato em Curitiba tiveram, todos, as carreiras projetadas no transcurso dos dois mandatos de Augusto Aras. Dele, nunca deixaram de receber estrutura e liberdade para trabalhar.

Resta saber se todos eles terão a disposição que o procurador-geral demonstrou ter, nesses quatro anos, para enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo enquanto recebia ao revés uma chuva de projéteis traçantes iluminados por um jornalismo alimentado pelo denuncismo atroz e acrítico. Esse foco é determinante para a decisão presidencial. O exército mercenário de Curitiba minou o terreno interno do Ministério Público Federal, que hoje é uma instituição conflagrada e vive um processo de insubordinação a seus marcos legais e aos paradigmas impostos pela Constituição de 1988.

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