Opinião

Boa sorte, Lula! O contrário para Bolsonaro

Quando elogio vira desprezo

No passado, dizer que fulano era um homem de sorte sempre soou a elogio. Quem não inveja um homem de sorte? Quem não gostaria de estar ao seu lado na esperança de beneficiar-se da sua sorte?

Os que dizem agora que Lula é um homem de sorte o fazem com a intenção de rebaixá-lo. Se a economia melhorou, não foi também graças a Lula, mas principalmente a razões conjunturais.

Lula é apenas um homem de sorte? Pelo bem do país, tomara que continue sendo. Nada pior do que um governante sem sorte. Bolsonaro, por exemplo. Para sorte do país, foi derrotado.

Se seus direitos políticos acabarem cassados, ele será o primeiro líder populista de extrema direita do mundo a ser derrotado pelo voto popular ao tentar se reeleger e, em seguida, a ser punido.

Donald Trump também foi derrotado e será julgado em agosto próximo por ter surrupiado da Casa Branca documentos secretos. Mas, se condenado, não estará impedido de disputar eleições.

Se preso, poderá disputá-las. Nos Estados Unidos, inexiste algo como a lei da ficha limpa. Caso se eleja, Trump poderia governar de trás das grades. Ou conceder perdão a si mesmo.

Bizarro? Pois é. A Constituição americana é analógica em tempos de inteligência artificial. Nem tudo que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.

*Blog do Noblat

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Basta ver o aumento do lucro dos bancos e rentistas para entender por que Campos Neto mantém alta a taxa de juros

O Brasil não tem somente a maior taxa de juros do planeta, ela é o dobro do segundo lugar, que é o México.

Mas a coisa não para aí. Os banqueiros e rentistas brasileiros são os que mais ganham com essa política pornográfica do Banco Central independente, a inflação cai mês a mês e os juros se mantêm mês a mês, aumentando o lucro de banqueiros e rentistas mês a mês.

Quem paga a conta? O povo, que Campos Neto jura proteger com sua política nefasta que faz transfusão de dinheiro da massa do povo para os cofres de meia-dúzia.

Não foi sem motivo que Dilma foi golpeada com o patrocínio de banqueiros e rentistas para que Temer, assim que assumisse, entregasse a chave do Banco Central aos ratos da agiotagem desse país.

Na verdade, quando Campos avisa que não tem horizonte para baixar os juros, ele não está dando nenhuma satisfação ao povo, que é quem paga as contas, mas sim aos banqueiros que lucram bilhões e mais bilhões com essa política criminosa do Banco Central.

Na realidade, Campos Neto manda recados não só para tranquilizar  a banca, como diz que ela vai ganhar muito mais nas costas do povo, na medida em que a inflação cai e os juros continuarem num patamar absurdo.

Isso é um despautério. Um sujeito que opera como lobista dos bancos, sequestrar a economia do Brasil para fazer o papel de Robin Wood às avessas, roubando dos pobres para dar aos bilionários.

A pergunta é, até quando o Brasil suportará esse Banco Central supostamente independente?

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“Vi na internet”: Em sabatina, Moro cita fake news sobre Zanin e Lula

Senador perguntou se indicado ao STF foi padrinho em casamento que não teve padrinhos.

O senador Sergio Moro se atrapalhou na sabatina de Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça.

Moro anunciou que faria perguntas “bastante técnicas”. Em seguida, perguntou se Zanin foi padrinho de casamento de Lula e Janja no ano passado.

“Vi na internet. Não sei se é procedente ou não essa informação”, afirmou.

Se tivesse trocado as redes bolsonaristas pela imprensa, Moro saberia que o casamento não teve padrinhos.

E evitaria o vexame de propagar fake news numa sabatina transmitida ao vivo pela TV.

Em tempo: Moro foi padrinho de casamento da deputada Carla Zambelli, uma das figuras mais estridentes da extrema direita no Congresso.

*Bernardo Mello Franco, O Globo

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Vídeo: Lula não é sortudo, os governos neoliberais de FHC, Temer e Bolsonaro é que dão “azar”

Assista:

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Bolsonaro vai para o matadouro como um boi manso

A agonia que ele vive não é nada se comparada com o mal que fez aos brasileiros e ao país nos últimos quatro anos.

Quem, de fato inocente dos crimes que lhe imputam, concorda em ser guilhotinado sem se revoltar? Donald Trump, mais do que apenas implicado em vários crimes, mobiliza seus seguidores, desafia a justiça a provar que é culpado e promete derrotar todos os que disputarem com ele a presidência do seu país em 2024.

Bolsonaro não passa de um falastrão como sempre se soube, e ainda por cima frouxo. Defende que as pessoas se armem para enfrentar quem as ameaça, mas ele, uma vez assaltado no Rio, entregou ao bandido tudo o que carregava, inclusive um revólver. A polícia, dias depois, matou o assaltante.

No dia 7 de setembro de 2021, do alto de um palanque na Avenida Paulista, no centro de São Paulo, Bolsonaro chamou de canalha o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e disse que não respeitaria mais suas ordens. Menos de 48 horas depois, borrando-se nas calças, pediu desculpas a Moraes.

Com medo de que o filho Carlos fosse preso, tentou abrigá-lo no Palácio da Alvorada. Michelle, sua mulher, bateu o pé e Carlos foi obrigado a bater em retirada. Michelle detesta Carlos, e ele a ela. Bolsonaro não manda sequer no seu cercadinho doméstico. Manda só nos filhos, criados à sua imagem e semelhança.

Quem quer pegar galinha não diz “xô galinha”. Bolsonaro quis dar um golpe entre novembro e dezembro do ano passado. Mas esperava a adesão total das Forças Armadas. Como a adesão foi parcial, fugiu para Miami. E, de lá, protegido e bem alimentado, assistiu pela televisão a tentativa frustrada do golpe de 8/1.

Uma parte dos aliados de fé de Bolsonaro acha que ele faz muito bem em permanecer calado para não se atritar ainda mais com a justiça; outra parte, a dos aliados por conveniência, também, porque pretende usar seu capital eleitoral em benefício próprio. Os bolsonaristas de raiz, que o endeusavam, estão irritados.

Cadê o homem viril que se dizia dono da caneta mais carregada de tinta da República? É verdade que perdeu a caneta, mas deveria ter conservado a virilidade. Cadê o homem que se referia ao Exército como “meu Exército”? Cadê o homem que cercado de seguranças torceu o braço de um desafeto para tomar-lhe o celular?

Seus direitos políticos serão cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral sem que ele emita um gemido. O julgamento, que começará nesta quinta-feira (22), se não for interrompido por um pedido de vista, deverá terminar na próxima semana. A partir de então, qualquer juiz da primeira instância poderá prendê-lo.

Se isso ocorrer, ele será solto em pouco tempo. Mas, e a humilhação de ser preso e fichado? E os mais de 20 processos a que responde, um deles por ameaçar de estrupo uma deputada do PT? Fragilizado, como imagina ainda dispor de força política para salvar seus filhos de complicações com a justiça?

Bolsonaro merece a agonia que vive. Ela não é nada se comparada com o mal que ele fez ao país nos últimos quatro anos.

*Blog do Noblat

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Adeus, Bolsonaro. Talvez nos reencontraremos daqui a oito anos

O sujeito oculto do julgamento são as duas tentativas de golpe, uma, em dezembro, a outra em janeiro.

É de ver se Nunes Marques, que deve a Bolsonaro sua indicação para ministro do Supremo Tribunal Federal, seguirá prestando favores ao padrinho como tem feito desde que assumiu o cargo.

Só o voto dele poderá impedir que Bolsonaro tenha seus direitos políticos cassados no julgamento marcado para a próxima quinta-feira (22/6) no Tribunal Superior Eleitoral.

Bolsonaro é acusado de abuso do poder político e de ato hostil à democracia quando atacou o Poder Judiciário e tentou pôr em dúvida a segurança do processo eleitoral brasileiro.

Nunes Marques votará por sua absolvição, disso seus colegas têm certeza. Mas se ele pedir vista do processo, a sessão de julgamento será suspensa e só deverá ser concluída a partir de agosto.

Para quê pedir vista do processo se é certo que Bolsonaro ficará inelegível por oito anos? O próprio Bolsonaro, ontem, admitiu que é isso o que provavelmente acontecerá.

“Não vamos apavorar com o resultado que vier. Obviamente, não quero perder os direitos políticos. […] A gente quer continuar vivo contribuindo com o país. Nós temos esse problema agora. Vamos enfrentar isso no dia 22. Já sabemos que os indicativos não são bons, mas estou tranquilo”.

Os indicativos são péssimos, ele sabe. E tranquilo não está. O sujeito oculto do julgamento é o golpe que Bolsonaro não deu porque desconfiava da adesão dos comandantes militares.

Foram duas as tentativas frustradas de golpe, e para cada uma havia uma minuta. Tramou-se a primeira entre novembro e dezembro. A segunda materializou-se em 8 de janeiro.

De acordo com a primeira minuta, Bolsonaro decretaria o estado de sítio no país e convocaria os militares para restabelecer a ordem pública, mesmo que não houvesse desordem.

No estado de sítio, o presidente restringe o sigilo das comunicações, a liberdade de imprensa e o direito de reunião. Pessoas podem ser presas sem ordem da justiça.

A minuta do golpe de dezembro foi encontrada no celular do tenente-coronel Mauro Cid; a do golpe de janeiro, na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro.

Mauro Cid está preso na Vila Militar, em Brasília. Torres cumpre prisão domiciliar usando uma incômoda tornozeleira eletrônica. Bolsonaro ainda está solto. Mas, até quando?

*Blog do Noblat

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Para Bolsonaro, inelegibilidade pelo TSE é lucro diante do Risco Papuda

Bolsonaro não gosta da ideia de ser proibido de disputar eleições por oito anos, mas tem um profundo pavor de ir para o xilindró. Tanto que veio a público um rosário de vezes expressar seu temor pela cadeia, enquanto pouco falou sobre a inelegibilidade.

Prestes a ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por fazer uma micareta golpista no Palácio do Alvorada a fim de contar mentiras sobre a urna eletrônica para embaixadores estrangeiros usando dinheiro público, ele só pensa no Risco Papuda.

As investigações da Polícia Federal em meio ao inquérito sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro, que estão sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, vêm se aproximando do ex-presidente. Praticamente, a cada semana o Brasil fica sabendo que algum assessor próximo ou aliados ilustre estava envolvido na construção de um plano para enterrar o governo Lula.

Para usar um termo militar, Jair que fez “aproximações sucessivas” contra a democracia em seu mandato, agora vê a PF e Moraes realizar “aproximações sucessivas” sobre seus planos. A última foi a revelação do roteiro golpista no celular de seu faz-tudo, Mauro Cid.

Tanto que a nova moda no Bolsoverso, o universo paralelo do bolsonarismo-raiz, é afirmar que Jair impediu um golpe porque não deu trela aos pedidos à sua volta. Como se não fosse ele quem fomentou tudo isso ao longo de anos, como podemos ver por lives, discursos e postagens. E, agora, por conversas que habitavam os porões do WhatsApp de seus amigos de alta patente militar.

Ele tentou sim, sendo corresponsável pelos bloqueios da Polícia Rodoviária Federal para impedir eleitores de Lula no segundo turno, pelo espalhamento de acampamentos golpistas, pelo uso das Forcas Armadas para colocar em dúvida o sistema de votação, pelo 8 de janeiro. Só não houve tanque na rua enquanto era presidente porque não teve o apoio da maioria do Alto Comando do Exército.

A percepção de que o círculo está se fechando causa engulhos em um Jair que nunca escondeu o medo. Nisso, convenhamos, ele é bastante transparente. Salve a força do inconsciente!

Ao dar uma entrevista ao jornal Wall Street Journal, em fevereiro, disse que “uma ordem de prisão pode vir do nada” quando ele voltasse ao Brasil do seu autoexílio nas cercanias da Disney.

Esse mesmo temor se manifestou repetidas vezes na comparação que fez entre si e outra líder sul-americana: a ex-presidente da Bolívia, Jeanine Añez, condenada por um golpe de Estado em junho do ano passado. Ela estava presa há 15 meses e sendo julgada junto com ex-chefes militares.

“A turma dela perdeu, voltou a turma do Evo Morales. O que aconteceu um ano atrás? Ela foi presa preventivamente. E agora foi confirmado dez anos de cadeia para ela”, disse na última vez. E foi além: “Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com Alexandre de Moraes e os inquéritos por atos antidemocráticos? Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo?”

Carla Araújo, aqui no UOL, apontou em reportagem que Jair deve começar uma espécie de “Caravana da Vitimização” por conta da condenação – o que vai ao encontro do seu modus operandi ao longo da carreira. É interessante como o bolsonarismo, ao mesmo tempo, celebra o Bolsonaro, que grita e destrói, e dá colo ao Jair, que chora e lamenta.

Tornar Bolsonaro inelegível pode aumentar o custo político de enviá-lo para a prisão. Ou não. Afinal, o humor do país depende mais do crescimento da economia a ser entregue pelo atual presidente do que xororô do ex por sua condenação pela Justiça Eleitoral. Se emprego e renda estiverem bombando e o empresariado e os trabalhadores felizes, a tração do mimimi será mais fraca.

Lula ficou preso 580 dias na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, tentando provar sua inocência. Não quis fugir, apesar dos convites de governos amigos. Caso seja condenado por fomentar um golpe, uma hipótese ainda distante, Bolsonaro vai enfrentar o mesmo calvário de cabeça erguida ou o medo fará com que procure exílio antes disso?

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Celular de Mauro Cid expõe participação da ʽfamília militarʼ na engrenagem golpista

Mulheres e filhas de oficiais organizaram acampamentos e engrossaram atos contra a democracia.

A Polícia Federal começou a puxar mais um fio da máquina do golpe: a participação da chamada família militar nos ataques à democracia.

Os investigadores examinaram mensagens armazenadas no celular de Gabriela Cid. Ela é casada com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, segundo Bernardo Mello Franco, O Globo.

O material ajuda a entender o papel de parentes de oficiais no processo que desembocou na depredação das sedes dos Três Poderes. E ainda dá novas pistas sobre o plano do capitão para impedir a posse do sucessor eleito.

Investigada pela falsificação de cartões de vacina, Gabriela Cid também ajudou a organizar o acampamento bolsonarista ao lado do Quartel-General do Exército. O local serviu como base para os atos de 8 de janeiro.

Numa das mensagens interceptadas pela PF, ela pede doações para os acampados. Em outras, tenta recrutar extremistas para “invadir Brasília”, o que levaria o então presidente a “agir”. “Convoca pelo amor de Deus as pessoas p Bsb”, escreveu Gabriela a uma amiga, 12 dias após a eleição do presidente Lula. “Temos que mudar o Brasil e as Forças Armadas estão ao nosso lado. Quem não puder vir p Bsb tem que ir p a frente dos quartéis”, acrescentou.

Em novembro de 2022, a mulher de Mauro Cid expôs sua receita para o golpe: cassar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, e exigir “novas eleições com voto impresso”. “Estamos diante de um momento tenso onde (sic) temos que pressionar o Congresso”, escreveu.

Sua interlocutora era Ticiana Villas Bôas, filha do general tuiteiro Eduardo Villas Bôas. Em 2018, o então comandante do Exército usou as redes sociais para pressionar o Supremo a negar um habeas corpus a Lula. Meses depois, recebeu homenagens de Bolsonaro. “O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”, disse o capitão.

A chamada família militar une ativos, inativos, pensionistas e dependentes. São quase dois milhões de pessoas que frequentam os mesmos clubes, vão às mesmas formaturas e votam nos mesmos candidatos ligados à caserna. Nos últimos anos, grande parte desse contingente passou a engrossar atos que pediam golpe e ditadura.

Até o 8 de janeiro, a presença de mulheres e filhas de oficiais serviu de pretexto para impedir a remoção dos acampamentos golpistas. As mensagens interceptadas pela PF evidenciam o erro dessa blindagem. Enquanto as autoridades faziam vista grossa, parentes de militares incitavam e cometiam crimes sem ser incomodados.

Mais grave que a ação das vivandeiras foi a participação de oficiais da ativa na engrenagem golpista. O celular de Mauro Cid fornece provas contra outros personagens que desonraram a farda, como o major Fabiano da Silva Carvalho e o tenente-coronel Marcelino Haddad.

Numa das mensagens mais reveladoras, o coronel Jean Lawand Junior deixa claro que o golpismo não se nutria apenas do desprezo pela democracia. Também era visto como saída para livrar Bolsonaro de responder por seus desmandos na Presidência. “Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E pior: na Papuda”, anotou o militar.

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Aprovação de Lula depende da economia, não de Maduro, gravatas e gafes

Aprovações de presidentes da República estão diretamente relacionadas à sensação de bem-estar do grosso da população. Se a economia cresce, o desemprego cai, o poder de compra aumenta, a inflação fica controlada e a fome desaba, a popularidade do mandatário dispara. Diante do pragmatismo do eleitorado de um país em longa crise, questões ideológicas ficam em segundo plano.

Lula foi reeleito em 2006 mesmo com o escândalo do mensalão porque a economia crescia. Com a melhora na qualidade de vida, terminou seu segundo mandato com 87% de aprovação, segundo o Ibope. Ou seja, quase nove entre cada dez brasileiros davam like no petista.

A estabilidade na aprovação de Lula entre as pesquisas Datafolha divulgadas no final de março e neste sábado (de 38% para 37%, de ótimo e bom, e de 29% para 27%, de ruim e péssimo) mostra que a população segue com expectativa de melhora na economia. Se a percepção fosse de piora, os números já estariam deteriorando.

Pode ter colaborado para isso o aumento no Bolsa Família (com o acréscimo do valor pago a quem tem crianças pequenas), a redução no valor dos combustíveis e do gás de cozinha (sentida, principalmente, antes do aumento do ICMS), a antecipação do 13º salário a aposentados e pensionistas e até os descontos nos preços dos automóveis.

Claro que 2023 não é 2003, nem 2007, muito menos 2010. A diferença entre Lula e Bolsonaro foi de pouco mais de 2 milhões de votos, o país está mais polarizado hoje do que antes e o ruído provocado pela desinformação e o golpismo são ensurdecedores.

Mas a maioria dos eleitores de Bolsonaro não está em guerra contra o petista, ao contrário do que acontece com o naco de extrema direita. Eles nem têm tempo para isso, porque precisam trabalhar.

Se ao final deste ano, a vida estiver melhor, isso se traduzirá em alta de aprovação para Lula. Mesmo que ele receba a visita de Nicolás Maduro dez vezes ou compre 20 gravatas chiques. Para resultados mais palpáveis, os juros precisam cair e empregos serem gerados.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Lula ensina a enfezados arrogantes como se negocia com altivez, sem bravata

Reinaldo Azevedo*

Luiz Inácio Lula da Silva falou tudo o que quis a Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e, à diferença do que reza o ditado, também ouviu o que queria ouvir. Durante evento no Palácio do Planalto, nesta segunda, Lula afirmou o que o país NÃO FARÁ como precondição para fechar o acordo Mercosul-União Europeia. Agiu bem. Isso NÃO azedou a relação. Quando pessoas altivas e educadas conversam, é possível ao menos buscar o caminho do entendimento.

Já volto ao discurso de Lula. Mas quero destacar o que anunciou von der Leyen em evento posterior com empresários na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília. A representante do bloco europeu anunciou a doação de R$ 100 milhões ao Fundo Amazônia. E o dinheiro veio junto com uma declaração sobre o acordo entre os dois blocos:
“Agora finalmente estamos próximos da linha de chegada, acho que é o momento de cruzar a linha de chegada. O presidente Lula e eu nos comprometemos em concluir o acordo o quanto antes, mais tardar até o fim do ano. Esse acordo traz benefícios, dará às empresas oportunidades de expansão”.

Se e quando efetivado, será o maior acordo comercial do mundo, envolvendo 32 países, 780 milhões de pessoas e um PIB de R$ 20 trilhões.

Mas nem tudo vinha sendo, ou é, assim tão tranquilo. E daí a importância das negociações empreendidas por Lula. Em razão das delinquências ambientais praticadas na gestão de Jair Bolsonaro, a União Europeia fez, de forma unilateral, um adendo ao que já tinha sido pactuado, transformando, por exemplo, a adesão espontânea do Brasil a algumas metas — como o desmatamento zero em 2030 — em cláusulas impositivas. Lula não escondeu seu desagrado. No evento no Planalto, afirmou:
“Expus à presidente Von Der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento. A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções. Em paralelo, a União Europeia aprovou leis próprias, com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo. Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil. Reiterei o desejo do meu governo de construir uma agenda bilateral positiva. Com cooperação ativa, podemos abrir horizontes benéficos em diversas áreas. O caminho deve ser a formação de parcerias para o desenvolvimento sustentável.”

O agro deveria ser particularmente grato ao presidente. Está tentando consertar o que Bolsonaro estragou com a conversa sobre “deixar passar a boiada” e com o deliberado desmonte da área ambiental no Brasil. Mas não é só isso. Lula disse ainda que o acordo não pode impedi-lo de fazer o que fazem americanos e europeus: cuidar do seu próprio jardim — isto é, de suas próprias empresas. O entendimento não significa transformar o Brasil em mero fornecedor de commodities e de mercado consumidor aos ricos. Assim, afirmou o presidente:
“A Europa e os EUA voltaram a reconhecer, após ciclos de liberalismo exagerado, a importância da ação do Estado em políticas industriais. Programas bilionários de subsídios foram adotados nos países desenvolvidos em favor da reindustrialização. O Brasil, que sofreu um grave processo de desindustrialização, tem ambições similares. Por isso, o Brasil manterá o poder de conduzir as políticas de fomento industrial por meio do instrumento das compras públicas. Unir capacidades em matéria de pesquisa, conhecimento e inovação é igualmente decisivo como resposta ao desafio de gerar empregos e distribuir renda. Queremos estabelecer uma efetiva Parceria Digital com a União Europeia, na área de tecnologias da informação, regulação do espaço digital, 5G e semicondutores.”

Os liberaloides brasileiros, que liberais não são, mas reacionários que rejeitam o espelho, ficam arrepiados quando ouvem coisas assim porque dizem que isso representa um pacto com a ineficiência. Só não saberiam explicar por que as nações ricas protegem — e com pesados investimentos públicos — a sua própria indústria.

Há, como lembra Lula, um vasto campo para trocas justas. Mas a reivindicação da União Europeia de que as compras governamentais entrem no acordo sem nenhuma forma de proteção não é algo negociável. Sob pena de a já combalida indústria brasileira ir para o buraco. Essa seria a situação, então, em que se faria um acordo contra a economia nacional, tendente a exportar empregos do país mais pobre para os mais ricos.

E, ainda assim, von der Leyen anunciou os recursos para o Fundo Amazônia e afirmou que acredita que o entendimento chegue a bom termo até o fim do ano. É bom que se perceba a diferença entre a bravata, que reivindicava ao mundo o suposto direito de desmatar porque, “afinal, a Amazônia é nossa”, e a altivez de quem se recusa a negociar com a faca no pescoço. Até porque nem europeus nem brasileiros ignoram que parte das imposições da União Europeia, adendadas ao acordo, são apenas o velho protecionismo se vestindo de cláusula verde. Isso ganhou até um apelido mundo afora: “greenwashing” entre Estados nacionais. Simula-se uma razão ambiental para o que é interesse comercial. É legítimo que governos busquem o melhor para seus países. Cumpre não ser o bobalhão da turma. E há duas maneiras principais de sê-lo: 1) aceitar todas as imposições; 2) roncar valentia, dizendo um “aqui ninguém mete o bedelho”, tornando-se pária no mundo. Nos dois casos, quem perde?

AS GUERRAS
Lula, e nem poderia ser diferente, também se referiu à guerra entre Rússia e Ucrânia:
“A volta da guerra ao coração da Europa reflete a complexidade dos desafios dos tempos em que vivemos. Lembrei à presidente Von Der Leyen que o Brasil votou a favor de resoluções na ONU que condenaram a invasão da Ucrânia pela Rússia. Reiterei nosso empenho em busca da paz, evitando a escalada da guerra e do uso da força e seus riscos incalculáveis. Não há solução militar para esse conflito. Precisamos de mais diplomacia e menos intervenções armadas na Ucrânia, na Palestina, no Iêmen. Os horrores da guerra e o sofrimento que ela provoca não podem ser tratados de forma seletiva. Os princípios basilares do Direito Internacional valem pra todos.”

Obviamente não há saída militar para aquela guerra, que provoca um estrago na economia mundial. E o líder brasileiro pode e deve dizê-lo. E também lhe cumpre lembrar que não se pode ser seletivo quando se trata de condenar os que promovem conflitos. Citou o caso do Iêmen. Eis aí a mais cruel e nefasta das guerras em curso, mas que se trava sob o silêncio cúmplice dos Estados Unidos e da Europa. Afinal, a Arábia Saudita, o país agressor, é considerado um “aliado estratégico” do Ocidente. Um massacre está em curso, inclusive de crianças. Lula não tem de dedicar o seu tempo a combater todas as guerras do mundo. Mas acerta ao não querer fazer parte da solução armada no conflito Ucrânia-Rússia, que solução não é.

Lula, reitero, falou o que quis e também ouviu o que quis. A conclusão do acordo Mercosul-União Europeia, que von der Leyen diz estar próximo, tem de atender também às necessidades do Brasil e da sua população.

Uma pergunta óbvia, de resposta idem, daí que ela seja aqui meramente retórica, mas convidando, ainda assim, os empresários brasileiros, inclusive os do agro, a pensar: em algum momento do governo Bolsonaro vocês encontraram um chefe de Estado disposto a advogar em favor dos respectivos setores que vocês integram com tanta clareza, objetividade e civilidade?

Era esse “esquerdista terrível” que parte da Dona Zelite brasileira tanto temia? Essa gente ficou com saudade do bronco e de seus anacolutos com a motosserra na mão?

ENCERRO
Li por esses dias um artigo em que uma enfezada, tomada de ares e tom professorais, dizia que Lula nada entende do mundo moderno; que está fixado no passado; que suas postulações no caso do acordo Mercosul-União Europeia eram impróprias etc. Não é o que pensa von der Leyen.

Se o entendimento vai mesmo sair, bem…, deixo a bola de cristal para os que são viciados em erro. O que me parece inequívoco é que Lula fez o que lhe cabia em defesa do país, do agro, das empresas brasileiras e dos empregos. A irrelevância agressiva fica a cada dia mais ridícula. Até “Uzmercáduz” já estão percebendo…

*Uol

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