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Preso pela morte de Marielle, delegado deixa bilhete com recado para Alexandre Moraes e diz que Lessa mentiu

O recado foi escrito no mandado de citação, documento que atesta que Barbosa foi denunciado pelo crime.

O delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, réu preso acusado de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, deixou um recado escrito à mão para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do caso.

“Aos Exmos. ministros e à eternidade: 1 – eu nunca falei com esses outros denunciados; 2 – o Inq. 901-00266-19 possui provas técnicas da mentira do assassino da vereadora Marielle e do motorista Anderson; 3 – no STJ há uma decisão que eu não participei das investigações”, escreveu Barbosa.

O recado foi escrito no mandado de citação, documento que atesta que Barbosa foi denunciado pelo crime. Este documento foi anexado ao processo nessa quarta-feira (26).

A defesa de Barbosa argumenta que um inquérito de 2019 (Inq. 901-00266-19) indica que o delegado não tentou obstruir a investigação contra os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, também denunciados pelo homicídio de Marielle. Na época em que Barbosa era chefe de Polícia, foram realizadas quebras de sigilo telemático dos irmãos Brazão.

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mencionada por Barbosa refere-se a um julgamento de maio de 2020, que rejeitou o pedido de federalização da investigação do caso Marielle. Na ocasião, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apontou indícios de corrupção envolvendo o delegado e outros servidores. Contudo, a relatora do STJ, ministra Laurita Vaz, destacou que Barbosa “nunca esteve à frente da investigação do caso Marielle”.

Em 18 de junho, o STF tornou réus os acusados de mandar matar Marielle e Gomes. Os réus são: o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro Domingos Inácio Brazão; seu irmão, o deputado federal João Francisco Inácio Brazão; o delegado Rivaldo Barbosa; e o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Além disso, os irmãos Brazão e Robson Calixto Fonseca, o “Peixe”, foram acusados de integrar uma organização criminosa, diz o Metrópoles.

As investigações apontam que o ex-policial militar Ronnie Lessa foi o atirador responsável pela execução do crime, tendo feito uma delação premiada que implicou outros autores. Já o ex-PM Élcio de Queiroz confessou ter dirigido o veículo no momento do assassinato.

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Abaixo-assinado propõe tirar mandato de Salles, que apoiou golpistas da Bolívia

“A hora de fazer essa mobilização cobrando responsabilização dos golpistas é agora, é pra já”, diz Glauber Braga.

A postagem do deputado Ricardo Salles (PL-SP) incentivando os golpistas que tentaram quebrar a ordem democrática da Bolívia causou reação dos democratas brasileiros. Nesta quarta-feira (26), enquanto o general Juan José Zuñiga tentava o golpe de Estado contra o governo boliviano, usando um grupo de militares para intimidar o presidente Luis Arce, aqui no Brasil Salles foi às redes sociais para elogiar os golpistas.

“En Bolívia las melancias tienen cojones…” (Na Bolívia as melancias têm coragem), escreveu Ricardo Salles (PL-SP) no X.

O termo “melancia” é a forma como a extrema direita se refere a generais que não aderiram ao golpe do 8/1, considerados comunistas: verdes por fora e vermelhos por dentro.

Por conta disso, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) vai pedir à Mesa Diretora da Câmara o afastamento cautelar de Salles de seu mandato.

“Eu acho que tem que mobilizar. Porque se o que acabou de acontecer na Bolívia não servir pra gente como um alerta, daqui a pouco pode ser tarde demais pra gente se mobilizar”, diz Glauber. “A hora de fazer essa mobilização cobrando responsabilização dos golpistas é agora, é pra já”.

Nessa linha, um abaixo-assinado começou a circular para exigir que o deputado do PL perca o seu mandato.

Caso queria participar dessa mobilização, basta clicar no link a seguir:

Abaixo-assinado #FORASALLES

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Lula e Itamaraty tiveram papel fundamental na libertação de Assange, afirma advogada e ativista

Presidente brasileiro foi primeiro chefe de Estado a tratar o fundador do WikiLeaks como um preso político e mobilizou outras lideranças a seu favor, recorda Sara Vivacqua.

A libertação de Julian Assange foi uma notícia que surpreendeu o mundo. Após um anúncio sem maiores detalhes, somente nesta terça-feira (25/06), um dia após o ativista digital australiano deixar o território britânico, começam a surgir os primeiros detalhes do acordo entre os advogados de defesa e o governo dos Estados Unidos, que permitiu sua saída da prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres.

Entre os elementos que levaram à liberdade de Assange está a atuação do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e do Itamaraty. Ainda que não tenha sido diretamente envolvido na negociação final que determinou a liberdade do fundador do WikiLeaks, o mandatário agiu fortemente em favor da causa e foi um reforço fundamental para a pressão internacional que levou o governo dos Estados Unidos a desistir da intenção de extraditá-lo.

Quem conta maiores detalhes a respeito desse caso é Sara Vivacqua, que é advogada no Reino Unido e responsável pela campanha a favor da liberdade de Assange no Brasil, além de correspondente do site Diário do Centro do Mundo (DCM).

Em entrevista a Opera Mundi, Sara destaca o papel de Lula como primeiro chefe de Estado de maior relevância no mundo que qualificou Assange como preso político.

“O Lula teve a coragem de falar do caso do Assange em cenários emblemáticos: na Assembleia Geral da ONU, na coroação do rei Charles III (…) isso tem um impacto importante pela história do presidente. O Lula foi o primeiro caso de uma pessoa que venceu uma guerra híbrida contra os Estados Unidos”, comentou a advogada mineira radicada em Londres.

Leia a entrevista na íntegra:

Opera Mundi – qual foi o papel desempenhado pela diplomacia brasileira nos esforços para a libertação do Assange? Houve envolvimento do próprio presidente Lula?

Sara Vivacqua – Houve uma grande mobilização da alta diplomacia brasileira, eu fui uma das pessoas que fez parte dessa articulação. Claro que a gente não podia falar muita coisa, agora estamos mais livres para revelar esses detalhes, mas a primeira iniciativa foi uma turnê que fizemos pela América Latina, na qual nos reunimos com cinco presidentes: além de Lula, o Alberto Fernández (Argentina), o Luis Arce (Bolívia), o López Obrador (México) e o Gustavo Petro (Colômbia

O presidente Lula nos recebeu ainda durante o período de transição (em 2022), em uma articulação que eu fiz em conjunto com o MST, para nos reunirmos não só com o presidente, que era presidente eleito naquele então, mas também para fazer um evento no Congresso e em outros espaços importantes.

A atuação do Lula foi fundamental porque já nesses primeiros encontros ele se referiu ao Assange como preso político. Isso foi algo muito grande, nenhum outro chefe de Estado dessa envergadura tinha usado esse termo. Depois disso, o López Obrador também falou no Assange como preso político e outros líderes mundiais começam a tomar posição, exceto na Europa, onde muitos países tratam o caso do Assange como um tema proibido e isso acontece até hoje. E quando falo de “países” me refiro aos governos dos países europeus, que têm medo de tocar nesse assunto.

O Lula despertou uma ruptura com um consenso. Ele também recebeu uma delegação do WikiLeaks, e foi a primeira vez que o WikiLeaks foi recebido oficialmente por um chefe de Estado. Antes disso, o pai e o irmão do Assange já haviam se encontrado com outros líderes, mas é diferente você receber os representantes do WikiLeaks, porque já não se trata de um gesto de compaixão apenas à pessoa, tem a ver com a defesa da causa que ela representa.

Nesse encontro com o WikiLeaks, o Lula se refere ao Assange como um preso político, e isso tem um impacto importante pela história do presidente.

O Lula foi o primeiro caso de uma pessoa que venceu uma guerra híbrida contra os Estados Unidos. Em outros países, há pouca noção sobre o que é uma operação de lawfare, é preciso explicar para as pessoas que o sistema de justiça pode ser usado em operações políticas. Essa compreensão já existe no Brasil, e eu não conheço outro caso tão vitorioso de vitória contra um caso de guerra híbrida como o do Lula, em tão pouco tempo.

Esse movimento de líderes mundiais a favor do Assange, despertado pelo Lula, ocorreu apenas na América Latina?

Não somente na América Latina, e eu acho que o mais importante de todos foi o da Austrália. Depois que o Lula diz ao mundo que o Assange é um preso político o próprio país onde o Assange nasceu resolve tomar uma posição, seu primeiro-ministro se pronuncia para pedir pela sua liberdade.

Ter uma pessoa com o prestígio internacional do Lula dizendo que o Assange é um preso político, tendo sido ele mesmo (Lula) um preso político, começa mudar as percepções.

Depois, junto com a Comissão Arns, em um trabalho no qual eu também participei com o Paulo Sérgio Pinheiro e outras importantes figuras, foi feita uma apresentação na Organização das Nações Unidas (ONU). O Lula inclui parte desse trabalho nos argumentos que apresentou para defender o Assange na Assembleia Geral da ONU, algo que foi um marcador de águas, o primeiro chefe de Estado a falar sobre o caso nesse cenário internacional.

O Lula também defendeu o Assange em sua visita a Londres para a coroação do rei Charles III, pouco depois de se encontrar com o primeiro-ministro Rishi Sunak. Nessa ocasião, eu mesma, como correspondente do DCM, participei da coletiva e perguntei ao presidente sobre o caso. Ele novamente falou do Assange como preso político e declarou, em solo britânico, que o governo do Reino Unido estava cometendo uma ilegalidade.

Nessa mesma ocasião da visita do Lula a Londres, eu fiz uma entrevista com o Celso Amorim (assessor especial da Presidência para assuntos internacionais), no hotel da comitiva brasileira, e após finalizá-la pedi a ele se o Itamaraty poderia encaminhar uma carta da Stella (Assange, esposa do ativista australiano) ao Papa Francisco. Três dias depois dessa conversa, a Stella estava sendo recebida no Vaticano, consolidando mais um apoio que foi fundamental para reforçar a campanha em favor da liberdade do Assange.

A somatória desses episódios ajudou muito a criar um ambiente político, encorajou os próprios australianos a lutarem pela liberdade de um dos seus compatriotas. Claro que não podemos atribuir a decisão final a um só fator, mas eu não tenho dúvidas de que a atuação do Lula e da diplomacia brasileira nesse episódio tiveram um papel fundamental.

Como foram as negociações que resultaram na libertação do Assange? Quais foram os detalhes cruciais na concretização do acordo?

Eu pude acompanhar essa negociação de perto e hoje posso dizer que esta foi uma negociação que durou praticamente um ano, mas que se desenvolveu em sigilo, era algo que nós não podíamos trazer para o público.

Esses acordos são uma verdadeira caixinha de surpresas. Mesmo depois de meses de conversações, somente a partir de 19 de junho a possibilidade de libertação do Assange se tornou algo que podíamos ver como próximo, que podia acontecer a qualquer momento.

Apesar de eu ter acompanhado de perto, eu não sei de todos os detalhes, porque envolve muita gente, representantes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o WikiLeaks, os advogados de defesa. A própria Stella só soube que ele seria libertado no domingo (23/06), e então decide viajar para a Austrália com a esperança de encontrá-lo.

Agora começa uma nova etapa. O Assange terá que ir até Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte, que é território norte-americano. Ele vai ter uma audiência na qual deverá assinar uma declaração, na qual se assume como “culpado da acusação de ter conspirado contra o governo dos Estados Unidos, junto com a Chelsea Manning, para revelar segredos militares”. O texto foi escrito sob medida pelo Departamento de Justiça norte-americano, que se comprometeu a dar a ele uma pena de cinco anos de prisão, e a considerar que essa pena já foi cumprida no período em que ele passou em Belmarsh.

O acordo só terá validade depois que o juiz local homologar essa declaração, e a partir de então ele não poderá fazer qualquer pronunciamento ou gesto que desminta o que está na declaração. Há uma série de outras regras bem rígidas. E claro, o governo dos Estados Unidos aproveitou para dar o seu recado sobre o que acontece com aqueles que ousam revelar seus segredos.

Depois de cinco anos sofrendo com uma prisão em condições desumanas, com torturas físicas e psicológicas, ele aceitou esse acordo que não é justo, ele sabe que não é justo, mas preferiu trocar essa injustiça pela sua liberdade, o que do ponto de vista humano acho que é bastante compreensível. Nós sabemos o que ele viveu naquela prisão, que sua vida esteve em risco por diversas vezes.

Quais serão os próximos passos desse caso? O que vai acontecer com Assange depois da viagem às Ilhas Marianas?

Depois que o acordo for homologado ele se torna um homem livre. Sabemos que após essa audiência ele vai voltar para a Austrália, deve passar seus primeiros dias de liberdade em família, o que é natural. Depois, o que ele vai fazer, em que pretende dedicar o resto da sua vida, o que pretende fazer com essa liberdade, é algo que ele vai ter que decidir.

Não há outras restrições impostas pelo acordo? Ele permite, por exemplo, que o Assange possa sair da Austrália e visitar outros países?

Não sabemos. Alguns detalhes sobre esse acordo nós só conheceremos com o passar do tempo, quando os advogados de defesa puderem revelar, e se eles puderem revelar. Acho que há cláusulas que nós nunca saberemos.

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Inquéritos envolvendo Bolsonaro devem ser concluídos até a próxima semana, dizem investigadores da PF

Inquéritos que serão encaminhados ao STF apuram as suspeitas de falsificação de certificados de vacinas e a tentativa de venda ilegal de joias pertencentes ao Estado brasileiro.

A Polícia Federal (PF) pretende enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) os relatórios finais de duas investigações envolvendo Jair Bolsonaro (PL) nos próximos dias, ou até a semana que vem, diz a jornalista Daniela Lima em sua coluna no g1. Os inquéritos abordam a falsificação de certificados de vacinação de Bolsonaro e sua família, bem como a venda ilegal de joias pertencentes à República.

Os investigadores têm como objetivo concluir esses relatórios até sexta-feira (28). Em ambos os casos, a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, foi considerada fundamental para o andamento dos inquéritos. Cid confessou ter participado diretamente na criação de certificados de vacinação falsos e na venda de joias que foram presenteadas a autoridades pela Arábia Saudita.

A PF já reuniu provas contra Cid e avançou nas investigações, que incluem membros de sua família, como sua esposa e seu pai. Na tentativa de reduzir as implicações penais, Cid optou por firmar um acordo de delação premiada, colaborando com as investigações.

Aliados de Bolsonaro negam qualquer irregularidade nos casos, alegando que as investigações são uma forma de perseguição política.

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“Eu não indico presidente do Banco Central para o mercado”, diz Lula

“Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. Mercado tem que se adaptar a isso”, concluiu o petista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (26) que indica o presidente do Banco Central pensando no Brasil e não no mercado.

“Eu não indico presidente do Banco Central para o mercado. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. Mercado tem que se adaptar a isso”, argumentou Lula.

Lula foi questionado por jornalistas sobre nomes cotados para ocuparem a vaga na instituição, após a saída de Roberto Campos Neto, em dezembro deste ano.

Os jornalistas questionaram se Aloizio Mercadante e Guido Mantega poderiam ser opções para a vaga.

Até o momento, o nome mais cotado seria o de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC.

Lula voltou a criticar a atuação do BC em manter a taxa de juros da Selic em 10,50%. O presidente também alfinetou o mercado.

“O Banco Central tem necessidade de manter a taxa de 10,50% quando a inflação está a 4%? Não é culpa sequer do BC, é culpa da estrutura que foi criada. BC vai ter plano de meta de crescimento? A gente vai avançar para isso”, questionou.

“Continuo criticando a taxa. Acho que não deveria ser o presidente que criticasse, mas é preciso que empresários do setor produtivo, CNI, Fiesp, ao invés de reclamar do governo deveriam fazer passeata contra taxa de juros”, completou.

Segundo o presidente, a economia brasileira vai crescer acima das previsões de especialistas.

“Mercado sempre precifica desgraça, sempre trabalhando para não dar certo, sempre torcendo para as coisas serem pior. Economia vai crescer mais do que especialistas falam até agora”, afirmou.

As declarações foram dadas em entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (26).

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Após decisão do STF, Lira cria comissão na Câmara para PEC das Drogas

Comissão foi oficializada nesta terça-feira (25/6), após decisão do STF que diverge de intenção da PEC das Drogas no Congresso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criou a comissão especial para analisar a PEC das Drogas na Casa. O texto, já aprovado pelo Senado, criminaliza o porte e a posse de qualquer quantidade de drogas e a comissão acabou sendo oficializada nesta terça-feira (25/6), em edição extra do Diário Oficial da Câmara, após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela descriminalização do porte de maconha para o consumo individual, diz o Metrópoles.

A chamada PEC das Drogas é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45/2023, que altera o art. 5° da Constituição Federal para prever como mandado de criminalização a posse e o porte de entorpecentes e drogas afins sem autorização ou em desacordo com determinação legal. Ao usuário, a proposta aponta aplicação de penas alternativas à prisão e tratamento contra a dependência química.

A comissão oficializada por Lira terá 34 membros titulares e 34 suplentes. A PEC tem a assinatura do próprio presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que criticou, mais cedo nesta terça, a decisão do STF. Deputados federais também usaram o plenário da Câmara para pressionar pelo avançar da Proposta de Emenda à Constituição.

Em abril, o plenário do Senado Federal aprovou em dois turnos a matéria, por 53 votos favoráveis, 9 contrários e nenhuma abstenção em primeiro turno. O único partido a orientar voto contrário à proposta foi o PT. No segundo turno, houve um voto favorável a menos.

A PEC foi apresentada em setembro do ano passado, logo depois de o STF retomar o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas após oito anos de discussão.

Nesta quarta (26/6), o Supremo deve voltar a se debruçar sobre o tema, para definir que quantidade de maconha em posse vai diferir um usuário de um traficante.

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“Gostavam muito de dinheiro”: Gilmar Mendes critica Sérgio Moro e Operação Lava Jato

As declarações do ministro refletem críticas recorrentes de que a Lava Jato teria ultrapassado os limites legais na sua busca por justiça.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez duras críticas ao ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil – PR), um dos principais protagonistas da Operação Lava Jato, durante entrevista à CNN Portugal nesta segunda-feira (24).

Mendes questionou a abordagem brasileira no combate à corrupção, sugerindo que a estratégia adotada pelo país foi inadequada e falhou em seus objetivos. “No Brasil, inventamos uma forma de combate à corrupção, mas os combatentes gostavam também muito de dinheiro”, afirmou o ministro, referindo-se diretamente a Moro e outros membros da força-tarefa da Lava Jato.

O ministro foi contundente ao acusar Moro de se beneficiar financeiramente da operação. “É o caso de Sergio Moro e seus colegas, que inventaram essas fundações e buscaram se apropriar, como se estivessem se remunerando pelo fato de terem combatido a corrupção. Isso foi extremamente negativo”, criticou Gilmar Mendes.

As declarações do ministro refletem críticas recorrentes de que a Lava Jato teria ultrapassado os limites legais na sua busca por justiça, utilizando métodos controversos e fomentando a polarização política no Brasil. A menção às fundações refere-se à criação de entidades privadas para gerenciar recursos oriundos de acordos de colaboração premiada, uma prática que também tem sido alvo de críticas por possíveis conflitos de interesse.

Gilmar Mendes está em Portugal para participar do 12º Fórum Jurídico de Lisboa, um evento que reúne autoridades dos Três Poderes do Brasil e representa um espaço de debate sobre temas jurídicos e políticos de relevância internacional. O ministro é um dos anfitriões do evento, que ocorre de 26 a 28 de junho na capital portuguesa.

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Pastor André Valadão diz que Deus mataria gays se pudesse e perdoaria estupradores

Após dizer que “Deus mataria” a população LGBTQIA+, o pastor André Valadão disse que “a grandeza do amor de Jesus” perdoaria um estuprador.

Durante um culto na Igreja Lagoinha de Orlando, nos Estados Unidos, no ano passado, Valadão disse que, se pudesse, “Deus mataria” e “começava tudo de novo” em relação à comunidade LGBTQIA+. Em seguida, também dizendo o que seria o raciocínio de Deus, disse que, para ele mesmo não matar, Deus havia confiado aos fiéis “ir para cima” (dos homossexuais).

Disse Valadão em 2023:

“A porta que abriu para o casamento homoafetivo não é uma mera porta. Essa porta [casamento LGBTQIA+] foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a bíblia condena. Agora, é hora de tomar as cordas de volta e falar ‘não, reseta’, aí Deus fala ‘não posso mais, já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi pra mim mesmo que não posso, então agora tá com vocês’”, disse Valadão, que depois disse ter sido interpretado de maneira “equivocada”.

Já nessa segunda-feira, questionado por seguidores o que diria a um estuprador arrependido, o pastor respondeu que diria que “não há malignidade, perversidade, que o amor de Deus não seja maior”.

Valadão disse também que relembraria ao estuprador das consequências que ele enfrentaria na Justiça, “na terra”.

Com forte apoio de evangélicos ultraconservadores, a Câmara dos Deputados aprovou, em 23 segundos, no início de junho, a tramitação em urgência de um projeto de lei que qualifica como homicídio o aborto a partir de 22 semanas de gestação, mesmo em casos de estupro. Evangélicos progressistas e mesmo conservadores não têm apoiado o projeto, diz Guilherme Amado, Metrópoles.

A pena para o crime de homicídio simples — definido pelo Código Penal como quando se mata alguém — varia de seis a 20 anos de prisão. Já a pena para estupro vai de seis a dez anos, podendo chegar a 12 anos se a vítima for menor de 18 anos e maior de 14 anos.

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Lula após encontros com FHC e Chomsky: “Tenho grande carinho”

O presidente Lula aproveitou viagem a SP para os encontros. E postou no X: “Pessoas pelas quais tenho grande carinho”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou na manhã desta 2ª feira (24.jun.2024), em São Paulo, o escritor Raduan Nassar e o linguista Noam Chomsky. Já no início da tarde, fez uma visita ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Os 3 compromissos foram reservados e não estavam na agenda oficial do petista. Em seu perfil no X (ex-Twitter) Lula compartilhou fotos das visitas e disse ter se encontrado com 4 pessoas pelas quais possui um “grande carinho”.

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Desfecho iminente: Wajngarten, ex-secretrário de Comunicação de Bolsonaro, será indiciado pela PF no caso das joias

Os indiciamentos devem ser oficializados entre esta segunda-feira (24) e amanhã.

Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) no governo Bolsonaro e atualmente um dos principais auxiliares do ex-presidente, será indiciado pela Polícia Federal (PF) em um dos inquéritos que investigam ações do ex-presidente.

Como informa Lauro Jardim, em O Globo, o foco do indiciamento é o caso das joias que Bolsonaro recebeu como presente durante seu mandato e que foram compradas e recompradas ilegalmente nos Estados Unidos.

O indiciamento de Wajngarten e de vários outros auxiliares de Bolsonaro, incluindo o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, deve ser oficializado entre esta segunda-feira (24) e amanhã.

Wajngarten se defendeu das acusações, alegando perseguição política:

Não pode haver qualquer indício contra mim. Soube da venda das joias pela imprensa. Só, e apenas aí, é que entrei no caso para cuidar da área de comunicação.