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Lula vai anunciar na ONU fim de ‘pedalada climática’ de Bolsonaro e Salles

Jamil Chade*

Num esforço de conquistar a confiança da comunidade internacional e de doadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá usar sua passagem pela ONU nesta semana para reverter as “pedaladas climáticas” adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira passada, o Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima aprovou uma resolução determinando o ajuste da Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil. A ideia é de que essa mudança seja anunciada durante as reuniões da Assembleia Geral da ONU, a partir de terça-feira em Nova York.

Em junho, Lula sinalizou que iria desfazer a pedalada e que apresentaria um novo compromisso do país. Para Ana Toni, secretária nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a decisão “é muito importante simbolicamente, porque ela ajuda a encerrar as maldades que o governo Bolsonaro fez”. “Mostra que este governo está tentando anular essas maldades e avançando na reconstrução da política climática brasileira”, afirmou.

Segundo a secretária, Lula levará o anúncio para a ONU, nesta semana. A resolução aprovada pelo Comitê Interministerial também instrui o Itamaraty que comunique a mudança à Comissão-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).

Cabe à chancelaria relatar para a ONU que o Brasil está “retomando o nível de ambição apresentado em 2015, no Acordo de Paris, em termos dos valores absolutos das emissões de gases de efeito estufa”.

O que foi a pedalada?
Durante o governo de Bolsonaro, o Brasil apresentou à Convenção do Clima da ONU uma ambição menor de compromisso com a redução do desmatamento e de emissões do que a que havia sido acordada em 2015.

Brasília tentou camuflar a manobra. Mas o gesto brasileiro, liderado pelo então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi rapidamente identificado pelas autoridades da ONU que, de forma inédita, retiraram o Brasil da cúpula daquele ano, na qual governos fariam anúncios de seus compromissos ambiciosos para lidar com o clima.

O gesto foi considerado, pela diplomacia internacional, como um dos momentos de maior constrangimento para a política externa de Bolsonaro e seu então chanceler Ernesto Araújo.

Segundo o Observatório do Clima, o compromisso do Brasil em 2015 colocava a meta de reduzir em 37% as emissões do país até 2025, em relação ao que fora emitido em 2005. Além disso, indicava que as emissões poderiam ser reduzidas em 43% até 2030.

Pela proposta de Bolsonaro, o governo mudou a base de cálculo e, com isso os percentuais significariam uma redução menor do que a apresentada em 2015, o que é proibido pelas regras do Acordo de Paris.

Pelo tratado, um compromisso apenas pode ser modificado para que ele seja mais ambicioso. E não menos.

“A base de cálculo usada pela NDC de 2015 foi o Segundo Inventário Nacional de emissões de gases de efeito estufa. Os percentuais, aplicados a essa base, significariam que o Brasil deveria chegar a 2030 emitindo 1,2 bilhão de toneladas líquidas de dióxido de carbono equivalente (CO2e)”, explicou o Observatório do Clima.

“A manobra de Salles, em 2020, passou a usar como referência o Terceiro Inventário Nacional, que calculava um valor de emissões muito mais alto em 2005”, disse.

Outro problema da proposta de 2020 é de que também abria a possibilidade de usar como referência inventários mais recentes. “Pelo cálculo com base no terceiro inventário, o percentual de 43% de redução até 2030 significa a emissão de 1,6 bilhão de toneladas líquidas de CO2e – 400 milhões de toneladas a mais do que na meta original”, disse. Ainda segundo a entidade, em 2021, “o Brasil apresentou na conferência do clima de Glasgow uma segunda atualização, aumentando de 43% para 50% o percentual de redução de emissões para 2030”.

“Foi usado como base de cálculo o Quarto Inventário Nacional. A mudança reduziu, mas não eliminou a pedalada, permitindo ao Brasil emitir 73 milhões de toneladas a mais do que o inicialmente previsto. A correção anunciada agora retoma a ambição de 2015 e aponta o corte de 1,2 bilhões de toneladas de CO2e até 2030”, explicou.

Segundo Ana Toni, o governo está “assumindo que aquilo que estava escrito no anexo do compromisso original, uma emissão de 1,3 bilhão de toneladas [de CO2 equivalente] em 2025 e de 1,2 bilhão em 2030, é o que vale”.

“O piso em termos de ambição está dado, e a partir daí vamos construir a nova NDC, que logicamente será mais ambiciosa do que isso”, completou Ana Toni.

Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, lembra que a correção é um importante primeiro passo, que precisa ser seguido do avanço na ambição brasileira.

“Finalmente corrigimos a pedalada climática e o Brasil deixa de ser um país que viola o Acordo de Paris, mas não podemos perder de vista que estamos vivendo uma emergência climática. O mundo tem pressa para conseguir manter a meta de 1.5 viva e o Brasil está apenas voltando a sua promessa de 2015?, diz.

*Uol

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Vídeo: Sâmia Bomfim chama Salles de “réulator” e lista denúncias contra o ex-ministro de Bolsonaro

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) teve início nesta terça-feira (29/8) com bate-boca entre a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) e o relator da comissão, Ricardo Salles (PL-SP). A parlamentar chamou Salles de “réulator”, em referência à decisão da Justiça Federal do Pará, proferida na noite de segunda-feira (28/8), diz o Metrópoles.

O tribunal aceitou uma denúncia contra o deputado federal, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de facilitar regras para exploração de madeira quando ainda era ministro do Meio Ambiente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Foi escolhido por essa comissão um ‘relator’, e, desde o ínicio [da CPI], a escolha deste relator tinha muito questionamento. Tendo em visto, seus interesses diretos em desmobilizar a reforma agrária neste país. Mas, os últimos acontecimentos tornam ainda mais grave a presença deste sujeito [Ricardo Salles] na relatoria desta CPI porque ele não é mais um relator, é um réulator”, disse a deputada psolista (veja vídeo no final da matéria).

Em seguida, Sâmia levantou plaquinhas com os supostos crimes de Ricardo Salles. Entre eles: corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, facilitação de contrabando, desacato, obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do poder público.

A acusação de Salles foi apresentada no âmbito da investigação da Polícia Federal (PF) que investiga um suposto esquema de exportação ilegal de madeira da Amazônia. Além do ex-ministro, o ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Eduardo Bim e outros servidores foram denunciados pelo MPF.

Segundo o Ministério Público, as investigações indicaram a existência de “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”. O órgão destacou uma série de apreensões de madeira de origem brasileira nos Estados Unidos que estavam sem a documentação adequada para exportação.

Em meio às apreensões, um conjunto de empresas do setor madeireiro buscou apoio de servidores do Ibama para liberar a carga. De acordo com o MPF, os funcionários do órgão ambiental teriam emitido certidões e um ofício sem valor jurídico com o intuito de liberar a madeira apreendida.

A denúncia do MPF ressalta ainda um encontro de Ricardo Salles e representantes de empresas envolvidas no suposto esquema em fevereiro de 2020. Depois da reunião, a investigação aponta que o ex-ministro atendeu de forma integral e “quase que imediato” o pedido das companheiras, com parecer técnico “legalizando, inclusive com efeito retroativo, milhares de cargas expedidas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020”.

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Sâmia Bonfim entra com ação contra Salles no MPF por ações em CPI do MST

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionou o Ministério Público Federal contra o colega Ricardo Salles (PL-SP). .

Sâmia acusou Salles de abuso de autoridade, violação de domicílio e advocacia administrativa e pediu que o MPF o investigue. As supostas ilegalidades teriam ocorrido durante uma diligência da CPI do MST, no Pontal de Paranapanema (SP), em maio. Segundo Sâmia, as idas a campo não tinham “indicação mínima de um calendário para organização administrativa da Casa e dos membros da comissão”.

A representação argumenta que Salles cometeu advocacia administrativa quando “abordou famílias de acampados de forma abusiva, afirmando que o local se tratava de uma área privada” e teria dito que uma mulher que o acompanhava era a proprietária da terra. Sâmia também apontou que a mulher proferiu ofensas e ameaças contra as pessoas que estavam na região.

O abuso de autoridade estaria ligado a essa postura e por ter utilizado seu cargo público para forçar a entrada nas moradias de acampados, segundo o texto. “Membros da CPI e seus assessores filmaram e entraram em barracos sem autorização expressa dos seus ocupantes ou mediante intimidação”, o que constituiria violação de domicílio.

A ação também citou que um barracão foi arrombado e, nele, foram feitos vídeos e fotos para as redes sociais dos deputados de oposição ao governo. Ao serem removidos das casas, “continuaram filmando o interior através de portas e frestas, bem como insistiam em verificar os banheiros e privadas”.

Além de Salles, foram citadas na representação a deputada Caroline de Toni (PL-SC) e Maria Nancy Giuliangeli, que teria alegado ser dona da terra onde está o acampamento no Pontal.

*Com Uol

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Alexandre de Moraes autoriza envio do celular de Salles para ser desbloqueado nos EUA

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o envio do aparelho telefônico do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles aos Estados Unidos para uma perícia que vai subsidiar investigações da Polícia Federal. A decisão foi tomada no último dia 16 porque o ministro entregou o aparelho bloqueado para a PF.

Ainda em maio o ministro autorizou um mandado de busca e apreensão contra Salles. A denúncia era de que o ex-chefe do Meio Ambiente facilitava exportação ilegal de madeira para os EUA e Europa. Na operação, batizada de Akuanduba, Salles afirmou que estava sem o aparelho. A entrega do celular só ocorreu 19 dias depois, mas com o celular bloqueado.

Na decisão, o ministro determinou que a análise dos dados, depois do desbloqueio, deve ser feita pelas autoridades brasileiras. Moraes descreve ser “imprescindível” o desbloqueio do aparelho nas investigações.

Outro caso protagonizado pelo ex-ministro vem sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia. Em 31 de maio, foi solicitado pela Procuradoria Geral da República (PGR) a instalação de um inquérito pelo Supremo para apurar crimes administrativos na pasta.

Ricardo Salles pediu demissão nesta quarta (23), sob investigação da PF por tentativa de obstrução de investigações contra crimes ambientais.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) enviou ao STF um ofício sugerindo a apreensão do passaporte de Salles para evitar possível fuga aos EUA.

‘É prática comum deste governo de criminosos a fuga para o exterior para tentar escapar dos crimes que cometeram no Brasil. Não podemos permitir que Salles saia do país sem ser responsabilizado. Salles já deixa o governo tarde’, disse a deputada.

*Com informações do Congresso em Foco

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PGR, Pau Mandado Geral da República, tenta barrar no STF ação contra Salles

Das mazelas institucionais que o Brasil vive atualmente, certamente, a PGR é um fenômeno à parte.

A pobreza da Procuradoria Geral da República desde Roberto Gurgel, passando por Rodrigo Janot, Raquel Dodge e, agora, Augusto Aras, não trouxe sorte alguma aos pobres num país em que essa mesma procuradoria tentou destruir um partido que tirou 40 milhões de brasileiros da miséria e viu a renda dos ricos crescer assustadoramente depois dos golpes em Dilma e Lula, muito com a ajuda luxuosa da PGR aonde que reina a absoluta subserviência ao grande capital.

Se um dia o MP já foi conduzido como uma instituição que tinha consciência social, o abandono à visão solidária para se agarrar a uma democracia de mercado foi uma das maiores violências institucionais que o Brasil viveu nos últimos anos.

Agora, sabe-se que o mais servil dos paus mandados de Bolsonaro está nesse momento tentando livrar a cara de um sujeito como Salles que já tem fama de bandido internacional nos EUA, globalizando assim as mazelas do clã Bolsonaro de quem é servo inseparável.

Qual a justificativa dessa interpretação de Aras ao fazer o papel de leva e traz de Bolsonaro para livrar a cara desse que é um dos mais famosos pilantras que já colocaram as mãos na riqueza da Amazônia?

O que pretende o Sr. Aras com esse discurso político, consagrar a picaretagem ou expor a pior hipocrisia nacional que é um MP que vem, nos últimos anos, agindo como um Robin Wood às avessas? Isso, quando não é omisso em tudo o que se refere ao comportamento do patrão.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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