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Performance de Barroso em favor de magistrados acusados de crimes causa perplexidade

Presidente do STF impede que se jogue luz nos porões da Lava Jato e defende Gabriela Hardt de forma anômala, escreve Costa Pinto.

Perplexidade, tanto à direita quanto à esquerda. Perplexidade, tanto de amigos quanto de inimigos. Perplexidade: eis o que provocou o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal, quando envergou a personagem Madalena Arrependida do combate à corrupção ao presidir a última sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e espancar a razão e a própria biografia ao espicaçar o relatório da correição especial empreendida na 13ª Vara Federal de Curitiba e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. No lugar de apontar fachos de luz na direção dos porões fétidos que escondem os cadáveres já decompostos da finada Operação Lava Jato e da Força Tarefa comandada por Deltan Dallagnol e Sérgio Moro, como propôs o corregedor-geral do CNJ, ministro Luis Felipe Salomão, o presidente do STF e do Conselho lançou às trevas o competente e detalhado relatório do colega. Nas rodas de poder e influência em Brasília, Salomão é um dos mais benquistos e bem vistos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Extemporânea e anormalmente, o ministro Barroso tomou para si a palavra logo depois do voto do relator e corregedor e despiu-se das vestes de mediador do equilíbrio que sempre tenta impor aos circunstantes com aquele tom de voz anasalado e pedante na última oitava que lhe é peculiar. Chamou de “ilegítima e arbitrária” a decisão do corregedor-geral do CNJ, que afastou da magistratura e de suas respectivas funções, monocraticamente, a juíza Gabriela Hardt (substituta de Moro na 13ª Vara Federal e signatária da destinação incomum dos recursos do bilionário – R$ 2,5 bilhões – acordo de leniência da Petrobras nos Estados Unidos) e dois desembargadores federais do TRF-4 (entre eles Carlos Eduardo Thompson Flores, ex-presidente do tribunal) e um juiz federal convocado a compor o plenário do colegiado em julgamentos eventuais.

“Vingança”, balbuciou o presidente do Supremo, recostado no espaldar alto de sua poltrona, olhando de soslaio o que parecia ser a versão eletrônica do relatório de Salomão. Segundo se pôde depreender, seria vingança do colega magistrado porque ele perfilaria dentre aqueles que veem mais prejuízos do que benesses a partir das ações empreendidas pelo lavajatismo. Nunca é demais lembrar que, estima-se, as operações midiáticas e rocambolescas da Lava Jato, sempre coreografadas em conjunto com a parte da mídia nacional que via com docilidade a perseguição a empresários e políticos, dizimaram cadeias completas da economia brasileira como a indústria da construção pesada e o setor naval. As macaquices produzidas por Moro e depois por sua copista, Hardt, confirmadas sem escrutínio pelo TRF-4 sob a liderança de Thompson Flores e guiadas pela proatividade tão irresponsável quanto destrutiva da organização (criminosa? Não se sabe. Uma bela correição no Conselho Nacional do Ministério Público poderá dizê-lo) de Dallagnol e seus procuradores amestrados.

Logo início de sua intervenção esquisita e destemperada, atravessando o samba do Conselho Nacional de Justiça e deixando claro que patrocinava a defesa dos quatro rábulas que chegaram àquela sessão do CNJ como “magistrados suspensos” pelo corregedor, o presidente do Supremo Tribunal Federal anunciou que pediria vista da abertura de Processo Administrativo (PAD) contra todos eles e também contra o ex-juiz e senador Sérgio Moro. As digitais de Moro no rol de ilegalidades e de potenciais desvios constatados pela correição na 13ª Vara Federal de Curitiba não podiam ser rastreadas e punidas naquele foro, apenas por ações criminais, porque afinal, em 2018, logo depois da eleição presidencial que ajudou com denodo e afinco a tornar assimétrica e ilegítima, Moro resolveu sair da busca por um lugar ao sol na história para cair na vida mundana do Poder Executivo como borra-botas do presidente que tanto se esforçou por eleger.

O desagradável desempenho do ministro Luís Roberto Barroso na sessão do CNJ da última quinta-feira não faz jus à trajetória do brilhante advogado liberal e progressista que ele foi um dia – enquanto construía a estrada biográfica até o Supremo Tribunal Federal. Amigos do ministro já haviam ficado perplexos com o baixo grau de assertividade dele para identificar condutas criminosas de alguns convivas de sua vida pessoal quando eclodiu o escândalo com o médium, hoje preso, João Teixeira de Faria, o “João de Deus”. Barroso chegou a usar as vestes brancas dos obreiros espirituais de Abadiânia (GO) sem sequer desconfiar que a persona de curandeiro daquele João escondia as perversidades de um maníaco e criminoso sexual. Isso, desculpa-se. Afinal, “João de Deus” é portador de uma demoníaca alma sebosa. Os ardis do demônio enganam qualquer um. Porém, evitar que ao menos bons fachos de luz sejam jogados nos porões da Lava Jato para desfazer o ambiente trevoso é comportamento inexplicável. Impedir a instalação do PAD e revogar a punição aos magistrados flagrados na correição não ajuda a explicar nada – só a confundir.

*Luis Costa Pinto/247

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“Cadeia é coisa do teu pai”, diz Moro a filho de Dirceu, será?

Sergio Moro respondeu a Zeca Dirceu sobre postagem em que deputado pede prisão do senador.

Sergio Moro perdeu a paciência com o deputado Zeca Dirceu, do PT do Paraná, na manhã desta quarta-feira (17/4), no X (antigo Twitter).

O filho de José Dirceu postou reportagem sobre processo que corre no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre ações praticadas por juízes, desembargadores e procuradores que atuaram na Lava-Jato.

Postou o deputado:

“Cassação ou cadeia? Ou melhor, ambas as coisas! Agora, Moro terá que explicar o inexplicável e o fará também na esfera criminal. Justiça seja feita!”.

Em seguida, respondeu Moro:

“Cadeia é coisa do teu pai”.

Sergio Moro, quando juiz da Lava-Jato, condenou José Dirceu a 23 anos de prisão, em 2016. No ano seguinte, impôs ao ex-ministro o uso de tornozeleira eletrônica.

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Médico de Bolsonaro pode ser investigado pela PF após depoimentos de funcionários da Apex

Ricardo Camarinha foi apontado como funcionário fantasma da agência e recebia salário de R$ 36,8 mil sem trabalhar

Médico da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro, Ricardo Camarinha pode entrar para o rol de investigados pela Polícia Federal, informa a colunista Bela Megale, do jornal O GLOBO.

Nos depoimentos à PF prestados semana passada, funcionários da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) do escritório de Miami afirmaram que o médico era funcionário fantasma, pois recebia o salário de R$ 36,8 mil sem aparecer para trabalhar na agência.

Os depoentes contaram aos investigadores que a nomeação de Camarinha se deu por ordem expressa de Bolsonaro ao general Mauro Cid, que era o chefe da Apex em Miami. Segundo os funcionários ma agência, o militar relatou à área de recursos humanos que o médico precisava ser contratado a pedido do então presidente.

Os depoimentos podem resultar em um inquérito contra o médico, que ainda mora nos Estados Unidos.

Camarinha ficou lotado na Apex de Miami de abril de 2022, após ser exonerado da função de médico da Presidência, até 2 de janeiro de 2023, véspera do novo presciência da Apex, Jorge Viana, assumir o posto.

Camarinha foi flagrado em janeiro do ano passado visitando Bolsonaro em Orlando. Na ocasião, o ex-presidente havia viajado para os EUA, após a vitória de Lula. Ele era o médico que acompanhava Bolsonaro em viagens e em internações hospitalares. Camarinha também foi médico da Presidência no governo FHC, na década de 1990.

Como informou o colunista Aguirre Talento, do portal, os três funcionários da Apex Miami prestaram depoimentos à PF na investigação das joias da Arábia Saudita envolvendo Bolsonaro. A PF apura se o ex-ajudante de ordens Mauro Cid usou a estrutura da Apex para vender irregularmente peças que Bolsonaro ganhou como presidente que pertenciam ao Estado brasileiro e não a ele.

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Sergio Moro traiu Dallagnol, Gabriela Hardt e Carlos Fernando dos Santos Lima

Do Twitter de Roberto Bertholdo*

Lembram que na semana passada eu contei que Sergio Moro havia dito algo para o ministro Gilmar Mendes que deixaria a juíza Gabriela Hardt de cabelos em pé ?

Pois bem, canalhada da Lava Jato, senta que vem BOMBA:

Quando da humilhante visita que Moro fez para o ministro Gilmar, ele já sabia dos boatos de que o corregedor do CNJ estaria há poucos dias de pedir o afastamento da Juíza Gabriela Hardt, sua substituta na 13ª vara federal, em razão da acusação de corrupção e peculato.

Em certo ponto da conversa ele disse que depois que saiu da magistratura havia perdido totalmente o contato com Hardt e que, ATENÇÃO: “temia pela condução pouco responsável que Hardt realizava na condução dos acordos da Lava Jato com as autoridades norte-americanas”(observem que ele foi direto ao ponto).

Não bastasse isso, Moro acrescentou: “essa magistrada tem uma ligação muito próxima ao ex-procurador Carlos Fernando do Santos Lima e do procurador Deltan Dallagnol, sendo que ambos insistiam e se esforçavam em obter recursos financeiros de multas para a criação de uma fundação que seria presidida por Lima”.

Pra completar Moro falou: “eu fui consultado pela juíza antes da homologação do acordo, disse a ela que este assunto não me dizia mais respeito, porém e ainda assim eu era absolutamente contra a realização dele”. (novamente foi no fígado da questão)

Revelado isso, vale chamar a atenção para o fato de que no depoimento que Hardt fez ao corregedor do CNJ, a juíza afirmou que antes de homologar o acordo ela teria “pedido a opinião de juízes antigos antes de decidir”.

O que resta saber agora é se Moro foi ou não foi consultado por Hardt e o que ele falou sobre isso.

Não que a consulta represente algo reprovável, mas esta informação servirá para demonstrar o tamanho de covardia que se encontra no interior desta figura abjeta que é o ex-juiz parcial Sergio Moro.

Eu aprendi, desde muito cedo, que o medo não autoriza a ninguém, o direito de ser traidor.

MORO É COVARDE, NÃO BASTASSE É TRAÍRA.

Numa tacada só Moro tentou jogar culpa pra cima de Dallagnol, Carlos Fernando e Gabriella Hardt.

Eu sempre imaginei que quando as verdades da Lava Jato fossem descobertas, muita traição surgiria entre os seu membros e isto vai se confirmar, podem ter certeza.

O que a juíza Gabriela Hardt não imaginava era que a primeira vítima da traição, neste caso de Moro, seria ela.

Na história de Moro enquanto juiz, ele traiu a todos aqueles que o ajudaram na carreira, basta lembrar o que ele fez com quem o tirou da enrascada que ele entrou quando foi juiz em Cascavel. O TRF4 todo sabe.

O circo dos canalhas da Lava Jato começou a pegar fogo, porém os palhaços não imaginavam que justamente o dono do recinto seria quem ia jogar a gasolina.

https://twitter.com/i/status/1780249777717887222

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Juíza Hardt pode responder por peculato, prevaricação e corrupção, aponta corregedor

Contexto da homologação da Fundação Lava Jato traz para Hardt implicações para além da esfera administrativa, diz Salomão.

Além de ter sido afastada do cargo de magistrada e enfrentar julgamento de representações disciplinares na esfera administrativa por conta de suas condutas na Lava Jato, a juíza Gabriela Hardt ainda pode responder criminalmente pela tentativa de criação de uma fundação privada com recursos bilionários, fruto de uma multa paga nos EUA pela Petrobras. É o que aponta o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, na decisão em que decidiu afastar Hardt de suas funções a partir do dia 15 de abril.

Segundo Salomão, “os atos atribuídos à magistrada GABRIELA HARDT, além de recair, em tese, como tipos penais – peculato-desvio (artigo 312 do Código Penal), com possíveis desdobramentos criminais interdependentes, prevaricação (artigo 319 do Código Penal), corrupção privilegiada (art. 317, § 2º, do Código Penal) ou corrupção passiva (artigo 317, caput, do Código Penal) –, também se amoldam a infrações administrativas graves, constituindo fortes indícios de faltas disciplinares e violações a deveres funcionais da magistrada.”

Na mesma decisão, a qual o GGN teve acesso, Salomão narrou que a hipótese de Hardt enfrentar um processo por peculato-desvio de recursos públicos, com “possíveis desdobramentos criminais interdependentes” – como responder por prevaricação, corrupção privilegiada ou corrupção passiva – é uma hipótese construída “com base nas informações obtidas ao longo dos trabalhos [da correição extraordinária na 13ª Vara], que indicam articulação entre os agentes e prática de atos atípicos pelo juízo, Ministério Público e outros atores.”

O caso da juíza deverá ser levado ao plenário do CNJ nesta terça (16) por Salomão. O ministro pretende apresentar aos colegas o relatório da correição extraordinária feita nos gabinetes da Lava Jato (13ª Vara Federal e 8ª Turma do TRF-4) e chamar ao julgamento três representações disciplinares que envolvem Sergio Moro, Gabriela Hardt, e os desembargadores do TRF-4.

*GGN

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No Abril Vermelho, jornada do MST reforça importância da reforma agrária no combate à fome

Dia 17 de abril relembra os 21 trabalhadores rurais assassinados pela polícia militar no Massacre de Eldorado do Carajás (PA), em 1996.

Sob o lema ‘Ocupar para o Brasil alimentar’, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se organiza em todo o país para ações da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que acontece durante o chamado Abril Vermelho e conta com marchas, ocupações, atividades de formação, solidariedade e enfrentamento à concentração de terras no país.

O mês massifica as ações dos movimentos sociais do campo e tem como marco o dia 17 de abril, quando é celebrado o Dia Internacional de Luta Camponesa. O dia relembra os 21 trabalhadores rurais assassinados pela polícia militar no Massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, no estado do Pará.

O movimento aponta a reforma agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade, para combater a fome, e avançar no desenvolvimento do país, no contexto agrário, social, econômico e político.

“A jornada nacional de abril desse ano traz como lema ‘ocupar para o Brasil alimentar’, entendendo que só a reforma agrária é capaz de acabar com a fome no nosso país e apontar a urgência e a necessidade de o Estado brasileiro realizar a reforma agrária”, explica a dirigente nacional do MST, Margarida Maria.

A jornada ganha ainda mais força entre trabalhadores e trabalhadoras considerando que este é o terceiro ano seguido que o governo federal não destina terras para a reforma agrária, intensificando os conflitos no campo, e as desigualdades socais.

“Os trabalhadores do campo e da cidade estarão nesse debate de poder construir uma jornada nacional com várias ações, em todos os estados, para que possamos dialogar com a sociedade que só podemos contribuir no combate à fome se a terra for democratizada para todos e todas que vivem no campo”, complementa Margarida.

No estado do Pará, a jornada tem um caráter ainda mais intenso, com o Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra – Oziel Alves, que todos os anos é erguido na Curva do S, local onde aconteceu o massacre e hoje é Patrimônio Histórico e Cultural do estado.

“Oziel era um jovem de 17 anos na época, brutalmente assassinado pela polícia na Curva do S, então o acampamento carrega hoje o nome de Oziel por trazer esse caráter de juventude, de um jovem rebelde, que não se submetia a esse projeto de morte colocado pelo Estado sobre os povos que lutam pelos seus direitos. Então [é] uma rebeldia, mas uma rebeldia revolucionária”, explica o dirigente da Juventude do MST do Pará, Romario Rodrigues.

Acampamento do MST reúne familiares de mártires do Massacre de Eldorado dos Carajás

*ICL

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Corregedor aponta que Hardt multou Petrobras para dinheiro voltar por fundação privada

Com Karla Gamba

Ex-juíza da Lava Jato de Curitiba pode ter destinado valores arrecadados em processos para benefício próprio.

O Corregedor Nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, decidiu afastar cautelarmente a juíza Gabriela Hardt, ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba após identificar irregularidades no direcionamento de recursos públicos e repasses de valores obtidos com acordos de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

Na decisão proferida nesta segunda-feira (15), o Corregedor aponta que havia uma “gestão caótica de valores provenientes de acordos de colaboração e de leniência”, além de multas. Tal estratégia, segundo a decisão, foi concebida com o intuito de capturar recursos depositados em juízo à Petrobras, que posteriormente foi “constrangida” a celebrar acordo nos Estados Unidos para que o montante (superior a R$ 5 bilhões) retornasse para uma fundação privada. A distribuição dos desses recursos públicos pela fundação privada não seguia critérios legais, nem de transparência e imparcialidade.

O recolhimento de dinheiro dos acordos, bem como das multas aplicadas à Petrobras, e seu repasse para a fundação privada e distribuição sem transparência, foi classificado por Luis Felipe Salomão como uma espécie de “cash back” para interesses privados, com a chancela e participação de membros da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Além de Gabriela Hardt, o Corregedor Nacional de Justiça também afastou cautelarmente o atual titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, juiz Danilo Pereira Júnior, e os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, por tentativa de burlar ordens do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os afastamentos, por ora de caráter cautelar (temporário e preventivo) serão analisados em sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta terça-feira (16).

*Juliana Dal Piva/ICL

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Com Lula, bancos públicos ampliam operações de crédito e superam os privados

No contexto da política de fortalecimento de empresas estatais implementada por Luiz Inácio Lula da Silva, os bancos públicos brasileiros ampliaram brutalmente suas carteiras de crédito em 2023, em comparação com os bancos privados. As informações foram divulgadas em reportagem do Poder360. Entre os seis principais bancos do país, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil […]

No contexto da política de fortalecimento de empresas estatais implementada por Luiz Inácio Lula da Silva, os bancos públicos brasileiros ampliaram brutalmente suas carteiras de crédito em 2023, em comparação com os bancos privados. As informações foram divulgadas em reportagem do Poder360.

Entre os seis principais bancos do país, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES apresentaram os maiores aumentos em seus estoques de crédito total, com crescimentos de 10,6%, 10,3% e 7,4%, respectivamente, em relação ao ano anterior.

Em contraste, entre os bancos privados, Santander liderou com um aumento de 5,6%, seguido por Itaú com 3,1%, enquanto Bradesco registrou uma retração de 1,6%.

No que diz respeito ao volume total de dinheiro disponível para empréstimos, Itaú manteve a liderança com R$ 1,2 trilhão. Caixa e Banco do Brasil seguiram de perto, cada um com estoques de R$ 1,1 trilhão.

Somando os saldos, os bancos estatais emprestaram um total de R$ 2,7 trilhões ao longo do ano, um aumento de 9,9% em relação ao ano anterior.

Os bancos privados, enfrentando um ambiente de juros mais altos, mostraram uma expansão mais modesta de 2,9%, totalizando R$ 2,6 trilhões.

A taxa Selic permaneceu alta, atingindo 13,75% ao ano de janeiro a agosto de 2023, antes de sofrer cortes graduais que a levaram a 10,75%.

Quanto ao lucro, apenas Itaú entre os bancos privados viu um aumento significativo no lucro líquido recorrente, de R$ 30,8 bilhões em 2022 para R$ 35,6 bilhões em 2023. Bradesco e Santander, por outro lado, enfrentaram reduções de 21,2% e 27,3%, respectivamente.

Os bancos públicos, exceto o BNDES que viu uma diminuição de 4,8%, geralmente registraram aumentos no lucro, totalizando R$ 58,1 bilhões, um aumento de 8,4% em relação ao ano anterior.

Em termos de inadimplência, a taxa de pagamentos atrasados acima de 90 dias teve comportamento semelhante entre os bancos públicos e privados, com variações mínimas exceto no caso de Bradesco, que experimentou o maior aumento, chegando a 5,1%.

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PM de Tarcísio matou um por dia na Baixada, inclusive mãe, trabalhadores, pessoas com deficiência

Em 58 dias, segunda fase da Operação Escudo, uma das mais letais da história da polícia em São Paulo, matou 56 pessoas sob a alegação de confronto. Parte das vítimas, porém, foram encontradas desarmadas e nenhum PM foi ferido nas ações.

A segunda fase da Operação Escudo da PM do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) matou 56 pessoas em 58 dias. Praticamente uma por dia, com apoio do governador e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ambos denunciados esta semana ao Tribunal de Haia por crimes contra a humanidade.

Apesar da contagem oficial de mortos, pelo menos 62 pessoas morreram em toda a região desde a morte do soldado Cosmo, da Rota, em 2 de fevereiro, o que motivou a segunda fase da operação Escudo. Somada à primeira fase da operação Escudo, entre julho e setembro, que deixou 28 mortos em 40 dias, a PM de Tarcísio matou ao menos 84 pessoas na Baixada Santista até 1º de abril. Foi quando encerrou a operação que entrou para a história como a segunda mais letal desde o Massacre do Carandiru, há 32 anos.

Vítimas não tinham armas
O governo Tarcísio alega que as mortes resultaram de confrontos e da “reação violenta de criminosos” ao trabalho policial. Mas entre os mortos estão a mãe de seis crianças, trabalhadores e pessoas com deficiências. E também não houve nenhum registro de PMs feridos nas ações. Além disso, as vítimas estavam desarmadas. É o caso de Leonel Santos, como mostra levantamento do site UOL divulgado nesta sexta-feira (12). Leonel era deficiente e usava muletas. Ele conversava com seu vizinho, Jefferson Ramos Miranda, do Morro do São Bento, em Santos, onde ambos moravam. E policiais saíram de surpresa de uma área de mata e efetuaram disparos com fuzil.

A PM alegou que os dois homens estavam armados e que reagiram à abordagem. Testemunhas rebatem e afirmam que houve execução. Imagens feitas antes do crime mostram Leonel sentado, com as muletas, o que o impediriam de atirar. Além disso, de acordo com a família, há laudos médicos que atestam as dificuldades físicas de Leonel, que era também beneficiário do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência.

Fórum de Segurança suspeita que a PM alterou ‘cenas do crime’ na Baixada Santista

A alegação de confronto também é desmentida no caso do ajudante de pedreiro Alex Macedo Paiva. Policiais do Choque o teriam matado dentro de casa, na comunidade do Saboó, em Santos. Vizinhos relataram que os policiais teriam entrado sem ordem judicial na casa do trabalhador e ligado sirene e giroflex da viatura para abafar os sons de tiros. Familiares e moradores, que não puderam ver o corpo, acreditam que Alex também foi torturado. O reconhecimento foi por foto.

Testemunhas e laudos confirmam que PM de Tarcísio mentiu
Os amigos Davi Gonçalves Júnior e Hilderbrando Simão Neto também morreram dentro de casa, pela ação de policiais do 1º Batalhão de Choque da Rota. Ambos eram jovens negros. A polícia diz ter invadido a casa de Hilderbrando após uma denúncia de tráfico de drogas.

A família do jovem de 24 anos contesta e destaca que ele tinha deficiência visual grave, que “afetava a execução de suas atividades diárias” e o impossibilitaria de oferecer resistência violenta à abordagem policial. Hilderbrando sofria de uma doença degenerativa chamada “ceratocone bilateral avançado” desde 2016. Por isso era cego total de um olho e sofria de baixa visão no outro, conforme laudos médicos.

Eles avaliam ainda que o jovem foi confundido com o namorado de sua ex-mulher e mãe de seus filhos, que é um homem preso uma semana depois, em Uberlândia (MG), acusado de matar um policial. Um dos casos mais emblemáticos das vítimas da operação escudo é o de Edneia Fernandes Silva, de 31 anos. Edneia conversava com uma amiga sentada em um banco da praça José Lamacchia, por volta das 18h de uma quarta, dia 27, quando foi baleada na cabeça pela PM. Levada a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), foi transferida para a Santa Casa, mas morreu no dia seguinte, deixando seis filhos.

Denúncia em Haia
Nesta semana, a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi, todos do Psol, denunciaram Tarcísio e Derrite ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda. Os parlamentares os acusam de crimes contra a humanidade por conta das dezenas de mortes na operação policial. De acordo com parlamentares, a decisão de levar as acusações surgiu da ausência de investigações a respeito das suspeitas de “execuções sumárias, tortura e prisões forjadas” nas ações.

A representação cita, ainda, o tom debochado de Tarcísio ao falar sobre outras denúncias contra a atuação policial e o aumento da letalidade. Em entrevista em 8 de março, o governador chegou a dizer que estava “nem aí” ao minimizar o encaminhamento de denúncias sobre os casos de violação e reiterando apoio à operação policial.

Na ocasião, jornalistas questionaram o governador sobre uma denúncia contra sua gestão enviada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU pela Comissão Arns e a organização Conectas. As entidades brasileiras também apontaram ao mundo as “execuções sumárias, tortura e prisões forjadas” nas duas fases da Operação Escudo. Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que o deboche de Tarcísio motivou o aumento da violência policial e do números de mortes.

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Administrador e representante do X no Brasil renuncia ao cargo

O advogado Diego de Lima Gualda estava na função de administrador desde agosto de 2023 e sai em meio ao embate entre Elon Musk e o STF.

Documento da Junta Comercial de São Paulo demonstra que o representante e administrador do X no Brasil renunciou ao cargo em carta protocolada no último dia 8 de abril. O advogado Diego de Lima Gualda estava na função desde agosto de 2023, mas já fazia parte dos quadros da empresa.

Em seu perfil no LinkedIn, há também a informação de que a atuação dele na rede social acabou neste mês.

A saída de Gualda acontece em meio a uma guerra de decisões jurídicas e declarações sobre a atuação do X, ex-Twitter, no país. O dono da empresa, Elon Musk, ameaçou não cumprir ordens vindas do Supremo Tribunal Federal (STF) para que contas supostamente antidemocráticas fossem fechadas.

Enquanto o advogado pedia seu afastamento do cargo, o ministro Alexandre de Moraes negava pedido da rede social para responsabilizar apenas a X internacional, uma vez que não teria controle das decisões judiciais da empresa. Moraes destacou que o pedido do X no Brasil “beira a litigância de má-fé”.

No sábado da semana passada, Musk foi à rede social e ameaçou não cumprir determinações da Justiça brasileira. Além disso, criticou diretamente Moraes. Entre outras qualificações, chamou o magistrado de “ditador brutal”.