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Erika Hilton e Duda Salabert são destacadas pela Time entre as 100 pessoas capazes de transformar a próxima geração de líderes

As deputadas federais Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (Psol-SP) foram listadas, pela revista americana Time, entre as 100 pessoas, em todo o planeta, capazes de transformar a próxima geração de líderes. A publicação destacou que elas são as primeiras trans eleitas no Brasil, país “onde indivíduos transexuais enfrentam um elevado risco de violência”.

“Ser uma travesti no Brasil significa ter uma expectativa de vida muito menor do que a média. Significa ter a prostituição, na maioria dos casos, como forma única de renda. Significa ser alvo de preconceito todos os dias e estamos na luta para ressignificar tudo isso”, ressaltou Salabert.

A deputada ainda reforçou que o reconhecimento a faz ter mais vontade de seguir vocalizando vozes que não são escutadas, para que as próximas gerações encontrem um mundo com mais respeito e dignidade.

Nas redes sociais, Erika Hilton agradeceu o reconhecimento, o qual recebe pelo segundo ano consecutivo. “É uma honra e uma responsabilidade fazer parte desse novo imaginário que representa a mudança na sociedade e na representação política”, escreveu a parlamentar.

A revista Time considera ainda que as deputadas são uma inspiração por não deixarem que a violência limite suas ações políticas, além de destacar seus trabalhos comunitários e o compromisso com a educação. “A ascensão política de Erika Hilton e Duda Salabert para se tornarem as primeiras mulheres transexuais no Congresso Nacional do Brasil tem sido difícil, repleta de ameaças de morte e ódio. Mas as mulheres, recentemente eleitas num país onde os indivíduos transexuais enfrentam elevado risco de violência, não deixam que essa realidade limite as suas aspirações legislativas”, destacou a publicação.

Além de Salabert e Hilton, a ativista indígena Txai Suruí também foi reconhecida pela revista americana. “Txai Suruí já possui o tipo de credenciais acumuladas ao longo de uma vida inteira de defesa de direitos”, ressaltou a Time.

*Com Correio Btaziliense

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Querem suprimir de Lula o direito de escolher o próximo ministro do STF com ampla e total liberdade

Ricardo Bruno*

Cresce a pressão de setores engajados na luta identitária pela indicação de uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal. Não bastasse a ampla difusão da proposta nas redes sociais, a campanha se multiplicou em filmes e outdoors, exibidos mundo afora, em pontos estratégicos, entre os quais a Time Square, vitrine mundial do capitalismo, e a Índia, palco da última reunião do G 20.
Em princípio, o pleito parece absolutamente correto. Irretocável. Num país com débito estrutural com a população afrodescendente, a ascensão de uma mulher negra à Suprema Corte teria forte simbolismo. Contribuiria para a quebra de paradigmas – arraigados na sociedade brasileira pelo atraso manifesto de nossas classes dominantes. Não por acaso, o Brasil ostenta a triste marca de ter sido o último país do mundo a abolir a escravidão.

A desigualdade racial é uma das mais terríveis chagas da sociedade brasileira. O vergonhoso contraste social entre brancos e pretos trai o atraso civilizatório em que continuamos imersos. Romper as amarras deste modelo é sim um desafio a ser enfrentado por nossos governantes, especialmente no momento em que o país é dirigido pela maior liderança progressista-popular do mundo contemporâneo.

Ninguém mais do que o presidente Lula contribuiu para mudar esse quadro de desigualdades profundas, abissais. Não há registro histórico de movimentos mais afirmativos em favor da população negra do que o conjunto de medidas adotadas pelo líder petista nos períodos em que governou o país. A política de cotas, por exemplo, transformou o perfil dos estudantes universitários brasileiros. De acordo com pesquisa do PNAD, pretos e pardos já são a maioria dos brasileiros matriculados em universidade públicas. Outros programas, como o Prouni e o Fies, também foram preponderantes para abrir espaço para pobres e negros nas universidades particulares. É profunda, transversal e enormemente potente a ascensão social decorrente dessas iniciativas.

A luta identitária é bem-vinda, extremamente benfazeja à sociedade brasileira, historicamente maculada por este enorme déficit social. Os grupos de representação étnica ou de minorias, como LGBT e afins, são essenciais para nossa evolução civilizatória. O movimento, contudo, não deve se sobrepor ao problema estrutural do país: o combate à pobreza, à desigualdade e à miséria. Todos os outros avanços serão impulsionados a partir do momento em que houver mais empregos e oportunidades aos brasileiros.

A escolha do próximo integrante do STF é uma das questões que transcendem a bandeira identitária. Os critérios que vão balizar a indicação não podem se restringir à pauta desses movimentos de vanguarda. Além das exigências constitucionais, é necessário observar outros quesitos, entre as quais a afinidade absoluta de princípios e visões de mundo. O presidente e o futuro ministro precisam comungar de opiniões sobre temas bem mais amplos do que o ideário identitario. Eventualmente, a indicação poder recair sobre uma mulher negra. Mas a origem étnica não pode ser exclusivamente o critério de definição.

Ademais, o presidente Lula não pode ser emparedado com um suposto estereótipo progressista para a definição do próximo ministro. A pressão pela escolha identitária vem curiosamente de grupos ligados ao megainvestidor George Soros, que através da Open Society Fundation os financia. Vem daí também o estímulo à máxima estridência na abordagem das pautas identitárias em detrimento do eixo central de atuação do governo, delimitado pela recuperação da economia nacional e o combate à fome.

De resto, não se pode suprimir de Lula o direito constitucional de escolher o próximo ministro com ampla e total liberdade. Sem limitações ou modelos previamente definidos para atender a interesses de grupos. Ainda que tais interesses sejam os mais nobres.

*Com Agenda do Poder

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Vídeo: Octavio Guedes, na GloboNews, mostra o absurdo dos gastos dos militares na intervenção do Rio de Janeiro

A intervenção militar no Rio, de Janeiro de fevereiro a dezembro de 2018, que até hoje ninguém sabe o motivo, feita durante o governo Temer, narrada no vídeo abaixo por Octavio Guedes, na GloboNews, merece nota.

Inúmeros itens alimentícios de consumo dos militares da intervenção, teve parte dos recursos com desvio de finalidade, não disfarçam o absurdo histórico das raízes dessa inexplicável intervenção.

Confira:

https://twitter.com/lazarorosa25/status/1701674335587422227

 

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Descobrimos quem é o homem detido no México acusado da morte de Marielle

Bruno Fonseca, Pública – O ex-vereador do Rio de Janeiro e suplente de deputado federal pelo Progressistas (PP) Marcello Moraes Siciliano é o homem que foi detido em Cancún, no México, durante o governo de Jair Bolsonaro. O motivo era que, na época, ele esteve entre os suspeitos de participar da morte de Marielle Franco.

Siciliano chegou a ser apontado como principal suspeito de ter dado a ordem para o assassinato. Porém, a testemunha que o citou à época mudou de ideia e passou a negar que o relato fosse verdadeiro. Questionado pela reportagem, o Ministério Público do Rio de Janeiro disse que as investigações do caso Marielle correm sob sigilo e não informou se Siciliano segue investigado.

A interrupção da viagem no México aconteceu porque Siciliano estava com visto para os Estados Unidos suspenso — justamente pelas suspeitas de envolvimento no assassinato de Marielle. Isso gerou um alerta às autoridades mexicanas, que detiveram o ex-vereador.

A Agência Pública confirmou junto a fontes em Brasília que foi Siciliano o homem parado em 23 de julho de 2019, quando embarcava com sua família rumo às praias de Cancún, no caribe mexicano. A informação sobre o bloqueio havia sido obtida sem o nome dele através da Lei de Acesso à Informação.

A Pública revelou que a situação levou o advogado de Siciliano a acionar o Itamaraty. Um documento do Ministério das Relações Exteriores da época, assinado pela então cônsul-geral do Brasil no México, Wanja Campos da Nóbrega, mostra que o caso foi retransmitido para a Embaixada brasileira mexicana, à do Panamá e ao escritório do Itamaraty no Rio.

Caso Marielle: TJRJ derruba sigilo da denúncia contra ex-bombeiro Suel |  Brasil: Diario de Pernambuco

A Pública procurou Siciliano e o Diretório do Partido Progressistas no Rio de Janeiro, que não responderam até a publicação. A reportagem já havia questionado o Itamaraty sobre a situação no México, mas o ministério também não respondeu.

Uma mão lava a outra; juntas, combinam falsificar documentos
Segundo a investigação da Polícia Federal, Mauro Cid teria falsificado o cartão de vacina da sua esposa, Gabriela Cid, em novembro de 2021. O cartão fake foi emitido em nome da Secretaria de Estado de Saúde do Governo de Goiás. A polícia encontrou a assinatura e um carimbo do médico Farley Vinicius Alencar de Alcântara, sobrinho do sargento Luis Marcos dos Reis.

Agora a casa cai”: parlamentares do PT analisam delação de Mauro Cid |  Partido dos Trabalhadores

O problema: o militar não teria conseguido inserir os dados no sistema Conecte SUS, do Ministério da Saúde. Eles tentaram então fazer essa inserção via Secretaria do Rio de Janeiro, usando dados da Secretaria de Saúde do Município de Duque de Caxias. É aí que Siciliano entra na jogada.

O nome aparece através de outro político do Rio de Janeiro, o capitão reformado do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros, que foi acionado por Cid. Em conversa com Cid, Barros diz que Siciliano ajudou a inserir os dados falsos de vacinação, conforme a apuração policial.

“Quem é esse garoto? Esse garoto, Marcello Siciliano era um vereador do Rio de Janeiro e que foi acusado de ser o mandante da morte da Marielle”, consta no inquérito. “[…] nessa época a polícia pediu a suspensão do visto dele. Pra ele não sair enquanto estava sendo investigado, mas não tem nada, não foi indiciado, não foi nada e ele quer conversar com o cônsul justamente sobre isso”, diz adiante na transcrição policial.

Em outro trecho, Barros se refere ao “amigo”, explicando que ele teve um problema com a embaixada. “Quem resolveu? Este último amigo que eu te fiz o pedido dele aí para a embaixada, ele resolveu. Agora. Já me deu retorno. 100% de baixa. Resolvido, manda pra mim a foto da identidade dela, a frente verso e o CPF”, consta.

Em troca, Cid deveria arranjar um encontro de Siciliano com o cônsul dos Estados Unidos no Brasil. Em determinado ponto da conversa, Barros chega a afirmar que saberia quem seria o responsável pelo assassinato de Marielle. “Eu sei dessa história da Marielle, toda irmão, sei quem mandou. Sei a porra toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí”, diz.

Cid ficou detido desde 3 de maio no Batalhão da Polícia do Exército de Brasília. Foi solto nesta semana após fechar um acordo de delação premiada. A decisão que concedeu liberdade provisória ao militar e homologou a delação premiada foi do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.

Além dessa investigação, na qual Cid faria parte de um esquema que teria alterado os certificados de vacinação dele, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e da família de ambos, o militar é suspeito de mais irregularidades e esquemas criminosos que estão sendo investigados pela PF. São eles: o caso da venda ilegal de joias da Presidência; de trama golpista com integrantes do Exército; de fake news sobre vacinação; e de ter ajudado Bolsonaro a compor o discurso que o ex-presidente fez em uma reunião com embaixadores, na qual ele atacou as urnas eletrônicas e colocou em dúvida a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro.

Já Ailton Barros foi preso preventivamente na Operação Venire da Polícia Federal. Antes de ser preso, o capitão reformado do Exército já havia sido investigado por suposto acordo com narcotraficantes e expulso do Exército após uma série de punições disciplinares, que incluíam tentativa de abuso sexual de civis em acampamentos militares, mentiras em depoimentos e humilhação de colegas de menor patente.

Marcello Siciliano defende federalização do caso Marielle após busca e  apreensão em sua casa | Rio de Janeiro | G1

Quem é Marcello Siciliano?
O nome de Siciliano, ex-vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS) e suplente de deputado federal nas últimas eleições pelo Progressistas, apareceu associado à morte de Marielle em 2018, ano do assassinato da ex-vereadora.

Na época, uma testemunha afirmou às polícias Federal e Civil que o político teria combinado a morte de Marielle junto ao ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, que é acusado de chefiar uma milícia em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. No ano passado, Curicica foi condenado a 25 anos de prisão por ordenar o assassinato de Carlos Alexandre Pereira Maria, o cabeça, líder comunitário da região.

Ainda em 2018, quando a polícia Civil e o Ministério Público do Rio cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Siciliano, o político rebateu as acusações: “Continuo indignado com essa acusação maligna que fizeram a meu respeito. […] Quero que isso se resolva, minha família está sofrendo, tenho certeza que a família da Marielle não merece isso, merece a verdade. A verdade tem que vir à tona”, alegou.

Depois, foi revelado que a denúncia partiu de Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, sargento da PM do Rio. Ele foi preso em 2019 acusado de obstruir as investigações do assassinato de Marielle.

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Podemos diz à Justiça Eleitoral ter gasto R$ 2 milhões com pré-campanha de Sergio Moro

Lista de despesas foi incluída em ação que pode levar à cassação do mandato do hoje senador.

O diretório nacional do Podemos informou ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) ter gasto cerca de R$ 2 milhões com a pré-candidatura de Sergio Moro à Presidência da República no período em que o ex-juiz federal da Lava-Jato esteve filiado à legenda – entre 11 de novembro de 2021 e 30 de março de 2022, diz Malu Gaspar, O Globo.

Os gastos foram enviados ao TRE-PR, onde tramitam os processos que podem levar à cassação do mandato do hoje senador pelo União Brasil. Moro é alvo de ações movidas pelo PT do presidente Lula e pelo PL de Jair Bolsonaro, que serão analisadas conjuntamente pelo tribunal.

“Em que pese o abandono da candidatura por culpa, exclusivamente, do então pré-candidato, houve desde o evento de filiação partidária, a contratação de diversos outros serviços, então exigidos por Sergio Moro, como seguranças particulares, passagens aéreas, carro blindado, e a celebração de contratos de prestação de serviços advocatícios e outros referentes às eleições de 2022 ou a pré-candidatura”, afirmou o diretório nacional do Podemos ao TRE paranaense.

A legenda atendeu a uma decisão do desembargador Dartagnan Serpa Sá, relator das ações, que solicitou esclarecimentos sobre os gastos com a pré-campanha de Moro. O Podemos anexou uma série de notas fiscais e documentos que somam um total de R$ 1.958.695,86 de despesas com o ex-juiz da Lava-Jato.

Com duas pesquisas qualitativas, realizadas em janeiro e março de 2022, o partido desembolsou um total de R$ 663,5 mil. Só com o aluguel de carro blindado Corolla em 18 de março de 2022, pouco antes de Moro se desfiliar da legenda e migrar para o União Brasil, foram gastos R$ 198 mil.

Já a contratação de um escritório de advocacia custou R$ 60 mil à sigla.

O Podemos, comandado pela deputada federal Renata Abreu, ainda afirmou à Justiça Eleitoral que “tem sido demandado judicialmente para arcar com o pagamento de outros contratos e suposta multa compensatória, em que pese a inexistência da prestação dos referidos serviços em benefício, em decorrência do abandono” da pré-candidatura de Moro e sua desfiliação da legenda.

O PT pretende usar as informações apresentadas pelo Podemos para reforçar as acusações de que Sergio Moro praticou caixa 2 e abuso de poder econômico em sua ofensiva política para se tornar senador.

“Como se vê, bola de neve financeira que se tornou a campanha de Moro só cresce. Apenas pelo informado pelo Podemos, já existem cerca de R$ 2 milhões contratados em favor da pré-candidatura de Moro, sem contar as despesas que já estão sendo objeto de execução perante a justiça de São Paulo”, , disse à equipe da coluna o advogado Luiz Eduardo Peccinin.

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Política

Mauro Cid vai citar generais que atuaram no governo Bolsonaro em delação

Generais Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos estão na lista.

O tenente-coronel Mauro Cid vai citar militares que participaram do núcleo do governo de Jair Bolsonaro (PL) em seu acordo de delação premiada, homologado no fim de semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), diz Mônica Bergamo, Folha.

Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, deve citar, entre outros, o general Augusto Heleno, que foi chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo passado, e também o general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Heleno já negou, em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, que tivesse ajudado a articular uma tentativa de golpe.

Ramos afirmou, quando estava no cargo, que seria “ultrajante e ofensivo” afirmar que os militares estariam envolvidos em algum plano de golpe. Mas fez um alerta para “o outro lado”: “Não estica a corda”.

De acordo com pessoas familiarizadas com as tratativas de colaboração de Cid, ele deve citar também os generais Eduardo Pazuello e Braga Netto, e um outro general da reserva.

De acordo com pessoas familiarizadas com as tratativas de colaboração de Cid, ele deve citar também os generais Eduardo Pazuello e Braga Netto, e um outro general da reserva.

O Exército, no entanto, pode respirar aliviado: o ex-ajudante de ordens não deve citar militares da ativa em seu depoimento, mesmo diante do fato de golpistas do 8/1 terem permanecido por longo tempo acampados no QG da força por um longo tempo.

Heleno já negou, em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, que tivesse ajudado a articular uma tentativa de golpe.

Pelo contrário: ele vem afirmando que o Exército barrou qualquer tentativa de estímulo a uma intervenção militar no processo político.

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Coronel de SP pivô de crise no 7/9 ganha superpoderes na PM de Tarcísio

Polícia diz não haver impedimento para oficial exercer ‘funções inerentes ao seu posto hierárquico’.

Integrantes das cúpulas do Ministério Público e da Polícia Militar de São Paulo se reuniram, no início de agosto, para tratar de “diversos temas de interesse institucional”. No registro oficial do encontro, o procurador-geral Mario Sarrubbo aparece ladeado por dois coronéis: à esquerda está o comandante-geral, Cássio Araújo de Freitas, e, à direita, Aleksander Toaldo Lacerda, subchefe do Estado Maior, segundo a Folha.

A imagem que eternizará esse encontro é também uma demonstração pública do status alcançado por Lacerda na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em agosto de 2021, o coronel foi pivô de uma grave crise institucional entre a PM e o governo paulista ao convocar pelas redes sociais participação nos atos em apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) na “guerra” contra o STF (Supremo Tribunal Federal).

O envolvimento de um oficial da ativa da maior PM do país, com cerca de 80 mil homens, aumentou o clima de tensão daquele 7 de Setembro em razão de rumores sobre a possibilidade de um golpe de Estado com apoio de policiais militares.

A adesão de Lacerda sinalizava a possibilidade de rompimento de PMs paulistas com a gestão João Doria (então no PSDB) e, com ele, o fim do Estado democrático de Direito.

O envolvimento do coronel com o bolsonarismo foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Em redes sociais, além da convocação de atos pró-Bolsonaro no 7 de Setembro, o oficial fazia ataques a Doria e aos ministros do STF, em especial a Alexandre de Moraes, ex-secretário da Segurança de SP.

Após a reportagem, Lacerda foi afastado do comando da região de Sorocaba e virou alvo de investigação interna. O então comandante-geral Fernando Alencar Medeiros ainda determinou que policiais militares de folga não participassem de manifestações políticas naquele feriado, algo inédito na corporação. A ordem foi cumprida, mas a imagem da contaminação política da tropa permaneceu.

Com o início da gestão Tarcísio, Lacerda foi nomeado subchefe do Estado Maior –uma das funções mais importantes da PM por ser o responsável pela condução de todos os estudos estratégicos da corporação e pela materialização das decisões tomadas pelo comando.

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Como Bolsonaro recebeu a delação de Mauro Cid

Ex-presidente mostrou ceticismo e surpresa sobre o acordo.

Jair Bolsonaro ainda apresenta dificuldades em acreditar que o ex-aliado de primeira hora, o tenente-coronel Mauro Cid, fez uma delação premiada com a Polícia Federal que o implica diretamente, diz Bela Megale, O Globo.

Após a notícia da homologação do acordo pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes vir à tona, no sábado, o ex-presidente ainda mostrou a aliados ceticismo e surpresa, mas pediu que auxiliares entrassem em campo para levantar informações sobre o que Cid já relatou à Polícia Federal.

Interlocutores de Bolsonaro vinham se comunicando com interlocutores da família e da defesa de Cid. Até o fim de semana, eles asseguravam ao grupo do ex-presidente que não havia acordo em andamento. Bolsonaro acreditava nesta versão até sábado, quando o clima mudou após a liberdade provisória concedida ao seu ex-ajudante de ordens devido à delação.

— É a maior tragédia. O fim do mundo para Bolsonaro — resumiu um aliado que atuou por anos na sua banca de advogados.

No PL, a estratégia, por hora, é tentar minimizar publicamente a potência explosiva da delação de Mauro Cid.

— Não tem verba pública que envolva Bolsonaro em nada. Não tenho nenhuma preocupação — disse o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

A maior preocupação da delação de Cid no PL são os relatos detalhados e possíveis provas sobre investidas golpistas. Há o receio que o militar implique não somente o ex-presidente com dados sobre encontros fora da agenda que trataram desse tema, mas que atinja outros filiados da sigla, como o ex-ministro e general Walter Braga Netto.

Braga Neto se destaca como quadro favorito da legenda para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro em 2024.

Correligionários do partido e assessores de Bolsonaro relataram à coluna que não existe uma estratégia focada para o cenário da delação e que, até então, a legenda só trabalhava com o horizonte de o acordo não atingir o ex-presidente frontalmente.

Atualmente, os planos estão sendo revistos. O que está certo, por ora, é que o PL seguirá apelando para a narrativa de que Bolsonaro seria um “perseguido político” e atuará para empoderar ainda mais a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para assumir o capital político do marido. Com cirurgia marcada para esta semana, Bolsonaro deve submergir nos próximos dias.

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Joias: PGR aposta que Cid tem provas físicas contra Bolsonaro

Novas evidências motivariam atropelo de Moraes a Aras; promotores se dizem aborrecidos.

A Polícia Federal e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, aceitaram e homologaram o acordo de delação, libertando o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, em menos de 48 horas. Essa rapidez, segundo procuradores da República, deve significar que o tenente-coronel tem mais do que palavras a oferecer.

A aposta é que Cid tem provas materiais contra Bolsonaro no desvio e recompra dos relógios presenteados por autoridades estrangeiras. O militar teria apresentado uma amostra do que pode vir a Moraes, que aceitou a evidência. A avaliação é que só a palavra de Cid não bastaria.

Essas potenciais provas justificariam o atropelo do ministro do STF à Procuradoria-Geral da República. A falta de comunicação com os promotores, sobretudo com o procurador-geral Augusto Aras, não pegou bem nos prédios do Ministério Público.

Aras usou o Twitter para afirmar que a PGR não aceita delações conduzidas pela PF, como foi o caso do acordo de Cid. O PGR ainda comparou o caso a delações feitas pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e pelo ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que depois sofreram questionamentos e não renderam condenações.

Aborrecidos, promotores disseram em reserva ao blog que a ação de Moraes “desprestigia” a PGR. Prestigio este que cada vez se torna menor desde o auge da Lava Jato, em 2015.

Moraes homologou no sábado (09/09) o acordo de delação premiada proposto pela defesa de Mauro Cid e concedeu liberdade provisória ao tenente-coronel. Ele deve usar tornozeleira eletrônica e está proibido de sair de casa depois das 20h.

*Blog do Noblat

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