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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

O tenente-coronel Mauro Cid, em oitiva ao Supremo Tribunal Federal (STF), indicou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha ciência sobre o plano de golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens prestou depoimento ao ministro Alexandre de Moraes nessa quinta-feira (21/11) para esclarecer contradições entre a delação e as investigações.

Na audiência, Mauro Cid teria sido questionado em relação às informações apuradas pela Polícia Federal (PF) e que motivaram operação da última terça-feira (19/11). De acordo com relatório da corporação, nomes do governo Bolsonaro teriam atuado em plano para matar Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

 

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INDICIADO POR GOLPE

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por integrar uma organização criminosa que liderou uma tentativa de Golpe de Estado no Brasil após a sua derrota nas eleições de 2022. Com isso, Bolsonaro se torna o primeiro presidente da História do Brasil a ser alvo de um processo para ser responsabilizado por tentativa de golpe contra a democracia brasileira.

Após o relatório final da PF com os indiciamentos, a Procuradoria-Geral da República irá formular denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) que deve abrir um processo criminal contra os acusados.

Além de Bolsonaro, 36 personagens entre ex-ministros, militares e alguns de seus principais auxiliares estão na lista dos indiciados. Só entre militares há mais de uma dezena. Como a coluna adiantou, além de Bolsonaro, o general Walter Braga Netto também foi indiciado. Junto a ele o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. A coluna também apurou que o nome do ex-ministro Anderson Torres está na lista de indiciados.

A PF arrecadou ao longo de quase dois anos de investigações milhares de dados obtidos em celulares e computadores e diversos depoimentos mostrando como foi forjado um plano para impedir que o presidente Lula tomasse posse em janeiro de 2023.

Histórico
O historiador e professor Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, observa o momento inédito de todo esse processo. A produção de um inquérito desse tipo e a acusação criminal feita pela PF tanto do ex-presidente como dos generais nunca ocorreu em processos golpistas anteriores a partir do momento em que o país criou instituições para assegurar a construção de um estado democrático.

“De todas as tentativas de golpe, sempre houve anistia para os golpistas. Militares golpistas sempre foram anistiados. Pode até ter iniciado um processo de punição, mas sempre teve anistia. Bolsonaro indiciado e, se depois for condenado, vai ser o primeiro presidente da República”, aponta Fico.

“Desde a Proclamação da República, em 1889, e até 1930, não dá para falar em democracia no Brasil. Aí vem a Revolução de 1930 e um governo provisório, um processo irregular até à Constituição de 1934 que estabelecia eleições para 1938. Mas Getúlio dá um golpe em 1937 e inaugura a ditadura do Estado Novo. Só dá para a gente fazer comparação em termos de institucionalidade depois de 1945. Só a partir disso temos alguns períodos democráticos”, explica Fico.

Quatro ex-ministros indiciados
Na relação dos indiciados há quatro ex-ministros do governo Bolsonaro. A lista é encabeçada pelo general Walter Braga Netto, que foi ministro da Defesa e da Casa Civil. Também foi arrolado o general Augusto Heleno, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência durante toda a gestão de Jair Bolsonaro.

Outro general com papel central no governo passado que consta na relação é Paulo Sergio Nogueira. Além de ter sido ministro da Defesa, ele foi comandante do Exército. Completa a relação de ministros o delegado Anderson Torres, que comandou a pasta da Justiça e Segurança Pública.

Além dos ministros, também foi indiciado o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. Segundo as investigações, ele foi o único dos chefes militares a concordar com o golpe proposto por Bolsonaro.

Os crimes
Bolsonaro e seus principais auxiliares vão responder pelos seguintes crimes:

Golpe de Estado, com penas de 4 a 12 anos de prisão.
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com penas de 4 a 8 anos.
Organização criminosa, com penas de 3 a 8 anos.
Depoimentos de comandantes militares
Desde janeiro do ano passado, os investigadores encontraram pelo menos dois documentos que configuram minutas com uma série de medidas contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Um deles na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e um outro documento semelhante nos arquivos de Mauro Cid.

Além disso, como se viu nesta semana na Operação Contragolpe, os investigadores encontraram documentos mostrando que um grupo de militares conhecido como “Kids Pretos” chegou a planejar na casa do general Walter Braga Netto, um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e ainda o ministro Alexandre de Moraes.

A PF ainda coletou depoimentos dos comandantes militares durante o governo de Bolsonaro e tanto o general Gomes Freire como o brigadeiro Carlos Baptista Júnior confessaram que foram abordados por Bolsonaro com planos golpistas.

“Em uma das reuniões dos comandantes das Forças com o então presidente após o segundo turno das eleições, depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de institutos previstos na Constituição (GLO [Garantia da Lei e da Ordem], ou estado de defesa, ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse Baptista Júnior para a PF.

Os núcleos do golpe
De acordo com o relatório final da PF, os 37 indiciados se dividiram em seis núcleos diferentes para atacar a credibilidade do sistema eleitoral, conduzir ações clandestinas de inteligência (a chamada Abin Paralela) e articular o golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

Os núcleos listados pelos investigadores são os seguintes:

Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.
Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado.
Núcleo Jurídico.
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas.
Núcleo de Inteligência Paralela.
Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas.
Operação Contragolpe
A conclusão do inquérito do golpe ocorre dois dias depois da PF deflagrar a Operação Contragolpe, que revelou um plano de assassinato elaborado por militares para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Todo o planejamento foi feito por militares com formação em operações especiais, conhecidos como Kids Pretos.

Como o ICL Notícias mostrou ontem (20), o planejamento para as execuções durou ao menos 36 dias. Em 15 de dezembro, um grupo de ao menos seis militares foi a diferentes pontos de Brasília para interceptar o ministro Alexandre de Moraes. O plano golpista só foi abortado por volta das 21h.

Com a derrota para Lula no segundo turno de 2022, o núcleo duro de Bolsonaro passou a discutir formas de dar um golpe de Estado para mantê-lo no poder.

36 dias de planejamento para o golpe
Dados do inquérito da Polícia Federal analisados pela coluna mostram que os preparativos para o plano de execução do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin duraram ao menos 36 dias.

As informações indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro participou das articulações, tentando obter o apoio dos chefes militares. Os preparativos do plano “Punhal Verde e Amarelo” tiveram a participação direta do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa derrotada de Jair Bolsonaro em 2022.

Veja abaixo a cronologia do plano de golpe:

9/11: o general Mario Fernandes cria documento com o detalhamento das ações golpistas, envolvendo o monitoramento e a execução de Alexandre de Moraes.
12/11: Braga Netto abriga em sua casa reunião com os Kids pretos envolvidos na trama de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes
14/11: Mauro Cid oferece R$ 100 mil para bancar gastos dos Kids Pretos com plano.
18/11: Braga Netto fala com manifestantes golpistas e pede paciência: “Tem que aguardar alguns dias”.

6/12: Bolsonaro, Cid e um dos Kids Pretos estiveram no Palácio do Planalto ao mesmo tempo, durante meia hora. A PF obteve essa informação ao cruzar dados das torres de telefonia com informações da agenda do então presidente. O general Mário Fernandes imprimiu o plano “Punhal Verde e Amarelo” no mesmo dia no Palácio do Planalto.
7/12: Bolsonaro se reúne com chefes do Exército, Marinha e

Aeronáutica para apresentar a minuta do golpe.
9/12: Bolsonaro se reúne com o general Estevam Theofilo, comandante do Coter (Comando de Operações Terrestres), que concorda em dar sequência ao golpe caso Bolsonaro assinasse a minuta que era discutida no Planalto.

10/12: o coronel Marcelo Câmara, assessor pessoal de Jair Bolsonaro, passa a Mauro Cid informações detalhadas sobre o acesso de Moraes, Lula e Alckmin ao TSE, no dia da diplomação.

15/12: Kids Pretos botam em ação plano para matar Alexandre de Moraes. Ao menos seis pessoas são distribuídas em diferentes locais de Brasília para interceptar Moraes. Plano só é abortado ao fim da noite.

*Juliana Dal Piva e Ivvar Mello/ICL

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Lula lidera disputa pela Presidência em todos os cenários da pesquisa CNT/MDA para 2026

Lula lidera disputa pela Presidência em todos os cenários da pesquisa CNT/MDA para 2026.

A pesquisa do instituto CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (12) aponta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente de todos os cenários de intenção de voto para a eleição presidencial de 2026. O levantamento foi realizado presencialmente entre 7 e 10 de novembro, com 2.002 eleitores, e tem uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.

No cenário principal, que considera o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível, Lula lidera com 35,2% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 32,2%. Outros nomes testados foram Pablo Marçal (PRTB), com 8,4%, Simone Tebet (MDB), com 8%, e Ciro Gomes (PDT), com 6,2%.

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Dino mantém suspensa emendas parlamentares e exige dados sobre repasses a ONGs

Nesta terça-feira (12), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, decidiu que manterá suspensa a execução das emendas parlamentares. A decisão veio depois que a CGU (Controladoria-Geral da União), apresentou um relatório que apontou irregularidades nos repasses de verbas para Organizações Não Governamentais (ONGs).

A Câmara dos Deputados, e o Senado Federal também foram intimados pelo ministro a se pronunciarem sobre os relatórios, dentro do prazo de 10 dias. Após esse período, a PGR (Procuradoria-Geral da República) terá mais 10 dias para apresentar sua posição.

Segundo a auditoria encaminhada ao Supremo pela CGU, sete ONGs que foram beneficiadas com R$ 482,3 milhões em emendas parlamentares entre 2020 e 2024 não tem capacidade técnica para executar seus projetos. Além disso, foi relatado também dois casos de com indícios de sobrepreço, e de um de superfaturamento.

Transparência das emendas
O pagamento das emenda foi suspenso pelo Supremo devido a falta de transparência nesse mecanismo. De acordo com o ministro Dino, a interrupção dos repasses devem se manter até que seja implementado métodos de transparência e rastreamento.

Esses repasses, que são monitorados pela CGU, incluem emendas individuais, de bancada, comissão e de relator, o extinto “orçamento secreto”. Na próxima quarta-feira (13), o Senado deve analisar um projeto nesse sentido.

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‘Aceitem a democracia’, diz o maior golpista do Brasil

O artigo surgiu no site de um dos maiores jornais brasileiros como se fosse mais um texto opinativo corriqueiro, em meio aos palpites daqueles que tentam entender a complexidade da política nacional.

Chamou atenção pela assinatura do articulista, que contrastava com o título. O autor: Jair Bolsonaro (aquele mesmo!) O título: “Aceitem a democracia”.

Nas 623 palavras seguintes, um amontoado de mentiras, distorções e manipulações de fatos é apresentado no espaço jornalístico que ao menos em tese deveria ser dedicado a perseguir a verdade.

Ao contrário: em tom de tese cívica, como se fosse uma desinteressada defesa do bem comum, a Folha ofereceu ao leitor um rosário de lorotas.

“Aceitem a democracia”, diz o homem que usou a autoridade de presidente da República para tentar desacreditar o processo eleitoral de seu próprio país.

“Aceitem a democracia”, pede o sujeito que incitou seguidores a investirem contra as instituições, invadindo as sedes dos Poderes, em Brasília.

“Aceitem a democracia”, clama o homem que incentivou um hacker a invadir o sistema de informática do Tribunal Superior Eleitoral.

Tentando simular naturalidade, o ghost writer de Bolsonaro escreveu que “quando uma ideia ganha a alma do povo, é inútil tentar matá-la simplesmente por meio da violência”. Difícil definir o sentimento de ler algo assim assinado pelo personagem inspirador de grupos que levantaram detalhes da rotina dos seguranças do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e de Lula, para atacá-los.

Justamente o signatário que serviu de guia aos homens que planejaram e quase conseguiram concluir um atentado a bomba no aeroporto de Brasília.

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Movimentos sociais e partidos de esquerda lançam manifesto contra pressão do mercado sobre Haddad e Tebet por ajuste fiscal

Documento, divulgado neste domingo, pressiona a equipe econômica e o presidente Lula num momento crucial.

Fernando Haddad e Simone Tebet (Foto: Agência Gov)
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247 – Movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda, como PT, Psol, PDT e PCdoB, divulgaram, neste domingo, um manifesto crítico às medidas de ajuste fiscal defendidas pelo mercado financeiro e pela mídia, e que podem vir a ser encampadas no todo ou em parte pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet. O documento destaca a ameaça que essas medidas representam para políticas públicas essenciais em saúde, educação e infraestrutura, além de impactos negativos para trabalhadores, aposentados e programas de investimento. Nesta segunda-feira, uma plataforma digital será lançada para coletar adesões individuais.

A íntegra do manifesto, que denuncia as pressões de setores privilegiados da sociedade, segue abaixo:

MERCADO FINANCEIRO E MÍDIA NÃO PODEM DITAR AS REGRAS PARA O PAÍS

Temos acompanhado, com crescente preocupação, notícias e editoriais na mídia que têm o objetivo de constranger o governo federal a cortar “estruturalmente” recursos orçamentários e outras fontes de financiamento de políticas públicas voltadas para a saúde, a educação, os trabalhadores, aposentados e idosos, bem como os programas de investimento na infraestrutura para o crescimento do país.

São pressões inaceitáveis que partem de uma minoria privilegiada por isenções de impostos e desonerações injustas e indecentes; dos que manipulam a fixação das maiores taxas de juros do planeta e que chantageiam o governo e o país, especulando com o dólar e nas bolsas de valores.

No momento em que o governo federal, eleito para reconstruir o país, vem obtendo resultados significativos na recuperação do nível de emprego, do salário e da renda da população, tais avanços são apresentados como pretexto para forçar ainda mais a elevação da taxa básica de juros, quando o país e suas forças produtivas demandam exatamente o contrário: mais crédito e mais investimento para fazer a economia girar.

O poder financeiro, os mercados e seus porta-vozes na mídia agitam o fantasma de uma inexistente crise fiscal, quando o que estamos vivendo é a retomada dos fundamentos econômicos, destruídos pelo governo anterior. Onde estavam esses críticos quando Bolsonaro e Guedes romperam os orçamentos públicos e a credibilidade do Brasil? Onde estavam quando a inflação caminhava para 12%?

Agora querem cortar na carne da maioria do povo, avançando seu facão sobre conquistas históricas como o reajuste real do salário-mínimo e sua vinculação às aposentadorias e ao BPC, o seguro-desemprego, os direitos do trabalhador sobre o FGTS, os pisos constitucionais da Saúde e da Educação.

E nada falam sobre o maior responsável pelo crescimento da dívida pública, que é a taxa de juros abusiva e crescente. Nada falam sobre as desonerações de setores que lucram muito sem gerar empregos, inclusive a mídia; a imoral isenção de impostos sobre lucros e dividendos nem sobre a recusa de taxar grandes fortunas, por parte de uma maioria do Congresso que se apropria de fatias cada vez maiores do Orçamento.

Chega de hipocrisia e de chantagem! Cortar recursos de quem precisa do Estado e dos investimentos públicos só vai levar o país de volta a um passado de exclusão e injustiça que os movimentos sociais e o povo lutam há tempos, todos os dias, para transformar numa sociedade melhor e mais justa.

Assinam:Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo, MST, MTST, CUT, INTERSINDICAL, CONTAG, CNTE, CONTEE, CMP, MTC, INESC, MBP, MPA, MNU, MAM, MMM, Sem Direitos, Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, PT, PDT, PSOL, PCdoB, Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento (IFFD), Rede MMT Brasil, Transforma Unicamp, Subverta, Fogo no Pavio, Sindicato dos Servidores De Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (ASFOC/SN), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), Federação Nacional das/os Assistentes Sociais, CANDACES, Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FENAPSI), Federação Nacional dos Psicólogos, Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (Abecs), Fineduca, ABGLT, Rua, Juventude Manifesta, Resistência, ANPAE, FNPE, Confederação Sindical Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Associação Rede Unida, Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO, Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABReS), Frente Pela Vida

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Brasil registra maior queda em emissões de gases do efeito estufa em 15 anos

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Em um movimento que marca um importante avanço na luta contra as mudanças climáticas, o Brasil registrou em 2023 a maior queda nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) dos últimos 15 anos. Dados divulgados pelo Observatório do Clima através do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg) indicam uma redução de 12% em comparação ao ano anterior. O país emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), frente aos 2,6 bilhões de GtCO2e emitidos em 2022. A principal razão para essa diminuição foi a queda significativa no desmatamento da Amazônia, apontam os dados.

A redução do desmatamento na Amazônia, que foi de 30,6% no período de agosto de 2023 a julho de 2024, é atribuída ao fortalecimento das políticas de controle ambiental, em especial a reativação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), sob o governo do presidente Lula (PT). Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), essa redução evitou a perda de aproximadamente 2.800 km² de floresta em relação ao ano anterior, preservando um vasto bioma que é fundamental para a regulação climática global.

No entanto, o avanço na preservação da Amazônia contrasta com os números de outros setores. A agropecuária, por exemplo, que representa 28% das emissões nacionais, registrou aumento de 2,2% em suas emissões, acumulando o quarto recorde anual consecutivo. Esse aumento está associado principalmente à expansão do rebanho bovino e ao uso de fertilizantes nitrogenados. “O desafio para o setor, bastante suscetível aos impactos da crise climática, é alinhar a mitigação das emissões de gases de efeito estufa com a eficiência da produtividade”, explica Gabriel Quintana, analista de ciência do clima do Imaflora, organização que colabora no cálculo das emissões agropecuárias do Seeg.

Além da agropecuária, o setor de energia também registrou um aumento de 1% nas emissões, impulsionado pelo crescimento no consumo de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel, em um cenário de recuperação econômica que impulsionou o PIB do país em 2,9% em 2023. Outros segmentos, como processos industriais e resíduos, também viram um leve aumento em suas emissões, mantendo-se estáveis em níveis ainda elevados.

Apesar da expressiva redução no desmatamento, a dependência brasileira da preservação da Amazônia para alcançar as metas climáticas do Acordo de Paris ainda é uma questão que exige atenção. David Tsai, coordenador do Seeg, afirma que o país “excessivamente dependente do que acontece na Amazônia, já que as políticas para os outros setores são tímidas ou inexistentes”.

Com a aproximação da COP29, que acontecerá de 11 a 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão, o Brasil se prepara para reafirmar seus compromissos com a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que prevê uma redução de 37% nas emissões até 2025, em relação aos níveis de 2005, e de 43% até 2030.

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Extremistas planejavam sequestrar Lula e Moraes no 8 de janeiro

A Polícia Federal divulgou informações sobre um plano para capturar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que foi frustrado em 8 de janeiro de 2023. O esquema incluía detalhes sobre a rotina dos seguranças das autoridades, incluindo nomes e armamentos utilizados.

Fontes ligadas ao caso indicaram em reportagem do UOL que os envolvidos na tentativa de golpe buscavam confrontos armados com os seguranças do presidente e do ministro. A investigação revelou que o grupo havia coletado informações específicas para facilitar a abordagem violenta.

Os investigados, segundo relato de José Roberto de Toledo e Thais Bilenky para o UOL, planejavam a abordagem direta e o sequestro de Lula e Moraes. As autoridades não estavam em Brasília no momento do planejado ataque: Lula encontrava-se em Araraquara, e Moraes, em Paris.

O inquérito, conduzido sob a supervisão de Alexandre de Moraes, foi prorrogado por mais 60 dias para aprofundar as investigações, que podem resultar em acusações contra líderes, executores e financiadores do plano até o início de 2025. Entre os investigados está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem buscado anistia no Congresso antes de enfrentar possíveis acusações legais.

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Pacote de corte de gastos pode ser anunciado nesta quinta, diz Haddad

Lula vai explicar as propostas aos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco..

O pacote de medidas de corte de gastos obrigatórios será anunciado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicar as propostas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Caso as conversas ocorram até o início da tarde desta quinta-feira (7), as ações podem ser anunciadas no mesmo dia, disse o ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Segundo ele, faltam apenas dois detalhes jurídicos para fechar o pacote, antes de o presidente Lula tomar a decisão definitiva sobre as medidas. O encontro final, que ocorreria nesta quarta (6) à tarde, foi adiado para esta quinta, às 9h30, porque uma reunião para discutir ações de combate às mudanças climáticas atrasou e durou até o fim da tarde.

“Eu creio que a reunião de amanhã é uma reunião que pelo nível de decisão que vai ter que ser tomada por ele [presidente Lula], são coisas realmente muito singelas para decidir”, disse o ministro.

Haddad ressaltou que a equipe econômica e o presidente Lula reuniram-se com todos os ministérios envolvidos nas medidas: Previdência, Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, Saúde e Educação.

Para enxugar gastos, haverá uma PEC e um PL
Sem adiantar medidas, Haddad afirmou que o pacote será composto por uma proposta de emenda à Constituição e um projeto de lei complementar.

O ministro admitiu que alguns pontos foram retirados porque gerariam economia pequena sobre o Orçamento. “Não adianta levantar uma proposta com uma bandeira polêmica que tenha baixo impacto fiscal”, declarou ao sair do Ministério da Fazenda.

Haddad não comentou a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano.

O ministro afirmou não ter tido tempo de ler o comunicado emitido após a reunião e disse que esperará a ata, que só sairá na próxima terça-feira (12), para opinar sobre a decisão do Banco Central.

 

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Em 9 meses, polícias mataram mais que no 1º ano inteiro da gestão Tarcísio

De janeiro a setembro, polícias Civil e Militar mataram 580 pessoas, o equivalente a duas por dia, em São Paulo.

Em nove meses, as polícias Civil e Militar do estado de São Paulo mataram 580 pessoas, ultrapassando o número de mortes cometidas pelas duas corporações em 2023 inteiro — no primeiro ano da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário da Segurança Pública Guilherme Derrite, que tinha contabilizado 504 vítimas. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta quinta-feira (31/10).

O período de janeiro a setembro deste ano também já superou as mortes praticadas em 2022, que somou 421 vítimas, e em 2021, com 578 mortes — anos que tiveram recordes de queda da letalidade policial após o início da implementação do programa de câmeras nas fardas da PM paulista e outros mecanismos de controle do uso da força.

É o décimo aumento consecutivo desse indicador durante o governo atual. De janeiro a setembro, a alta da violência policial foi de 55%, considerando as duas polícias, em casos durante o serviço e na folga. É como se as polícias tivessem matado duas pessoas por dia em 2024.

Apenas o mês de setembro subiu de 47 para 70 mortes — aumento de 48,9% a mais na comparação entre 2023 e 2024. É o pior indicador para este mês desde 2018, quando houve 74 vítimas. Este também foi o segundo pior número para o terceiro trimestre, com 207 pessoas alvo do braço armado do Estado, desde o ano de 2018 (com 210 mortos).

Além disso, enquanto as mortes praticadas em serviço cresceram 75,2% — de 283 para 496 —, as ocorridas durante a folga caíram 7,6% — de 91 para 84. A comparação acende um alerta, pois as ocorrências em serviço são as que, em tese, o Estado tem como controlar.

A atual gestão teve como marca duas operações extremamente letais na Baixada Santista, vistas como vingança após assassinatos de policiais: a Escudo, entre julho e setembro de 2023, que deixou 28 vítimas, e a Verão, entre janeiro e março de 2024, com 56 vítimas. Esses são os números indicados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) como decorrentes dessas operações. Na região, no entanto, as mortes pelas polícias foram muito maiores em cada período, como a Ponte mostrou.