Advogados de alguns dos 27 presos na Operação Hefesto, que apura desvios de recursos de emendas parlamentares para o Fundo de Educação na compra de kits de robótica, preparam um recurso ao STF com vistas a trancar o inquérito, segundo Lauro Jardim, O Globo.
Vão alegar que o nome de um dos investigados da PF até o fim do ano passado, o deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos-DF), sumiu do inquérito pouco antes de ser diplomado pelo TSE, em dezembro.
Como sua eleição lhe deu foro privilegiado, o Supremo deveria ter sido informado que Gilvan estava sob investigação. Mas a PF teria preferido seguir em frente deixando de lado o deputado eleito. Com base nisso, a ideia é melar a operação toda.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor
Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.
Defesa não explicou motivo da decisão. Advogado Rodrigo Roca continua a representar o ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do DF.
Segundo o Metrópoles, advogados que representavam o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres anunciaram, na noite dessa segunda-feira (6/3), que deixarão a defesa dele.
Ao todo, 11 advogados deixaram a defesa de Torres. Entre eles, o ex-senador Demóstenes Torres e mais 10 advogados: Vera Carla Nelson Cruz Silveira, Eustáquio Nunes Silveira, Alexandre César Osório Firmiano Ribeiro, Anamaria Reys Resende, Andressa de Vasconcelos Gomes, Diego Goiá Schmaltz, Fábio Felipe Mello, Pedro Ulisses Coelho Teixeira, Thiago Santos Agelune e Ricardo Venâncio.
O advogado que liderava a equipe no processo, Rodrigo Roca, segue com o cliente. Roca também já atuou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa nem outros representantes de Anderson Torres. O espaço segue disponível para eventuais manifestações.
Prisão
O ex-secretário de Segurança Pública do DF está preso no âmbito da investigação sobre possível omissão durante invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Torres continua detido nas instalações do Batalhão de Aviação Operacional, no 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Distrito Federal.
No dia dos atentados, Torres viajava para os Estados Unidos. Ele foi preso em 14 de janeiro, ao voltar para o Brasil.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.
Sobraram risadas nas duas salas de cinema reservadas para a pré-estreia do documentário “Amigo secreto”, de Maria Augusta Ramos, na noite desta segunda-feira (13/6), em São Paulo. O motivo: Sergio Moro, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.
O filme, porém, nada tem de comédia. Maria Augusta Ramos acompanha a rotina de jornalistas do The Intercept e do El País Brasil na série de reportagens conhecida como Vaza Jato, que mostrou a relação promíscua entre Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato.
Moro é personagem central na trama. As expressões de constrangimento do então ministro da Justiça na fatídica reunião de 22 de abril de 2020 foram um deleite para o público, composto por antilavajatistas e personalidades ligadas ao PT. Foi na reunião ministerial que Bolsonaro ameaçou interferir na Polícia Federal para proteger a família.
Outro ponto cômico para a audiência foi o discurso de filiação de Moro ao Podemos, com ênfase para o trecho em que o ex-juiz afirma que nunca teve pretensões políticas. Como se sabe, Moro abandonou o partido meses depois e filiou-se ao União Brasil, que vetou a candidatura do ex-juiz ao Planalto.
O documentário foi patrocinado pelo grupo Prerrogativas, que reúne advogados antilavajatistas e simpáticos a Lula. Entre outros juristas, foram ao cinema os advogados Marco Aurélio de Carvalho, Tofic Simantob, Fernando Fernandes e Walfrido Warde, todos entrevistados no filme.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defendeu Lula na Lava Jato, estava entre os convidados. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, representou o partido no evento.
Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Pesquisa inédita revela que dois terços da classe jurídica afirmam ter posições políticas de centro.
Pesquisa Datafolha inédita sobre o perfil e as opiniões da advocacia brasileira mostra que a maioria de advogadas e advogados considera o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ruim ou péssimo.
A reprovação entre os integrantes da classe é de 54% e supera o índice verificado entre a população em geral, que é de 45%, conforme apurado recentemente pelo instituto.
O levantamento também revela que mais de dois terços da advocacia —69% do total— declaram ter posicionamento político de centro, incluindo as orientações de centro, centro-esquerda e centro-direita.
Esse dado indica que a categoria profissional está mais ao centro no espectro político do que os cidadãos brasileiros em geral, de acordo com pesquisas do Datafolha.
A pesquisa também contemplou a opinião da advocacia em pautas de costumes e de segurança pública. A classe apresentou posições mais liberais em relação ao aborto e à criminalização das drogas e também se mostrou mais favorável à posse de armas, na comparação com levantamentos mais amplos.
Ainda assim, os resultados apontam que a categoria está bastante dividida sobre essas questões. O Datafolha indica também que a maioria da advocacia (60%) entende que a principal causa da criminalidade é a falta de oportunidades iguais para todos.
Realizado por telefone entre os dias 26 de fevereiro e 8 de março, o levantamento ouviu 303 advogados, das cinco regiões do país. Os resultados foram ponderados por sexo, idade e região, conforme os dados do quadro da advocacia da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Essa é a quarta de uma série de reportagens da Folha para apresentar e discutir os dados da pesquisa. O trabalho do Datafolha foi encomendado no âmbito da FolhaJus, iniciativa do jornal voltada para os assuntos do mundo jurídico. A margem de erro da pesquisa é de seis pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa teve apoio da AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs), que ajudou a Folha a fazer parceria com a empresa Digesto para a extração das informações públicas que integram o Cadastro Nacional dos Advogados, mantido pela OAB. A Digesto organizou os dados públicos em arquivos que serviram de base para o Datafolha.
Segundo a pesquisa, enquanto a parcela dos que avaliam a gestão Bolsonaro como ruim ou péssima é quase 10 pontos maior na advocacia, na comparação com a população em geral, os percentuais daqueles que aprovam o governo estão mais próximos nos levantamentos do Datafolha, e a diferença está dentro das margens de erro das pesquisas.
A apuração no âmbito da advocacia indica que 28% da categoria considera a administração do presidente ótima ou boa, enquanto entre a população em geral o índice é de 24%, a pior taxa desde o início do mandato.
Entre a classe profissional, o percentual daqueles que julgam o governo regular é de 18%. Já o levantamento mais amplo mostrou que 30% dos brasileiros têm essa posição.
A pesquisa que ouviu as advogadas e advogados brasileiros foi realizada anteriormente à abertura da CPI da Covid no Senado, em que o governo vem sendo duramente criticado, mas ainda assim a gestão recebeu uma avaliação pior da categoria jurídica.
Os percentuais tiveram variação significativa para alguns segmentos. Entre os advogados católicos, 59% avaliam o governo como ruim ou péssimo, e 24% como ótimo ou bom. Já em relação ao contingente de evangélicos, o quadro praticamente se inverte: 52% consideram o governo ótimo ou bom, e 33% ruim ou péssimo.