A grande mídia, que fez parte da Lava Jato, sempre soube da inocência de Lula

Na entrevista de Gilmar Mendes ao Roda Viva, ficou latente o sentimento de frustração por ele comprar por inteiro os vazamentos do Intercept. Não que tenha novidades nas revelações publicadas por Glenn Greenwald, tanto que o próprio diz que está preparando material que mostrará a relação promíscua entre Moro, Dallagnol e a grande mídia.

Nisso, para a população, de maneira geral, não há nenhuma novidade, pois se uma enorme parcela da sociedade, sobretudo a militância do PT, criticava a parcialidade da mídia na construção da farsa e denunciava, a parcela que queria ver Lula preso, vibrava com essa promiscuidade que ela sabia que existia.

Então, não há ingênuos nisso. O comportamento melancólico de Josias de Souza, Vera Magalhães e Dora Kramer com Gilmar Mendes, no Roda Viva, está em consonância com a mentalidade reinante na mídia industrial, que sempre achou que o melhor remédio para vencer o PT seria, apoiar e trabalhar, junto com Moro, pelo golpe contra Dilma e dobrar a aposta contra Lula.

Então, por mais que se esfregue na cara deles todas as mensagens vazadas pelo Intercept, no máximo, eles aceitam se dobrar que Moro, Dallagnol e a força-tarefa da Lava Jato formaram um bando de gangsters, como sempre enfatiza Gilmar Mendes. Daí para eles admitirem que não houve golpe me Dilma e que Lula é um preso político por ser absolutamente inocente, é querer demais de quem, sabendo da verdade porque nada contra Dilma e Lula foi provado, eles sempre preferiram apoiar a farsa da república de Curitiba.

Como eles fariam o caminho de volta diante de um quadro desse? A resposta foi dada no Roda Viva, não farão, ficarão especulando contra Dilma e Lula para não admitir que são tão gangsters quanto o bando de Moro, assim como 90% dos colunistas da grande mídia.

Na própria mídia, há uma ampla documentação, como mostra Folha de S. Paulo, que merecia uma manchete, em garrafais, condenando de forma absoluta o banditismo jurídico praticado por Moro e Dallagnol.

Mas o que segue abaixo, na sequência de twitters, é um panorama que sintetiza, em cada parágrafo, o legado de picaretagem jurídica deixado por Moro e sua Lava Jato, que a Folha só resolveu juntar depois que Moro usou o twitter para criticar a matéria da Folha sobre os laranjas que fazem parte do clã Bolsonaro.

Não deixa de ser um cafezinho de um veículo da grande mídia em resposta ao banquete de ofensas que Bolsonaro vem produzindo para manter a imprensa longe dele, sobretudo no que diz respeito à sua relação e de seus filhos escancarada, com milicianos e traficantes de armas envolvidos no assassinato de Marielle.

https://twitter.com/folha/status/1181643912458461185?s=20

 

*Carlos Henrique Machado Freitas