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Nove anos após o golpe, onde está Dilma e onde está Bolsonaro

Nove anos após o golpe em Dilma, a presidenta, foi reeleita nesta segunda (24) para o comando do Banco dos BRICS.

Bolsonaro, que em seu voto pelo golpe exaltou o carrasco de Dilma, Brilhante Ustra, estava hoje ali, como um trapo humano no banco dos réus prestes a ser condenado à prisão por tentativa de golpe.

Esse mundo tem mesmo seus caprichos e ironias

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Brasil quer propor criptomoeda para facilitar comércio entre países do BRICS sem provocar Trump

Tecnologia blockchain pode tornar transações mais eficazes sem pautar desdolarização.

O Brasil quer aproveitar a presidência rotativa do Brics, que ocupa neste ano, para tentar destravar uma pauta histórica de países em desenvolvimento: a facilitação de transações financeiras internacionais para incrementar o comércio exterior.

A ideia não passa pela criação de uma moeda comum — como chegou a ser aventado pela ex-presidente Dilma Rousseff, que dirige o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), chamado de Banco do Brics — nem tem como objetivo buscar uma alternativa ao dólar nos pagamentos transfronteiriços, apesar de declarações do presidente Lula nesse sentido, dizem integrantes do governo.

A aposta é usar a tecnologia blockchain, base das criptomoedas, para aumentar a eficiência dos contratos de importação e exportação e reduzir os custos dos pagamentos entre os países do bloco, que recentemente ganhou novos membros além dos cinco originais, que são Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul. O bloco atualmente conta também com Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.

Essa discussão se insere no eixo de facilitação do comércio e investimentos entre os países do Brics, um dos seis temas prioritários da presidência brasileira. Autoridades envolvidas nas discussões afirmam que não é interesse do Brasil ou dos outros integrantes do grupo prejudicar um sistema de trocas internacionais que funciona hoje, ainda que de forma ineficiente e cara.

Garantem também que a proposta não tem ninguém como alvo, tampouco mira antagonizar o presidente dos EUA, Donald Trump.

No seu retorno à Casa Branca, Trump demonstrou irritação com a ideia de o Brics buscar alternativas ao dólar em suas trocas comerciais. E ameaçou com tarifas caso o grupo deixe de lado o dólar, cuja posição como reserva global dá enorme vantagem aos estadunidenses em relação a outros países, inclusive na capacidade de impor sanções financeiras a alguns integrantes do Brics, como Rússia e Irã.

“Vamos exigir um compromisso desses países aparentemente hostis de que eles não criarão uma nova moeda nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, caso contrário eles enfrentarão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia dos EUA”, escreveu Trump no fim de janeiro na rede Truth Social, declaração parecida à que deu no Salão Oval em resposta a perguntas de jornalistas.

Uma autoridade brasileira envolvida com o tema diz que o foco do Brasil não é enfraquecer o dólar — muito menos provocar Trump a escalar sua já iniciada guerra comercial — e sim a criação de um sistema seguro e eficiente que permita facilitar o comércio e o fluxo de capital no mundo.

O tema se insere em um contexto mais amplo de reforma da governança global para tornar o sistema financeiro mais propício aos países em desenvolvimento. Ainda não há definição se esse modelo ficaria restrito ao Brics, ou limitado a alguns membros do grupo, ou se seria aberto a outros países.

Só se for “palatável”
O governo brasileiro tem consciência de que essa é uma agenda de longo prazo, mas autoridades dizem que nada impede chegar a um consenso sobre o tema na reunião dos chefes de Estado do Brics deste ano, que acontecerá em julho, no Rio de Janeiro. Vai depender, sobretudo, de se encontrar uma via “palatável” e segura em relação aos EUA.

Nesse sentido, a ideia é aproveitar a experiência das criptomoedas e construir uma estrutura com base na tecnologia blockchain que permita reduzir os custos de transação e aumentar a eficiência nas trocas financeiras entre países.

O assunto é tocado pelo Banco Central (BC), mas também tem participação do Ministério da Fazenda. Segundo O Globo, o BC vem testando tecnologias para colocar de pé o Drex, uma versão digital do real que rodaria em uma rede blockchain. Um dos casos de uso é justamente a facilitação de pagamentos internacionais.

O problema é que o BC está enfrentando mais dificuldades do que o previsto para encontrar uma solução tecnológica que atenda a todos os requisitos de segurança e privacidade. “Conclui-se que é necessário maior aprofundamento para garantir a adequação da plataforma aos requisitos de privacidade, proteção de dados e segurança”, informou o BC sobre a primeira fase dos testes do Drex.

Lula defende alternativa
Outra possibilidade discutida no BC para a facilitação de pagamentos transfronteiriços é por meio de integração de sistemas similares ao Pix. Há dificuldades também em relação à governança de cada país e temores sobre aspectos soberanos.

O tema das transações financeiras já fez parte das últimas reuniões do Brics. Em 2023, após a cúpula realizada na África do Sul, Lula disse que o grupo discutia a criação de uma moeda que possibilitasse trocas comerciais entre os países sem precisar passar pelo dólar.

No ano passado, em participação por videoconferência na cúpula do Brics que ocorreu em Kazan, na Rússia, o petista voltou ao tema. Na ocasião, ainda antes da eleição de Trump, Lula afirmou que a escalada protecionista no mundo reforça a importância de medidas para reduzir os entraves à integração econômica do bloco de países emergentes.

Não se trata de substituir nossas moedas, mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional — disse o presidente, defendendo também que os bancos de desenvolvimento do bloco estabeleçam linhas de crédito entre si em moedas locais para cortar custos de transação para pequenas e médias empresas.

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Guerra comercial: Lula abre duas frentes de batalha contra Donald Trump

Em discurso na reunião de Sherpas dos Brics, Lula afirmou que bloco vai trabalhar “em prol de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas” assumindo posição de enfrentamento a Donald Trump no cenário mundial.

Presidente dos Brics, grupo econômico fundado por Brasil, China, Rússia e África do Sul – e que conta atualmente com outros 7 membros -, Lula abrirá duas novas frentes de batalha contra o presidente dos EUA, Donald Trump, que desencadeou uma guerra econômica mundial, com taxação desenfreada de parceiros comerciais desde sua posse, em 20 de janeiro.

Em discurso na abertura da Primeira Reunião de Sherpas (enviados dos países membros) da presidência brasileira do BRICS, nesta quarta-feira (26), Lula afirmou que “neste momento de crise, nossa responsabilidade histórica é buscar soluções construtivas e equilibradas”, em recado a diplomacia unilateral de Trump.

“O BRICS continuará a ser peça-chave para que os ideais da Agenda 2030, do Acordo de Paris e do Pacto para o Futuro possam ser cumpridos. A presidência brasileira vai reforçar a vocação do bloco como espaço de diversidade e diálogo em prol de um mundo multipolar e de relações menos assimétricas. Esses objetivos guiarão nossos trabalhos ao longo deste ano”, disse Lula, que listou os seis eixos principais em que o Brasil atuará na presidência do bloco.

  1. A Reforma da Arquitetura Multilateral de Paz e Segurança
  2. A Cooperação em Saúde como maiores urgências do Sul Global
  3. Contribuir para o aprimoramento do sistema monetário e financeiro internacional
  4. A urgência da crise climática
  5. Os desafios éticos, sociais e econômicos da Inteligência Artificial
  6. O aumento da institucionalidade do BRICS

Na prática, à frente dos Brics, segundo Plínio Teodoro, Forum, Lula vai comandar uma das principais frentes de batalha contra Trump: a desdolarização das transações comerciais entre os países.

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Transações em moeda local e cooperação em saúde: conheça as prioridades do Brasil na presidência dos Brics

Na próxima semana, será realizada a primeira reunião de sherpas dos países membros do bloco, em Brasília (DF).

Transações em moeda local e cooperação em saúde: conheça as prioridades do Brasil na presidência dos Brics
Cúpula do Brics na África do Sul, em 2023 – Ricardo Stuckert/PR

A cooperação Sul-Sul, o fortalecimento do multilateralismo e a reforma do sistema de governança global, além da definição de um calendário de prioridades para a presidência brasileira, farão parte dos debates da primeira reunião de representantes, os chamados “sherpas”, dos países que fazem parte dos Brics, e que ocorrerá em Brasília (DF) entre os dias 25 e 26 de fevereiro.

Na manhã desta sexta-feira (21), o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério de Relações Exteriores (MRE), o embaixador Maurício Lyrio, apresentou os principais temas que farão parte das mesas de diálogo. Desde janeiro, o Brasil assumiu a presidência rotativa do bloco, composto também por Rússia, Índia, China e África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Indonésia e Emirados Árabes Unidos.

“E uma reunião inicial, dos sherpas, portanto, é a reunião de apresentação das prioridades, de mapear um pouco como será a presidência até a cúpula prevista para 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, mas também depois, porque haverá algumas poucas reuniões no calendário depois. Portanto, essa primeira reunião tem o objetivo de traçar o panorama de como será a cúpula”, declarou o embaixador.

Serão sete sessões, começando pela abertura do encontro, no dia 25 de fevereiro, que terá a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e uma segunda sessão especial, com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda a ser confirmada. As cinco reuniões seguintes serão temáticas, listadas a seguir:

Cooperação em saúde

O embaixador Lyrio disse que o principal tema da presidência brasileira à frente do bloco é a cooperação em saúde. Da mesma forma, como o Brasil priorizou o tema do combate à fome na presidência rotativa do G20, no Brics, o país vai propor ações multilaterais para a erradicação das doenças para as quais já existe profilaxia. O tema foi destaque do programa Repórter SUS do Brasil de Fato neste mês.

“O Brasil quer lançar uma parceria global para a erradicação de doenças socialmente determinadas e doenças tropicais negligenciadas, que incidem mais sobre os países em desenvolvimento. Não são a prioridade mais altas da indústria farmacêutica internacionais”, disse Lyrio.

Segundo o embaixador, o Ministério da Saúde brasileiro deverá apresentar aos sherpas estudos sobre a incidências dessas doenças e propostas de ações para o cumprimento da meta. A iniciativa acontece no momento que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada do país da Organização Mundial da Saúde (OMS), um dos principais órgãos multilaterais do mundo, vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU).

Mudanças no clima

Segundo o embaixador Maurício Lyrio, o foco das discussões sobre as mudanças climáticas será o aumento do financiamento dos países ricos voltado a ações de mitigação dos efeitos do aquecimento global nos países em desenvolvimento.

As necessidades globais não são de centenas de bilhões de dólares, são de trilhões. E as necessidades avaliadas hoje são de US$ 1,3 trilhão para o enfrentamento à mudança do clima”, declarou. “O valor de Baku ficou muito aquém disso”, completou o sherpas brasileiro, mencionando o acordo fechado durante a COP 29, na capital do Azerbaijão, em 2024, que estabeleceu a meta de “pelo menos US$ 300 bilhões por ano” até 2035.

Lyrio lembrou que o Brasil sediará a próxima Cúpula do Clima, a COP 30, no segundo semestre deste ano, e nesse sentido, os países do Brics pretendem discutir uma posição conjunta para fortalecer a necessidade de ampliação do financiamento. “Países em desenvolvimento e emergentes não ficaram satisfeitos com o acordo de Baku. Em relação ao financiamento dos países para o enfrentamento à mudança do clima, os resultados foram modestos, então há um interesse dos países do Brics de reforçar a coordenação durante a presidência do Brasil para levar uma posição conjunta sobre a questão de financiamento do combate à mudança do clima.”

*BdF

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Brasil divulga prioridades do BRICS para 2025; desdolarização segue na pauta, pesem ameaças dos EUA

As prioridades que guiarão os debates do BRICS e os objetivos a serem alcançados em 2025 foram divulgados nesta quinta-feira (13) pelo governo brasileiro, que está na presidência rotativa do agrupamento, que é anual.

Chamadas de notas temáticas (ou Issue Notes, em inglês), as diretrizes apresentam temas como cooperação política, de segurança, econômico-financeira, cultural e pessoal.

De acordo com o documento, estão entre as prioridades os países do Sul Global; a mudança do clima; a governança de inteligência artificial; e a reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança.

Pesem as recentes e insistentes ameaças do presidente americano, Donald Trump, de prejudicar o BRICS caso o grupo tente desdolarizar transações comerciais, o documento assegura que os países-membros seguirão trabalhando a favor do uso de moedas locais em transações comerciais internas.

“A presidência do Brasil dará continuidade aos esforços de cooperação para desenvolver instrumentos de pagamento locais que facilitem o comércio e o investimento, aproveitando sistemas de pagamento mais acessíveis, transparentes, seguros e inclusivos entre os membros do BRICS. Além disso, medidas de facilitação de comércio, entre elas a cooperação regulatória, poderão contribuir para o aumento do intercâmbio comercial e de investimentos.”

Ao citar os conflitos internacionais que assolam o planeta e a baixa efetividade das instâncias multilaterais de paz e segurança internacionais, o texto defende que o BRICS pode contribuir para uma reforma abrangente da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo seu Conselho de Segurança, “com o objetivo de torná-lo mais democrático, representativo, eficaz e eficiente”:

“A presidência brasileira pretende discutir o seguimento do “Chamado à Ação sobre a Reforma da Governança Global”, emanado da reunião aberta de ministros das Relações Exteriores do G20 realizada em Nova York, à margem da 79ª Assembleia Geral da ONU”, reafirma a nota.
Inteligência artificial (IA) (imagem de referência) – Sputnik Brasil, 1920, 13.02.2025

Panorama internacional
BRICS planeja criar políticas conjuntas para regular inteligência artificial

Além disso, segundo o documento, o Brasil proporá a formação de uma Força-Tarefa sobre Desenvolvimento Institucional para manter a coesão, harmonização e eficiência dentro do grupo, além de facilitar a transferência da presidência, melhorar as metodologias de trabalho e integrar melhor os novos membros à estrutura do BRICS.

Esses e outros tópicos serão discutidos e transformados em compromissos coletivos pelo grupo na cúpula de chefes de Estado, programada para ocorrer no segundo semestre deste ano, no Rio de Janeiro.

Criado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a articulação vem crescendo e já ganhou seis membros nos últimos dois anos: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão se tornaram países parceiros na 16ª Cúpula do BRICS, realizada em Kazan, em agosto de 2024.

A primeira cúpula de chefes de Estado ocorreu em 2009, na cidade de Ecaterimburgo, na Rússia, e desde então ocorre anualmente com sedes rotativas.

*Sputnik

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Política

Lula faz críticas às “bravatas” de Trump e defende “direito” do BRICS à desdolarização

“Os BRICS significam praticamente metade da população mundial, quase metade do comércio exterior. Os Estados Unidos também precisam do mundo”, pontuou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à política externa e ao comércio internacional, com destaque aos BRICS. Em entrevista concedida nesta quarta-feira (5) a rádios de Minas Gerais, Lula condenou declarações recentes de Trump sobre a Faixa de Gaza e destacou a necessidade de os palestinos administrarem seu próprio território.

Além da questão do Oriente Médio, o presidente brasileiro reprovou a forma como Trump conduz sua política internacional, classificando suas ações como “bravatas”. Para Lula, o republicano adota uma postura provocativa que prejudica as relações diplomáticas globais. “Tem um tipo de político que vive de bravata. O presidente Trump fez a campanha dele assim, ele agora tomou posse e já anunciou ocupar a Groenlândia, já anunciou anexar o Canadá, já anunciou mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América, já anunciou reocupar o Canal do Panamá. Ou seja, sinceramente, nenhum país, por mais importante que seja, pode brigar com todo mundo a todo tempo”, afirmou.

Defesa do BRICS e da desdolarização
Durante a entrevista, Lula também enfatizou a importância do bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na economia global e defendeu a possibilidade de adoção de uma moeda alternativa ao dólar nas transações comerciais. “Os BRICS significam praticamente metade da população mundial, significam quase metade do comércio exterior desse mundo e nós temos o direito de discutir a criação de uma forma de comercialização que a gente não dependa só do dólar. Não foi o mundo que decidiu que o dólar seria a moeda, foram os Estados Unidos”, ressaltou.

O presidente reforçou a necessidade de um debate mais amplo sobre a autonomia financeira dos países e criticou a dependência global da moeda norte-americana. Para ele, o mundo deve buscar maior equilíbrio no comércio internacional e evitar imposições unilaterais por parte dos Estados Unidos. “Não é o mundo que precisa dos Estados Unidos. Os Estados Unidos também precisam do mundo, precisam conviver harmonicamente com o Brasil, com o México, com a China. Ninguém pode viver de bravata a vida inteira. Ninguém pode viver ameaçando todo mundo a vida inteira”, completou.

Relações comerciais e possíveis taxações
Lula também abordou a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, enfatizando que ambos os países mantêm um fluxo significativo de comércio. Segundo ele, o Brasil não aceitará medidas protecionistas unilaterais sem resposta. Questionado sobre a possibilidade de taxar produtos norte-americanos em caso de retaliação econômica, Lula foi direto: “É lógico. O mínimo de decência que merece um governo é utilizar a lei da reciprocidade. Você tem na Organização Mundial do Comércio uma permissão para que você possa taxar qualquer produto até 35%. Para nós, seria importante os Estados Unidos baixarem a taxação e nós baixarmos a taxação, mas se eles ou qualquer país aumentarem a taxação do Brasil, nós iremos utilizar a reciprocidade e taxá-los também”.

O presidente também fez um apelo para que os EUA abandonem uma postura isolacionista e retomem o diálogo internacional. “Os Estados Unidos estão se isolando do mundo, e isso não é importante, nem para eles e nem para o mundo. É importante que a diplomacia volte a funcionar e que a gente restabeleça a harmonia. Como é que a gente vai prescindir de um país do tamanho da China, da Índia, de uma força como a Rússia, do México, dos países africanos?”, questionou.

A fala de Lula reforça a postura do Brasil em defesa do multilateralismo e da cooperação internacional, contrapondo-se ao discurso protecionista e beligerante de Trump. O debate sobre a desdolarização no BRICS ganha cada vez mais força, sinalizando uma possível mudança nos rumos do comércio global nos próximos anos. Com 247.

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Mundo

Rússia e Brasil reagem à ameaça de Trump sobre taxar países dos Brics em 100%

Donald Trump prometeu taxar em 100% importações de países do Brics, caso o bloco tente substituir o dólar no comércio internacional.

Horas após Donald Trump voltar a ameaçar aplicar taxas de 100% contra países do Brics, o governo da Rússia se pronunciou sobre as falas do presidente dos Estados Unidos, negando que o bloco econômico esteja discutindo a criação de uma moeda comum.

A informação foi divulgada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta sexta-feira (31/1).

  • Guerra tarifária de Trump
    Ao assumir a Presidência dos EUA, Trump ameaçou iniciar uma guerra tarifária contra países considerados hostis, ou que atrapalhem os planos norte-americanos.
  • Entre eles estão os países que compõem o Brics: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu às declarações de Trump e afirmou que haverá reciprocidade caso os EUA taxem produtos do Brasil, segundo o Metrópoles.

“O Brics não discutiu e não está discutindo a criação de uma moeda comum”, disse o porta-voz do governo de Vladimir Putin. “O Brics está falando sobre a criação de novas plataformas de investimento conjunto, que permitirão investimentos em terceiros países, investimentos mútuos e assim por diante”, declarou.

A cautela do governo russo sobre a criação de uma moeda em comum do Brics, como uma alternativa ao dólar dos Estados Unidos em transações internacionais, tinha sido expressada por Putin na última cúpula do bloco. À época, o presidente da Rússia explicou que a ideia ainda não estava “madura”.

O governo brasileiro, no entanto, é um dos defensores da medida. A expectativa é de que o assunto seja um dos mais discutidos durante a presidência do Brasil no bloco, que se iniciou em 1º de janeiro.

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Mundo

Diplomatas rejeitam ameaças de Trump e Brasil manterá agenda na presidência do Brics

China também declarou que aprofundará a cooperação com o Brics.

Diplomatas brasileiros rejeitaram as ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brics e garantiram que o Brasil seguirá firme em sua agenda à frente da presidência do bloco, segundo informações divulgadas pela agência O Globo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a necessidade de o Sul Global reduzir sua dependência do dólar. Nesse contexto, um dos principais eixos da presidência brasileira no Brics é a criação de uma plataforma que amplie o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os países membros do Brics.

A China manifestou apoio à agenda brasileira na presidência do Brics e destacou nesta quarta-feira (22) seu compromisso em ampliar a cooperação entre os membros e parceiros.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que a China está preparada para aprofundar a cooperação econômica em diversos setores com os países do bloco, mesmo diante das recentes ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas comerciais.

Mais cedo, Trump ameaçou o Brics com a aplicação de tarifas comerciais de 100% sobre os produtos do bloco. Ele demonstrou preocupação com o crescente uso de moedas nacionais nas transações entre os países integrantes, temendo que isso enfraqueça o papel do dólar como principal moeda de reserva internacional e referência no comércio global.

*Leandro Sobreeira/247

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Brasil

Lula e Putin conversam por telefone sobre agenda do BRICS e Oriente Médio

Impossibilitado de comparecer pessoalmente à Cúpula dos BRICS, o presidente brasileiro conversou com Putin por cerca de 20 minutos nesta terça-feira.

O presidente Lula, após sofrer uma queda no Palácio da Alvorada no último sábado (19), teve que cancelar sua viagem à Rússia para a 16ª Cúpula do BRICS. A decisão foi tomada seguindo recomendações médicas, após o presidente precisar levar cinco pontos na região da nuca devido ao incidente no banheiro da residência oficial da Presidência. Diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente ao evento, Lula telefonou para o presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira (22). A conversa durou cerca de 20 minutos.

Segundo o g1, Lula e Putin conversaram sobre questões relevantes à agenda dos BRICS e sobre os conflitos no Oriente Médio, envolvendo Israel, Hamas e Hezbollah. O Oriente Médio, assim como a criação de uma nova categoria de “países parceiros” dentro do BRICS, é um dos principais temas da cúpula.

“O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã dessa terça-feira (22), às 10 horas, horário do Brasil, um telefonema do presidente russo Vladimir Putin. O telefonema durou cerca de 20 minutos. O presidente Putin quis saber do estado de saúde do presidente, e lamentou que ele não pode vir à Cúpula dos Brics, e o presidente Lula também, devido ao acidente sofrido no sábado. E que serão feitos os arranjos para a participação dele na reunião por videoconferência”, comunicou o Palácio do Planalto.

A delegação brasileira em Kazan está sendo liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O BRICS, tradicionalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está em processo de ampliação, com a recente inclusão de Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. No entanto, a Arábia Saudita ainda não oficializou sua aceitação formal ao convite.

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BRICS vai gerar maior parte do crescimento econômico global, diz Putin

“Em um futuro próximo, o BRICS gerará o principal aumento do PIB global”, disse o presidente russo, Vladimir Putin.

Reuters – O grupo BRICS gerará a maior parte do crescimento econômico global nos próximos anos graças ao seu tamanho e crescimento relativamente rápido em comparação com o das nações ocidentais desenvolvidas, disse o presidente russo, Vladimir Putin, nesta sexta-feira.

Putin será o anfitrião de uma cúpula do grupo na cidade de Kazan, de 22 a 24 de outubro. Ele espera construir o BRICS – que se expandiu para incluir Egito, Eti, Irã e Emirados Árabes Unidos, além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – como um poderoso contrapeso ao Ocidente na política e no comércio.

“Os países da nossa associação são essencialmente os impulsionadores do crescimento econômico global. Em um futuro próximo, o BRICS gerará o principal aumento do PIB global”, disse Putin a autoridades e empresários no fórum de negócios do BRICS em Moscou.

“O crescimento econômico dos membros do BRICS dependerá cada vez menos de influência ou interferência externa. Isso é essencialmente soberania econômica”, acrescentou Putin.