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Brasil Mundo

BRICS acelera criação de ‘Pix Global’ para países-membros e cresce tensão com EUA

O Brics está acelerando a implementação do Brics Pay, um sistema de liquidação financeira que promete reduzir a dependência do dólar nas transações entre países do bloco — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de novos integrantes como Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos.

O projeto, apelidado de “Pix Global”, permitirá transferências rápidas, com menor custo e risco, entre os países-membros. Embora não se trate de uma moeda única, a iniciativa prevê o uso de tecnologias como blockchain, QR codes, carteiras digitais e canais de comunicação entre bancos centrais para agilizar e baratear as operações.

Na 16ª Cúpula do bloco, realizada em outubro de 2024, na Rússia, o avanço do sistema foi destacado como parte de uma estratégia de integração econômica e de fortalecimento da autonomia financeira. O ponto central, porém, preocupa Washington: as transações poderão ser feitas sem a intermediação do dólar.

Trump e os Brics
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já se manifestou contra iniciativas do tipo, classificando o Brics como “grupo antiamericano” e ameaçando impor tarifas de 10% sobre importações de países alinhados ao bloco. O governo norte-americano também elevou para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros e abriu investigação sobre o Pix, acusando-o de discriminar empresas dos EUA.

Para Trump, reduzir o papel do dólar no comércio internacional representa risco direto à supremacia econômica norte-americana. Especialistas apontam que a disputa em torno do Brics Pay é mais um capítulo da crescente rivalidade entre potências emergentes e os EUA no tabuleiro geopolítico global.

Tecnologia blockchain como base
A plataforma BRICS Pay utiliza o Decentralized Cross-border Messaging System (DCMS), desenvolvido pela Universidade Estatal de São Petersburgo. Essa tecnologia permite transações seguras e rápidas, com capacidade de processar até 20 mil mensagens por segundo. Diferentemente do sistema SWIFT, controlado por bancos ocidentais, o BRICS Pay opera sem um controlador central, garantindo maior independência.

Características do DCMS:

Operação descentralizada, com cada país gerenciando seu próprio nó.
Alta segurança com múltiplos protocolos de criptografia.
Código aberto após a fase de testes, sem tarifas obrigatórias.
Capacidade de operar mesmo sem conexão direta entre usuários.

A escolha da tecnologia blockchain reflete a prioridade do bloco em criar um sistema moderno e resistente a interferências externas. A Rússia, que enfrenta sanções desde 2022, e a China, que busca internacionalizar o yuan, lideram os testes iniciais, com transações bilaterais em moedas locais.

No Brasil, a adesão ao BRICS Pay é vista como uma oportunidade para expandir exportações, especialmente no agronegócio, mineração e energia. Setores que hoje dependem do dólar para transações com China e Índia poderiam se beneficiar de conversões diretas em yuan ou rúpias, reduzindo perdas cambiais. O professor da Universidade Federal Fluminense, Marco Aurélio dos Santos Sanfins, destaca que o sistema pode minimizar os impactos de sanções econômicas externas.

Integração com sistemas nacionais
A viabilidade do BRICS Pay depende da integração de sistemas de pagamento instantâneo já existentes nos países membros. Além do Pix, o bloco planeja conectar o SBP russo, o UPI indiano, o IBPS chinês e o PayShap sul-africano. Essa interoperabilidade é um desafio técnico, mas especialistas acreditam que a digitalização das moedas nacionais, como o Drex no Brasil, pode facilitar o processo.

Sistemas de pagamento dos BRICS:

  • Pix (Brasil): Transferências instantâneas com 227 milhões de transações diárias em setembro de 2025.
  • SBP (Rússia): Permite transferências com número de telefone, usado por mais de 200 instituições.
  • UPI (Índia): Interface unificada com forte adesão desde 2010.
  • IBPS (China): Suporta transferências em yuan via múltiplos canais.

A integração desses sistemas visa criar uma rede ágil e eficiente, capaz de processar transações em tempo real. O Brasil, que assume a presidência rotativa do BRICS em 2026, planeja liderar os esforços para superar barreiras técnicas e tributárias.

O BRICS Pay promete transformar o comércio global ao reduzir custos e aumentar a competitividade. Para o Brasil, a plataforma pode abrir novos mercados, como Emirados Árabes Unidos e Irã, que demandam alimentos e combustíveis. A eliminação da conversão para o dólar pode baratear exportações e atrair investimentos.

Economistas projetam que, até 2030, o sistema movimente centenas de bilhões de dólares em transações anuais, desafiando o SWIFT. A iniciativa também fortalece o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que planeja criar uma linha de garantia multilateral para reduzir riscos em operações financeiras.

*ICL

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Política

Na mosca! Lula: ‘Trump tem medo do BRICS’

Presidente destacou, em especial, a relação com a China, e lançou críticas ao presidente dos EUA, Donald Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou, nesta sexta-feira (15), a aliança com a China e, mais amplamente, com o bloco BRICS, que ele classificou como a plataforma de afirmação do Sul Global no cenário internacional.

Lula destacou, em especial, a relação “muito forte” com a China. Os objetivos dos laços são, mais amplamente, construir uma “comunidade de futuro compartilhado”, expressão tradicionalmente usada na política chinesa, segundo o 247.

“Construímos com a China uma comunidade de futuro compartilhado por um mundo mais justo e sustentável. O comércio com a China é de 160 bi dólares contra 80 bi dos EUA. É importante lembrar porque criamos o BRICS. Estávamos cansados de ser tratados como 3o mundo”, afirmou Lula, durante a cerimônia da inauguração da fábrica da montadora GWM em Iracemápolis-SP.

O presidente destacou que o objetivo do BRICS é unir países com “similaridades para fazer trocas e crescer juntos”. Ele aproveitou para criticar a desigualdade entre o Norte Global e o Sul Global.

“Queríamos criar um grupo de países com similaridades para fazer trocas e crescer juntos. Aumentamos a relação com o Sul Global. O Norte era sempre rico e o Sul sempre pobre. Queremos nos desenvolver e crescer”, afirmou.

Em alusão ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aplicou um tarifaço de 50% contra o Brasil, Lula atribuiu a decisão da Casa Branca ao temor diante do crescimento do BRICS.

“Por isso criamos o grupo que representa praticamente metade da humanidade e mais de um terço do PIB global. Isso faz com que alguns fiquem preocupados com o crescimento daqueles que eram tratados como invisíveis”, afirmou.


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Política

O Ganso

Eduardo Bolsonaro, a mando do pai e em parceria com outro filhote da ditadura, Paulo Figueiredo, opera como ganso, apontando o dedo aos inimigos dando a Trump os alvos para atirar e atingir o Brasil, Lula e o BRICS.

Lacaio como o pai, que foi expulso das Forças Armadas por alta traição, Eduardo teve como primeiro “emprego” a patente de fantasma no esquema de peculato de Roberto Jefferson.

Sua “missão” é esta, a de trabalhar pelos EUA contra o Brasil em troca de anistia para o pior, o mais frio, o bandido que mais matou brasileiros através da covid, golpista propagandista de torturador e que, incrivelmente ainda está livre, chamado Jair Bolsonaro.

Preso, o efeito dominó, será inevitável, porque trabalham como qualquer quadrilha, em bando. Pegando um, pega todos.

Eduardo, por sua vez, sai apontando o dedo para a direção que Trump tem que atirar, como fez com Moraes e outros ministros do STF e, agora, com Alcolumbre e Motta, que não querem saber de colocar o absurdo projeto de anistia para, a meu ver, o maior bandido da história do Brasil.


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Brasil Mundo

É Trump x BRICS, via Lula; o resto é fumacê

Patrocinados por Trump, ataques israelenses matam pelo menos 25 palestinos que buscavam ajuda em Gaza.

Um monstro desses tem na violência um dogma religioso, somado aos psicopatas de Israel cada dia piores e mais espalhados no território sionista tomado dos palestinos.

Ou seja, na prática, estamos falando de gente bandida como qualquer bandido armado que mata para roubar a vítima.
Assim, diante de uma desordem capitalista, o projeto neofascista de

Trump não tem qualquer pudor moral ou humano.

O apogeu financeiro do capitalismo findou-se. Junto o próprio apogeu dos EUA.

De Reagan até então, não faltaram “ordens mundiais” que deitaram falação da volta dos anos dourados nos EUA, mas a coisa só piorou.

O mundo capotou nessas últimas três décadas.

A China contingenciou o mercado global de tal forma que acabou dando um mata-leão nos EUA e seus parceiros comerciais, sobretudo os europeus.

Detalhe: tudo com previsões, planejamentos e decisões tomadas anteriormente.

Ao contrário do pega para capar de Trump, também conhecido como barata voa, o sujeito nem sabia que, para tarifar um país que dá vantagens na balança comercial para os EUA, como é o caso do Brasil, é absolutamente ilegal uma marmota dessas de 50% ou mais de tarifas.

Essa caduquice saiu da caixola de quem não tem a mínima ideia ou planejamento para lidar com a hecatombe que se aproxima ano após ano do império decadente dos EUA.

Para piorar, ou melhor, isolar ainda mais os EUA, os BRICS chegaram chegando e já macetaram os EUA no comercio mundial que não tem pernas para segurar o repuxo.

Trump está dando soco no ar sem direção e muito menos pontaria. Ele está chutando para onde o nariz aponta na tentativa de acertar alguma coisa relacionada ao avanço da China e nada para a China e BRICS. A coisa ganhou uma hipertrofia anabolizada ainda mais potente em explosão e força concêntrica.

Trump é um pedófilo moloide, ou seja, alguém com sérios problemas com a justiça americana, assim como com seu eleitorado, já que não entregou nada no 1º mandato e menos ainda agora.
Usar o Brasil como boi de piranha do BRICS, com certeza, vai dar ruim.

O Brasil está com os pés fincados em fundamentos que garantem trancos muito maiores que 0,2 do PIB, como é o caso da tarifa do perdido.

Querer usar o Lula para tentar chegar no pescoço da China, é não saber nada da China e menos ainda de Lula, que já usa a burrice de Trump como bandeira política de sua campanha para reeleição em 2026.


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Brasil

Em reunião da OMC, Brasil ataca tarifas e recebe apoio da UE, Canadá e BRICS

O Brasil criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos, sem citar diretamente Donald Trump, durante a principal reunião do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra, em 23 de julho de 2025.

O embaixador Philip Fox-Drummond Gough, Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, denunciou o uso de tarifas como ferramenta de coerção política, apontando que medidas unilaterais, como as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, violam os princípios da OMC, desestabilizam cadeias globais de valor e ameaçam a economia mundial com inflação e estagnação.

Ele alertou que tais ações representam um “atalho perigoso para a instabilidade e a guerra” e defendeu o multilateralismo e a reforma da OMC para fortalecer o sistema de comércio global.

A posição brasileira recebeu apoio de cerca de 40 países, incluindo membros do BRICS (como China, Rússia e Índia), a União Europeia e o Canadá. Esses países compartilharam preocupações sobre o uso de tarifas como pressão política, especialmente após Trump vincular as sanções comerciais à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A delegação dos EUA rebateu, alegando que outros países descumprem as regras da OMC e que suas ações visam corrigir desequilíbrios comerciais.

O Brasil enfatizou a priorização de soluções negociadas, mas não descartou recorrer a mecanismos legais da OMC, apesar do sistema de solução de disputas estar paralisado devido a um boicote americano.

A União Europeia, que planeja tarifas retaliatórias de 30% sobre produtos dos EUA, e o Canadá, que também ameaçou retaliação, alinharam-se ao Brasil na defesa das regras multilaterais de comércio.

*Jamil Chade/Uol


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Brasil Mundo

Países do BRICS condenam ‘ataque tarifário’ de Trump ao Brasil

Jornal chinês Global Times disse que medida é ‘interferência’, enquanto russo Sputnik aponta que bloco do Sul Global foi ‘pivô’ da decisão

Os meios de comunicação dos países que integram o BRICS, bloco do Sul Global que recentemente se reuniu no âmbito da Cúpula de líderes do BRICS, no Rio de Janeiro, repercutiram a medida tarifária imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.

O canal de notícias chinês CGTN destacou nesta quinta-feira (10/07) que o republicano “intensificou sua ofensiva comercial global” ao anunciar uma nova tarifa de 50% sobre as importações do Brasil, incluindo também outros sete países para a lista de atingidos.

A agência Xinhua, por sua vez, citou que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à “medida unilateral” de Trump, acrescentando que o vice Geraldo Alckmin classificou a decisão tomada pelo magnata como “injusto”.

Para o Global Times, a situação gera “incerteza”. O jornal chinês ouviu um especialista em assuntos latino-americanos, Zhou Zhiwei,, que observou que as ameaças tarifárias dos EUA contra o Brasil são, em grande parte, por motivos políticos, e não puramente econômicas. “Também refletem a intenção dos EUA de interferir nas atuais políticas interna e externa da América Latina”, acrescentou.

A carta de Casa Branca endereçada ao Planalto afirma que uma das razões para a medida decorre da oposição de Trump contra o julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Dias atrás, o republicano escreveu em sua rede social que o ex-presidente brasileiro sofre de “perseguição política”.

Ao noticiar a medida tarifária, o jornal indiano Hindustan Times descreveu Bolsonaro como “um líder que imitou o estilo político de Trump durante sua presidência” e que seu julgamento decorre “de uma investigação sobre os distúrbios pós-eleitorais na capital brasileira, que foram comparados à tentativa de insurreição de 6 de janeiro de 2021 em Washington”.

“Bolsonaro tem apelado repetidamente pela ajuda de Trump enquanto seus problemas legais aumentam”, acrescentou.

O jornal sul-africano Sowetan classificou a ação dos EUA como um “ataque tarifário global com força total”, afirmando que a carta de Trump a Lula “expressou raiva sobre o que ele chamou de ‘Caça às Bruxas’ do antecessor de direita, Jair Bolsonaro”.

Já o site russo Sputnik referiu-se ao “BRICS como pivô” da decisão norte-americana, ao lembrar que a ameaça do republicano ganhou teor durante a realização da cúpula dos chefes de Estado do bloco, no Rio de Janeiro, nesta semana. Nesse contexto, o presidente dos EUA afirmou que o grupo foi criado para “destruir” o dólar norte-americano, em referência ao projeto para a adoção de uma moeda local para as transações financeiras entre países membros.

O veículo ainda mencionou o ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, que reagiu dizendo que a posição de Trump evidencia que o BRICS “está ganhando força no cenário mundial”.

*Rocio Paik/Opera Mundi


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Política

Lula no encerramento da 17ª Cúpula do Brics: ‘A gente não quer mais um mundo tutelado’,

Questões climáticas, guerras e incômodo que o bloco causa foram temas tratados pelo presidente.

Nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu uma coletiva de imprensa para fechar o calendário de eventos que compôs a 17ª Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro (RJ). Em sua fala, Lula reafirmou questões discutidas pelo grupo de países durante o encontro, como o respeito à soberania, o multilateralismo e a necessidade de ação coletiva em temas como a crise climática e o combate à desigualdade.

“A gente tem a convicção que a gente não quer mais um mundo tutelado. A gente não quer mais guerra fria. A gente não quer mais desrespeito à soberania. A gente não quer mais guerra”, disse Lula.

O multilateralismo, um dos tópicos principais da cúpula, é uma das saídas citadas pelo presidente para as guerras atuais. Mais uma vez, ele afirmou que “estamos vivendo, possivelmente, depois da Segunda Guerra Mundial, o maior período de conflito entre os países”, e voltou a criticar a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU): “O Conselho de Segurança da ONU, que deveria evitar as guerras, são os promotores”.

Ele discutiu a falta de diálogo entre Rússia e Ucrânia, a necessidade de uma instituição multilateral ou um grupo de países que facilite a troca em busca de um cessar-fogo permanente, e reforçou que “o que está acontecendo em Gaza já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal do planeta Terra”.

Neste tópico, Lula argumentou que não é possível afirmar que se trata de uma guerra contra o Hamas, como defendem autoridades israelenses, “já que só se mata inocentes, mulheres e crianças”. E reforçou que não existe uma instituição multilateral para colocar o fim nessa situação, em especial porque a ONU, que deveria estar coordenando esta negociação, não pode, já que está envolvida.

Para ele, que se diz muito satisfeito com a Cúpula deste ano, o Brics — “que não nasceu para afrontar ninguém”, segundo Lula, possivelmente se referindo à fala de Trump de domingo (6) à noite — é apenas outro modo de fazer política.

“Uma coisa mais solidária, que o banco esteja muito mais preocupado em ajudar os países em desenvolvimento a se desenvolver, os países mais pobres, e que tenha consciência de que a questão do clima é muito séria.”

Relevância para as questões climáticas
O presidente citou as questões climáticas com ênfase em seu discurso final. Ele reforçou que não conseguimos controlar as intempéries e, por isso, devemos cuidar mais dos oceanos, das florestas, do ar que respiramos. “Não existe nenhum radicalismo, não é coisa de ambientalista. Não é coisa de universitário, não é coisa de bicho grilo, como se falava antigamente, não. É coisa de gente que acredita na ciência.”

Lula lembrou que o Brasil sediará a COP30 este ano e cobrou seriedade na discussão. “Os líderes do mundo acreditam no que a ciência está falando sobre a questão do clima? É verdade o que a ciência tem nos mostrado, que as mudanças são concretas e irreversíveis se nós não mudarmos de comportamento? Se nós acreditarmos que é, nós vamos ter que tomar atitude.”

Na manhã desta segunda, os países-membros do Brics se reuniram para discutir finanças climáticas e pontos como a necessidade de aumentar a porção do financiamento dirigida à adaptação, particularmente de finanças públicas por parte dos países desenvolvidos para ajudar as populações mais vulneráveis aos impactos adversos da mudança de clima.

Já na coletiva de encerramento, Lula reforça que a China “possivelmente seja o melhor modelo de país que está enfrentando a questão do clima. É o mais rápido na transição energética e está tentando fazer com que a economia, efetivamente, seja de baixo carbono. Deveria ser um exemplo do G7, para muitos países ricos. É isso que tratamos aqui e é isso que eu acho que nós vamos fazer o debate daqui para frente”.

Brics gera incômodo
Para Lula, é por questionar o papel da ONU, ser mais assertivo em relação às questões climáticas e querer incidir na utilização de inteligência artificial — que não pode ser “uma coisa de dominação de meia dúzia de empresas” para “fazer guerra, contar mentiras, inverdades” — que o Brics está incomodando.

“Se a gente não tiver uma instituição de governança mundial com mais representatividade e mais seriedade, nós estamos entrando num sistema muito destrutivo do funcionamento da relação entre Estados, o que não faz bem para ninguém. Me parece que os Brics podem ser essa válvula de escape que a humanidade precisa para fazer alguma coisa nova.”

Lula afirmou que esta foi a reunião mais importante da história do Brics, especialmente por ter convidado mais pessoas, de mais países, como forma de convencer o mundo de que o bloco “é um novo jeito da gente fazer o multilateralismo sobreviver no mundo”.


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Brasil Mundo

Lula a Trump: ‘Dê palpite na sua vida, não na nossa’

Presidente brasileiro afirmou que um chefe de Estado não deveria ficar ‘ameaçando os outros pelas redes sociais’

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu na tarde desta segunda-feira (07/07) as falas de seu homólogo norte-americano Donald Trump que saiu em defesa de Jair Bolsonaro: “dê palpite na sua vida, e não na nossa”.

Lula disse que um chefe de Estado não deveria ficar “ameaçando os outros pelas redes sociais”, afirmando que “respeito é bom” e que mundo “não quer um imperador”. A declaração ocorreu após Trump publicar, através da plataforma Truth Social, que o Brasil estaria fazendo “uma coisa terrível em seu tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro”.

Em seguida, falou que o julgamento do ex-mandatário brasileiro no STF é “nada mais nada menos do que um ataque a um oponente político, algo que eu conheço muito bem”.

O presidente Lula afirmou que não iria ficar comentando sobre as declarações do republicano, apenas defendeu que cada um saiba o “significado da soberania de cada país”. Além disso, disse que “tem coisas a fazer”, dizendo que o Brasil tem leis e regras chamadas “o povo brasileiro”.

Bolsonaro foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em dois julgamentos distintos. Além disso, o ex-presidente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, acusado de liderar uma trama para se manter no poder após perder as eleições de 2022.

Além da defesa do ex-mandatário, Trump também usou as redes sociais para ameaçar impor uma tarifa adicional de 10% sobre a importação de produtos oriundos de países alinhados ao BRICS. Ele

O anúncio de Donald Trump foi feito paralelamente à cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro. Ao término do primeiro dia do encontro, os líderes do grupo, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, divulgaram uma declaração conjunta manifestando preocupação com a escalada do protecionismo liderado por Washington.

Também sobre isso Lula disse que não iria comentar. Mas, mais cedo, em nota, afirmou que “ninguém está acima da lei”. “A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja”, enfatizou.

afirmou que a medida deve valer a “qualquer país que adote políticas antiamericanas” promovidas pelo agrupamento.

*Opera Mundi


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Política

Leia a íntegra do discurso de Lula: não seremos apenas fornecedores de matérias-primas

Presidente destacou que Sul Global tem ‘condições’ para liderar ‘novo paradigma de desenvolvimento’ do meio ambiente.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou a escassez de recursos para uma transição “justa e planejada”, metas que já foram comentadas pelo governo federal em eventos que antecederam a Cúpula dos chefes de Estado do BRICS, nesta segunda-feira (07/07). Segundo ele, os países em desenvolvimento acabam sendo os mais atingidos pelas perdas e danos influenciados por um “negacionismo” e o “unilateralismo” do mundo.

A fala se deu no âmbito da sessão “Meio Ambiente, COP 30 e Saúde Global”, no segundo dia do evento de alto nível, no Rio de Janeiro. Atualmente, o desafio ambiental é, conforme o governo brasileiro, as nações se comprometerem com medidas que impeçam o aumento de 1,5 graus da temperatura mundial.

“É inadiável promover a transição justa e planejada para o fim do uso de combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento […] O Sul Global tem condições de liderar um novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado. Não seremos simples fornecedores de matérias-primas”, declarou o mandatário, ao enfatizar a necessidade do acesso e desenvolvimento de tecnologias que permitam participar “de todas as etapas das cadeias de valor”.

Ainda de acordo com Lula, menos de 60 empresas no mundo são responsáveis pela emissão de 80% de carbono, sendo que a maioria atua nos setores de petróleo, gás e cimento.

“Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade”, destacou. “Em 2024, os 65 maiores bancos do mundo se comprometeram a conceder 869 bilhões de dólares para o setor de combustíveis fósseis”.

Por outro lado, a chamada Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do BRICS adotada hoje pelo bloco, de acordo com Lula, configura-se como uma solução pois apresenta “fontes necessárias e modelos alternativos” para o financiamento climático.

“O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que lançaremos na COP 30, irá remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta”, disse.

Defesa da saúde global
Lula também destacou em seu discurso que a “defesa da saúde dos pobres é urgente”. Ele reforçou que, embora seja um direito humano e um motor do desenvolvimento, “a saúde global é afetada pela pobreza e pelo unilateralismo”.

O presidente brasileiro também afirmou que é fundamental recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como “foro legítimo para o enfrentamento às pandemias”. Além disso, destacou que é necessário ter espaço fiscal para garantir a saúde e o bem-estar dos povos.

Ele complementou: “Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda.”

Leia o discurso na íntegra

“Os regimes multilaterais de clima e de saúde foram palco de grandes esforços de mobilização do Sul Global.

As três convenções da ONU adotadas aqui no Rio de Janeiro, em 1992, colocaram o desenvolvimento sustentável no centro dos debates sobre o futuro do planeta.

Consagramos o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.

Mesmo sem o passivo histórico dos países desenvolvidos, os membros do BRICS não deixaram de fazer a sua parte.

Na Organização Mundial da Saúde e na Organização Mundial do Comércio, lutamos juntos pelo acesso a medicamentos e vacinas essenciais para vencer a epidemia de HIV/Aids, a malária, a tuberculose e outras mazelas que afetam, principalmente, os países mais vulneráveis.

Nas Conferências de Cairo e Pequim, há três décadas, reafirmamos os direitos humanos de mulheres e meninas, inclusive à saúde sexual e reprodutiva.

Hoje, o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando nosso futuro.

O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto.

As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno.

A Conferência de Nice, há poucas semanas, deixou claro que o oceano está febril.

Uma década após o Acordo de Paris, faltam recursos para a transição justa e planejada, essencial para a construção de um novo ciclo de prosperidade.

Os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos.

São também os que menos dispõem de meios para arcar com mitigação e adaptação.

Justiça climática é apostar em ações comprometidas com o combate à fome e às desigualdades socioambientais.

Ao proteger, conservar, e restaurar nossos territórios, criamos também oportunidades para as comunidades locais e povos indígenas.

A geração de empregos decentes, a igualdade entre homens e mulheres e o fim do racismo em todas as suas esferas são imperativos.

O Consenso dos Emirados Árabes Unidos, a partir do Balanço Global de avaliação de cumprimento do Acordo de Paris, deve ser a base de sustentação de nossas ações de implementação.

Nosso desafio é alinhar ações para evitar ultrapassar 1,5 graus de aumento da temperatura do planeta.

Será preciso triplicar energias renováveis e duplicar a eficiência energética.

É inadiável promover a transição justa e planejada para o fim do uso de combustíveis fósseis e para zerar o desmatamento.

Faz parte desse desafio viabilizar os meios de implementação necessários, hoje estimados em 1.3 trilhão de dólares, partindo dos 300 bilhões já acordados na COP29 no Azerbaijão.

O Sul Global tem condições de liderar novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado.

Não seremos simples fornecedores de matérias-primas.

Precisamos acessar e desenvolver tecnologias que permitam participar de todas as etapas das cadeias de valor.

80% das emissões de carbono são produzidas por menos de 60 empresas.

A maioria atua nos setores de petróleo, gás e cimento.

Os incentivos dados pelo mercado vão na contramão da sustentabilidade.

Em 2024, os 65 maiores bancos do mundo se comprometeram a conceder 869 bilhões de dólares para o setor de combustíveis fósseis.

Taxonomias sustentáveis e unidades de contagem de carbono justas e inclusivas podem atrair investimentos produtivos verdes e justos.

A Declaração-Quadro sobre Finanças Climáticas do BRICS, que adotamos hoje, apresenta fontes necessárias e modelos alternativos para o financiamento climático.

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que lançaremos na COP 30, irá remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta.

Meus amigos e minhas amigas,

Apesar de ser um direito humano, bem público e motor de desenvolvimento, a saúde global também é profundamente afetada pela pobreza e pelo unilateralismo.

Recuperar o protagonismo da Organização Mundial da Saúde como foro legítimo para o enfrentamento às pandemias e na defesa da saúde dos povos é urgente.

A recente adoção do Acordo de Pandemias é um passo nessa direção.

O BRICS está apostando na ciência e na transferência de tecnologias para colocar a vida em primeiro lugar.

No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre.

Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global.

Implementar o ODS 3 — saúde e bem-estar — requer espaço fiscal.

Não há direito à saúde sem investimento em saneamento básico, alimentação adequada, educação de qualidade, moradia digna, trabalho e renda.

A Parceria pela Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas, que lançaremos hoje, propõe superar essas desigualdades sistêmicas com ações voltadas para infraestrutura física e digital e para o fortalecimento de capacidades.

A consolidação da Rede de Pesquisa de Tuberculose, com o importante apoio do Novo Banco de Desenvolvimento e da Organização Mundial da Saúde, bem como a cooperação regulatória em produtos médicos são exemplos concretos do quanto já avançamos como grupo.

Estamos liderando pelo exemplo.

Cooperando e agindo com solidariedade em vez de indiferença.

Colocando a dignidade humana no centro de nossas decisões.

Muito obrigado.”

*Opera Mundi


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Política

BRICS sobe o tom contra neoliberalismo imposto pelo Norte

Cúpula chega ao segundo dia com foco em financiamento climático, saúde global e papel do Sul nas decisões multilaterais.

A 17ª Cúpula do BRICS chega ao seu último dia nesta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro (RJ), com expectativa para o lançamento de uma declaração sobre financiamento climático e a criação da Parceria Brics para Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas. No domingo (6), os chefes de Estado dos países-membros elevaram o tom contra o sistema financeiro global e cobraram uma nova arquitetura internacional mais justa, plural e centrada no Sul Global.

Reunidos pela primeira vez com 11 membros permanentes, os líderes do bloco aprovaram a “Declaração do Rio de Janeiro”, que condena as sanções unilaterais, propõe a reforma das instituições de Bretton Woods e defende a criação de alternativas ao dólar e ao sistema SWIFT.

Em uma de suas falas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as atuais estruturas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) sustentam “um Plano Marshall às avessas”, no qual os países em desenvolvimento financiam os mais ricos. “O modelo neoliberal aprofunda as desigualdades.”

Para Marta Fernández, coordenadora do Brics Policy Center, a declaração final da cúpula cumpriu o objetivo brasileiro de protagonizar uma agenda propositiva. “Foi uma declaração cautelosa, que buscou não tocar no calcanhar de Aquiles dos Estados Unidos, mas, ao mesmo tempo, muito enfática na defesa da soberania, da integridade territorial do Irã e da solução de dois Estados para a Palestina”, avaliou.

egundo ela, o texto reconhece o déficit democrático das instituições internacionais e reforça a centralidade da ONU como “organização multilateral por excelência”.

Para Fernández, o Brics buscou um ponto de equilíbrio entre o enfrentamento simbólico ao Norte Global e a construção de consensos. “Os países do bloco estão negociando acordos com os Estados Unidos, então evitaram uma retórica frontal. Mas o texto é contundente ao reivindicar soberania, justiça fiscal e reformas multilaterais”, avaliou.

A situação na Palestina também foi destaque nas falas e documentos do primeiro dia. A declaração final do Brics exige cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza, e denuncia o uso da fome como arma de guerra por parte de Israel. O bloco defende a criação de um Estado palestino soberano, com Jerusalém Oriental como capital, e manifesta apoio à ação em curso na Corte Internacional de Justiça que investiga crimes de genocídio.

Esta edição da cúpula foi marcada por uma novidade histórica: pela primeira vez, movimentos populares tiveram voz em uma plenária oficial do Brics. Representantes do recém-criado Conselho Civil apresentaram aos chefes de Estado um documento com propostas nas áreas de saúde, educação, soberania digital e finanças.

Brics endossa ruptura com ordem financeira e cobra justiça fiscal
O primeiro dia da cúpula aprofundou o diagnóstico de que o sistema financeiro internacional se baseia em desigualdades. Em resposta, os países do bloco formalizaram a Iniciativa de Pagamentos Transfronteiriços do Brics, que visa a criação de uma rede própria de transações, menos dependente do dólar e fora do alcance de sanções unilaterais. O documento final também defende o fortalecimento do uso de moedas locais no comércio entre os países-membros.

A declaração dos líderes reitera o apoio à reforma das cotas de poder no FMI e à ampliação do papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff. O banco é apontado como plataforma estratégica para o financiamento em moeda local e para a oferta de garantias multilaterais em projetos de infraestrutura.

No campo da justiça fiscal, o Brics apoiou a criação de uma convenção tributária global sob a ONU e saudou a proposta brasileira de taxação dos super-ricos. “Três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015”, apontou Lula ao defender justiça tributária.

Marta Fernández também destaca que a declaração final chamou atenção para a necessidade de redirecionar recursos militares para áreas como saúde, meio ambiente e combate às desigualdades. “O tema da desigualdade aparece com muita força, seja ao tratar das doenças socialmente determinadas, da segurança alimentar ou da exclusão digital. É uma tentativa de responder a problemas concretos, com foco nas populações vulnerabilizadas.”

Inteligência artificial e soberania digital entram na pauta do bloco

Os países também lançaram a Declaração sobre a Governança da Inteligência Artificial, com foco em regulação multilateral, soberania digital e combate à concentração de dados. Lula alertou que o desenvolvimento da IA não pode se tornar “instrumento de manipulação nas mãos de bilionários”, e defendeu que a ONU tenha papel central nas discussões sobre o tema.

A declaração propõe regras internacionais para garantir acesso equitativo às tecnologias e medidas de cibersegurança. O bloco também manifestou apoio à criação de instrumentos próprios de conectividade, como cabos submarinos entre os países-membros, para assegurar soberania no tráfego de dados.

Clima e saúde encerram a cúpula com foco na implementação
A agenda desta segunda-feira (7) terá como foco as mudanças climáticas, a saúde global e os mecanismos de financiamento para países em desenvolvimento. A expectativa é pela adoção de uma declaração conjunta sobre financiamento climático, articulada pelo Brasil, e pela criação de uma parceria voltada à eliminação de doenças socialmente determinadas.

*BdF


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