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Por que o espanto com o monstro?

De estalão, uma ética tão desprezada pelas velhas e novas raposas da política brasileira contra Bolsonaro se desencadeou nas redes sociais e na mídia. Mas, afinal de contas, não sabiam que Bolsonaro viveu e se alimentou desse grotesco pastiche durante trinta anos? Não sabem que ele é profundamente racista, corrupto e semeia ódio por onde passa?

Quem é mais cínico nesse jogo de cena, Bolsonaro ou Dória com suas paspalhices não menos violentas? Por que Dória não deflagrou sua guerra contra o monstro quando, no golpe contra Dilma, Bolsonaro fez uma homenagem ao monstro Brilhante Ustra, o maior torturador da ditadura militar?

Quais os motivos que levam essas pessoas a se revoltarem contra as declarações de Bolsonaro para atingir o presidente da OAB?

Uma legião de anônimos, que fez questão de frisar nas ruas seu apoio ao capitão, operou junto com pessoas que agora se dizem perplexas com o estilo nazista de Bolsonaro.

Ora, cachorro morto todo mundo quer chutar, no caso, dois cachorros mortos unidos, Bolsonaro e Moro.

Então, começa um festival de orientações de direita como Rodrigo Constantino, um marco na estupidez infantojuvenil dos reaças paratatás, dizendo que preferem um liberal civilizado do que um extremista de direita possuído pelo demônio. Outros, começam a falar em Mourão, uma espécie de copista dos arranjos de Bolsonaro.

Fundamentado em quê se fala em Mourão? Ele é menos filhote da ditadura? É essa a suprema recomendação da direita ou do próprio Mourão que está com a mão formigando para pegar a caneta bic de Bolsonaro?

Lembrem-se sempre que, por trás de Bolsonaro e a arquitetura que o levou ao poder, está o PSDB, que agora quer se mostrar como uma espécie de direita açucarada.

Queimaram uma bucha na aposta do pangaré do Aécio, que se transformou numa espécie de mula maluca depois que perdeu a eleição e o rumo.

Bolsonaro é ódio em estado puro, mas os tucanos viram nele a nova luz da direita porque não tinha outro lixo para desfilar na passarela da disputa presidencial.

Não tem arrego, Bolsonaro não é um projeto pessoal, é uma obra maior dos fanáticos antipobres.

Essa gente que quis fabricar, junto com a Globo, o antipetismo, foi quem pariu Bolsonaro, agora que o embale até sua brevíssima morte política.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Governo Bolsonaro corre risco de não passar do mês de julho, avalia Samuel Guimarães

Para embaixador, Mourão apresenta-se como substituto natural e não deve acontecer uma eventual volta a um regime militar nos moldes de 64.

Em entrevista no The Intercept, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto, ex-secretário-geral do Itamaraty entre 2003 e 2009, avaliou que o governo Jair Bolsonaro não deve passar de julho.

“No cardápio político, hoje em dia, Bolsonaro está sendo servido. O prato alternativo que se pode escolher é Mourão. Outros pratos, como revolução socialista e proletária, estão em falta. Assembleia nacional constituinte? Também não está sendo servido. O que tem é o Mourão. Você pode não gostar, achar que é a volta dos militares, achar o que quiser”, analisou.

A queda de Bolsonaro deve acontecer pela ampla incapacidade política dele e de ministros e políticos próximos que, não apenas atravanca a governabilidade no país, como também “promove antagonismo social todos os dias”.

“Agora, [Bolsonaro] liberou as pessoas a transitarem com armas carregadas. É uma coisa inacreditável. Temos 63 mil mortes por ano, em toda a Guerra do Vietnã os EUA não perderam o que morre no Brasil por ano. É um governo que promove ódio racial, todo tipo de confronto na sociedade. Isso é uma coisa muito perigosa”, destacou Pinheiro.

“O governador do Rio subiu num helicóptero para acompanhar uma ação em que sujeitos iam matar pessoas. Isso é uma loucura”, completou.

Naturalmente, a cadeira no Palácio do Planalto será ocupada pelo general Hamilton Mourão, atual vice-presidente. Ao ser questionado se uma eventual volta dos militares ao poder não deveria preocupar, o embaixador foi taxativo dizendo que “não”.

“O general Mourão, desde que tomou posse – antes, não – só fala a coisa certa”, pontuou.

“Não vale a pena [instituir um governo ditatorial como a de 1964]. [Os militares] Passaram 30 anos tentando limpar os aspectos negativos da ditadura para eles. Veio o Bolsonaro e o tempo todo relembra a ditadura. Eles ficam horrorizados com isso. As pesquisas de opinião mostram que os militares são um dos grupos que têm mais confiança da população brasileira. Conseguiram isso, e o Bolsonaro passa o tempo todo lembrando da ditadura, do [ditador chileno Augusto] Pinochet, do [ditador paraguaio Alfredo] Stroessner, do [coronel Carlos Alberto] Brilhante Ustra (um dos principais comandantes da tortura de adversários do regime militar)”, continuou.

Segundo Samuel Pinheiro, Bolsonaro, e sua equipe econômica igualmente ineficiente, corre para tentar aprovar até julho a reforma da previdência como uma forma de alcançar o prometido “milagre” da volta ao crescimento. Como se a mudança na previdência fosse capaz de resolver a complexa situação econômica.

Sobre a avaliação da política externa brasileira, especificamente a atuação do ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo, não faltaram críticas. Samuel Pinheiro apontou o chanceler como “ridículo” e “um louco”.

“O Ernesto é uma coisa deste tamanho (sinaliza algo pequeno com a mão). Uma coisa ridícula. É ridículo. Ri-dí-cu-lo (enfático, separando as sílabas). No discurso de formatura dos alunos do Instituto Rio Branco, o ministro Ernesto Araújo comparou o presidente Bolsonaro a Jesus Cristo. E chorou quando fez isso. Isso não existe na história do Brasil e nem na história do mundo, um ministro ter comparado o chefe de Estado a Jesus Cristo”, relembrou.

 

 

 

 

 

*Com informações do GGN