O Radar confirmou com fontes da Polícia Federal e do STF o desejo do ex-auxiliar de Jair Bolsonaro e o avanço das conversas.
Preso desde maio, Mauro Cid esteve no STF nesta quarta-feira para confirmar a um juiz do gabinete do ministro Alexandre de Moraes que, sim, decidiu fazer um acordo com a Polícia Federal para confessar tudo que fez, viu e ouviu no período em que foi auxiliar de Jair Bolsonaro e negociou joias e presentes de valor da Presidência da República como se fosse um mercador, diz a Veja.
O procedimento é padrão nesse tipo de caso. O candidato a delator precisa deixar registrado que não está sendo coagido a seguir o rumo da delação. É o que fez Cid nesta quarta.
O Radar confirmou com fontes da Polícia Federal e do STF o desejo de Cid e o avanço das conversas — já com depoimentos colhidos –, revelado mais cedo pela GloboNews.
Os termos do acordo, com os benefícios que serão ofertados a Cid, caso ele consiga apresentar fatos e provas de corroboração dos crimes que delata, são mantidos em sigilo.
Não está claro se Cid apresentou um roteiro novo de crimes, os famosos “anexos”, ou se decidiu colaborar para fornecer provas de corroboração dos crimes já investigados pela PF.
O ex-ajudante de ordens Mauro Cid detalhou à Polícia Federal como funcionava o esquema do “fluxo financeiro” de Jair Bolsonaro e também falou sobre como operava o gabinete do ódio no Palácio do Planalto para atacar adversários e o sistema eleitoral, segundo Valdo Cruz em sua coluna no g1. Em relação ao “fluxo financeiro”, o colunista apontou que os investigadores apuram se o centro dessas movimentações estaria em Miami, nos Estados Unidos.
Ele lembra que o tenente-coronel passou mais dez horas depondo à PF na quinta-feira (31) e que, ao todo, Mauro Cid já tem mais de vinte horas de depoimento à corporação. O pai dele, o general Lourena Cid, também está negociando colaborar com a PF.
“A cúpula do PL avalia que a ‘lambança’ do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias vai custar caro para ele e deve miná-lo politicamente para as próximas eleições municipais”, escreveu Valdo Cruz, apontando ainda que “segundo integrantes do partido, a partir de um caso que não deveria nem ter acontecido, todos os ‘rolos’ do governo Bolsonaro estão sendo revirados pela Polícia Federal”.
Isso porque para além do caso das joias, Cid está detalhando outros aspectos do governo Bolsonaro. Segundo a jornalista Helena Chagas, espera-se para os próximos dias mais informações sobre o clã Bolsonaro, desta vez partindo do FBI, que teria dados “bombásticos” sobre negociações da família relacionadas a imóveis e outros bens nos Estados Unidos.
O jornalista aponta ainda que interlocutores do ex-presidente dizem que ele “errou feio” ao sinalizar que estaria abandonando Mauro Cid. “Segundo eles, ao sentir o risco de ser abandonado e vendo as investigações chegarem a seu pai, o tenente-coronel não teve outra saída senão começar a colaborar com as investigações da Polícia Federal”, escreve Cruz. Mauro Cid estaria “falando tudo”, segundo investigadores, que avaliam que “a casa caiu” para Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens Mauro Cid detalhou à Polícia Federal como funcionava o esquema do “fluxo financeiro” de Jair Bolsonaro e também falou sobre como operava o gabinete do ódio no Palácio do Planalto para atacar adversários e o sistema eleitoral, segundo Valdo Cruz em sua coluna no g1. Em relação ao “fluxo financeiro”, o colunista apontou que os investigadores apuram se o centro dessas movimentações estaria em Miami, nos Estados Unidos.
Ele lembra que o tenente-coronel passou mais dez horas depondo à PF na quinta-feira (31) e que, ao todo, Mauro Cid já tem mais de vinte horas de depoimento à corporação. O pai dele, o general Lourena Cid, também está negociando colaborar com a PF.
“A cúpula do PL avalia que a ‘lambança’ do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias vai custar caro para ele e deve miná-lo politicamente para as próximas eleições municipais”, escreveu Valdo Cruz, apontando ainda que “segundo integrantes do partido, a partir de um caso que não deveria nem ter acontecido, todos os ‘rolos’ do governo Bolsonaro estão sendo revirados pela Polícia Federal”.
Isso porque para além do caso das joias, Cid está detalhando outros aspectos do governo Bolsonaro. Segundo a jornalista Helena Chagas, espera-se para os próximos dias mais informações sobre o clã Bolsonaro, desta vez partindo do FBI, que teria dados “bombásticos” sobre negociações da família relacionadas a imóveis e outros bens nos Estados Unidos.
O jornalista aponta ainda que interlocutores do ex-presidente dizem que ele “errou feio” ao sinalizar que estaria abandonando Mauro Cid. “Segundo eles, ao sentir o risco de ser abandonado e vendo as investigações chegarem a seu pai, o tenente-coronel não teve outra saída senão começar a colaborar com as investigações da Polícia Federal”, escreve Cruz. Mauro Cid estaria “falando tudo”, segundo investigadores, que avaliam que “a casa caiu” para Bolsonaro.
Antigo chefe do GADH do Palácio do Planalto, Marcelo Vieira é investigado no caso sob a suspeita de atuar em conluio com Bolsonaro e seus assessores, diz a Veja.
VEJA conversou com o antigo chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Palácio do Planalto, investigado no caso sob a suspeita de atuar em conluio com Bolsonaro e seus assessores para o desvio dos presentes. Marcelo Vieira, que cuida do inventário presidencial desde o governo de Michel Temer, confirmou que, de fato, havia o entendimento no órgão de que determinados presentes dados ao presidente da República se enquadravam na categoria de “personalíssimo”, ou seja, faziam parte do acervo pessoal do mandatário. Em tese, portanto, poderiam ser negociados, desde que fossem seguidos alguns protocolos. Os relógios, por exemplo, poderiam ser vendidos aqui ou mesmo no exterior, mas antes Bolsonaro deveria ter comunicado sua intenção à União. Leia a entrevista:
A Polícia Federal afirma que durante a sua gestão foram criadas brechas para permitir a incorporação de presentes recebidos por Bolsonaro como bens privados. Isso aconteceu? Isso é uma ilação. Qual é a brecha? O que eu criei? Eu trabalhei apenas com a lei, com o decreto e com o acórdão do TCU. O meu trabalho foi estritamente técnico todo o tempo, e sequer conhecia o presidente Bolsonaro.
O senhor conversou com o presidente sobre as joias? O Cid me ligou no dia 27 de dezembro, num contato de não mais que um minuto. “Marcelo, tem um ofício de um presente para o presidente que está retido na Receita e eu preciso que você assine para liberar”. Eu falei: “Manda pelo WhatsApp que vou dar uma olhada”. Logo no primeiro parágrafo vi que estava escrito que o presente era para o Estado. Expliquei que não poderia assinar. Aí o Cid disse: “Marcelo, então explique para o chefe”. Aí eu passo essas informações ao presidente, que só falou “O.k., obrigado” e desligou.
E com o Cid, o senhor tratava com ele sobre os presentes? Ele me ligava sempre: “Marcelo, o presidente recebeu isso”. E um detalhe interessante é que ele já emitia um juízo de valor: “Isso é personalíssimo”. Eu falava assim: “Cid, pelo amor de Deus, isso não é personalíssimo”. E eu repetia até o último dia que era personalíssimo só o que era dado por chefe de Estado. Todas as conversas que eu tive com o Cid foram relacionadas a presentes que o presidente recebeu.
O Cid comunicou a intenção de vender os itens personalíssimos? Formalmente, não. Uma ligação para tirar uma dúvida não é uma comunicação. Cid me ligava e perguntava: “Pode vender?”. Eu respondia: “Pode, desde que obedeça à lei”. Em caso de venda, a União tem direito de preferência. Os presentes não podem ser alienados para o exterior sem manifestação expressa da União. O gabinete não emite juízo de valor. A gente só responde aquilo que nos perguntam de acordo com a legislação.
Pela regra, o que deve ser feito antes da venda ou da tentativa dela? Se quiser vender ou mesmo doar algo do acervo privado presidencial, tem de avisar a União. Isso porque a legislação diz que o detentor do bem, que aí passa a ser o presidente ou o seu representante, tem de avisar sobre qualquer movimentação, porque a gente tem de saber para alterar o status: saiu de Brasília para o Rio de Janeiro, por exemplo. E, se o bem for alienado para o exterior, tem de haver uma manifestação expressa da União. Não houve qualquer comunicação oficial nesse sentido.
Em sendo obrigatória essa comunicação de venda, e ela não tendo sido feita, isso caracteriza o quê? Eu prefiro que um advogado diga. Mas eu entendo que está contrariando a lei, é uma ilegalidade. Agora, se houve erro de repente no modus operandi, não sei. O Cid, de modo geral, estava sempre tentando fazer o que era correto.
No seu entendimento, um relógio recebido por um chefe de Estado pertence ao presidente? No nosso entendimento, relógio é um bem personalíssimo, independentemente do valor. Outro exemplo, o presidente Bolsonaro foi aos Estados Unidos e ganhou do Trump uma camisa de futebol. Camisa é de uso personalíssimo. E ele também ganhou uma camisa emoldurada, escrito “Bolsonaro”, e gostaria que o quadro ficasse para ele. Um quadro não é um bem personalíssimo, ele não vai usar uma camisa emoldurada.
Isso se aplicaria também ao relógio Piaget que Lula usava durante a campanha? Segundo o Lula, ele recebeu o relógio de um chefe de Estado. Se a gente considerar que relógio é um item personalíssimo, então o presidente Lula pode usá-lo. Pelo visto, o erro que também houve nesse caso foi não ter sido registrado no acervo.
E-mails mostram que Jair Renan, filho de Bolsonaro, tentou pegar alguns presentes. O que aconteceu? Um dia o filho do presidente chegou lá acompanhado de um influencer. Então, mandei uma mensagem ao chefe de gabinete dizendo: “O Renan está aqui querendo pegar alguns objetos”. O chefe do gabinete estava ao lado do presidente e repassou o recado. O presidente só falou assim: “Manda ele (Renan) subir agora”. A orientação que recebi foi: o que não tiver problema, pode deixar ele levar. Era camisa camuflada, bonequinho, nada de grande significado.
Por que o senhor se emociona ao falar desse caso? Estão falando em conluio e que eu sou bandido. Sou um chefe de família que estava apenas trabalhando. A polícia veio na minha casa, a minha esposa ficou desesperada. É por isso que eu me emociono. Não quero mais saber de serviço público.
A estratégia dos investigadores é que cada um deponha separadamente, numa forma de tentar evitar combinações de versões.
Em depoimentos simultâneos, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle e outras seis pessoas ligadas a eles vão ser ouvidos nesta quinta-feira pela Polícia Federal sobre um suposto esquema de venda de presentes oficiais, como relógios e joias, no exterior. A estratégia dos investigadores é que cada um deponha separadamente, a partir das 11h, numa forma de tentar evitar combinações de versões. É a quinta vez que o ex-presidente será ouvido nos últimos quatro meses, segundo O Globo.
Também serão interrogados o ex-chefe da Ajudância de Ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, o pai dele, general Mauro Cesar Lourena Cid, o advogado Frederick Wassef, o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e os assessores Marcelo Costa Câmara e Osmar Crivelatti.
Os depoimentos de hoje serão realizados em um contexto diferente das outras vezes: desde a semana passada, Mauro Cid passou a responder os questionamentos da PF e colaborar com a investigação. Na sexta e na segunda-feira passadas, o ex-ajudante de ordens esteve na sede da corporação por cerca de 16 horas. A mudança na estratégia de defesa de Cid ocorreu após o advogado Cezar Bitencourt assumir o caso.
Na avaliação dos investigadores, a apuração sobre a venda de presentes oficiais dados a Bolsonaro por autoridades estrangeiras é a que está em estágio mais avançado e a que reúne o maior número de indícios da prática de crimes, como trocas de mensagem, fotos e até recibos de venda e de recompra dos itens valiosos.
Os elementos foram obtidos pela PF por meio de quebras de sigilo telefônico e telemático e buscas e apreensões autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os delegados que tomarão os oito depoimentos hoje agora querem ouvir a versão a respeito do que foi encontrado.
Frederick Wassef Wassef, que representou a família Bolsonaro em uma série de processos judiciais, será questionado sobre a recompra de um relógio Rolex, em março deste ano. Segundo a PF, o item havia sido vendido por Cid a uma loja da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em junho de 2022, e foi recomprado pelo advogado em março deste ano para que pudesse ser devolvido ao poder público conforme determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Quando a suspeita veio a público, Wassef inicialmente afirmou que não havia vendido relógio algum e que era alvo de fake news. Depois, confrontado com um recibo em nome dele, o advogado admitiu que comprou o Rolex para entregá-lo ao TCU, mas negou que tenha recebido ordens de Bolsonaro e sustentou que pagou com dinheiro próprio.
Além do Rolex, de acordo com a investigação, Cid vendeu à loja da Pensilvânia um relógio da marca suíça Patek Philippe. Pelos dois itens ele recebeu US$ 68 mil, segundo o inquérito. O Rolex teria sido recomprado porque estava catalogado como parte do acervo privado de Bolsonaro e, por isso, o TCU sabia de sua existência. Já o Patek Philippe não foi registrado no acervo e não foi recomprado, ainda de acordo com a PF. O paradeiro desse relógio é desconhecido.
Os depoimentos que o tenente-coronel Mauro Cid prestou à Polícia Federal (PF) acenderam a luz de alerta entre militares de alto escalão que integraram o governo Jair Bolsonaro (PL). Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, Cid está colaborando com a PF, fornecendo detalhes cruciais sobre reuniões e conversas que faziam parte de um plano para efetivar um golpe de estado visando manter Bolsonaro no poder mesmo após ele ter sido derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito presidencial do ano passado. Os depoimentos também abrangem outros temas, incluindo o escândalo das joias sauditas que o ex-mandatário tentou se apropriar.
De acordo com a reportagem, pessoas próximas a Cid dizem que ele não está acusando ninguém, mas vem detalhando os participantes das tratativas, incluindo militares, ex-ministros e funcionários do governo Bolsonaro.
“Agora, à PF, ele deve detalhar quem são os militares e outros ex-ministros e funcionários do governo Bolsonaro que participaram das tratativas que se deram, entre outras localidades, no Palácio da Alvorada em dezembro passado”, destaca a jornalista. Entre os nomes listados por Cid estariam os dos generais Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional – GSI) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).
Grupo ligado ao ex-presidente Bolsonaro será ouvido no dia 31 de agosto e deverá prestar esclarecimentos sobre o desvio de joias.
A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e outras pessoas ligadas à família para prestar depoimentos simultâneos no dia 31 de agosto, segundo o Metrópoles.
O objetivo dos depoimentos serem tomados pela PF na mesma hora é para que não ocorra a combinação de respostas.
As oitivas acontecerão no âmbito do inquérito que investiga a suposta venda ilegal de joias recebidas pelo ex-chefe do Executivo federal em viagens oficiais.
Além do casal Bolsonaro, foram convocados:
Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário-executivo do Ministério das Comunicações;
Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro;
Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro e coronel da reserva do Exército;
Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Cid e general da reserva;
Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro e tenente do Exército.
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro preso pela Polícia Federal, Mauro Cid debochava de pedidos de Carlos Bolsonaro em mensagens.
Mensagens trocadas entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e Célio Faria, ex-chefe de Gabinete da Presidência, em 2021, mostram que os pedidos do vereador Carlos Bolsonaro para acompanhar o pai nas viagens oficiais da Presidência da República eram tratados com deboche por Cid, segundo Guilherme Amado, Metrópoles.
No dia 27 de setembro de 2021, uma semana após a ida de Bolsonaro para a Assembleia-Geral da ONU, Cid disse a Faria que Carluxo gostaria de acompanhar o pai em viagens, mas que não havia sido convidado.
“O Carlos gostaria de acompanhar o pai nas viagens… Mas não foi convidado… Acho que seria interessante dar um toque no PR [presidente]”, escreveu Cid para Faria no WhatsApp.
O ex-chefe de Gabinete de Bolsonaro disse então que não sabia do desejo de Carluxo e que o vereador só seria convidado se avisasse que gostaria de integrar as comitivas. Cid, então, demonstrou que o desejo de Carluxo era ser convidado pelo próprio pai:
“Mas ele quer que o presidente convide. Entendeu?! Hahahahaha… Na guerrilha…”, debochou o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Faria não respondeu.
Naquele ano, Carluxo não integrou a comitiva presidencial para a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Dos filhos, apenas Eduardo Bolsonaro acompanhou o pai.
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Se há uma coisa que Bolsonaro respeita são as suas origens políticas. Seu esquema de corrupção nunca teve nada de requintado quando era apenas um deputado picareta do baixo clero.
Não há o que estranhar com essa revelação feita pelos jornalistas, Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, do Metrópoles.
Bolsonaro passou a vida inteira dentro do mundo da política assim, utilizando, de forma porca e grotesca, esquemas desengonçados como o das rachadinhas, herdado pelos filhos, que lhes rendeu o título de família das mansões, tal o lucro que essa rede criminosa do clã operou na vida pública.
Lógico, Brasília está fervendo e a cachorrada, que vivia latindo contra Lula, emudeceu, mas não pode se fingir de surpresa, pois todos sabiam que a batata do corrupto estava assando e que, a qualquer momento, uma sucessão de denúncias explodiria.
Então, pagar agora de assombrado ou estarrecido, é piada.
Bolsonaro sempre foi a central do rodamoínho, que fez girar a roda da fortuna do clã e dos ministros palacianos.
Foi fácil apanhá-lo sem precisar de qualquer digital. Seu cartão corporativo, até aqui descoberto com gastos que somam mais de R$ 75 milhões, serviu de banco 24 horas para todo tipo de pilantragem a céu aberto que Bolsonaro operou.
Até um militar, envolvido no caso dos 39kg de pasta de cocaína dentro do avião da FAB, da comitiva de Bolsonaro em viagem ao Japão, tinha acesso à esbórnia do cartão corporativo de Bolsonaro, como mostra matéria publicada aqui no Antropofagista.
Ou seja, a ciência não precisa explicar Bolsonaro, pois o seu mecanismo de corrupção já se explica, mostrando que o esquema de Bolsonaro vai de compra de mansões a piruás de pipoca, contanto que o objetivo de manter o esquema de peculato, caixa 2 e formação de quadrilha, seja mantido de qualquer maneira. Aos costumes.
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TRANSAÇÕES FINANCEIRAS DO MILITAR DO EXÉRCITO QUE ATUAVA COMO AJUDANTE DE ORDENS DO EX-PRESIDENTE FORAM MAPEADAS PELA POLÍCIA FEDERAL POR ORDEM DO STF
MILITAR PAGAVA CONTAS DO CLÃ PRESIDENCIAL EM DINHEIRO VIVO AO MESMO TEMPO EM QUE OPERAVA UMA ESPÉCIE DE “CAIXA PARALELO” NO
PLANALTO QUE INCLUÍA RECURSOS SACADOS DE CARTÕES CORPORATIVOS
PAGAMENTOS ERAM FEITOS EM AGÊNCIA DO BANCO DO BRASIL LOCALIZADA DENTRO DO PALÁCIO ENTRE AS CONTAS PAGAS ESTAVA A FATURA DE UM
CARTÃO DE CRÉDITO USADO PELA PRIMEIRA-DAMA MICHELLE BOLSONARO, MAS EMITIDO EM NOME DE UMA AMIGA DELA
COM A VOZ DE BOLSONARO REUNIDOS PELA INVESTIGAÇÃO, SOB COMANDO DO MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES, INDICAM QUE O PRESIDENTE CONTROLAVA E TINHA CIÊNCIA DE TUDO
A reportagem é de Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, publicada com exclusividade no Metrópoles
As investigações que correm no Supremo Tribunal Federal sob o comando do ministro Alexandre de Moraes avançam sobre um personagem-chave que, por tudo o que se descobriu até agora e por sua estreita proximidade com Jair Bolsonaro, deixará o ex-presidente ainda mais encrencado.
As descobertas conectam o antigo gabinete de Bolsonaro diretamente à mobilização de atos antidemocráticos e lançam graves suspeitas sobre a existência de uma espécie de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto, com dinheiro vivo proveniente, inclusive, de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência e de quartéis das Forças Armadas.
O personagem em questão é o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro até os derradeiros dias do governo que acabou em 31 de dezembro.
O militar compartilhava da intimidade do então presidente. Além de acompanhá-lo em tempo quase integral, dentro e fora dos palácios, Cid era o guardião do telefone celular de Bolsonaro. Atendia ligações e respondia mensagens em nome dele. Também cuidava de tarefas comezinhas do dia a dia da família. Pagar as contas era uma delas – e esse é um dos pontos mais sensíveis do caso.
Entre os achados dos policiais escalados para trabalhar com Alexandre de Moraes estão pagamentos, com dinheiro do tal caixa informal gerenciado pelo tenente-coronel, de faturas de um cartão de crédito emitido em nome de uma amiga do peito de Michelle Bolsonaro que era usado para custear despesas da ex-primeira-dama.
Agência Banco do Brasil do Palácio do Planalto
QUEBRA DE SIGILO PERMITIU MAPEAR TRANSAÇÕES
Já era sabido, há tempos, que Cid se tornara alvo dos inquéritos tocados por Moraes, em diferentes frentes. Ainda no ano passado, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que mensagens de texto, imagens e áudios encontrados no celular do oficial do Exército levaram os investigadores a suspeitar das transações financeiras realizadas por ele.
Pois bem. Depois disso, Moraes autorizou quebras de sigilo que permitiram revirar pelo avesso as operações realizadas pela equipe do tenente-coronel, muitas delas com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto (foto acima).
Pois bem. Depois disso, Moraes autorizou quebras de sigilo que permitiram revirar pelo avesso as operações realizadas pela equipe do tenente-coronel, muitas delas com dinheiro em espécie, na boca do caixa de uma agência bancária localizada dentro do Palácio do Planalto (foto acima).
As primeiras análises do material já apontavam que Cid centralizava recursos que eram sacados de cartões corporativos do governo ao mesmo tempo em que tinha a incumbência de cuidar do pagamento, também com dinheiro vivo, de diversas despesas do clã presidencial, incluindo contas pessoais de familiares da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Durante a investigação, os policiais se depararam com um modus operandi que lembrava em muito aquele adotado pelo clã bem antes da chegada de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e que, anos depois, seria esquadrinhado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nas apurações das rachadinhas do hoje senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente. Dinheiro manejado à margem do sistema bancário. Saques em espécie. Pagamentos em espécie. Uso de funcionários de confiança nas operações. As semelhanças levaram a um apelido inevitável para as transações do tenente-coronel do Exército: “rachadinha palaciana”.
A certa altura do trabalho, os investigadores enxergaram indícios fortes de lavagem de dinheiro. Chamou atenção, em especial, a origem de parte dos recursos que o oficial e seus homens da ajudância de ordens manejavam.
Para além do montante sacado a partir de cartões corporativos que eram usados pelo próprio staff da Presidência, apareceram indícios de que valores provenientes de saques feitos por outros militares ligados a Cid e lotados em quartéis – sim, quartéis – de fora de Brasília eram repassados ao tenente-coronel. Os detalhes dessas transações ainda estão sendo mantidos sob absoluto sigilo, trafegando entre o gabinete de Moraes e o restrito núcleo de policiais federais que o auxilia nas apurações.
NA BOCA DO CAIXA, DENTRO DO PLANALTO
As investigações desceram à minúcia das transações. A partir dos primeiros sinais de que várias delas haviam sido feitas em espécie, os policiais esquadrinharam as fitas de caixa e pediram até as imagens do circuito de segurança da agência bancária onde os pagamentos eram feitos – a agência 3606 do Banco do Brasil, que funciona no complexo do Palácio do Planalto.
Da mesma forma que o MP do Rio conseguiu documentar o notório Fabrício Queiroz, operador das rachadinhas, pagando em dinheiro vivo contas de Flávio Bolsonaro, os policiais a serviço de Alexandre de Moraes foram buscar os registros em vídeo de que pessoas da equipe de Cid, o ajudante de ordens do presidente, eram as responsáveis por quitar – também em espécie, assim como Queiroz – os boletos do presidente, da primeira-dama e de seus familiares.
MICHELLE E O CARTÃO DA AMIGA
Entre os pagamentos, destacavam-se faturas de um cartão de crédito adicional emitido por uma funcionária do Senado Federal de nome Rosimary Cardoso Cordeiro. Lotada no gabinete do senador Roberto Rocha, do PTB do Maranhão, Rosimary é amiga íntima de Michelle Bolsonaro desde os tempos em que as duas trabalhavam na Câmara assessorando deputados.
Rosi, como os mais próximos a chamam, é apontada como a pessoa que aproximou Jair Bolsonaro e Michelle quando o ex-presidente ainda era um deputado do baixo clero que nem sonhava um dia chegar ao Palácio do Planalto. Moradora de Riacho Fundo, cidade-satélite de Brasília distante pouco mais de 20 quilômetros do centro do Plano Piloto, até hoje ela mantém laços estreitos com o casal.
Rosimary Cardoso Cordeiro, amiga de Michelle no avião presidencial
A antiga amizade ganhou toques de glamour depois que a senhora Bolsonaro virou primeira-dama do Brasil – passou a contar, por exemplo, com viagens a bordo de jatinhos e até do avião presidencial. Em maio do ano passado, Rosi acompanhou Michelle em um tour por Israel que contou, ainda, com a participação da então ministra Damares Alves. As duas também foram juntas, em voos fretados pagos pelo PL, para eventos da campanha de Jair Bolsonaro à reeleição.
Em uma viagem oficial de Bolsonaro ao Maranhão, Rosi foi convidada a integrar a comitiva presidencial e registrou fotos ao lado dele na cabine principal do Airbus que serve à Presidência. A ascensão de Michelle fez a amiga também ascender no Congresso. No início do governo, era telefonista no gabinete de Rocha, aliado de Bolsonaro. Logo depois, foi promovida e viu seu salário aumentar. No fim do ano passado, ela ocupava um dos cargos comissionados mais altos da equipe, com salário de R$ 17 mil brutos. Como o mandato de Rocha está a dias do fim, Rosi já tem a promessa de ganhar uma função no futuro gabinete de Damares, eleita senadora pelo Distrito Federal. Michelle, claro, deu uma força.
ÁUDIOS DE BOLSONARO E CONEXÃO COM RADICAIS
O material reunido nas investigações sobre o tenente-coronel o coloca na cena da sucessão de atos antidemocráticos que já vinham sendo investigados por Moraes e que culminaram com a invasão das sedes dos três poderes, em 8 de janeiro. Pela proximidade com Bolsonaro e pela função que o militar exercia no Planalto, o ex-presidente é peça indissociável dos movimentos que ele fazia.
Em mensagens de texto e áudio, o tenente-coronel funcionava como elo entre Bolsonaro e vários dos radicais que há tempos vinham instigando a militância bolsonarista a atentar contra as instituições. Há fartas evidências nesse sentido. Um dos contatos frequentes de Cid era Allan dos Santos, o blogueiro que vive nos Estados Unidos e em outubro de 2021 teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Jair Bolsonaro terá sérias dificuldades para se desvencilhar, ele próprio, das provas que engolfam seu ex-ajudante de ordens. O material compromete os dois. O ex-presidente aparece como interlocutor em várias das mensagens que Cid mantinha em seus aplicativos e foram copiadas pelos investigadores com autorização de Moraes. Uma série de áudios enviados por Bolsonaro ao subordinado indicam que ele tinha conhecimento e controle de tudo o que Cid fazia — seja na seara financeira, pagando as contas do clã em dinheiro vivo, seja na interlocução com os bolsonaristas radicais.
CID PAI, CID FILHO E BOLSONARO
Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid têm uma relação que transcende a carreira militar do ex-ajudante de ordens. O pai de Cid, general Mauro Cesar Lourena Cid, foi colega do ex-presidente no curso de formação de oficiais do Exército. Lourena Cid tornou-se amigo de Bolsonaro. Em 2019, ano em que foi para a reserva, ele ganhou do governo a confortável posição de chefe do escritório da Apex, a agência brasileira de promoção de exportações, em Miami. Com salário em dólares, o cargo lhe garantiu uma bolada mensal equivalente a mais de R$ 80 mil.
Cid filho, o ajudante de ordens, também ascendeu na carreira durante o governo passado. Era major e foi promovido a tenente-coronel. Tido como um dos mais radicais auxiliares do ex-presidente, o oficial já havia aparecido em várias das frentes de investigação a cargo de Moraes no STF.
Cid em viagem aos EUA em março de 2020
Ele foi investigado, por exemplo, por suspeita de atuar no vazamento de informações de um inquérito sigiloso sobre ameaças às urnas eletrônicas — parte do velho movimento bolsonarista destinado a descredibilizar o sistema eleitoral. Em dezembro passado, a Polícia Federal concluiu que o tenente-coronel Cid e Bolsonaro cometeram crime ao associar falsamente, durante um live, as vacinas anticovid com o vírus da Aids.
CID ESTÁ NOMEADO PARA CHEFIAR COMANDO DE FORÇAS ESPECIAIS
Antes de deixar o poder, Bolsonaro dispensou o tenente-coronel Mauro Cid da função de ajudante de ordens. O ato foi publicado em 31 de dezembro. O futuro do militar, porém, ficou encaminhado — e de uma forma não muito agradável para o novo governo. Com a bênção do então presidente, o comando do Exército o designou para comandar nada menos que o 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do prestigiado e temido Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.
O batalhão reúne as mais bem treinadas tropas de elite do Exército e seus homens têm por atribuição, por exemplo, realizar operações de emergência para debelar ameaças a Brasília e, em eventuais situações de guerra, cumprir missões delicadas contra alvos tidos como difíceis. Textos publicados pelo próprio Exército dizem que cabe às tropas do BAC atuar em “ações contra alvos de alto valor” em “áreas hostis ou sob controle do inimigo”.
Mais cedo ou mais tarde, a designação de Cid para o posto será motivo de mais dor de cabeça para o novo governo na delicada relação com o alto comando do Exército — a quem, teoricamente, caberia uma eventual decisão capaz de reverter o ato assinado no apagar das luzes do governo Bolsonaro. Depois das invasões das sedes dos poderes, em 8 de janeiro, nas quais Lula já disse abertamente ter visto o dedo de militares, manter uma unidade tão sensível sob comando de um oficial sabidamente bolsonarista e reconhecidamente radical certamente será um problema para o atual chefe do Planalto.
Indagado pela coluna, o Exército informou nesta quinta-feira que a designação de Mauro Cid está mantida. O staff de imprensa da corporação disse não saber, porém, a data em que ele assumirá o comando do batalhão. O tenente-coronel viajou com Jair Bolsonaro para a Flórida, nos Estados Unidos, nos últimos dias de 2022.
“É PESSOAL”, DIZ AMIGA DE MICHELLE
A coluna tentou por mais de uma vez ouvir Rosimary, a amiga que cedia um cartão para Michelle Bolsonaro. Ela se negou a falar sobre o assunto. Primeiro, disse que estava em um almoço. “Bom, querido, quando eu for (informada da investigação) aí eu falo sobre o assunto, tá bom? Mas nesse momento eu não posso falar. Estou em almoço, estou com meu chefe aqui em reunião”, disse (ouça abaixo).
Horas depois, abordada novamente, desta vez no Senado, ela respondeu o seguinte: “É um assunto tão pessoal. Não quero falar. Até porque eu acho que não preciso dar satisfação para entrevista. É uma coisa minha, pessoal. (…) Eu não tô sabendo (da investigação), não, mas se tiver (sic) eu já vou resolver com os advogados, né? (…) Eu não quero tocar nesse assunto que não seja com advogado”.
A coluna tentou contato com Jair e Michelle Bolsonaro e com o tenente-coronel Mauro Cid nesta sexta-feira, sem sucesso.
Interlocutores do ex-presidente e da ex-primeira-dama disseram que Cid precisava lidar com dinheiro em espécie porque muitas das despesas, especialmente as que envolviam a primeira-dama, “tinham valor ínfimo” e precisavam ser pagas diretamente a fornecedores que “prestavam serviços informalmente”.
Apesar de admitirem haver “confusão” com os valores em espécie, esses mesmos interlocutores negaram que contas pessoais do clã e de parentes de Michelle fossem pagas com os recursos que eram provenientes de saques corporativos do governo.
Não houve resposta sobre o pagamento dos boletos, especialmente os do cartão que era cedido pela amiga de Michelle Bolsonaro, e das contas de familiares da ex-primeira-dama. Tampouco houve explicação sobre as razões pelas quais os tais “serviços de fornecedores”, por exemplo, não poderiam ser quitados por transferência bancária.
Horas depois, abordada novamente, desta vez no Senado, ela respondeu o seguinte: “É um assunto tão pessoal. Não quero falar. Até porque eu acho que não preciso dar satisfação para entrevista. É uma coisa minha, pessoal. (…) Eu não tô sabendo (da investigação), não, mas se tiver (sic) eu já vou resolver com os advogados, né? (…) Eu não quero tocar nesse assunto que não seja com advogado”.
A coluna tentou contato com Jair e Michelle Bolsonaro e com o tenente-coronel Mauro Cid nesta sexta-feira, sem sucesso.
Interlocutores do ex-presidente e da ex-primeira-dama disseram que Cid precisava lidar com dinheiro em espécie porque muitas das despesas, especialmente as que envolviam a primeira-dama, “tinham valor ínfimo” e precisavam ser pagas diretamente a fornecedores que “prestavam serviços informalmente”.
Apesar de admitirem haver “confusão” com os valores em espécie, esses mesmos interlocutores negaram que contas pessoais do clã e de parentes de Michelle fossem pagas com os recursos que eram provenientes de saques corporativos do governo.
Não houve resposta sobre o pagamento dos boletos, especialmente os do cartão que era cedido pela amiga de Michelle Bolsonaro, e das contas de familiares da ex-primeira-dama. Tampouco houve explicação sobre as razões pelas quais os tais “serviços de fornecedores”, por exemplo, não poderiam ser quitados por transferência bancária.
Horas depois, abordada novamente, desta vez no Senado, ela respondeu o seguinte: “É um assunto tão pessoal. Não quero falar. Até porque eu acho que não preciso dar satisfação para entrevista. É uma coisa minha, pessoal. (…) Eu não tô sabendo (da investigação), não, mas se tiver (sic) eu já vou resolver com os advogados, né? (…) Eu não quero tocar nesse assunto que não seja com advogado”.
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*Metrópoles
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Ainda ontem, Ciro, como de hábito, utilizou os holofotes da GloboNews para atacar pesadamente Lula e Dilma, mas principalmente, Lula.
No entanto, com a operação da Polícia Federal hoje nas residências de Ciro e Cid, imediatamente Lula se solidarizou com os dois, mostrando com profunda sinceridade a amplitude de sua realeza.
Lula poderia se amesquinhar com o clero dos Gomes, mas se pronuncia de forma inversamente proporcional aos ataques grosseiros de Ciro, muitas vezes beirando ao cruel.
É aquilo, uns se prestam a ser representantes da escuridão, como Ciro, e outros à luz, como é o caso de Lula.
“Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados”.
Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados.
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