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Se os terroristas de Israel, hoje, fazem o que fazem diante dos olhos e repúdio do mundo, imagina o que fizeram em 1947 para colonizar violentamente a Palestina

Nada distingue o colonialismo do terrorismo. O colonialismo é uma manifestação primitiva, que não tem como ser visto como algo civilizado.

Na verdade, o colonialismo se legitima pelo racismo, pela normalização da segregação. Ou seja, é uma técnica, propriamente dita, de esmagar povos em benefício de um projeto de dominação.

Nós, brasileiros, podemos afirmar isso sem medo de errar, pois nossas mazelas atuais são decorrentes de um colonialismo cruel, imposto pela Coroa portuguesa que aniquilou quase por completo os índios brasileiros e foi responsável pela mais longa e cruel escravidão dos negros.

A escala de violência de um colonizador é igualmente brutal em qualquer ato terrorista.

Dito isso, usar palavras de efeito fáceis como, por exemplo, culpar o Hamas pela violência animalesca que Israel impõe à Palestina, é cobrir de lantejoulas os principais e mais antigos terroristas dessa história, que são os sionistas, que invadiram as terras ocupadas pelo povo palestino, porque, segundo eles, era uma profecia divina, a tal terra prometida.

É bom deixar bem claro que as formas e formas de colonização são as mesmas desde sempre, neste caso, não é preciso penetrar tão fundo na história para concluir que, em 1947, Israel invadiu a Palestina. E hoje, o que vemos são poucos retalhos daquela civilização pelo massacre que o povo palestino sofre com uma espécie de terrorismo estatutário, cometido por Israel há mais de 75 anos.

É o modo de exterminar uma civilização para impor outra. Essa é a tradição colonial. Os deuses, semideuses e heróis míticos, inventados, nunca existiram, sempre foram criados por meio de subterfúgios, inclusive artísticos, para tentar substituir a ideia do horror por uma estátua poética laureada pelos próprios colonizadores.

Na verdade, todas as características originárias da invasão e colonização de Israel na Palestina, foram diretamente e sem intervalos, feitas sobre muito sangue de civis inocentes.

O que se pode imaginar é que a força do ódio racista, que deu início à tomada de território, é que, se hoje há uma diferença enorme da informação de 1947 que, se diante da repulsa do mundo que assiste, in loco, o massacre do exército terrorista de Israel, matando sobretudo crianças palestinas, ignorando a reação de repúdio mundial que essas ações têm provocado, imagina o que a tirania sionista não fez durante décadas que precederam a revolução digital que e permite ver a expressão do inferno que os sionistas de Israel impõem à população civil da Palestina, matando todos, estejam aonde estiverem, dentro do seu próprio território,

É uma limpeza étnica para extinção total da existência de um povo

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José Dirceu: Os desafios da esquerda no pós-pandemia

Os desafios para a esquerda socialista são derrubar a velha ordem, reler o Brasil e o mundo de hoje para formular uma teoria revolucionária que atenda às demandas econômicas, sociais e culturais atuais. Paralelamente, temos que levar a luta diária, em todas as frentes, contra o bolsonarismo e as classes sociais e políticas que o apoiam e temos que disputar com a oposição liberal os rumos do país.

Em seu pronunciamento no 1º de Maio, Lula, mencionando o que vem sendo dito pelos principais jornais econômicos – que o capitalismo está moribundo -, afirmou que “está mãos dos trabalhadores a tarefa de construir esse novo mundo que vem aí”.

Num primeiro momento, notei, em seu discurso, omissões importantes: não mencionou a crise política institucional, o Fora Bolsonaro, o impeachment, a luta política. Logo depois me dei conta de que Lula estava nos convocando a pensar o pós-pandemia e a enfrentar uma tarefa postergada por nós, petistas e socialistas: qual a alternativa ao capitalismo como ele realmente é hoje, no mundo e no Brasil?

A primeira lembrança que me veio foi da lição que aprendi nos bancos escolares na juventude, lutando contra a ditadura: sem uma teoria revolucionária não há revolução e o dever de todo revolucionário é fazer a revolução. Sempre me guiei pela realidade, pelos fatos. Minha geração cresceu sob o signo da revolução cubana e da imagem do Che e Fidel, da agressão criminosa e genocida do império norte-americano contra o povo vietnamita, das revoltas estudantis e operárias na Europa e no Brasil, da luta pelos direitos civis dos negros estadunidenses em plena segunda metade do século XX.

Se 1968 foi o ano da rebeldia e da luta contra o autoritarismo, o racismo, o militarismo, também foi o da invasão da Tchecoslováquia, do começo da crise do então chamado campo socialista e do próprio socialismo – ainda em sua infância, se comparado com o capitalismo.

Globalização e crise

Nos últimos cem anos vivemos crises, depressões, duas grandes guerras mundiais e dezenas de guerras pela independência e civis, grandes catástrofes e desastres naturais e o capitalismo sobreviveu e se fortaleceu. A globalização parecia um deus invisível e onipotente, devastou as conquistas sociais de décadas de lutas dos trabalhadores, o chamado estado de bem estar social, suas organizações e, o mais grave, suas ideias, ideais e cultura.

Parecia o fim de uma época, a das revoluções sociais, mas o tempo provou o contrário. Nunca houve tanta instabilidade política e social, tantas guerras de agressão e ocupação, tanta pobreza e miséria. A desigualdade cresceu inclusive nos países centrais do capitalismo, destaque para os próprios Estados Unidos. Incapaz de resolver suas contradições, o capitalismo revelou suas entranhas e natureza com o crescimento do nacionalismo, do autoritarismo, do racismo, dezenas ou no máximo centenas de ricos passaram a controlar a riqueza mundial.

A pandemia da Covid-19 apenas veio expor as misérias e a ideologia do capitalismo, sua falta total de compromisso com suas próprias ideias, seja porque elas eram falsas ou porque sua natureza o leva à barbárie para sobreviver como nos ensina as experiências do colonialismo e do nazismo.

No Brasil também as radicais mudanças no mundo do trabalho provocadas pelo avanço tecnológico e pela reorganização da produção serviram de pretexto para a agressão aos direitos sociais e às conquistas dos trabalhadores. Mais uma vez o custo da crise do capitalismo recaiu sobre a classe e a submeteu, como nunca, ao fantasma do desemprego, impondo a falsa opção de trocar o emprego pela redução dos direitos, ou seja, da cidadania em benefício das empresas e, principalmente, dos bancos e do capital financeiro.
Desmonte do Estado

O ataque ao Estado como indutor do crescimento e ao Estado de Bem Estar Social chegou junto com ideias totalitárias envoltas em uma retórica nacionalista e religiosa — destruir para construir foi a máxima do presidente eleito.

Não vivemos mais sob o capitalismo dos anos 1980/1990. Mudou o modo de produção, mudaram as classes sociais, mudou o mercado de trabalho sob o impacto das inovações tecnológicas e da hegemonia do rentismo. Todo e qualquer projeto de desenvolvimento nacional foi banido e o país perdeu a autonomia sobre sua moeda, câmbio e capitais.

O ciclo político e histórico que nos deu origem não existe mais, com o agravante de que mesmo as grandes empresas de capital nacional abandonaram todo e qualquer projeto de autonomia e independência, já que a maior parte das elites sempre foi entreguista. E as Forças Armadas, que desde a redemocratização vinham observando seu papel constitucional, viram o campo aberto para abraçar o autoritarismo político-militar agora casado com o fundamentalismo religioso e o alinhamento com os Estados Unidos.

As experiências históricas de socialismo no mundo e o que vivemos em nosso país — as reformas de base no governo Jango e os programas sociais nos governos do PT — devem ser reavaliados. Devemos retomar o fio da nossa história. Não haverá soberania e autonomia sem controle da nossa moeda e câmbio, dos capitais.

A experiência trágica do coronavírus provou como nosso país está desarmado e exposto à dependência externa em áreas estratégicas e mesmo de segurança nacional. Será necessário rever nossas inserção nas cadeias globais de valores e restaurar nossa soberania em áreas estratégicas como a de fármacos para dar um exemplo.

Nossas tarefas

Devemos restaurar o papel do Estado como indutor e condutor do desenvolvimento nacional mais ainda na pós-pandemia. Os bancos públicos e as empresas estatais no setor de energia, petróleo e gás são decisivas para a retomada do crescimento.

Nosso país tem grandes vantagens comparativas na agroindústria e na produção de energia, um dos maiores mercados internos do mundo e uma demanda de infraestrutura social e econômica. Mas o subconsumo, produto da concentração de renda e riqueza, impede o crescimento. Para reverter este quadro, será necessária uma mudança radical na política monetária e fiscal do país, com a redução dos juros a níveis internacionais hoje negativos (nossa taxa média real de juros é de 32% para uma inflação e uma taxa Selic de menos de 4%). Para grande parte da nossa dívida interna ainda pagamos juros de 10%, o que além de um escândalo é praticamente uma expropriação da renda nacional de famílias e empresas.

 

 

*José Dirceu/Nocaute

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Mourão chama de empreendedorismo o colonialismo, o extermínio dos índios e a escravidão

O mundo não assiste, por acaso, à tentativa de Bolsonaro de dizimar os índios e os povos da floresta em nome do progresso dos estúpidos e, muito menos, ao extermínio de jovens negros no Brasil sob a regência repugnante de uma milícia disfarçada de governo que tomou o poder.

Ninguém chega a esse grau de estupidez sem beijar a mão da oligarquia, sem se associar a um dos maiores símbolos de segregação desse país, que é a Globo, menos ainda sem hipotecar o Brasil, numa adoração servil ao grande capital internacional.

Abro aqui um parênteses para lembrar dos anos em que a Globo praticou um dos maiores projetos de segregação racial, não só impedindo, durante décadas de sua história, que negros assumissem papel de destaque em seus cenários, como fez uma imensa campanha com lançamentos de livros, crônicas e etc., contra o movimento negro e cotas.

O motivo é somente um, não admitir que um negro seja cidadão, muito menos que o Estado fosse dotado de direitos que permitissem que esse cidadão negro se transformasse num forte agente na participação do debate nacional.

Esse também é um caso que busca produzir uma democracia incompleta no cotidiano do país.

Poderia aqui traçar uma lista de cidadanias mutiladas no Brasil a partir da construção de um preconceito, resumindo índios e negros a um grau de não cidadãos, portanto, não merecendo que se busque justiça ou reparação num país de cinco séculos em que quatro deles teve escravidão de negros e massacre de povos indígenas.

Como disse Darcy Ribeiro: “O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso”. 

E é justamente nesse modelo cívico residual que se ampliou durante o nosso regime autoritário que Mourão foi adestrado.

A serviço das grandes corporações transnacionais, a milícia que tomou o poder com Bolsonaro, Mourão e cia., quer construir o nosso “novo modelo econômico”, para que essas grandes corporações utilizem o que há de essencial tanto dos recursos públicos quanto dos recursos da própria Amazônia, transformando-a na territorialização corporativa.

Isso, num país que mostra a expansão violenta da bugigangalização da economia, aonde se busca respaldo na ideia de que, bom para o país é a precarização do trabalho, impedindo que haja fronteiras entre o oferecido “empreendedorismo”, leia-se, sacolagem, camelotagem e etc. e a organização formal do trabalho.

Tudo isso é condimentado pela violência central da publicidade feita pela mídia.

Mourão, com esse estúpido post em seu twitter, só mostra uma cabeça tipicamente colonizada de um general como tantos e o quanto o Brasil terá que lutar para dizimar um problema tatuado na alma das classes economicamente dominantes, que só têm um objetivo na vida, massacrar as camadas mais pobres da população em nome do lucro selvagem.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas