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Lula condena morte de crianças em conflito entre Israel e Hamas: ‘Não é uma guerra, é um genocídio’

Presidente ainda terá um telefonema com o Emir do Catar para tratar sobre a retirada de brasileiros da Faixa de Gaza.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira que o conflito entre Israel e Hamas é um “genocídio” e voltou a criticar a mortes de crianças no conflito no Oriente Médio.

— É muito grave o que está acontecendo do Oriente Médio, não se trata de discutir quem está certo e errado, quem deu o primeiro tiro, quem deu o segundo, o problema é que não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças que não tem nada a ver com essa guerra — afirmou Lula durante evento no Palácio do Planalto.

O presidente tem chamado o ataque de 7 de outubro do Hamas de “terrorista”, mas também tem feito críticas a contraofensiva de Israel. Nesta segunda-feira, afirmou que o ataque do Hamas não seria justificativa para Israel matar “milhões de inocentes”.

Na semana passada, Lula associou, pela primeira vez, a definição ao Hamas. Na ocasião, também chamou a reação de Israel de “insana”.

O governo dos EUA vetou moção apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pedia uma “pausa humanitária” dos conflitos em Gaza. Foi argumentado que o texto não deixava claro o poder de autodefesa de Israel. O movimento foi visto como um sinal de enfraquecimento da ONU.

Brasileiros
Lula afirmou ainda que tem um telefonema nesta quarta-feira com o Emir do Catar para tratar sobre a retirada de brasileiros da Faixa de Gaza.

— Eu tenho um telefonema com o emir do Catar para tentar ver se encontro alguém capaz de conversar com alguém para ver se a gente consegue liberar, primeiro os brasileiros que estão retidos na Faixa de Gaza a poucos quilômetros da fronteira com o Egito, que estão querendo voltar para o Brasil e que até agora não foi permitido a eles o direito de voltar.

Autoridades internacionais ainda buscam uma solução para a saída de cidadão da Faixa de Gaza. Do lado brasileiro, são 26 cidadãos que aguardam a liberação da fronteira para a saída de pessoas.

Após negociações do Itamaraty com as autoridades locais, os brasileiros foram realocados para um local mais próximo da passagem de Rafah – em uma distância de aproximadamente 1 km, segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Um ônibus deve levar os cidadãos até a cidade do Cairo, no Egito, mas só quando a segurança da passagem e as autorizações forem acertadas.

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Guerra na Faixa de Gaza matou em 15 dias quase metade de jovens e crianças palestinas vítimas de conflitos desde o ano 2000

Do total de 3.265 jovens vítimas de conflitos na Faixa de Gaza desde o ano 2000, quase metade das mortes de crianças e adolescentes palestinos registradas neste aconteceu nas duas últimas semanas, durante a guerra entre Israel e o Hamas. Foram mortos ao menos 1.524 menores na região no atual confronto, ou 46,7% do total.

O número óbitos de pessoas com menos de 18 anos em 15 dias de guerra é quase três vezes o total de menores mortos no ano com mais vítimas até então. Em 2014, 548 crianças e adolescentes foram vítimas de uma ofensiva de Israel para destruir foguetes e túneis em Gaza.

A Folha de S. Paulo cruzou dados de mortes de menores de 18 anos na Faixa de Gaza, registrados pela B’Tselem, organização israelense de direitos humanos, com as informações de mortes recentes divulgadas pela Ocha, agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, que considera estimativas do Ministério da Saúde de Gaza e faz esse mesmo recorte etário.

As duas organizações têm bases historicamente semelhantes e contabilizam vítimas consequentes do confronto bélico na região, mortas por explosões ou armas de fogo.

O boletim da ONU que inclui informações sobre menores, de quinta-feira (19), só traz atualização sobre crianças e jovens palestinos. Das mortes em Gaza, cerca de 40% das vítimas desde o dia 7 de outubro são menores de idade.

Do lado de Israel, autoridades locais estimam que 20 dos 705 mortos que tiveram os nomes identificados sejam crianças. A maioria morreu na ofensiva do Hamas a Israel há 15 dias.

Ao todo, o confronto tirou a vida de aproximadamente 5.800 pessoas, sendo 1.400 israelenses, e 4.449 palestinos, de acordo com autoridades locais.

A proporção de mortes palestinas é historicamente maior do que a de israelenses no confronto entre as duas partes. De 2000 até o início da atual guerra, 145 crianças e adolescentes israelenses foram mortos, sendo 90 em Israel, 51 na Cisjordânia e 4 em Gaza, de acordo com a B’Tselem.

No mesmo período, são 2.290 menores palestinos mortos, sendo 1.741 em Gaza, 537 na Cisjordânia e 12 em Israel.

Dados anteriores ao atual conflito indicam que foram 765 crianças de 0 a 12 anos e 976 adolescentes de 13 a 17 anos. No geral, 415 meninas e 1.326 meninos palestinos.

A morte de crianças foi uma das preocupações expressas na resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Com 12 votos favoráveis de 15 possíveis, o texto só não passou porque recebeu veto dos Estados Unidos, que destacou o direito de Israel se defender.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a mencionar as mortes de menores na sexta, em pronunciamento por vídeo, quando também classificou o ataque do Hamas de terrorista.

“Hoje quando o programa [Bolsa Família] completa 20 anos, fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram para o Hamas fazer ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel, mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e as matasse. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra, que só querem viver, brincar, que não tiveram direito de ser crianças”, disse.

Desde o início da guerra, cerca de 1 milhão de pessoas se deslocaram em Gaza: mais de 527 mil estão nas 147 estruturas emergenciais de abrigo montadas pelas Nações Unidas, a maioria na região central ou sul de Gaza.

Com o cerco à região, a crise humanitária se acentuou diante da escassez de água, alimentos, combustíveis e medicamentos.

Vinte caminhões de ajuda internacional conseguiram autorização para entrar na Faixa de Gaza neste sábado (21) a fim de levar mantimentos aos civis. Cerca de 200 caminhões ainda aguardam o sinal verde para a passagem.

Ao menos 210 pessoas ainda seguem reféns do Hamas, incluindo israelenses e estrangeiros, de acordo com as forças do país. O grupo liberou duas reféns americanas na sexta-feira.

Com informações da Folha de S. Paulo.

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As crianças que sobreviveram a bombardeios em Gaza mas ficaram órfãs

Ghassan Abu Sittah é um cirurgião plástico e reconstrutivo britânico que atualmente trabalha no Hospital al-Shifa, na cidade de Gaza.

“Não há lugar mais solitário no mundo do que a cama de uma criança ferida que já não tem família para cuidar dela”, escreveu o médico nas redes sociais.

Abu Sittah trata feridos dos lançados por Israel após o ataque do Hamas que deixou pelo menos 1.400 mortos em território israelense.

Até o momento, os bombardeios israelenses em Gaza deixaram pelo menos 3.300 mortos e 13.000 feridos, disse Mai al-Kaila, ministra da Saúde palestina, na quarta-feira (18/10).

“Todos têm ferimentos causados ​​por explosões, há ferimentos horríveis com estilhaços e queimaduras, pessoas que foram retiradas dos escombros de suas casas”, disse.

Dr Abu Sittah

O cirurgião descreve as cenas que vê em Gaza como “o fenômeno da criança ferida, sem família sobrevivente”.

“Todos os dias temos casos em que nos dizem que este é o único membro sobrevivente da família”, disse ele.

O médico informou que tratou uma menina de cinco anos com queimaduras e outra menina de quatro anos também com queimaduras faciais e ferimento na cabeça.

“Elas foram as únicas desenterradas vivas dos escombros da casa da família.”

O cirurgião observou que dias antes havia operado a filha de uma médica no hospital al-Shifa, em Gaza. A médica morreu nos bombardeios junto com seu outro filho, e a menina ferida foi a única sobrevivente.

Menina ferida por ataques aéreos israelenses

Caroline Hausmann dirige a CFAB, uma organização internacional que ajuda órfãos vítimas da guerra.

Neste momento, a organização não pode estimar o número de crianças sem família. Mas ela observou que o número será “enorme”.

Hausmann diz que as crianças são frequentemente exploradas. O Hamas trouxe quase 200 reféns, incluindo crianças e deficientes, para Gaza. Acredita-se que estejam em andamento negociações para libertá-los junto a mulheres.

“Trabalhamos para conectar as crianças de ambos os lados com as suas famílias, independentemente das circunstâncias”, disse a diretora do CFAB.

“Qualquer criança que perca os pais como resultado da guerra ficará traumatizada e enfrentará um longo caminho para a recuperação”, disse ela. “Haverá centenas, senão milhares de crianças afetadas.”

Em Gaza, grupos que trabalham com refugiados afirmaram que já houve enorme procura por apoio psicológico e social para as crianças afectadas pelos ataques após 7 de outubro.

“Com o trauma, o transtorno de stress pós-traumático e a depressão que as crianças sofrem, a situação só pode piorar”, disse Tamara Alrifai, da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, UNRWA.

O médico Abu Sittah disse que a sua família no Reino Unido foi visitada pela polícia antiterrorista britânica.

Numa entrevista ao programa Newsnight, da BBC, o médico disse que a sua família foi interrogada e que agora está consultando advogados.

“Preciso descobrir por que alguém achou uma boa ideia perguntar à minha esposa onde estou, quem pagou minha passagem e para qual instituição filantrópica eu trabalho”, disse o cirurgião.

“É uma tentativa brutal de assédio… como se minha esposa não tivesse o suficiente com que se preocupar”, acrescentou.

Em comunicado, a polícia local disse à BBC: “Em 16 de outubro, agentes da polícia que responderam a uma denúncia de que um homem planejava viajar para uma zona de guerra compareceram a um endereço no norte de Londres, onde falaram com um dos ocupantes”.

A polícia acrescentou ter estabelecido que “o homem havia deixado o Reino Unido para fins humanitários”.

Mãe ao lado dos restos mortais de seu filho

Abu Sittah diz que muitas pessoas no norte de Gaza não seguiram o aviso do exército de Israel para se deslocarem rumo ao sul para evitarem serem atacados.

Elas permaneceram em suas casas, diz ele, porque áreas supostamente seguras estão sendo atacadas “com a mesma ferocidade” que aquelas que não são.

O médico afirmou que “não é possível” evacuar o hospital al-Shifa, onde a maioria dos pacientes está “gravemente ferida”.

Muitos dos que permanecem em suas casas no norte de Gaza também temem ser forçados a abandonar totalmente o território.

“Tornar-se refugiado é uma parte muito importante da identidade palestina. As pessoas simplesmente não querem passar por isso novamente e é por isso que ficam”, disse o cirurgião à BBC.

*Com BBC 

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Vídeo: Israel massacrou comboio em fuga de palestinos lotado de crianças. Todos morrem

Ministério da saúde palestino culpa Israel pelas mortes. Autoridades de Israel dizem que investiga e que ‘inimigos estão tentando impedir que os civis deixem o norte’. Ataque ocorreu ainda dentro do prazo estipulado por Israel.

Um ataque atingiu comboio de civis que fugia do norte de Gaza em uma rota indicada por Israel nesta sexta-feira (13), deixando 70 mortos, entre eles, crianças e mulheres. O ministério da saúde palestino culpa Israel pelo ataque, que afirma estar investigando a ação e diz que seus “inimigos estão tentando impedir que os civis deixem o norte.”

A BBC News confirmou que o ataque aconteceu na via Salah-al-Din, uma das duas rotas de evacuação. Segundo a publicação, a estrada estava com tráfego intenso com a movimentação das pessoas de Gaza que atenderam as advertências de evacuação de Israel.

Registros feitos por um palestino na Faixa de Gaza mostram um comboio de civis que foi atingido por um míssil enquanto tentava deixar o norte da região em direção ao sul, seguindo a recomendação de Israel, que deu um prazo de 24 horas para que a migração fosse concluída, diz o g1.

Pelo vídeo, enviado a GloboNews pelo cidadão brasileiro Ahmed Alajrami, é possível visualizar pelo menos 18 corpos de palestinos, entre eles muitas crianças pequenas, caídos pela rua e em cima de caminhões.

As imagens foram gravadas na área de Deir El-Balah pelo primo de Ahmed, enquanto fazia a travessia para deixar o norte de Gaza. Ele conseguiu chegar ao centro do território e está abrigado em outra escola com sua família, onde devem sair pela manhã, em direção à cidade de Khan Younes, no sul.

O trajeto entre a região central e Khan Younes é de 25km e deveria demorar cerca de 30 minutos de carro. Porém, com os bombardeios israelenses, não era possível fazer o caminho em menos de duas horas.

Assim como os parentes de Ahmed, durante todo o dia, famílias inteiras se deslocaram para o sul em carros, caminhões e a pé.

Ahmed está abrigado em uma escola católica no norte de Gaza, junto a outros 19 cidadãos brasileiros, aguardando o resgate do governo brasileiro.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Brasil conseguiu chegar a um acordo com o Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza ao sul, para que o grupo de brasileiros pegue um avião na divisa entre o país e o território palestino ainda neste sábado (14).

A expectativa é que um ônibus busque o grupo na escola nesta madrugada, para deixa-los na região sul de Gaza.

O aviso de Israel
O exército israelense emitiu um aviso, nesta quinta-feira (12), mandando moradores de Gaza deixarem suas casas em direção ao sul da região em até 24 horas. A informação foi confirmada em um vídeo publicado em redes sociais das forças militares do país.

O porta-voz do exército afirmou que a “evacuação é para a própria segurança” dos habitantes da Faixa de Gaza e recomendou que as pessoas só voltem à Cidade de Gaza quando o governo israelense permitir.

Palestinos temem que a ordem seja um indicativo de que o exército israelense realize uma ofensiva por terra.

O comunicado foi enviado pouco antes da meia-noite no horário local. Assim, as 24 horas foram completadas às 18 horas desta sexta-feira (13), no horário de Brasília.

No entanto, após uma série de apelos de diversas organizações e autoridades internacionais, o prazo foi estendido (até à meia-noite, no Brasil) por mais seis horas para que o hospital Al Awada, da ONG Médicos sem Fronteiras, pudesse ser evacuado.

Apesar da orientação, o Hamas exigiu que a população ignore a ordem israelense e permaneça em suas casas. Além do braço armado e terrorista, o grupo também tem um braço político, que governa atualmente a Faixa de Gaza.

Salama Marouf, chefe do gabinete de comunicação do Hamas, disse à agência de notícias Reuters que o aviso é “propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a nossa coesão interna” e que orienta os cidadãos palestinos a “não se envolverem nestas tentativas”.

Após o pronunciamento nas redes sociais do exército israelense, a Organização das Nações Unidas (ONU) disse, em comunicado, que os militares israelenses avisaram que todos os palestinos na região norte da Faixa de Gaza, cerca de 1,1 milhão de pessoas, deveriam migrar para o sul.

Mas, segundo as informações do exército, o alerta é apenas para a Cidade de Gaza, que tem 677 mil habitantes.

Israel também havia informado que, nos próximos dias, as operações na Cidade de Gaza serão “significativas” e que os moradores da região não devem se aproximar ou tentar ultrapassar a fronteira. (veja a íntegra do comunicado abaixo)

O porta-voz da ONU Stephane Dujarric chegou a pedir que qualquer ordem de ataque por Israel seja rescindida, “evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em uma situação calamitosa”.

De acordo com o porta-voz, “as Nações Unidas consideram impossível que tal movimento ocorra sem consequências humanitárias devastadoras”, já que não haveria tempo hábil para a movimentação de todo esse contingente de pessoas.

Em comunicado, Dujarric afirmou que a ordem de deixar a parte norte de Gaza foi dada, inclusive, aos funcionários da ONU e às pessoas abrigadas nas instalações humanitárias da organização.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também apelou às autoridades israelenses, dizendo que mover as pessoas que estão em estado grave nos hospitais de Gaza, incluindo aquelas com suporte de respiração, é uma “sentença de morte”.

Dezenas de tanques de guerra estão sendo colocados por Israel na fronteira de Gaza, antes de uma invasão terrestre planejada pelas forças militares do país para combater o Hamas.

O conflito entre Israel e Palestina teve início no último sábado (7), após terroristas do grupo Hamas iniciarem um ataque sem precedentes contra o território israelense. Israel declarou guerra ao grupo terrorista, e bombardeios entre os dois lados continuam desde então.

Até o momento, são mais de 3.099 mortos, sendo 1.799 palestinos e 1,3 mil israelenses.

https://twitter.com/Angelo4justice3/status/1712967640002781203

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Usando a criminosa bomba de fósforo, os terroristas de Israel fazem de crianças e mulheres as principais vítimas fatais

Muito mais do ataques indiscriminados que atingem, na maioria, crianças e mulheres em Gaza, o Estado terrorista de Israel, já considerado criminoso de guerra pela ONU, dobra a aposta na crueldade e lança sobre uma população de 2,3 milhões, com a maior densidade demográfica do mundo, bombas criminosas de fósforo, realizando bombardeios ininterruptos, pesando cada vez mais a mão em seu cerco aos palestinos, a quem o governo de Netanyahu classifica como animais.

E ainda tem gente que finge não enxergar essa multidão de degradados que está sendo esmagados pelos sionistas, e ainda defende o exército assassino de Netanyahu.

Resultado, o drama humano em Gaza só piora. Os palestinos não têm acesso à energia, à água, à alimentação e remédios, imposto pelo cerco dos sionistas,

O pior, não há qualquer perspectiva de que Israel vá ao menos pensar que está atacando alvos civis e o número de crianças mortas já chega a 400.

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Opinião

Os comedores de terra

Enquanto nossas geladeiras estão abastecidas, nossos termômetros estão livres de mercúrio e nossos antidiarreicos vencem na gaveta, Roraima está osso e pele.

  • Pensem nas crianças, assustadas, desnutridas.
  • Pensem nas meninas, fracas, inflamadas.
  • Pensem nas mulheres, rotas alteradas.
  • Pensem nas feridas, das peles pintadas.

Vinicius, uma bomba caiu por aqui, e o que me veio foram seus versos lindos que contam histórias tristes. Não dá para não pensar. Não dá para parar de pensar nessa tragédia anunciada. Não dá para parar de se chocar com as imagens. Vergonha nacional, crime universal. Uma violação aberta e escancarada de direitos humanos, terras e corpos. Não é de hoje que garimpeiros têm licença para invadir, estuprar, afogar crianças com suas dragas lançadas no rio. Violentos, esses caras-pálidas, cujos rostos não se enrubescem, não têm vergonha nem coração. Seus mandantes são tão repulsivos quanto as larvas que saem pelas bocas desesperadas dos yanomami. Eles espalham fome, mercúrio, malária, devastações. Tiram tudo que podem. Minério, honra, peixe, dignidade, gás, comida, paz, água potável, oxigênio. E querem mais. Querem mais estradas, mais usinas, mais ouro. Querem espremer as florestas para extrair dinheiro, custe o que custar. Esses exploradores agem com liberdade e proteção, fazem o que bem entendem: agem com a certeza da impunidade.

Enquanto nossas geladeiras estão abastecidas, nossos termômetros estão livres de mercúrio e nossos antidiarreicos vencem na gaveta, Roraima está osso e pele, se despedindo de pessoas que morrem definhadas, vencidas pelos vermes, pela fome, expelindo suas vidas pelo próprio vômito. Poderia ser evitado. Não se morre mais de algumas doenças no século 21, mas lá o século é outro.

Os apelos não são de hoje, é uma luta antiga, mas está mais pungente do que nunca. O líder indígena do povo Yanomami, Davi Kopenawa, que se referia aos garimpeiros como “comedores de terra”, tentou. Não foram profecias, foram previsões ditas, na lógica dos acontecimentos no desgoverno em 2020. “A mineração vai destruir a natureza. Vai destruir os igarapés e os rios, e matar todos os peixes e o meio ambiente —e vai matar nós índios. E vai trazer doenças que nunca antes existiram na nossa terra.” “Os garimpeiros, sem dúvida, vão matar os índios isolados na área Yanomami.”

Hoje somos todos Yanomami …

…. de pele vermelha, sem cores, sem nada.

*Becky S. Korich – Advogada, escritora e dramaturga/Folha

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Política

Governo Lula quer dar auxílio para crianças e jovens órfãos da pandemia

Medida é considerada resposta ao estrago causado pela ação negacionista de Jair Bolsonaro.

De acordo com a coluna de Malu Gaspar,  O Globo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende dar um auxílio para crianças e jovens de baixa renda que se tornaram órfãos em virtude da pandemia.

A medida, capitaneada pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi uma das sugestões do grupo de trabalho criado na transição para cuidar de questões da área.

É também uma das medidas consideradas pela atual administração para compensar o estrago causado pela ação negacionista do governo de Jair Bolsonaro na pandemia.

O ministro esta formatando um projeto de lei, a ser encaminhado em breve para a Presidência da República. O texto ainda precisa ser aprovado por deputados e senadores para entrar em vigor.

Ao todo, mais de 694 mil pessoas já morreram no Brasil por conta da Covid-19.

De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores da Fiocruz e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), só nos primeiros dois anos da pandemia (2020 e 2021), cerca de 40,8 mil crianças e adolescentes perderam suas mães no Brasil por conta do coronavírus.

“A falta de coordenação nacional na implementação de medidas de distanciamento social contribuiu para a rápida disseminação de casos. Por sua vez, o manejo inadequado da epidemia de covid-19 provocou uma crise sem precedentes na saúde brasileira”, escreveram os pesquisadores.

Procurado pela equipe da coluna, o Ministério dos Direitos Humanos informou que a ideia do governo Lula é “beneficiar crianças que tenham perdido tanto o pai quanto a mãe ou o genitor ou responsável legal garantidor do sustento do grupo familiar”.

Ainda não foi fechado o valor do benefício, o que vai depender de acertos com a equipe econômica em um momento de ajuste fiscal e desequilíbrio nas contas públicas.

Mas integrantes da pasta avaliam que o impacto orçamentário não seria alto, já que o universo de beneficiados chegaria a aproximadamente 70 mil pessoas, segundo estimativas internas.

Almeida pretende se reunir ao longo dos próximos dias com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social) para discutir a proposta e acertar um plano de ação para a proteção de crianças e adolescentes órfãos.

Além do auxílio financeiro para esse grupo, o ministério avalia incluir na proposta a garantia de medidas de acolhimento e cuidado.

O estudo da Fiocruz e da UFMG também apontou uma taxa de mortalidade pela Covid-19 três vezes maior entre brasileiros analfabetos quando comparada à daqueles que completaram o ensino superior.

Para os pesquisadores, uma das possíveis explicações é que essas vítimas, com baixa escolaridade, tinham dificuldade de cumprir medidas de distanciamento social, já que tinham de garantir o sustento da família e trabalhar fora de casa, o que as deixou mais expostas à Covid-19.

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Vídeo: O alerta de Felipe Neto sobre a pedofilia

Hoje o bolsonarismo provou que não liga a mínima para as crianças que são vítimas de pedófilos no Brasil.

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Opinião

TSE determina que não pode afirmar que Bolsonaro disse que “pintou um clima”, mas Bolsonaro pode chamar as crianças de prostitutas

A frase “pintou um clima” ganhou uma repercussão muito grande no país inteiro porque foi dita por um velho asqueroso de 67 anos, referindo-se às crianças de 14 e 15 anos de idade. Mas não é esse o foco principal do crime maior de Bolsonaro, mas sim de, por duas vezes no podcast e na live que fez de madrugada, dizer que aquelas crianças se arrumaram para a prostituição.

Tudo feito para desqualificar a Venezuela, ele sequer respeitou a infância das crianças. Pior, como nada fez depois esteve com elas que, segundo ele, estavam ali para se prostituir, ele, como presidente da República, prevaricou, pois não acionou o Ministério Público, a Polícia Federal, não veio a público denunciar, não fez live para isso. Bolsonaro queria apenas atacar a Venezuela quando acusou as crianças venezuelanas de venderem seus corpos.

É um crime sórdido, vil, que não é a proibição do TSE de vincular o que ele próprio disse, que reduzirá o horror, principalmente das mulheres com esse monstro que se encontra na cadeira da presidência e ainda quer se reeleger.

A essa altura dos fatos, a própria sociedade já tem o juízo de valor daquela podridão saída da boca de esgoto de Bolsonaro.

Nenhum jornalista sério admite essa avaliação dúbia do TSE, que protege o agressor e não providencia um abrigo para as crianças vítimas de sua calúnia e difamação

Essa história macabra certamente provocará muito mais indignação na opinião pública que estenderá esse assunto nas redes e nas ruas até que o culpado dessa calúnia pague por esse crime horrendo.

Não adianta esse idiota aparecer no debate com um papelzinho dizendo que o TSE entendeu que sua fala foi tirada de contexto, pois a fala é nua e crua. A população tem capacidade suficiente de discernir o que de fato Bolsonaro disse, que certamente lhe custará caro nas urnas.

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“Tem que ser investigada”: Damares é cobrada por omissão em suposto caso de “crianças que têm dentes arrancados para sexo oral”

Pelas redes sociais, internautas tem cobrado que a ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL) Damares Alves (Republicanos) seja investigada após denunciar em uma igreja um suposto esquema de exploração e tráfico de crianças na Ilha de Marajó, no Pará. A professora de Direito Debora Diniz e a deputada federal eleita Erika Hilton (Psol-SP) endossaram as cobranças. As informações são do 247.

Segundo Damares, o governo Bolsonaro teria recebido “imagens de crianças de 4 anos, 3 anos que, quando cruzam as fronteiras, tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral. (…) Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal”.

Com as informações em mãos, a ministra e o governo nada fizeram para denunciar e proteger as crianças vítimas de abusos, apontam os comentários nas redes.

https://twitter.com/cynaramenezes/status/1579452399516667904?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1579452399516667904%7Ctwgr%5E0aeff5d5ca431ab3cb9a3e319bfdccc2c747cacb%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.apostagem.com.br%2Fwp-admin%2Fpost.php%3Fpost%3D86765action%3Dedit

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