Categorias
Política

Ministros do STJ rebatem crítica dos EUA e defendem Alexandre de Moraes

Declaração ocorre em resposta a um órgão vinculado ao Departamento de Estado dos EUA que criticou o bloqueio de redes sociais estadunidenses.

Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) publicaram, nesta sexta-feira (28), uma nota oficial em defesa das decisões do Judiciário brasileiro e da soberania nacional, após manifestação do governo dos Estados Unidos questionando medidas tomadas pela Justiça do país. O documento enfatiza a importância do respeito à independência dos poderes e reitera a relação harmoniosa entre Brasil e EUA.

“Nenhum juiz brasileiro julga sozinho um litígio, por menor que seja, sem que da sua decisão caiba pelo menos um recurso para órgão colegiado, no mesmo tribunal ou em tribunal superior. Essa é a maior garantia que os cidadãos e as empresas brasileiros e estrangeiros têm de que a lei, sem arbitrariedade ou privilégio, valerá igualmente para todos”, afirma a nota divulgada pelo STJ, de acordo com o g1.

A declaração ocorre em resposta a um órgão vinculado ao Departamento de Estado dos EUA, que, no início desta semana, criticou a decisão das autoridades brasileiras de bloquear redes sociais norte-americanas. O documento publicado pelo governo dos EUA faz alusão à medida imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão da plataforma Rumble no Brasil por “reiterado descumprimento” de ordens judiciais.

Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) também divulgou um comunicado oficial, no qual classifica a posição dos EUA como uma tentativa de politizar decisões judiciais brasileiras. “O governo brasileiro rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988”, afirma a nota do Itamaraty.


Apoie o Blog Antropofagista!
Faça uma doação hoje de qualquer valor. PIX: 45013993768


 

Categorias
Opinião

Vídeo: As CPMIs do MST e de 8/1 são um fracasso de crítica e de público

Assista:

Apoie o Antropofagista com qualquer valor

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Opinião

Crítica de Lula ao BC é cálculo, não chilique. E isso não é chutar a santa

Reinaldo Azevedo*

Será mesmo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está batendo no Banco Central na base de rompantes, vale dizer: tem lá seus chiliques e resolve atacar a tal independência do BC? Acho que não. “Chilique” por três dias seguidos é cálculo. Eu fico muito à vontade nesse debate porque acho impossível levar a sério esse negócio se você tem um mínimo de seriedade intelectual.

Sempre se é dependente ou independente em relação a alguma coisa, não é mesmo? O Banco Central é independente de quem ou do quê? Alguém poderia responder: “Dos políticos e da política”. É mesmo? Se fosse verdade, não seria assim tão bom porque acho um erro demonizar a política.

Eu, cá do meu lado, também não quero satanizar ninguém, mas noto que a arbitragem da taxa de juros, por exemplo, se dá depois de o BC ouvir os mercados, não é? O tal Boletim Focus existe para colher as opiniões da turma, nem sempre tão iluminadas. E esse erra muito também.

Estou entre aqueles que pensam que já havia espaço para baixar a taxa de juros na reunião passada do Copom. Não aconteceu. Até aí, vá lá, os que dizem que isso seria um erro podem até estar certos. Mas e aquele recadinho enviado ao governo, como se oriundo do mundo empíreo, advertindo para a questão fiscal? Convenham: o sempre educado Roberto Campos Neto é presidente do Banco Central, não é presidente do Brasil.

Estão tentando jogar água na fervura e ameaçando Lula com o Armagedom caso ele não cesse suas críticas ao BC. A resposta que ele deu? Esta: se o presidente da República não pode se manifestar, quem vai protestar? O catador de reciclável? Aí os independentistas respondem: “Ora, ninguém fala nada!” Mas, então, já não estamos mais lidando com o BC, o Copom e com a política monetária. Voltamos à infalibilidade papal.

A ata, disse Fernando Haddad, ministro da Fazenda — e é bom que tente baixar a temperatura — é um pouco mais, digamos, suave, do que aquele recado institucionalmente meio malcriado. É verdade. Há ali algum aceno. Mas a questão está longe do fim.

ERRO DE PRINCÍPIO

Lula não desistiu, não. Depois das críticas que disparou ao BC na posse da nova diretoria do BNDES, voltou à carga nesta terça em café da manhã com jornalistas da chamada “mídia independente e alternativa”. Numa referência ao Conselho Monetário Nacional, afirmou: “Eu espero que o [Fernando] Haddad esteja acompanhando, a Simone [Tebet] esteja acompanhando e que ele próprio [Roberto Campos Neto] esteja acompanhando a situação do Brasil”. É dali que partem, em princípio, as diretrizes a serem seguidas pelo BC.

Onde está o erro de princípio? A tal independência do Banco Central, tese pela qual jamais me bati — não encontrarão texto meu exaltando-a — é, em tese, uma prática que tornaria a política monetária imune à politização. Pergunta óbvia de resposta não menos: quando foi aprovada, deu-se ou não num determinado ambiente político? Os que a defendem, por acaso, não fazem também suas escolhas?

O pedido de demissão do presidente do BC pode ser encaminhado ao Senado por ineficiência. Vistos os números, sem contexto, pode-se dizer que o órgão não cumpriu seu desiderato. Em um ano e cinco meses, a taxa de juros saltou de 2% para 13,75%, e a inflação está bem acima do teto da meta. Há boas pessoas e gente graúda — que ganhou bastante dinheiro nesse tempo — que dizem que os 2% eram tão irrealistas como destrambelhados são os 13,75%.

Quando o BC mantém a taxa de juros nas alturas sem que fique claro — ou me digam onde está essa clareza — como essa taxa poderá devolver a inflação à meta; quando tal manutenção cria óbvios entraves ao crescimento e quando se aponta que a única saída é resolver a questão fiscal, com a a evidente sugestão de que ou se corta gastos ou nada feito… Bem, quando tudo isso acontece, é forçoso lembrar que essa é uma opção, sim, que goza de grande prestígio entre certos formadores de opinião, mas que não é a única.

E pronto! Sabe o que surge no horizonte? O fantasma da “politização” do Banco Central, sendo que o objetivo declarado da independência, pelo menos no papel, era justamente “.

QUER MUDAR?

“Está querendo o fim da independência, Reinaldo?” Até poderia porque, afinal, nunca a defendi. Acho a tese intelectualmente desonesta porque “independente” o banco jamais será. Mas não. Não creio que seria uma boa ideia fazer agora essa cruzada. Mas entendo também — e o senador Jaques Wagner está certo na entrevista que deu à Folha — que não se pode tentar impedir o presidente de emitir uma opinião.

Faltou habilidade ao Banco Central. Pareceu-me que houve uma tentativa de “dar uma sambadinha” no salão do novo poder, que já fora desafiado por golpistas, para evidenciar quem manda. E esse também não me parece ser o comportamento exemplar de um independente.

O Brasil chegou a “grau de investimento” com um BC “dependente”. “Ah, mas esse era o governo Lula 1; o governo Lula 3 está sendo muito diferente”. Está? São 39 dias de gestão hoje. A verdade é que o mau humor começou com a PEC da Transição. Alheios à peça orçamentária de ficção enviada por Bolsonaro, os tais “mercados” e seus porta-vozes na imprensa passaram a ver no texto um exemplo gritante de falta de compromisso com o rigor fiscal.

Concluída a primeira reunião do Copom do governo Lula, veio aquele recadinho. Pior: começou a circular a história de que, antes de novembro, não haverá redução dos juros. E ponto. Ora, Campos não era do tipo hostil à política no governo Bolsonaro, certo?

Ao pé deste artigo, republico o que escrevi aqui no dia 11 de fevereiro de 2021, há dois anos, quando a Câmara aprovou o texto-base da tal independência. Vejam ali. Minha crítica a essa tolice não é de agora. A tal independência é um fetiche. Talvez um BC “dependente” não tivesse baixado a taxa a 2% nem elevado a 13,75%, sei lá. Isso deveria ser um não assunto. Mas, se é e se o banco é independente, que não ouse se comportar como governo.

Não creio que Lula vá encaminhar a queda de Campos Neto. Mas também não acho que vá parar de pressionar. O BC é independente, certo?, e o petista é o presidente de todos os brasileiros. Representa-os, particularmente a seus eleitores. Pode, pois encaminhar suas demandas. Mas qual o “cálculo” de Lula? Se o BC resolve fazer um comunicado e uma ata de alcance político — e os documentos têm esse aspecto —, estão que seja exposto também ao embate… político. E técnico. O que há de errado nisso?

*Uol

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição

Categorias
Uncategorized

Bolsonarista número dois da Justiça ataca Dino após atos terroristas

Secretário-executivo do Ministério da Justiça, brigadeiro bolsonarista Antonio Lorenzo criticou Flávio Dino, próximo ministro da Justiça.

De acordo com Guilherme Amado, Metrópoles, secretário-executivo do Ministério da Justiça, brigadeiro Antonio Ramirez Lorenzo, bolsonarista de quatro costados, criticou nesta terça-feira (13/12) Flávio Dino, que chefiará a pasta a partir de janeiro, no governo Lula. O número dois do ministério afirmou que Dino fez “estardalhaço” na véspera, quando falou à imprensa sobre os atos terroristas de bolsonaristas na cidade.

“Assim funciona a esquerda… não é governo, não tem poder nem autoridade alguma sobre a matéria, mas convoca coletiva, faz estardalhaço e, como sempre, sem resultado prático algum… Brasil rumo a um buraco vergonhoso… Lula vergonha nacional”, escreveu Lorenzo. O militar não fez menção aos atos violentos de bolsonaristas na capital.

Por volta das 23h30 desta segunda-feira (12/12), quando bolsonaristas haviam queimado ônibus, tentado invadir a sede da Polícia Federal e depredado prédios no centro de Brasília, Flávio Dino chamou a imprensa para uma entrevista no gabinete de transição. Próximo chefe da pasta, Dino atacou o silêncio do Ministério da Justiça. Participaram da entrevista o futuro diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e o atual secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo.

Antonio Lorenzo

O ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, só fez um pronunciamento oficial às 23h45, mais de quatro horas depois dos primeiros atos de vandalismo de bolsonaristas. Nesta terça-feira (13/12), a agenda de Torres seguiu vazia, como vem ocorrendo há uma semana.

Antes de ser o número dois de Anderson Torres, Lorenzo era chefe de gabinete do ministro. O militar que entrou para a reserva da Aeronáutica em 2019 também atacou Lula no Twitter e comparou o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, a “um adolescente metido a influencer”.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição