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Bolsonaro sinaliza a todas as representações diplomáticas no país que não respeita a Convenção de Viena

Para Itamaraty, ação contra embaixada da Venezuela não foi invasão

O Itamaraty não qualifica de “invasão” a ação contra a embaixada da Venezuela em Brasília por aliados de Juan Guaidó, em novembro de 2019. Em documentos enviados pela chancelaria a deputados da oposição, o Ministério das Relações Exteriores explicou que considera que os diplomatas entraram na embaixada que representam e que quem estava dentro do prédio não mais tinha função.

Em 13 de novembro, representantes do governo de Guaidó invadiram na embaixada da Venezuela em Brasília, ocupada por diplomatas do governo de Nicolás Maduro. De dentro, publicaram um vídeo indicando que os funcionários da embaixada “reconheceram” Guaidó como presidente legítimo e “entregaram” a residência e escritório.

“A dignidade volta”, declarou Tomás Silva, diplomata designado por Guaidó e líder da invasão. O vídeo foi imediatamente compartilhado pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. “Bem tranquilo diplomata Tomás Silva manda recado após entrar na embaixada da Venezuela no Brasil”, escreveu o deputado, que é ainda o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Mas Freddy Meregote, o encarregado de negócios da embaixada e representante do governo de Nicolas Maduro, se recusou aceitar a situação e Caracas desmentiu que o prédio tivesse passado para as mãos de Guaidó.

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, declarou à coluna que entendia que “houve uma instrução direta do presidente do Brasil” aos invasores. “Ou seja, há uma linha de comando entre o presidente do Brasil e as pessoas que estavam nessa embaixada”, completou.

Dias depois, as deputadas federais Samia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Erika Kokay (PT-DF), além de Marcelo Freixo, Glauber Braga (PSOL-RJ), Paulo Pimenta (PT-RS) e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) solicitaram do Itamaraty esclarecimentos sobre o papel desempenhado pelo Brasil na invasão.

Agora, dois meses depois, a resposta do chanceler Ernesto Araújo é radicalmente diferente daquela dotada pelo GSI. Ainda que insista que o assunto da tentativa da tomada do prédio não tenha sido debatida com o Itamaraty, o serviço diplomático insinua que não viu problema com a iniciativa e que a crise foi gerada pelos representantes de Maduro que se recusaram a sair da embaixada.

Numa carta de 19 páginas de 26 de dezembro obtida com exclusividade pela coluna, o chanceler não condena o ato e, apesar de ser repetidamente questionado sobre a “invasão”, o ministro fala apenas em “episódio”, “tema” e “eventos”.

em explicar, Araújo disse que o governo tomou conhecimento do “ingresso de representantes do governo legítimo venezuelanos nas instalações da embaixada” por vias informações na manhã daquele dia 13.

Segundo Itamaraty, em sua resposta, Silva “adentrou a embaixada que representa e la permanece por algumas horas”

O governo também indicou que não recebeu “registros oficiais de violações de qualquer natureza cometida pelo diplomata”. Silva, segundo Araújo, continua credenciado pelo governo brasileiro depois dos acontecimentos.

Em outro trecho do documento, o chanceler reforça sua visão de que os reais proprietários daquele edifício são os representantes de Guaidó.

“É importante esclarecer que, apesar de as instalações ainda serem utilizadas por diplomatas remanescentes do regime de Nicolas Maduro, o edifício pertence à República Bolivariana da Venezuela”, apontou.

Além disso, o chanceler indica que a crise foi instaurada por “alguns ocupantes remanescentes do governo de Nicolas Maduro que não aceitaram a presença do enviado de negócios do governo legítimo de Guaidó”.

Pela versão do Itamaraty, portanto, a crise não havia sido causada pelos invasores. Mas por aqueles que permaneciam na embaixada representando Maduro.

Ainda que o Brasil tenha rompido com o chavismo, sua embaixada e consulados pela Venezuela continuam operando. O temor dos diplomatas brasileiros no país vizinho era de que uma eventual chancela do governo brasileiro à invasão representasse um risco para suas seguranças em Caracas.

Autorização

O Itamaraty mantém a mesma lógica de não condenar a invasão quando fala do emissário que o governo destacou para o local da crise. Ao enviar o diplomata Maurício Correia, responsável por temas relacionados à imunidade, Araújo explica que quem deixou o brasileiro entrar na embaixada foi Silva. Ainda assim, para evitar aprofundar a crise, Correia buscou uma autorização verbal de Meregote, o representante de Maduro.

Pessoas que estavam dentro da embaixada alertaram que Correia teria tido o papel de resguardar a segurança dos invasores e que, de fato, policiais também entraram no local com essa finalidade.

Araújo aponta para a mesma direção. Segundo ele, a entrada de policiais foi autorizada por Silva, “considerado o legitimo representante da Venezuela no momento do episódio”.

Segundo o chanceler, seu funcionário teve como meta adotar “medidas de contenção que impedissem a deterioração da situação, evitando assim novos confrontos entre os grupos antagônicos”.

Fim da Função

Na carta, o governo reafirma que a embaixadora da Venezuela no Brasil é, desde 4 de junho de 2019, Maria Teresa Belandria. Ela foi indicada por Guaidó. Ao ser designada, portanto, o governo considera que os funcionários da embaixada não teriam mais um papel de representação. “Com isso, encerrou, definitivamente, a função de Freddy Meregote”, afirma o texto.

Como naqueles dias Belandria não estava no Brasil, era Tomás Silva quem ocupava o cargo de chefe.”Portanto, o chefe interino da embaixada – e, por consequência, responsável legal pelas instalações – era o sr.

Tomas Alejandro Silva Guzman, e não Freddy Meregote”, explicou Araújo. Meregote, insistiu ele, “não é e não era encarregado de negócio da Venezuela” e qualquer comunicação que se mantenha com o venezuelano é apenas de caráter “administrativo”.

A crise, segundo o chanceler, foi resolvida “com a saída voluntária” de Silva das instalações da embaixada. Mas o Itamaraty se recusou a dar detalhes das comunicações mantidas desde setembro daquele ano entre Belandria e o governo. No documento, o chanceler apenas lista as visitas da embaixadora, sem detalhar o que foi discutido.

No total, desde sua nomeação, ele esteve no Itamaraty em 17 ocasiões. O governo também se recusou a dar os nomes dos demais invasores, supostamente para preservar sua segurança de suas famílias diante do risco de represálias de Maduro.

or fim, o governo indicou que não vai responder ao comunicado do governo de Maduro, que acusou o Brasil de “atitude passiva”.

Para Glauber Braga, a resposta de Ernesto Araújo “confirma o que presenciamos no dia da invasão da embaixada venezuelana em Brasília: o governo brasileiro não só tomou o lado dos invasores, como legitima essa prática irresponsável e criminosa com as suas posições”.

“O governo Bolsonaro sinaliza a todas as representações diplomáticas no país que não respeita a Convenção de Viena e desafia princípios básicos das relações internacionais, como a inviolabilidade dos espaços diplomáticos e a reciprocidade”, alertou.

“Perigosamente, a política externa subserviente de Bolsonaro aos EUA atenta não só contra a soberania do Brasil, mas também desafia a soberania e a estabilidade dos países de nossa região”, completou.

 

*Jamil Chade – Uol

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Brasileiros cruzam cidades e madrugam na fila por refeição de R$ 1 até R$ 3

Reportagem mostra o drama dos brasileiros que, desempregados ou trabalhando na informalidade, precisam cruzar cidades ou madrugar em filas para conseguir uma refeição mais em conta. “Comida acessível para driblar o fantasma da fome”, comentou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

Seja por conta do desemprego ou da informalidade, inúmeros brasileiros têm recorrido a restaurantes populares para aliviar os gastos ou até conseguir bancar uma refeição por um preço que varia de R$ 1 a R$ 3, dependendo da cidade, informa a Folha de S.Paulo neste domingo (22).

“A informalidade no país bateu recordes consecutivos ao longo do ano, chegando a 38,7 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em outubro de 2019. No mesmo recorte do ano anterior, o total era de 38 milhões”, explica a Folha, que conta a história do cabeleireiro Ariel Silva, 43, que passou a frequentar o restaurante popular de Parangaba, em Fortaleza (CE).

O estabelecimento serve, em média, 1.300 refeições a R$ 1. “Tenho feito alguns bicos, mas já são três anos desempregado. A comida daqui é boa e alivia o bolso. É uma alternativa que encontrei”, diz o cabeleireiro.

“Ainda que os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontem uma queda no número de desempregados no Brasil, de 13,3 milhões de pessoas nos primeiros três meses de 2019 para 12,4 milhões no terceiro trimestre, a recuperação do mercado de trabalho tem ocorrido à custa da explosão da informalidade”, conta a reportagem.

Marco Aurélio Azevedo, 49, vigia noturno, afirma que pelo menos duas vezes ao dia come no restaurante de Bonsucesso, zona norte do Rio de Janeiro, que serve 600 cafés da manhã e 1.250 almoços diariamente.

“Em outros lugares você paga R$ 10 em um prato igual ao servido aqui, que ainda tem um cafezinho para completar”, diz Azevedo, que trabalha como autônomo. Ele paga R$ 2 pela refeição.

“Os pratos daqui têm um preço acessível para quem não tem dinheiro. Meu irmão, que mora comigo e é vendedor ambulante, também almoça aqui todos os dias”, conta.

Já Edvaldo Pereira, 64, costuma fazer a última refeição do dia por volta das 20h. Ele chega todo dia às 6h no restaurante popular no bairro do Comércio, em Salvador, para assegurar o primeiro lugar na fila do estabelecimento, que só abre às 11h. É o desjejum de Edvaldo.

“Comida acessível para driblar o fantasma da fome”, comenta a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

 

 

*Com informações do 247

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Erika Kokay denuncia “escárnio” sobre os R$ 24 milhões em compras de fim de ano de Bolsonaro

Enquanto isso, o povo troca o consumo da carne pelo ovo. É um grande desrespeito, desprezo, sarcasmo, zombaria, insulto, seja lá que nome for. É abominável.

Como disse a deputada Erika Kokay:

“Enquanto a maioria do povo brasileiro vai passar o Natal sem um churrasquinho sequer, a presidência gasta R$ 24 milhões em compras para as festividades de fim de ano? A familícia acha mesmo que está vivendo numa monarquia!”

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) classificou como “escárnio” os gastos com compras para as festividades de fim de ano da Presidência da República, que custarão mais de R$ 24 milhões entre os últimos dias de 2019 e início de 2020.

Foram lançados 13 processos licitatórios para pagar itens como remédios, combustível, ração animal, rede de internet, distintivos, contratação de serviços de limpeza, entre outros.

Entre os serviços mais caros estão a contratação de uma empresa para serviços de limpeza (R$ 11,3 milhões), compra de aparelhos de raios X (R$ 4,2 milhões), locação de carros (R$ 3,71 milhões) e aquisição de combustível (R$ 1,41 milhão).

 

 

*Com informações do 247

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Vídeo: Deputado do PSL quebra placa em homenagem ao Dia da Consciência Negra no Congresso

Em protesto à exposição “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras”, organizada pela Casa, o Deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) vandalizou os painéis que seriam afixados.

No melhor estilo bolsonarista de diálogo, o Deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) vandalizou os painéis da exposição em homenagem ao Dia da Consciência Negra, no Congresso. Às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20, o racismo marcou seus passos e reafirmou a pauta do partido que o acolhe.

A exposição “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras”, foi organizada pela Casa e, o protesto do deputado do PSL foi vandalizar um quadro que trazia estatísticas de negros mortos neste país e uma ilustração de Latuff.

A atitude do deputado do PSL indignou os congressistas que se dispuseram a procurar Rodrigo Maia, presidente da Casa, para que o caso seja encaminhado ao Conselho de Ética, e Coronel Tadeu seja punido pelo crime de racismo.

“É inadmissível que um parlamentar aja desta maneira. Não há decoro. Não há respeito e nem qualquer pudor em agir com o desprezo característico deste atual governo”, afirmou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), um dos que afirmou que pedirá a punição ao pesselista.

“É um verdadeiro absurdo. Um deputado bolsonarista acaba de vandalizar uma exposição na Câmara dos Deputados sobre o Mês da Consciência Negra. E depois querem dizer que não existe racismo no Brasil. Que a Câmara tome as medidas cabíveis contra este ato criminoso”, afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

O ato é intolerável e nós da oposição vamos representar contra essa ação de ódio e de racismo do parlamentar no Conselho de Ética”, disse a também petista Érika Kokay (DF).

A deputada Áurea Carolina (PSOL-MG) afirmou que vai registrar queixa contra o parlamentar em questão, e que não vai deixar o ato passar sem a devida punição. “Estou agora na Polícia Legislativa da Câmara, junto com os deputados David Miranda (PSOL-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ), registrando queixa contra esse absurdo”, prometeu.

 

 

*Com informações do GGN

*Ilustração: Latuff

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Morre a mãe da ex-presidenta Dilma Roussef

Ela tinha 95 anos e faleceu em sua casa. Políticos manifestam pesar nas redes sociais.

A mãe da ex-presidenta Dilma Rousseff, Dilma Jane, morreu aos 95 anos neste sábado (13), em casa, em Belo Horizonte. A causa da morte não foi divulgada, mas ela já vinha enfrentando problemas de saúde e havia tido embolia pulmonar e um ataque isquêmico transitório no cérebro.

Dilma está em Londres e vai retornar ao Brasil para o velório e enterro da mãe. Nas redes sociais, diversos políticos manifestaram solidariedade à ex-presidenta.

“Querida Presidenta Dilma Rousseff: meus sentimentos pelo falecimento de sua queridíssima mãe, Dilma Jane, tão responsável por você ser esta maravilhosa e corajosa mulher”, disse em seu perfil no Twitter o vereador paulistano e ex-senador Eduardo Suplicy (PT).

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) também expressou seu pesar. “Soube há pouco do falecimento de Dona Jane Dilma, Dilminha, mãe da ex-presidenta. Minha solidariedade à sua família e meu carinho especial por Dilma. A despedida é uma hora difícil, conte com as milhões de pessoas que sempre estiveram a seu lado”, postou.

“’Mãe não tem limite/É tempo sem hora/Luz que não apaga.’ Com essas palavras de Drummond, presto meus sentimentos pela passagem de Dilma Jane… mãe da presidenta Dilma. Força, Coração Valente! #DilmaJanePresente”, escreveu, também no Twitter, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

Até as 11h45 deste sábado não haviam sido divulgados o local e o horário do velório e do sepultamento de Dilma Jane.

 

* Da Rede Brasil Atual