Brasileiros fazem panelaço contra Bolsonaro, mídia diz que ele não governa mais, mas tudo não sai de dados políticos sem propósitos concretos diante de um caos em que estamos todos juntos, mas que, sem sombra de dúvida, os pobres sofrerão muito mais.
Não há qualquer sentido de favelas no Rio estarem sem água, ao mesmo tempo em que bancos públicos destinam verbas bilionárias para empresas e agronegócios, fortalecendo os caixas dos ricos.
Disparidades como essa promoverão uma mortandade inimaginável nas favelas e periferias do Brasil se a própria sociedade não tiver consciência da dor do outro e não exigir imediata atenção a um país onde a medicina é essencialmente elitista e tem um presidente que, além de não ter a menor condição moral e comportamental de governar, expulsou do país, assim que eleito, 11 mil médicos cubanos, os mesmos que cobriam de assistência médica e de humanidade milhões de brasileiros de áreas carentes tanto de grandes e pequenas cidades quanto de lugares longínquos Brasil afora, além de uma bomba relógio prestes a explodir com a falta de saneamento básico e de água nas favelas do Rio de Janeiro.
Se os pobres nunca puderam exercer seus direitos, agora os veremos, em massa, perderem a vida em função da pandemia que assola o mundo.
Brasília tem conseguido, com sucesso, estabelecer ações públicas de combate ao coronavírus, porque lá está o poder, mostrando que isso faz toda a diferença diante de um inferno como esse que o Brasil como um todo vive, mas para os favelados, o inferno está dois andares acima. É preciso melhorar muito as condições atuais dos moradores das favelas e periferias dos grandes centros para que eles vivam ao menos o inferno da pandemia.
Essas são as questões centrais para entender as do preconceito, do racismo e da discriminação, herdadas de um pensamento escravocrata que, nos dias que correm, trarão, com todas as letras, o exame do descaso humano produzido pelo sentimento civilizatório.
A cada momento que passa, lugares com uma concentração demográfica intensa como as favelas do Rio, por exemplo, sem um mínimo de chance de combate à pandemia do coronavírus, por falta de água, correm o risco de sofrerem um massacre, uma devastação sem precedentes na história da humanidade, se nada for feito.
Bolsonaro segue alheio à pandemia do coronavírus, mas não aos ricos. A eles foram destinados recursos de R$ 10 bilhões através dos planos de saúde.
O governo Bolsonaro destinou recursos financeiros aos seguintes segmentos:
Empresas terão acesso a 88 bilhões (49,4%), o agronegócio a R$ 30 bilhões (16,9%) e outros R$ 30 bilhões serão disponiblizados para a aquisição de outras instituições financeiras. Outros R$ 24 bilhões (13,4%) serão colocados à disposição de pessoas físicas e R$ 6 bilhões (3,4%) para hospitais, estados e municípios.
Aonde ficam os moradores de favelas, miseráveis e moradores de rua e mais uma dezena de milhões de brasileiros miseráveis nessa conta de Bolsonaro e Guedes? Não há lugar nenhum na cabeça desses monstros que caiba um mínimo de compaixão pelos pobres, sejam eles idosos, jovens ou crianças.
E se a sociedade civil organizada não fizer nada contra isso, tudo o que se vê na Itália, na Espanha e na China, junto, parecerá uma Disneylândia perto do inferno ao quadrado que o Brasil assistirá, atingindo sobretudo às populações mais vulneráveis e que mais precisam da proteção do Estado que, friamente, insiste em negar em prol dos milionários e das classes economicamente dominantes.
Em novembro de 2011, o capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano Magalhães da Nóbrega comandava uma operação noturna com o objetivo de desmontar um acampamento criado por traficantes em um trecho da Floresta da Tijuca localizado entre as favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul do Rio.
Não era fácil caminhar por aquelas matas. As trilhas foram criadas por ex-soldados do Exército que possuem treinamento de sobrevivência em selva e acabaram cooptados pelas facções criminosas.
“Passamos horas caminhando em meio à mata quando vi o capitão Adriano surgir do nada. Ele parecia um fantasma, todo de preto, com o rosto coberto por uma balaclava [espécie de gorro que vai do topo da cabeça ao pescoço] e óculos de visão noturna. Se quisesse teria nos tocaiado, sem dificuldade”, afirmou ao UOL um oficial da Polícia Militar do Rio de Janeiro que participou daquela operação.
Todos sabíamos de histórias do envolvimento dele com a contravenção. No fundo, a gente tinha medo dele. O cara parecia um psicopata. Diziam que ele gostava de matar com faca, mas nunca o vi matar ninguém.
As declarações revelam a mistura de admiração e temor que muitos policiais fluminenses demonstram ainda hoje pelo “Capitão Adriano”. O Ministério Público do Rio denunciou o ex-PM por comandar uma milícia na zona oeste do Rio e o chamado “Escritório do Crime”, grupo de matadores de aluguel que tem como clientes preferenciais chefes do jogo do bicho carioca.
Há suspeitas de que membros do Escritório do Crime estejam envolvidos no atentado que resultou nas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
Capitão Adriano estava foragido desde o dia 22 de janeiro de 2019. Mais de um ano depois, em 9 de fevereiro de 2020, o ex-PM foi localizado e morto em um confronto com forças de segurança da Bahia.
Expulso da PM
Capitão Adriano entrou para a PM fluminense no ano de 1996. Quatro anos depois, concluiu o curso de operações especiais do Bope.
Na corporação, fez amizade com Fabrício de Queiroz, que trabalhou como assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando este foi deputado estadual. Anos depois, Queiroz indicou a mãe e a mulher de Capitão Adriano para trabalhar no gabinete do filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Adriano chegou a ser homenageado por Flávio Bolsonaro com a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa. Era o ano de 2005, e ele estava preso sob acusação de cometer homicídio.
Nessa mesma época, o ex-“caveira” (membro do Bope) começou a atuar como segurança para familiares do falecido bicheiro Valdomiro Paes Garcia, o Maninho. No serviço irregular, que resultou em sua expulsão da PM decidida pela Justiça do Rio no ano de 2014, ele se envolveu na disputa fratricida pelo espólio do contraventor.
De acordo com testemunhos incluídos nos autos da investigação interna conduzida pela PM do Rio, obtidos pelo UOL, Capitão Adriano participou de ao menos oito homicídios entre os anos de 2006 e 2009, a mando do contraventor José Luiz de Barros Lopes. Conhecido como Zé Personal, ele era casado com uma filha de Maninho.
“Em geral, as vítimas desses assassinos têm alguma relação com o crime e a Polícia faz vista grossa. Adriano não é o primeiro a prestar esse tipo de serviço. Outros policiais já fizeram o mesmo e praticamente todos tiveram o mesmo fim: a morte”, afirmou um delegado da Polícia Civil do Rio, que pediu para não ser identificado.
Um bom matador é sempre útil. E Adriano é um dos melhores, talvez o melhor atualmente. Delegado de Polícia Civil do Rio a respeito de Capitão Adriano.
A ficha de serviços mostra que Capitão Adriano recebeu treinamento de elite durante sua trajetória como PM. Entre os cursos em que se formou, estão os de sniper (atirador de elite), operações táticas especiais e segurança especial para autoridades.
Em 2001, Adriano Magalhães da Nóbrega concluiu curso de sniper em São Paulo.
Aficionado por armas e horas na “deep web”
Os relatos ouvidos pela reportagem e documentos de seu processo de expulsão da PM classificam Capitão Adriano como “caçador de gente”. Ele pode passar dias isolado em meio à Floresta da Tijuca ou, em busca de aprimoramento, horas em chats na chamada “deep web” (sites que não estejam indexados em mecanismos de buscas). É descrito como um aficionado por armas, equipamentos tecnológicos, treinamentos militares e jogos com simulações de combates.
“Os equipamentos dele eram pessoais, ele sempre aparecia com alguma novidade tecnológica. Foi com ele que vi pela primeira vez um bloqueador de sinal, hoje chamado de misturador, que impede o funcionamento de celulares ou GPS. Ele tinha comprado num site na internet”, diz o oficial da PM.
Mesmo um assassino altamente capacitado pode errar, como revelou às autoridades o pecuarista Rogério Mesquita, homem de confiança de Maninho e também envolvido na disputa pelo espólio do bicheiro. No começo de 2007, Zé Personal havia decidido matar Guaracy Paes Falcão, o Guará. Vice-presidente da escola de samba Salgueiro e primo de Maninho, Guará era visto como um rival pelo controle de pontos de jogos da organização criminosa. Ele incumbiu o Capitão Adriano de executar a tarefa.
Na primeira tentativa de matá-lo, o ex-caveira e seus comparsas seguiram um carro semelhante ao de Guará, um Peugeot preto. Em certo trecho da estrada Grajaú-Jacarepaguá, interceptaram e dispararam contra o veiculo. Só então os assassinos perceberam que se equivocaram e um casal foi morto por engano. O capitão havia “feito merda”, como afirmou Zé Personal.
O segundo atentado atingiu o “alvo certo”. Na madrugada de 14 de fevereiro de 2007, Guará deixou a quadra da Salgueiro, na zona norte do Rio, em direção à sua casa em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. No banco de carona estava a sua mulher, Simone Moujarkian, 35, destaque da escola de samba. A viagem foi interrompida em frente à unidade do supermercado Guanabara, no bairro de Andaraí, quando os assassinos interceptaram o carro. Os atiradores acertaram 15 tiros de fuzil no Peugeot. Três disparos acertaram Guará; outros dois, Simone. Eles morreram no local.
Rogério Mesquita chegou a acusar Capitão Adriano de tentar assassiná-lo. O ex-PM foi absolvido pela Justiça por falta de provas. Em 24 de janeiro de 2009, o pecuarista foi morto a tiros a cerca de cem metros da Praia de Ipanema. Zé Personal teve o mesmo fim: em 17 de setembro de 2011, morreu quando frequentava um centro espírita na Praça Seca, na zona oeste do Rio.
Na cadeia, homenageado: “dedicação e brilhantismo”
O primeiro caso de homicídio cometido pelo Capitão Adriano que veio a público foi registrado no ano de 2004. Um flanelinha que havia denunciado um esquema de extorsão praticado por PMs foi morto a tiros dentro de uma favela do Rio. Adriano chegou a ser condenado na primeira instância, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou a sentença.
Foi durante esta época na cadeia que ele foi homenageado por Flávio Bolsonaro. De acordo com o então deputado estadual, o PM merecia ter a honraria por, entre outras razões, ter êxito ao prender 12 “marginais” no morro da Coroa, no centro, além de apreender diversos armamentos e 90 trouxinhas de maconha. Para Flavio, Adriano desenvolvia.
Um advogado que o defendeu nesse caso revelou ao UOL suas impressões ao encontrar o ex-caveira quando estava detido pelo crime em um batalhão da PM.
“Quando cheguei ele estava no dormitório, limpando um fuzil e uma pistola. As duas armas estavam desmontadas sobre uma mesa. Adriano lubrificava e secava com uma flanela cada peça. Era como se estivesse cuidando de um animal de estimação. Mal olhou nos meus olhos enquanto eu sugeria uma linha de defesa.”
Não parecia preocupado em momento algum, disse o defensor. Em meia hora ele terminou de limpar e montar as duas armas. “Me olhou num instante e disse que ninguém iria depor contra ele.”
“Esse cara era só mais um vagabundo, ligado ao tráfico”, disse ele ao advogado.
Adriano não faz a linha falastrão. O cara fala pouco, mas observa tudo à volta. É visível que ele não confia em ninguém ou em quase ninguém.
“Só o vi falar bastante num dia em que relembrava um treinamento de selva que fez no Exército. Ele se gabava que havia crescido no mato, que desde garoto se embrenhava na floresta e não teve dificuldade quando foi largado na mata sem comida e água”.
Adriano é chamado de “patrãozão” pelos milicianos
A trajetória de assassino pago por contraventores a chefe de milícia, após ser expulso da PM, pode ser considerada um “evolução” do Capitão Adriano no mundo do crime. A denúncia da Operações Intocáveis, que descreve como funciona o grupo paramilitar Escritório do Crime, revela o apreço que ele tem pelo silêncio.
“Cioso destacar o fato de o denunciado Adriano não falar ao telefone, bem como, delegar aos seus asseclas o gerenciamento dos negócios ilícitos provenientes das atividades criminosas desempenhadas pela organização criminosa, evitando assim qualquer tipo exposição”, afirma o MP do Rio.
Na denúncia, os promotores mostram como a milícia domina os bairros de Rio das Pedras, Muzema e seus arredores na zona oeste do Rio. Capitão Adriano é chamado de “patrãozão” pelos milicianos.
O grupo criminoso arrecada dinheiro com a extorsão de moradores e comerciantes da região, cobrando taxas referentes a “serviços” prestados, como segurança. Age também no ramo da agiotagem e detém o monopólio da venda do gás de cozinha, entre outras atividades.
A renda proveniente dessas ações criminosas financia os empreendimentos imobiliários ilegais na região. No último dia 12, dois prédios construídos de forma irregular desmoronaram na Muzema. Vinte e quatro pessoas morreram.
“Adriano prestava serviços também para empresários, políticos e até integrantes do Judiciário. Chega uma hora em que esses matadores querem rivalizar com os patrões. É aí que são mortos e substituídos por outros”, diz o delegado de polícia ouvido pelo UOL.
O ex-capitão [Adriano] sabe bem disso, sabe que hoje a vida dele vale pouco. Afinal, ele é um arquivo. Sabe muita coisa de gente importante.
O cachimbo é mesmo um grande inimigo dos hipócritas. Uma hora o gaiato cochila e o cachimbo cai.
E foi exatamente isso que ocorreu com Bial tentando ser genérico e engraçadinho para atacar o documentário Democracia em Vertigem que, lógico, ataca frontalmente a narrativa que a Globo vendeu ao país, mas que está sendo desmentida nos grandes meios de comunicação de todo o mundo pelo documentário indicado ao Oscar.
Bial começa seu ataque ao Democracia em Vertigem com as seguintes observações: “Eu dei muita risada. É um “non sequitur” (expressão em latim para “não se segue”) atrás do outro. Tira conclusão de que algo leva a outro sem a menor relação causal. O filme vai contando as coisas num pé com bunda danado – avaliou. – Uma narração miada, insuportável, ela (Petra) fica chorando o filme inteiro”
Bial foi Bial, não disse rigorosamente nada sobre o conteúdo do documentário. Apenas atacou a produção sem apontar de fato o que está errado na narrativa.
Pior, Bial, o eterno bebezão playboy, disse na mesma entrevista da Rádio Gaúcha que: “É um filme de uma menina dizendo para mamãe dela que fez tudo direitinho, que ela está ali cumprindo as ordens e a inspiração de mamãe, somos da esquerda, somos bons, não fizemos nada, não temos que fazer autocrítica. Foram os maus do mercado, essa gente feia, homens brancos que nos machucaram e nos tiraram do poder, porque o PT sempre foi maravilhoso e Lula é incrível”
Aqui também ele nada fala do conteúdo e parte para a agressão gratuita a Petra, mostrando o quanto a indicação ao Oscar está fazendo a direita reacionária, que Bial sempre foi, espumar seu ódio.
Pois bem, mas quando Bial fala em “homens brancos” é uma clara negação do racismo vigente no país.
Na verdade, ele reproduz o discurso de Bolsonaro no Clube Hebraica durante a campanha eleitoral, quando Bolsonaro, além de atacar os índios, tratou os negros Quilombolas como se fossem animais e disse que visitou um quilombo e que o “afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”
Não só isso, o seu escolhido para assumir a Fundação Palmares, Sérgio Nascimento de Camargo, disse que “A escravidão foi benéfica para os negros”
Quando Bial ironiza o racismo, ele fala como se não tivéssemos uma elite branca extremamente racista e se junta a ela para negar o racismo com sua fala marota, estalando o verniz que sempre marcou sua personalidade fútil na Globo, negando o extermínio que ocorre nas favelas e periferias contra jovens negros, que se intensificou com a chegada de Bolsonaro ao poder, além é claro da segregação secular que os negros sofrem no Brasil. Daí seu ataque também ao movimento negro, como fez Sérgio Nascimento.
Sua fala em defesa de Regina Duarte, nem vale comentar, afinal o sujeito foi o pela saco escolhido por Roberto Marinho para escrever sua “biografia”
Por que os tais fundamentalistas evangélicos do Congresso, que têm uma bancada poderosa, não criam um projeto que proíba a publicidade da bebida alcoólica presente no cotidiano dos brasileiros e que traz resultados nefastos ao conjunto da sociedade? Simplesmente porque a bebida alcoólica consagrou, por exemplo, um milionário como Jorge Paulo Lemann como o brasileiro mais rico do país.
Então, quem manda nesse processo não é o fundamentalismo religioso e nem o julgamento de valor da vida dos fieis, a grande virtude dessa gente está na expansão dos lucros que as igrejas neopentecostais impõem como uma dinâmica de mercado religioso.
Por isso o atual governo brasileiro adotou o mesmo discurso da bancada evangélica aceitando participar dos ganhos dessa gente, estruturando o preconceito para carregar de tinta o discurso da purificação privatizada.
Não são poucos os desempregados que buscam respaldo na ideia de que um sacrifício a mais facilitaria sua vida, ou seja, fortalecer o mercado da fé com doações inconsequentes abriria as portas dos templos e o caminho direto do homem com Deus, sem casar um qualquer, o tratamento de Deus para as suas aflições seria negado através das lideranças religiosas.
Isso, numa democracia de mercado, é perfeitamente cabível, principalmente num quadro de degradação institucional em que o país vive. É bom não esquecer que o grande bum dos templos evangélicos se deu no governo FHC, que quebrou o Brasil três vezes em oito anos, gerando uma nação de desempregados, o que reflete hoje numa bancada extremamente poderosa no Congresso. Os interesses dos líderes neopentecostais neste momento são dois , não deixar que a juventude, através da educação, afaste-se das igrejas evangélicas, como ocorreu nas décadas de 1960 e 1970, com a igreja católica, subordinando a política a um projeto de cerceamento do pensamento para que a natural dispersão não ocorra e a expansão de seus negócios nas camadas mais pobres da população.
Esse é um dos grandes problemas que precisam ser acrescentados a esse debate. Quanto mais a juventude avança na educação, mais distância mantém das religiões.
Logicamente que, como nas periferias e favelas a educação ainda é muito precária, somada à dificuldade de sobrevivência de negros e pobres nesse mesmo ambiente, que já é por si só segregacionista, os espertões, picaretas, vigaristas da fé encontram suas presas mais facilmente. É só observar que os evangélicos caminharam muito pouco ou quase nada nas classes média e alta.
Então, qualquer pensamento que leve a uma educação universalizada, o elemento religioso, do ponto de vista comercial, vai tentar interferir para respaldar a busca por um campo que está sendo perdido pelos templos do dinheiro.
Desconsiderar esse fato, é um erro, sobretudo num país com uma desigualdade tão gritante e com figuras como Edir Macedo, Malafaia, RR Soares, entre outros, que acabam sendo hoje muito mais líderes políticos do que religiosos no atual processo da política nacional.
Por isso, se o assunto não for examinado com a devida precisão, a violência do dinheiro, somado à violência da informação que por si só já dificulta a condução de um esclarecimento maior da sociedade, tornarão, junto com os picaretas da fé, um obstáculo não só para a floração do pensamento, mas também uma contribuição para a manutenção do cativeiro religioso que os fundamentalistas da ganância religiosa impõem ao país.
Não é à toa que as religiões de matrizes africanas têm cada vez mais sido alvo dos picaretas evangélicos localizados, na imensa maioria dos casos, em lugares mais pobres, elas acabam sendo uma barreira de contenção da expansão política e financeira desses vigaristas da fé, já que perdem a cada dia fieis jovens e não conseguem avançar sobre as classes economicamente dominantes.