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Como Israel vem usando vídeos pagos para negar fome em Gaza

País investe milhões em vídeos de propaganda para negar fome na Faixa de Gaza ou desacreditar agências da ONU

Uma investigação do Eurovision News Spotlight (rede investigativa de verificação de fatos do qual faz parte a redação DW Fact Check) revelou que Israel vem veiculando campanhas publicitárias no YouTube e na plataforma X para desacreditar agências da ONU e contestar conclusões de órgãos de fiscalização internacionalmente reconhecidos.

Essas campanhas internacionais pagas visam a opinião pública em partes da Europa e da América do Norte. Um documento do governo mostra que pelo menos 42 milhões de euros foram gastos em campanhas publicitárias em plataformas como YouTube e X desde meados de junho de 2025.

Esses esforços fazem parte de uma estratégia mais ampla conhecida como Hasbara, um termo hebraico que pode ser traduzido como “explicar” e é usado para descrever os esforços para promover a imagem de Israel no exterior.

Em 22 de agosto, mesmo dia da publicação da avaliação do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, um organismo da ONU) que indica uma situação de fome em grande parte da Faixa de Gaza, a Agência de Publicidade do Governo de Israel (Lapam, em hebreu) lançou uma campanha negando a escassez de alimentos no enclave palestino.

Dois vídeos foram promovidos por meio de anúncios pagos no canal oficial do Ministério do Exterior de Israel no YouTube, que tem um selo de verificado. Os vídeos mostram mercados repletos de comida e restaurantes servindo refeições, supostamente filmados em Gaza durante julho e agosto de 2025. Eles apresentam texto na tela e uma narração gerada por IA, que termina com a declaração “há comida em Gaza, qualquer outra alegação é mentira.”

Esses vídeos foram visualizados mais de 18 milhões de vezes e publicados em inglês, italiano, alemão e polonês.

Anúncios segmentados
De acordo com a Central de Transparência de Anúncios do Google, anúncios no YouTube podem ser segmentados por gênero, idade e região. Israel visou espectadores na Alemanha, Áustria, Itália, Polônia, Reino Unido e Estados Unidos, de acordo com o Google.

Restaurante aberto não é prova de que não haja fome
A DW Fact Check analisou um dos vídeos e rastreou os clipes originais até as contas em redes sociais dos restaurantes apresentados (aqui estão alguns exemplos). A maioria dos vídeos foi publicada em junho e julho de 2025. No entanto, a presença de restaurantes abertos não desmente a existência de fome.

Vários restaurantes reclamaram de escassez de suprimentos, de inflação e de fechamentos temporários.

A DW Fact Check entrou em contato com todos os restaurantes e cafés apresentados no vídeo. Por exemplo, o Estkana Cafe, no bairro de Rimal, na Cidade de Gaza, confirmou fechamentos frequentes devido à falta de alimentos básicos.

Os responsáveis disseram que sacos de farinha de tamanho comum de supermercado estavam sendo vendidos pelo equivalente a centenas de euros, mas os preços variavam dependendo do dia e da situação geral do abastecimento no território. Os itens do cardápio do café no final de agosto incluíam um waffle de Nutella que custava cerca de 25 euros (cerca de R$ 160), e uma pequena sobremesa com nozes e chocolate tinha preço semelhante.

Outro restaurante, o O2, na Cidade de Gaza, publicou seu cardápio em seus stories do Instagram em 3 de setembro, com os preços. Um crepe de Nutella custava cerca de 12 euros (cerca de R$ 75).

Relatos confirmam preços elevados
A jornalista Riham Abu Aita, cofundadora da plataforma palestina de checagem de fatos Kashif, confirmou os altos preços durante suas sessões de treinamento em Gaza, de abril a julho. “Compramos um quilo de açúcar por 250 shekels [cerca de R$ 410]. Um pedaço de pão com um pedaço de falafel custava 30 shekels [cerca de R$ 50] na época”, disse à DW.

No final de julho, um vídeo publicado por veículos como o The Jerusalem Post mostrou uma barraca de vegetais em Gaza, gerando ceticismo em relação às alegações de fome. A DW entrevistou o jornalista palestino Majdi Fathi, que fez a filmagem, e ele confirmou a autenticidade dela. Mas ele ressalvou que esses vegetais e frutas são muito caros. “A maioria das pessoas em Gaza não tem condições de comprá-los”, disse.

Abu Aita acrescenta que nem todas as áreas de Gaza sofrem da mesma forma. “Se houver um cerco numa cidade, talvez seja possível encontrar comida em outra”, diz. Mesmo assim, os preços são extremamente altos, afirma.

A DW Fact Check conclui que os vídeos promovidos pelo Ministério do Exterior de Israel são enganosos. Embora haja alimentos disponíveis em algumas áreas, eles são escassos ou inacessíveis em outras.

Há evidências de que a fome (fase 5 do CPI) está ocorrendo atualmente na província de Gaza e a previsão é de que se espalhe para Deir al-Balah e Khan Younis até o fim de setembro.

Os vídeos de propaganda negando a fome não foram divulgados apenas no YouTube, mas também em muitos outros canais israelenses em diversas plataformas e em vários idiomas europeus.

A DW Fact Check contatou a Embaixada de Israel em Berlim sobre a campanha publicitária que nega a fome em Gaza. A embaixada respondeu referindo-se a uma publicação do Ministério do Exterior na rede social X que reitera a afirmação de que “não há fome em Gaza”. A embaixada também compartilhou um documento que teria sido enviado ao IPC para contestar suas conclusões.

Anúncio patrocinado têm como alvo o IPC
A DW Fact Check também descobriu um link patrocinado que aparece no topo dos resultados de busca do Google para usuários que pesquisam “IPC famine” (IPC fome). O link leva a uma página do governo israelense que contesta a metodologia do IPC e o acusa de usar dados não representativos.

Ela afirma que “a declaração foi emitida não apenas sem evidências que a justificassem de acordo com os próprios critérios do IPC, mas também com base em dados parciais ou não representativos – principalmente uma suposta violação do limite de desnutrição aguda apresentada como justificativa principal.” O IPC negou essas alegações e afirmou que seus padrões permanecem inalterados.

Esse tipo de publicação patrocinada também pode ser facilmente direcionado a usuários específicos que buscam informações específicas, de acordo com as informações da Central de Transparência de Anúncios do Google. O Google não respondeu aos questionamentos da DW Fact Check sobre a campanha publicitária de Israel.

Desinformação de ambos os lados
O coordenador de verificação de fatos do Observatório Europeu de Mídia Digital, Tommaso Canetta, diz que há um objetivo claro por trás da propaganda e da desinformação israelenses disseminadas em vários idiomas europeus.

“A ideia geral é conquistar a simpatia da opinião pública ocidental na Europa e também nos Estados Unidos”, diz em entrevista à DW Fact Check. “Israel enfrenta um risco sem precedentes de isolamento dentro da comunidade internacional.”

Segundo Canetta, o reconhecimento do Estado palestino por cada vez mais países é “uma enorme derrota diplomática” para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O especialista observa que o lado palestino também está disseminando ativamente desinformação, mas ressalva que “está claro que, neste momento, estamos vendo mais desinformação vindo do lado pró-Israel.”

Mídia israelense dá o tom das campanhas
A DW Fact Check também conversou com o jornalista Oren Persico, do The Seventh Eye, um conhecido blog de mídia em Israel dedicado ao jornalismo e à liberdade de imprensa. Persico afirma que a agenda de Israel é dar a impressão de que não há fome generalizada em Gaza: “Somos os mocinhos, ou somos as vítimas, e não tentamos ferir nenhum civil de propósito.”

Ele criticou a negação da fome como “antijornalismo”, afirmando: “O fato de haver um, dois ou dez supermercados com prateleiras lotadas não significa que, a 10 quilômetros de distância, as pessoas não estejam dentro de casa, sem poder sair em segurança e sem comida.”

Ele diz que a cobertura da mídia israelense dá o tom das campanhas internacionais: “Enquanto houver reféns em Gaza, é fácil para os israelenses se verem como vítimas. Essa é a linha principal.”

Em 7 de outubro de 2023, o grupo islâmico palestino Hamas lançou um ataque mortal a Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e levando cerca de 250 como reféns para Gaza. Quarenta e oito pessoas permanecem reféns, das quais 20 estariam vivas.

Em resposta, Israel iniciou uma campanha militar em Gaza que resultou na morte de mais de 60 mil pessoas, segundo dados de autoridades de saúde palestinas. Quase um terço das vítimas teria menos de 18 anos.

A pressão internacional sobre Israel aumentou. Especialistas da ONU, pelo menos duas ONGs israelenses e a Associação Internacional de Acadêmicos de Genocídio descreveram a escala das mortes como genocida. Israel nega veementemente essas acusações.

Enquanto isso, o que a Organização Mundial da Saúde chama de fome provocada pela ação humana continua a evoluir. Apesar das crescentes necessidades humanitárias, Israel mantém seu bloqueio à ajuda humanitária e as operações militares persistem, de acordo com relatórios das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias.

O grupo de jornalismo investigativo é composto por jornalistas das seguintes organizações de mídia de serviço público: BR24 (Alemanha), ORF (Áustria), DW (Alemanha), VRT (Bélgica) e EBU (Suíça).

*Opera Mundi


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Vídeo: Rabino israelense afirma que todas as crianças de Gaza devem morrer de fome

As declarações do rabino Ronen Shaulov foram compartilhadas pela FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil.

Um discurso de teor abertamente genocida feito pelo rabino israelense Ronen Shaulov tem causado forte repúdio nas redes sociais. O religioso afirmou que “todas as crianças de Gaza devem morrer de fome”, justificando a declaração ao dizer que elas “são futuros terroristas” e que “não podemos deixar rastro deles. Sem misericórdia!”.

As declarações do rabino têm sido compartilhadas nas redes sociais por várias entidades internacionais, entre elas a FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil e provocaram uma onda de críticas por incitação ao ódio, apologia ao genocídio e desumanização de civis palestinos, em especial crianças.

Ronen Shaulov é um rabino muito conhecido em Israel por seu alcance entre fiéis e por sua atuação em comunidades religiosas.

Contexto de crise humanitária
A fala de Ronen Shaulov ocorre em meio ao agravamento da situação humanitária na Faixa de Gaza, que enfrenta escassez severa de alimentos, medicamentos e energia após meses de conflito. De acordo com a ONU, milhares de crianças estão em risco iminente de morte por desnutrição na região, que sofre com bloqueios e bombardeios constantes.

Veja, mas segura o estômago:

*FEPAL


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The Guardian: como Israel está matando os palestinos de fome em Gaza?

Segundo jornal, governo israelense calcula quantas calorias cada habitante precisa para se manter vivo no enclave e dificulta entrada de comida

O governo de Israel tem calculado quantas calorias são necessárias para que um palestino se mantenha vivo na Faixa de Gaza, conforme relatou uma reportagem do The Guardian publicada nesta quinta-feira (31/07). “Os palestinos não podem sair, a guerra acabou com a agricultura e Israel proibiu a pesca, então praticamente todas as calorias que sua população ingere devem ser trazidas de fora”, disse o jornal britânico. “Israel sabe quanta comida é necessária.”

Revela-se que a fome como “arma de guerra” não é um projeto recente, uma vez que, a agência de Coordenação de Atividades Governamentais de Israel nos Territórios Palestinos, a COGAT, do Ministério da Defesa, responsável pelo fluxo dos embarques de ajuda humanitária no enclave, há muitos anos calculava o volume de comida necessário para cada palestino. O órgão divulgou um estudo, com data de 2008, de que cada residente precisa de um mínimo de 2.279 kcal por dia para sobreviver. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantia calculada pelo regime sionista é o nível teto para evitar a desnutrição dos habitantes de Gaza.

Estas 2.279 kcal relatadas pela COGAT poderiam ser fornecidas por meio de 1,836 kg de alimento. Entretanto, atualmente, as organizações humanitárias estão pedindo uma quantidade mínima para os cidadãos em Gaza: 62 mil toneladas métricas de alimentos para atender ao menos 2,1 milhões de pessoas por mês, ou seja, cerca de 1 kg de comida por pessoa por dia.

Embora Tel Aviv negue a existência de fome em Gaza, como disse recentemente Netanyahu – em afirmação que foi rebatida inclusive pelo seu maior aliado, Donald Trump – os dados compilados pela própria COGAT contradizem o premiê e evidenciam a desnutrição da população no enclave: entre março e junho, Israel permitiu que apenas 56 mil toneladas de alimentos entrassem no território, ou seja, menos de um quarto das necessidades mínimas de Gaza para esse período.

Nos meses de março e abril, logo após a violação do cessar-fogo com o Hamas, a Palestina estava sob cerco total do regime sionista. Em meados de maio, o premiê israelense, pressionado pela comunidade internacional, disse que os embarques seriam reiniciados parcialmente. De acordo com a ONU, apenas em janeiro e fevereiro, que foi o período em que vigorou o cessar-fogo e expandiu o acesso humanitário, foram fornecidas calorias suficientes para os habitantes.

“No entanto, em maio, apenas um fio de comida voltou, em quantidades que serviram apenas para retardar a queda de Gaza na fome, não para detê-la”, disse o The Guardian. Em julho, a fome tomou proporções no enclave, hospitais locais passaram a registrar mortes por inanição e circularam pelo mundo imagens de crianças desnutridas, o que provocou mais uma reação global, incluindo indignação de líderes mundiais.

Pressionado novamente, Netanyahu prometeu uma ajuda “mínima” e liberou a entrada de mais caminhões humanitários e possibilitou lançamentos aéreos com suprimentos básicos – embora o paraquedismo em alimentos seja caro e até mortal, uma vez que, no ano passado, pelo menos cinco pessoas morreram afogadas tentando recuperar alimentos que caíram no mar.

Segundo os dados fornecidos por Israel, até o momento, 104 voos forneceram o equivalente a apenas quatro dias de comida para Gaza por um custo de dezenas de milhões de dólares.

“Eles permitem que Israel e seus aliados enquadrem a fome como uma catástrofe causada pela logística, não uma crise criada pela política do Estado”, afirmou o The Guardian. Nesta sexta-feira (01/08), o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 154 mortes por fome, sendo 89 das vítimas crianças.

*Opera Mundi


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Gaza: jornalista relata como Israel transformou centros de ajuda em armadilha mortal

Cerca de 70 mil palestinos têm apenas 10 minutos para pegar entre 300 e 400 pacotes de suprimentos disponíveis; finalizado esse tempo, os soldados abrem fogo contra a multidão

O uso da fome como arma de guerra de Israel na Faixa de Gaza, denunciado por mais de 100 ONGs nesta quarta-feira (23/07), soma-se aos brutais ataques das forças israelenses contra a população civil que busca alimentos nos centros de ajuda controlados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês).

De acordo com a Assessoria de Imprensa do Governo da Faixa de Gaza, desde 27 de maio, 995 pessoas foram mortas e mais de 6 mil ficaram feridas em ataques israelenses nos falsos centros de distribuição de ajuda, controlados pela GFH, que assumiu o controle das distribuições, substituindo o sistema humanitário liderado pelas Nações Unidas.

Em relato contundente, postado pela jornalista Inés El-Hajj na plataforma X, o jornalista Motasem A Dalloul, que está em Gaza, conta como se dá a distribuição dos alimentos, considerada ‘armadilha mortal’ pela ONU, nestes locais.

Armadilha mortal
“Regularmente, a GHF publica o cronograma de distribuição no Facebook. A cada vez, cerca de 60.000 a 70.000 palestinos convergem para o local designado. Alto-falantes anunciam que quando a luz verde acende, as pessoas têm apenas 10 minutos para pegar entre 300 e 400 pacotes de ajuda, embora muitos dos suprimentos essenciais, como farinha, açúcar e sal, sejam arrebatados primeiro por gangues e colaboradores”, relata o jornalista.

“Após a janela de 10 minutos, a luz fica amarela, sinalizando que restam apenas 5 minutos para fugir antes que metralhadoras automáticas abram fogo indiscriminadamente contra qualquer um que ainda esteja na área”, complementa Dalloul.

Ele conta que essas zonas de distribuição são espaços abertos e áridos cercados por altos montes de areia. “Existem quatro desses pontos no sul de Gaza e, em alguns casos, as pessoas devem caminhar até 40 quilômetros apenas para alcançá-los”.

Como destaca a jornalista Inés El-Hajj em sua postagem, “o GHF criou a ‘área dos Jogos Vorazes’, eles brincam com as vidas dos palestinos como se não valessem nada”.

Ouça o depoimento:

https://twitter.com/i/status/1947424977268920403

Bloqueio
Enquanto isso, conforme denunciam mais de 100 entidades humanitárias, “nos arredores de Gaza, em armazéns – e até mesmo dentro da própria Gaza – toneladas de alimentos, água potável, suprimentos médicos, itens de abrigo e combustível permanecem intocados, com organizações humanitárias impedidas de acessá-los ou entregá-los”.

“Médicos relatam taxas recordes de desnutrição aguda, especialmente entre crianças e idosos. Doenças como diarreia aquosa aguda estão se espalhando, mercados estão vazios, lixo está se acumulando e adultos estão desmaiando nas ruas de fome e desidratação. As distribuições em Gaza chegam a apenas 28 caminhões por dia, longe do suficiente para mais de dois milhões de pessoas, muitas das quais estão há semanas sem assistência”, afirmam em nota.

A GHF é atualmente presidida pelo líder evangélico Johnnie Moore, conselheiro de Donald Trump para assuntos inter-religiosos e membro da Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional. Ele assumiu o cargo em junho deste ano, após a renúncia de Jake Wood, ex-fuzileiro naval dos EUA, que declarou que não poderia garantir a independência da fundação em relação aos interesses israelenses.

*Opera Mundi


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Israel mata 42 pessoas em Gaza nesta manhã; a fome segue dizimando palestinos

Principais jornais, no entanto, destacam a morte de dois funcionários da embaixada israelense em Washington.

Apenas na manhã desta quarta-feira (22/05), 42 palestinos foram mortos pelas forças militares de Israel, em meio aos ataques que ganharam escala após o anúncio do plano de “controle total” do território, pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

Apesar do elevado número de mortes e da catástrofe humanitária em curso, nesta quarta-feira, os principais jornais internacionais estampam como manchete a morte, lamentável, de dois funcionários da embaixada israelense em Washington, Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, após um evento no Museu Judaico em Washington. Eles foram baleados por Elias Rodriguez que, destacam os jornais, teria gritado ‘Palestina Livre!’ após o disparo.

As manchetes vinham num crescente de condenação a Israel, em particular, após os “tiros de advertência” dados por soldados israelenses nesta quarta-feira contra uma delegação de diplomatas estrangeiros, organizada pela Autoridade Palestina em Jenin, na Cisjordânia.

Na noite passada, 25 palestinos foram detidos na região, segundo a Sociedade de Prisioneiros Palestinos (PPS). Entre outubro de 2023 e abril de 2025, o número de presos políticos palestinos dobrou na Cisjordânia, passando de 5.250 para quase 10.000.

A reação internacional contra o genocídio em Gaza ganhou fôlego após o anúncio da ONU de que 14 mil bebês morreriam em 48 horas se não entrasse ajuda humanitária no território. O Reino Unido suspendeu as negociações sobre um acordo de livre-comércio com Israel; e a União Europeia, com o apoio de 17 Estados-membros, reavaliou o seu acordo de associação com o país.

Ajuda humanitária
Após a pressão internacional, Israel flexibilizou o brutal bloqueio de ajuda humanitária que mantém, desde 2 de março, contra a população palestina. Nesta quarta-feira, as Nações Unidas confirmaram a chegada de ajuda humanitária e de suprimentos, como farinha, água e materiais médicos, na Faixa de Gaza.

Israel havia anunciado que permitiria a entrada de 100 caminhões a partir desta quarta-feira, após a liberação de 93 veículos na terça e dez na segunda. No entanto, as cargas permaneceram bloqueadas e só foram liberadas na noite de ontem, após ficarem presas em Kerem Shalom, um terminal de caminhões israelenses e veículos palestinos.

Segundo a assessoria de imprensa local, 87 caminhões entraram no território.

Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, avalia, porém, que a ajuda humanitária que “finalmente” começou a chegar “não é nem de longe suficiente para atender às necessidades” da população, que enfrenta fome extrema e destruição generalizada. Antes da guerra, aproximadamente 500 caminhões com ajuda entravam diariamente em Gaza.

Mais de 53 mil palestinos foram mortos pelo governo de Israel.

*Com Opera Mundi

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ONU: Israel pode matar 14 mil bebês em 48 horas em Gaza por falta de alimento

A ONU alertou que cerca de 14 mil bebês em Gaza correm risco de morte nas próximas 48 horas devido à falta de alimentos, causada por um bloqueio imposto por Israel desde 2 de março de 2025.

Tom Fletcher, chefe de ajuda humanitária da ONU, informou à BBC que, embora cinco caminhões com suprimentos tenham entrado em Gaza na segunda-feira (19/05), isso é insuficiente, descrevendo a quantidade como “uma gota no oceano”.

A ONU estima esse número com base em avaliações de equipes em centros médicos e escolas, apesar de muitos terem sido mortos.

Os monstros de Israel, sob pressão internacional, permitiram uma quantidade mínima de ajuda, mas a ONU exige mais acesso para evitar uma catástrofe humanitária.

Moradores relatam fome extrema, com falta de itens básicos como pão, arroz e legumes.

Quem chama isso de conflito ou mesmo guerra e não genocídio é cínico e frio.

O Estado sionista de Israel se comporta como a Alemanha nazista e por isso mesmo está promovendo um holocausto palestino, tendo as crianças e bebês como alvos estratégicos de sua política de limpeza étnica em Gaza.

Panorama do horror
A situação de desnutrição em Gaza é extremamente grave, com relatórios recentes indicando uma crise humanitária extrema e monstruosa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras fontes, pelo menos 57 crianças morreram devido à desnutrição aguda em Gaza, com um aumento significativo de casos, especialmente no norte da região, onde 1 em cada 3 crianças menores de 2 anos sofre de desnutrição aguda.

A fome assassina, imposta por Israel na região, atinge níveis críticos, com 96% da população enfrentando escassez alimentar aguda, e cerca de 495 mil pessoas em situação de fome extrema.

O bloqueio brutal de ajuda humanitária, incluindo alimentos, medicamentos e combustível agrava a crise, com relatos de suprimentos acumulados nas fronteiras, enquanto crianças procuram comida no lixo e morrem de inanição.

A UNICEF destaca que quase 3 mil crianças estão em risco de morte por desnutrição, com apenas dois centros de estabilização nutricional funcionando.

Hospitais estão sobrecarregados, e mães desnutridas enfrentam dificuldades para amamentar, enquanto a falta de água, higiene e assistência médica aumenta o risco de doenças.

Embora a fome generalizada ainda não tenha sido oficialmente declarada, especialistas alertam que ela é iminente sem uma intervenção urgente, como o aumento do acesso humanitário e um cessar-fogo.

É uma “catástrofe” para crianças, com impactos que podem afetar gerações inteiras, incluindo problemas de saúde permanentes para sobreviventes.

Organizações, como a ONU e a UNICEF, pedem ação imediata, incluindo o fim do bloqueio e a garantia de acesso seguro para ajuda humanitária.
Os cachorros loucos de Israel que são piores que os nazistas, querem dizimar prioritariamente bebês e crianças.

Soldados do exército terrorista de Israel matam uma criança a cada 10 minutos em Gaza, alerta ONU.

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OMS denuncia Israel: “Estamos matando as crianças de Gaza de fome”

Após dois meses de bloqueio, fome e sede atingem 2,4 milhões de pessoas. Para o diretor Mike Ryan situação em Gaza é “uma abominação”; ONU alerta para catástrofe humanitária

A Faixa de Gaza está à beira do colapso — e Israel tem responsabilidade direta, denunciam autoridades internacionais. Na última quinta-feira (1º/5), Michael Ryan, diretor-geral adjunto do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi incisivo ao dizer a jornalistas que “estamos destroçando o corpo e a alma das crianças de Gaza. Estamos matando as crianças de fome. Se não agirmos, seremos cúmplices do que ocorre diante dos nossos olhos”.

Israel bloqueia há dois meses toda entrada de alimentos, medicamentos e combustível no enclave, agravando um quadro de fome generalizada que já atinge 2,4 milhões de pessoas. A justificativa do governo israelense é pressionar o Hamas para que libertem 58 reféns, dos 251 ainda detidos desde 7 de outubro de 2023. Porém, os efeitos atingem de forma desproporcional a população civil, especialmente as crianças, diz o Vermelho.

Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, “2 milhões de pessoas estão sofrendo enquanto 116 mil toneladas de alimentos estão bloqueadas na fronteira, a poucos minutos de distância”. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) declarou que suas últimas reservas acabaram no final de abril, obrigando o fechamento de 25 padarias e cozinhas populares que atendiam metade da população — ainda assim fornecendo apenas 25% das necessidades alimentares diárias. Sem comida, sem combustível e sem água potável, os palestinos agora buscam itens para queimar e cozinhar, enquanto os preços dos alimentos dispararam em 1.400%.

Um massacre de crianças

Desde a retomada da ofensiva israelense, em 18 de março, quase 500 crianças palestinas foram mortas, informou o Hamas. Só nas últimas semanas, 1.350 civis morreram em Gaza, elevando o saldo total do conflito a mais de 50 mil mortos desde outubro, segundo números locais. A Defesa Civil de Gaza relatou que, em apenas um dia, 19 civis, sendo a maioria mulheres e crianças, foram mortos em bombardeios israelenses no norte do território.

A ONU denuncia uma situação inédita de catástrofe humanitária. O bloqueio imposto por Israel já é o mais longo da história recente de Gaza, com cerca de 4 mil caminhões de ajuda humanitária parados, impedidos de entrar. “O nível atual de desnutrição está causando um colapso na imunidade”, alertou Ryan. Ele reforçou que doenças como pneumonia e meningite estão em alta, matando os mais vulneráveis.

Israel insiste que há comida suficiente no território e acusa o Hamas de desviar a ajuda, algo que o grupo nega veementemente. Além disso, o governo Netanyahu anunciou planos para expandir a ofensiva militar genocida, com o objetivo de “conquistar Gaza” e, segundo palavras do próprio premiê, promover a “saída voluntária dos habitantes”, um plano inspirado nas propostas de Donald Trump de transformar Gaza em uma espécie de “Riviera do Oriente Médio”.

Entre territórios e vidas humanas

As críticas internacionais aumentam, não apenas pelas ações militares, mas também pela dimensão das mortes civis. Para o Fórum de Famílias de Reféns, que reúne parentes dos sequestrados israelenses, o governo de Netanyahu “está escolhendo território em vez de reféns, contrariando a vontade de mais de 70% da população israelense”.

Organizações humanitárias alertam: mais de 1 milhão de crianças em Gaza estão em risco iminente de morte ou sequelas irreversíveis por desnutrição severa. Sem entrada imediata de ajuda, essas mortes serão diretamente atribuídas às decisões políticas do governo israelense.

Enquanto o gabinete de segurança de Israel anuncia expansão militar e recrutamento de reservistas, comunidades inteiras em Gaza enfrentam o apagamento completo com milhares de famílias dizimadas, crianças enterradas sob escombros, escolas e hospitais destruídos.

“Como médico, estou furioso. É uma abominação”, enfatizou Ryan. “Devemos nos perguntar: quanto sangue é suficiente para satisfazer os objetivos políticos de ambos os lados?”

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Com ações de genocídio de Israel, mais de dois milhões de palestinos em Gaza podem morrer de fome

Crise humanitária se agrava com bloqueio total imposto por Israel, impedindo a entrada de alimentos, remédios e combustível.

A crise humanitária na Faixa de Gaza atinge níveis alarmantes, com mais de dois milhões de palestinos em necessidade extrema de alimentos e produtos essenciais. A denúncia foi feita pela emissora Al Jazeera neste sábado (9), destacando que 2,3 milhões de pessoas enfrentam uma escassez crítica de comida, medicamentos e suprimentos básicos devido ao bloqueio total imposto por Israel às entregas humanitárias na região.

De acordo com a emissora, além da falta de mantimentos, a situação se agrava pela interrupção no fornecimento de combustível, essencial para a geração de energia e o aquecimento das residências. Nos últimos sete dias, não houve qualquer entrega de combustível a Gaza, aprofundando ainda mais as dificuldades enfrentadas pela população.

Sem recursos para reconstrução e sem meios de subsistência, moradores da Faixa de Gaza recorrem a materiais encontrados entre os escombros para tentar erguer abrigos improvisados. “Eles buscam qualquer material disponível nos destroços”, reportou a Al Jazeera, evidenciando a precariedade extrema vivida pelos palestinos sob o cerco israelense.

A crise em Gaza se intensificou nos últimos meses com os ataques israelenses e a total obstrução das rotas humanitárias. Organizações internacionais alertam para o risco iminente de fome em larga escala e para o colapso dos serviços médicos, diante da escassez de insumos básicos e da destruição de hospitais e infraestruturas essenciais.

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A lembrança macabra do governo fascista do psicopata Bolsonaro

Desemprego, fome, desamparo, desesperança, colapso ambiental, racismo, misoginia, homofobia, desinformação, fanatismo e iniquidade.
Isso no barato.

Bolsonaro assassinou mais de 700 mil brasileiros por Covid, sabotando a vacinação, de forma fria e calculada, em busca da propina de um dólar por vacina, como denunciou a CPI do genocídio.

Na verdade, esse pulha só chegou ao poder em 2018 por uma fraude criminosa que teve com o parceiro Sergio Moro.

Na troca da cabeça de Lula que venceria esse trapo moral, Moro, outro vigarista recebeu um ministério para iniciar sua carreira política funesta.
Os dois deveriam estar presos.

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FED, o BC dos EUA, telegrafa a Trump, suas fórmulas de gestão não passam de generalidades

Para desespero de Trump, o FED jogou água fria na fogueira fumacenta do troglodita. .

Lógico, deixou claro que o potencial de suas ações para a economia do país, é zero.

Daí a manutenção dos juros, em caixa alta.

Ou seja, o remédio de Trump para a sonhada volta à “América Grande” é só para uso veterinário.
A diarreia aguda, que Trump chama de “ações” com DNA nazista, não melhora em nada a economia americana.

Um capitalismo, que não para de capotar, não terá solução com as ideias neofascistas do bolostrô.

O desarranjo neoliberal deve ser enfrentado de forma responsável e realista.

Não é a maquiagem bufônica do titã da carochinha, invertendo a ordem natural da economia, que inocentará a lambança globalizada que o próprio império pariu.

O que Trump tirou da cartola para lidar com a crise do capitalismo só produzirá desemprego, fome, desamparo, desesperança, colapso ambiental, científico e cultural.

Trazer de volta as milícias do racismo, da xenofobia, da misoginia, da homofobia, da desinformação, do fanatismo e do obscurantismo, só vai piorar a vida do povo norte-americano.