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‘Fogo amigo’ matou 20 soldados israelenses em Gaza

Ao menos 13 militares foram mortos por serem confundidos com soldados do Hamas; outros sete morreram em acidentes das próprias forças de Israel.

A estimativa é de que 13 militares israelenses foram mortos por serem confundidos com soldados do Hamas. Outros sete morreram em acidentes das próprias forças, alguns envolvendo veículos blindados, segundo o jornal Haaretz.

As mortes dos militares por “fogo amigo” ocorreu devido a erros de identificação em ataques aéreos, bombardeios de tanques e tiros. Um soldado, por exemplo, foi morto por tiros que não tinham a intenção de atingi-los, e outros em incidentes envolvendo veículos blindados atropelando tropas. De acordo com o jornal, ainda dois soldados foram mortos por estilhaços de explosivos detonados pelas forças israelenses.

Em comunicados, as IDF avaliaram que uma série de razões levaram às mortes, como problemas de comunicação entre as forças, o cansaço dos soldados e o não cumprimento dos regulamentos.

Outros 582 soldados israelenses ficaram feridos na incursão militar terrestre – incluindo 133 com feridas graves, 218 moderadamente e 231 levemente, de acordo com dados das IDF de segunda-feira (11/12).

A violência aumentou na Palestina após o início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza – Tel Aviv ocupa a Cisjordânia desde a Guerra Árabe-Israelense de 1967. A cidade de Jenin e o seu campo de refugiados têm sido alvos de repetidos ataques israelenses, com dezenas de pessoas mortas este ano, incluindo mulheres e crianças.

*Opera Mundi

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Irã adverte que a região pode explodir se os ataques a Gaza continuarem

O diplomata iraniano protestou contra o veto dos EUA ao cessar-fogo.

O ministro das Relações Exteriores do Irã alertou que a região poderia explodir a qualquer momento se os ataques israelenses contra Gaza não forem interrompidos imediatamente, informa o canal iraniano HispanTV.

“O alcance da guerra na região se ampliou, e se os ataques contra Gaza não forem interrompidos imediatamente, existe a possibilidade de que a região exploda a qualquer momento e todas as partes percam o controle”, advertiu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hosein Amir Abdolahian, em uma conversa telefônica realizada nesta segunda-feira (11) com seu homólogo chinês, Wang Yi.

O diplomata iraniano expressou seu descontentamento com o recente veto dos Estados Unidos a uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) sobre um cessar-fogo em Gaza, diz o 247.

“Infelizmente, a parte dos Estados Unidos não compreende o perigo de uma maior expansão da guerra. A vida de seu aliado, [Benjamin] Netanyahu, depende unicamente da continuação da guerra e do genocídio. A situação na região não seguirá assim”, enfatizou o chefe da diplomacia iraniana, referindo-se à decisão do primeiro-ministro do regime israelense de prosseguir com a guerra em Gaza, apesar dos crescentes apelos internacionais para deter o derramamento de sangue dos palestinos.

O Irã criticou os Estados Unidos por vetar uma resolução que pede um cessar-fogo em Gaza e responsabilizou Washington por qualquer expansão do conflito.

Ao se referir aos esforços construtivos anteriores da China para promover a paz e a estabilidade na região, Amir Abdolahian instou Pequim a desempenhar um papel ativo para ajudar a deter a guerra.

“A segurança da região é importante para todos nós, e, nesse sentido, a República Islâmica do Irã realizou numerosas consultas com os países da zona”, destacou o ministro iraniano durante a ligação telefônica, na qual, além dos eventos em Gaza, os dois funcionários também discutiram as relações entre Teerã e Pequim.

Por sua vez, o ministro chinês das Relações Exteriores chinês lamentou o veto dos Estados Unidos à mencionada resolução e salientou que seu país dá importância à obtenção de um cessar-fogo e ao envio imediato de ajuda humanitária a Gaza.

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‘Completamente colapsado’, diz Médicos Sem Fronteiras sobre sistema de saúde em Gaza

Entidade denuncia limitação de ajuda humanitária pelos constantes ataques israelenses a palestinos e estradas de acesso; Israel tenta culpar ONU pelo ‘mau uso’ da passagem de Rafah para entrega de recursos.

“O sistema de saúde está completamente colapsado neste momento”, declarou Marie-Aure Perreaut, coordenadora de emergência do Médicos Sem Fronteiras (MSF), dentro do próprio Hospital Al-Aqsa, localizado no centro da Faixa de Gaza.

Com os incessantes ataques de Israel ao território palestino, a líder da entidade denunciou a limitação dos recursos necessários para o atendimento das vítimas e a impossibilidade de acompanhar o fluxo de entrada de feridos.

A intensa operação militar comandada pelas autoridades de Tel Aviv tem como justificativa “eliminar o Hamas‘. No entanto, a tese perdeu credibilidade uma vez que a maior parte das vítimas fatais são os próprios palestinos, incluindo crianças e mulheres inocentes. Nesse cenário, membros de equipes humanitárias também têm sido atingidos. Muitos, inclusive, chegaram a perder a vida.

“Além disso, é extremamente difícil para os colegas passarem pelo pronto-socorro porque são eles que estão feridos. Há cerca de uma hora, um dos nossos colegas chegou ao pronto-socorro gravemente ferido junto com sua família”, desabafou Perreaut, classificando a situação como “traumatizante”.

Um dos maiores problemas relatados pelo MSF com relação aos pacientes é a falta de acesso ao tratamento, uma vez que os centros de saúde estão sendo obrigados a evacuar e as estradas não são nada seguras para chegar às clínicas disponíveis.

Passagem de Kerem Shalom ‘deverá ser aberta’
O COGAT, órgão militar israelense responsável pela coordenação de assuntos civis palestinos, afirmou que a passagem da fronteira Karem Abu Salem (Kerem Shalom) entre Israel e Gaza “deverá ser aberta”.

O secretário de assuntos humanitários das Nações Unidas, Martin Griffiths, já havia adiantado a informação na última quinta-feira (07/12), na ocasião em que estava criticando a impossibilidade de uma operação humanitária efetiva no sul de Gaza, região gravemente atingida na fase mais recente da operação israelense.

“Não temos uma ‘operação humanitária’ no sul de Gaza. Não se pode chamar por esse nome. O ritmo do ataque militar no sul é uma repetição do ataque no norte”, declarou o representante.

Ao falar em “capacidades de realizar inspeções para a entrega de ajuda a Gaza”, o COGAT também manifestou duvidar da competência da ONU ao culpar o órgão internacional por não entregar ajuda suficiente aos palestinos por meio da passagem de Rafah, atualmente aberta, com o Egito.

“A ONU tem que fazer melhor”, disse o COGAT em publicação.

*Opera Mundi

 

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Com a acachapante derrota moral de Israel pelo genocídio em Gaza, o ódio mundial da direita perdeu muita musculatura

Pode-se sim dizer que aquela onda de ódio que varreu o planeta na última década e meia, está em avançada sarcopenia. Não há nessa afirmação qualquer simpleza, ingenuidade ou inconsciência. Aquela ação lenta, mas sistematizada na busca de envenenar as relações humanas, foi derrotada.

Como se formam as ondas de ódio.

Como moldar a alma de um povo cristalizado em uma tradição de paz em uma ilha de ódio e propagá-lo como se fosse algo espontâneo, já que é sabido que uma cultura não anda aos saltos, nem pra frente, nem pra trás? A resposta é: pela manipulação!

Vejam que interessante as interconexões do ódio, plantado estrategicamente pelo mesmo canal, o da grande mídia. Volta-se à farsa do mensalão que hipnotizou boa parte da sociedade brasileira, presa ao noticiário do JN. Boa parte da receita do ódio coletivo, foi exalada dali.

A Globo criou cada figurino, a seu modo e gosto, para dar funcionalidade em sua saga manipuladora na criação e no fomento da farsa do mensalão. Nunca apresentou provas de crimes dos membros do PT. Tudo foi feito com matéria cósmica, assim como formam as lendas mais prosaicas.

A mesma Globo serviu, durante décadas, como principal linha auxiliar do sionismo tropical em apoio a Israel em tudo. Isso impedia que fosse gerado debate na sociedade sobre a invasão dos sionistas nas terras palestinas. Mais que isso, a lendária terra prometida era exemplo no mundo.

O fato é que o Estado terrorista de Israel, até então, viveu de lendas velhacas milenares, cujo vulto assombrava o planeta e as próprias legiões de críticos de suas ações belicistas na Palestina. alheios a esses fatos, sionistas desfilavam arrogância de cabelos nas ventas.

A história agora é bem outra
Israel caiu do próprio galho e, de lambuja, ajudou a queimar ainda mais a imagem, já queimada, dos EUA.

No mesmo ritmo, toda a mídia ocidental, assim como a brasileira, que meteu essa mentira a seco na garganta dos povos, está com a credibilidade destruída.

Na verdade, Israel foi pego no contrapé, a sua tão propalada inteligência, não se preocupou com o óbvio, que é a revolução informacional da internet, que não respeita as fronteiras da mídia, francamente sionista.

E essa reação mundial, que assustou o Estado terrorista de Israel, está apenas começando com o azedo do refluxo.

Mas o que vem por aí, em termos de repúdio mundial, terá força suficiente para isolar Israel do resto do mundo e gerar uma tragédia econômica ao Estado terrorista.

A conferir.

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Quem se importará quando pouco ou nada mais restar de Gaza?

O calvário dos palestinos e a indiferença dos supremos sacerdotes.

Uma vez, no final dos anos 1980, em Hamburgo, durante uma entrevista coletiva, perguntei ao presidente do Banco Central da Alemanha sobre as chances dos países africanos se desenvolverem. Não lembro por quê, mas a África estava na moda naquela ocasião.

Ele me olhou surpreso, e respondeu? “África? A África não tem a menor importância. Próxima pergunta”. Tinha pressa, e dali a duas horas uma reunião com diretores do banco em Berlim. Não perderia tempo a conversar sobre o continente mais pobre do mundo.

Esta é uma das vantagens do mundo globalizado e digital: há mais de 60 dias conversamos sem cessar sobre a carnificina promovida por Israel na miserável e superpovoada Faixa de Gaza. O legítimo direito de Israel à defesa escalou para o ilegítimo direito ao massacre.

O show de cinismo dos líderes das principais potências mundiais é vergonhoso e dá asco. Ante o crescente número de palestinos mortos, cerca de 18 mil a essa altura, 70% deles mulheres e crianças, renovam a todo instante seu apoio a Israel, mas sugerem moderação.

Israel agradece o apoio e continua a matar inocentes onde quer que estejam a pretexto de que os terroristas do Hamas se escondem por trás deles. É como se dissesse: sinto muito, mas vou matá-lo porque na sua cidade, no seu bairro, no seu prédio pode haver terroristas.

No mesmo dia que orientou o embaixador do seu país no Conselho de Segurança da ONU a vetar mais uma resolução que pedia um novo cessar-fogo em Gaza, o presidente americano Joe Biden voltou a pedir a Israel que proteja os civis palestinos.

Como seus apelos repetidos dia sim e outro também esbarram em ouvidos moucos, porque Biden não suspende a venda de armas de destruição em massa a Israel? Não: Biden briga com o Congresso para que libere mais uma ajuda de 14 bilhões de dólares a Israel.

Assim caminha a desumanidade.

*Blog do Noblat

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Vídeo – Leandro Demori: Pessoas famintas na Palestina

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Quanto mais o mundo repudia o genocídio em Gaza, mais os terroristas de Israel atacam. Por quê?

Fora dos braços longos do sionismo no mundo, o terrorismo de Israel, pela primeira vez, não só não encontrou acolhimento na população mundial, como teve uma resposta dura dos povos de todo o planeta.

Todavia, isso parece que fustigou os cães do exército terrorista de Israel, porque, mesmo não sobrando quase edificação nenhuma e a morte de, aproximadamente, 16 mil palestinos, Netanyahu parece estar com sede de vingança de exterminar todo o planeta que se opõe a ele, com bombardeios sumários para que não fique nada, nem ninguém de pé na Palestina.

Uma monstruosidade como essa, vista praticamente in loco, via web, que inclui, entre as vítimas, muitos jornalistas executados a sangue frio pelo exército sionista, assim como funcionários da ONU, médicos e membros da Defesa Civil que sequer têm lugar para se refugiar, já que as instalações em Gaza foram dizimadas.

O que aqui é dito, está sendo amplamente relatado pelos órgãos de imprensa do mundo todo, até mesmo aquela imprensa que é parte do curral sionista, começa a denunciar as atrocidades que Israel vem perpetrando em Gaza, com cada dia mais violência sem que haja justificativa plausível para isso.

A questão é, aonde de fato Israel pretende chegar com esse banho de sangue? Porque, pagando para ver, mesmo diante do repúdio mundial, isso está claro, mas ninguém de fato sabe aonde tudo isso vai dar, se é que Israel terá como sair do enrosco que ele próprio se meteu com tanta violência e desumanidade.

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ONU invoca Artigo 99 e pressiona Conselho de Segurança para agir sobre ataques de Israel a Gaza

Rocio Paik*

Com intensificação da operação terrestre contra região palestina, secretário-geral António Guterres aciona ‘ferramenta mais poderosa’ do órgão pela primeira vez desde que assumiu o cargo.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, invocou o Artigo 99 da Carta da ONU sobre a situação na Faixa de Gaza.

A decisão desta quarta-feira (06/12) foi dirigida ao Conselho de Segurança, descrita como uma “medida constitucional dramática”, para exigir o início efetivo de uma atuação do órgão, uma vez que o conflito entre Israel e Palestina ameaça a paz e a segurança internacional.

Em publicação por rede social, Guterres fez o anúncio:

“Diante de um grave risco de colapso do sistema humanitário em Gaza, insto o Conselho a ajudar a evitar uma catástrofe humanitária e exijo a declaração de um cessar-fogo humanitário”.

“Acho que é sem dúvida a invocação mais importante”, classificou Dujarric aos jornalistas na sede da ONU, “na minha opinião, é a ferramenta mais poderosa que ele [o secretário-geral] possui”.

A carta foi enviada ao Presidente do Conselho de Segurança em Nova York na noite de quarta-feira (06/12).

Desde a intensificação do conflito entre Israel e Palestina, em 7 de outubro, e os incessantes ataques derivados da operação militar terrestre das forças de Tel Aviv na Faixa de Gaza, líderes da comunidade internacional têm pressionado para uma solução efetiva com relação à guerra. Após quatro tentativas falhas e faltas de consenso entre as nações, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução somente em meados de novembro mencionando “pausas humanitárias urgentes e prolongadas”.

Israel e Hamas chegaram a entrar em acordo de uma trégua humanitária, que teve a duração de uma semana, com troca de reféns entre ambas as partes e pausa nos ataques. No entanto, os combates recomeçaram no primeiro dia de dezembro, com uma intensidade ainda maior admitida pelo próprio comando israelense.

*Opera Mundi

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O custo moral que Israel e aliados pagarão pelo genocídio em Gaza é incalculável

Perguntaram a uma criança palestina “o que você quer ser quando crescer?” Ele respondeu: “Somos as únicas crianças que nunca crescem. Não posso ser nada porque sempre somos mortos antes de podermos crescer.”

A receita de vitimização que os sionistas usaram nos 75 anos de ocupação colonial na Palestina, desandou. Pior, sem caminho de volta.

Por mais que tentemos mensurar essa perda, será muito aquém.

O apoio institucional que Israel tem do Ocidente vai se esvair, na medida em que o ranço mundial contra o sionismo se ampliar. E vai se ampliar muito, não tenham dúvidas. Líder nenhum vai querer nadar contra a correnteza e isolará Israel, porque este será pressionado pela população.

Observa-se que, no Brasil, os sionistas têm tentáculos, sobretudo na mídia industrial que, se eram intransponíveis, agora não são.

A mesma receita é usada em todo o Ocidente e, por isso mesmo, há uma ideia de alinhamento automático com Israel, mas findou-se.

As gigantescas manifestações na Europa contra o genocídio em Gaza, dão a dimensão do esfarelamento moral que Israel sofre no coração dessas sociedades. As imagens de crianças mortas pelo Estado terrorista de Israel são horríveis e macabras. Ninguém quer se aliar a isso.

Todo o investimento de imagem que os sionistas fizeram nos 75 anos de ocupação na palestina para vender um Israel fantasiado, foi por água abaixo nessa enxurrada mundial de repúdio ao terrorismo sionista. Isso não cola mais nem com a melhor estratégia de marketing. É daí para pior.

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Lula chora ao falar de Gaza e volta a defender mudanças no Conselho de Segurança da ONU

Presidente criticou ‘insensibilidade dos governantes’ e afirmou que trégua seria antecipada se a resolução brasileira não fosse vetada, mas não lembrou que EUA foram responsáveis por único voto contrário.

“Às vezes tenho a impressão de que estamos deixando de ser humanistas, de que estamos abrindo mão da fraternidade, abrindo mão da solidariedade, esquecendo que o ser humano nasceu para viver em paz”, foram as palavras de Lula enquanto continha as lágrimas, durante a cerimônia de declaração conjunta de intenções e acordos com a Alemanha, em Berlim, nesta segunda-feira (04/12).

Atendendo a questionamentos da imprensa, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a se pronunciar a respeito do conflito entre Israel e Gaza, intensificado desde 7 de outubro, quando Hamas lançou a primeira ofensiva contra o território israelense.

Comparado às últimas declarações a respeito do cenário, concedidas em entrevista à emissora catari Al Jazeera, desta vez, seu discurso teve um tom mais passivo e emotivo. O líder derramou lágrimas quando mencionou a falta de “fraternidade” e “solidariedade” entre governantes, princípios tidos como básicos para o petista: “Sou de um país com uma grande comunidade judaica e árabe. E a gente fica em paz. É esse modelo de paz que gostaria que tivesse em Israel”.

Lula reforçou que a posição do Brasil é, primordialmente, do respeito à Carta das Nações Unidas, que consiste que “nenhum país tem o direito de invadir a integridade territorial do outro”.

‘Ser do Conselho de Segurança da ONU não é um privilégio de apenas cinco países’
Embora tenha confirmado ter conversado com pelo menos 12 líderes do mundo sobre o cenário na Faixa de Gaza e reforçado que todas os países devem respeitar integralmente as Nações Unidas, voltou a criticar o próprio sistema do órgão ao citar a resolução que o Brasil apresentou enquanto presidia o Conselho da ONU, no mês de outubro, mas que acabou sendo vetada:

“A ONU deveria intervir para que encontrasse uma solução. O Brasil era presidente do Conselho de Segurança, o Brasil apresentou uma proposta para que houvesse uma trégua humanitária, para que poupasse tempo, para que retirasse as crianças”, disse Lula, lembrando que a decisão apresentada pelo Itamaraty contou com 12 votos a favor, duas abstenções (Reino Unido e Rússia) e um voto contra, sendo este último dos Estados Unidos – um país com poder de veto.

“Quem sabe se tivesse votado na posição do Brasil teria tido uma trégua bem antes, morrido bem menos gente”, lamentou o presidente, sem citar diretamente os Estados Unidos, acrescentando que o órgão tem que “mudar sua representação” com a entrada de outras nações, como Alemanha, Japão, Índia, países da África e da América Latina.

“Ser do Conselho de Segurança da ONU não é um privilégio de apenas cinco países. A geopolítica de 1945 não é a geopolítica de 2023”, ressaltou Lula.

102 brasileiros na Faixa de Gaza
Lula lembrou que o Brasil logrou a repatriação de 34 brasileiros e afirmou brevemente que o país ainda está atrás de 102 cidadãos que permanecem na Faixa de Gaza.

Com relação a uma possível solução para a guerra, o líder voltou a defender a consolidação de duas nações: “Respeito a posição de cada país e continuo defendendo historicamente desde que assumi algum entendimento. Tenho certeza que a única solução é a consolidação de dois países para viver pacificamente e harmonicamente”.

O que na prática parece estar “longe do fim”, de acordo com o petista, uma vez que confirmou ter se reunido e discutido com autoridades israelenses e palestinas, mas que “parece que tem gente que não quer paz”.

Pelo fim do discurso, o presidente declarou que o conflito entre Israel e a Palestina será uma pauta discutida na reunião do G20: “A gente não pode abrir mão de assuntos assim”.

*Opera Mundi