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“Não é guerra, é genocídio”, reforça Lula sobre ação de Israel em Gaza

O presidente Lula participou do lançamento de um edital da Petrobras que vai investir R$ 250 milhões na cultura e voltou a falar de Israel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (23/2), do lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, edital destinado ao patrocínio de projetos na área de cultura, no Rio de Janeiro.

Durante o evento, o chefe do Executivo reafirmou que a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza é um genocídio e voltou a defender a criação do estado palestino.

“Da mesma forma que eu disse, quando estava preso, que não aceitava acordo para sair da cadeia porque eu não trocava a minha dignidade pela minha liberdade, quero dizer para vocês: ‘eu não troco minha dignidade pela falsidade’”, afirmou o presidente.

“E quero dizer para vocês que sou favorável à criação do estado palestino livre e soberano. Que possa esse estado palestino viver em harmonia com Israel. O que o governo de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”, defendeu.

Veja a fala do presidente:

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Opinião

A partir da denúncia de Lula, o genocídio em Gaza ganha outra dimensão no planeta, e os sionistas sabem disso

Agora, a cada ataque terrorista do exército genocida de Israel, o mundo se lembrará das palavras de Lula.

Daí, aquela reação estrambótica do chanceler boquirroto de Israel, até porque o que está no âmago da denúncia de Lula não é novidade para ninguém, que é a paz entre Israel e Palestina, porque sua primeira fala sobre o atual massacre, tinha como ponto central o cessar-fogo para que a população civil da Palestina, sobretudo mulheres e, principalmente, crianças, fossem poupados da barbárie sionista.

Por isso, a fala de Lula ecoa no mundo e deixa de orelha em pé os arquitetos da narrativa sionista que está cada dia mais puída, mas que, agira, Lula trouxe uma clareza corajosa e objetiva que nocauteia o discurso de autodefesa de Israel quando massacra uma população civil desarmada e totalmente inocente, confirmando que, o que se busca ali é a aniquilação total da população palestina para a ocupação do que restou desses 76 anos de colonialismo de Israel na região.

O que se afirma aqui, pode ser constatado na fala de um dos ficcionistas mais destacados do Brasil, professor Hoc, que opera em todos os espaços de mídia, analógica ou virtual, em parceria com André Lajst.

Na verdade, a fala do professor Hoc, no vídeo que segue abaixo, é uma confessa declaração de que os terroristas do Estado de Israel, sentiram. Isso está explicitamente dito com todas as letras pelo próprio Hoc.

Por que o que ele disse não é novidade? Porque, ao contrário de desimportância de Lula que eles querem vender na geopolítica global, eles sabem, mais do que ninguém, que a fala de Lula, no mundo, tem o peso dos maiores líderes mundiais.

Ou seja, não deixa de ser interessante essa fala do professor sionista, porque ela, não só não esconde o estrago que Lula fez na narrativa de Netanyahu e seus asseclas, como eles têm certeza absoluta de que não há como contestar o que por Lula foi dito no conteúdo real de sua declaração, que eles, inutilmente, tentaram criar uma cortina de fumaça histórica para ver se conseguiam, em vão, tirar o foco daquilo de mais importante que Lula denunciou ao mundo, que foi sim o genocídio perpetrado na Palestina pelo exército de Israel, principalmente contra as maiores vítimas que são as crianças, incluindo milhares de bebês.

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Política

Jeferson Miola: Lula balizou o debate mundial sobre o genocídio palestino

Lula é um dos raros estadistas da atualidade e um dos maiores líderes populares do mundo contemporâneo.

A voz do Lula tem enorme ressonância na geopolítica mundial. Além da respeitabilidade e autoridade política conquistadas na cena internacional, Lula é o chefe de Estado de um país com a relevância do Brasil que atualmente exerce a presidência rotativa do G20 e integra o grupo fundador dos BRICS.

A posição expressa por Lula, dando o nome real à tragédia terrível que vive o povo palestino, similar à vivida por judeus sob o nazismo de Hitler, se tornou uma baliza mundial sobre o extermínio do povo palestino.

Aliás, no veredito provisório de 26 de janeiro, a Corte Internacional de Justiça [CIJ] da ONU reconheceu as graves violações da Convenção sobre a prevenção e punição do crime de genocídio por parte de Israel – ou seja, confirmou o extermínio em curso.

Apesar da decisão da CIJ, os EUA e outros países mantiveram-se inertes diante do agravamento da situação.

É uma trágica ironia da história Israel desrespeitar a Convenção do direito internacional criada pelas Nações Unidas em 1948 justamente em resposta ao Holocausto de judeus pela Alemanha nazista.

Lula colocou no centro da agenda da ONU a responsabilidade ética de o mundo interromper urgentemente a matança israelense nos territórios palestinos, onde pelo menos uma criança palestina é exterminada a cada 13 minutos e outra é aleijada a cada 2 horas e meia.

Nenhum líder mundial, nem mesmo dos EUA e de Taiwan, caninos defensores de Israel, se solidarizaram com Bibi Netanyahu, o comandante-em-chefe da limpeza étnica, pela declaração do Lula.

E, por outro lado, a caracterização do Lula sobre a natureza do regime nazi-sionista não foi contestada por nenhum líder mundial, porque sabem que Lula tem razão.

Há um reconhecimento tácito da pertinência da denúncia do presidente brasileiro.

É inevitável a analogia relativa entre a realidade das vítimas de Netanyahu no Gueto de Rafah com a realidade dos judeus na Alemanha nazista dos anos 1933/1945.

É urgente a necessidade de intervenção para deter a fúria de Israel antes da “solução final”; ou seja, antes de se consumar o extermínio total dos palestinos.

Este é o significado do apelo humanitário feito por Lula, e que o Conselho de Segurança da ONU finalmente poderá escutar.

Pela primeira vez os EUA, depois de vetaram todas as resoluções anteriores de cessar-fogo na Faixa de Gaza, finalmente agora propuseram a medida. E também a proibição de Israel seguir a agressão terrestre em Rafah, que pode causar a carnificina de 1,5 milhão de palestinos.

A aprovação, nesta terça-feira, 20/2, da resolução do Conselho de Segurança da ONU, se confirmada, consagra a política externa brasileira e confirma o acerto da posição perseverantemente defendida por Lula.

Lula fincou uma baliza no debate mundial sobre a monstruosidade do governo israelense.

O mundo inteiro, até mesmo o grupo de governos cúmplices de Israel, tem consciência sobre os horrores nazi-sionistas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.

É urgente deter essa infâmia.

*Jeferson Miola/Viomundo

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Opinião

Assim como Lula, o planeta está do lado da Palestina, não de Israel de Netanyahu

Então, fica combinado, dizer que Israel é um Estado frio, assassino, cruel, terrorista, colonialista, racista, despudoramente ladrão, pode, o que não pode dizer é que ele promove o genocídio. Os sionistas patentearam esses termos, holocausto e genocídio.

Em última análise, é essa a bronca dos sionistas descarados e os disfarçados.

Não são poucos, no planeta, os judeus sérios, muitos, intelectuais que comparam sim o Israel de hoje com a Alemanha nazista; comparam sim, Netanyahu com Hitler, até porque são eles que acabam por ser as maiores vítimas do sionismo e toda a história de humanismo dos judeus é colocada de lado para que o mundo os enxerguem como querem os sionistas.

Nisso, há um nonsense total. A Alemanha, que massacrou os judeus, hoje apoia Israel, que massacram, sobretudo crianças e mulheres palestinas, Palestina esta que jamais fez qualquer mal a um único judeu antes de 1948.

Basta isso para se entender que rótulo é uma coisa, conteúdo, é outra completamente diferente, muitas vezes oposta ao que está estampado na propaganda.

Netanyahu, ao contrário de Lula, é do mesmo perfil frio, calculista e cretino que todos os piores e mais sanguinários ditadores da história da humanidade, tanto  que o próprio Netanyahu minimizou a culpa de Hitler pelo holocausto e resolveu culpar o povo palestino.

Essa comparação de Netanyahu, totalmente infundada, beira à absoluta falta de caráter do chefe supremo do sionismo israelense.

As multidões, que se erguem pelo planeta, exigindo o fim da carnificina em Gaza, dizem textualmente que Lula está corretíssimo, mais que isso, Lula já passou da hora de convocar o embaixador de Israel no Brasil para explicar que nome se dá aos atos terroristas de Israel que despedaçam crianças, de forma tão vil e covarde, que nós, à distância, muitas vezes nos acovardamos em ver as fotos.

Lula não disse nada que toda a humanidade já não venha denunciando, de forma muito mais dura, direta e definindo sim, como genocídio ou holocausto o que o exército terrorista de Israel está fazendo com o povo palestino, principalmente, crianças e mulheres.

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Opinião

A Conib precisa tomar um banho de realidade

O manifesto em prol do genocídio em Gaza, em que Israel já assassinou, até aqui, mais de 16 mil crianças e bebês, onde subcelebridades nativas, meteram o chamegão, merece nota, mas não as notinhas plantadas.

Essas notinhas publicadas em colunas sociais dos vassalos brasileiros ou das manchetes trôpegas dos barões da mídia, em prol da carnificina perpetrada pelos cães raivosos do exército terrorista de Israel, hoje, enfrentam uma outra realidade que só aumentará contra os sionistas.

A reação da União Europeia contra a arrogância do genocida-mor, Benjamin Netanyahu, sentenciando em “rede mundial” que o projeto de Israel é dominar militarmente, em cem por cento, o território palestino para que, em hipótese nenhuma, surja qualquer possibilidade  acordo que contemple os dois Estados, o de Israel e o da Palestina.

Diante dos olhos do mundo, o troço desceu quadrado, o que fez com que, pressionados pela população mundial, muitos chefes de Estados mudassem de posição, ou no mínimo, colocassem suas barbas de molho, tirando o apoio incondicional ao genocídio de Israel.

Ou seja, está acontecendo exatamente o que o grande intelectual, Milton Santos, escreveu em seu livro fundamental, “Por uma outra Globalização”, que mereceu a produção de um excelente documentário dirigido por Silvio Tendler. Isso torna ainda mais imbricado a compreensão do seu posicionamento pró-Israel diante do mar de sangue que os sionistas promovem na Palestina.

Ainda ontem, pude confirmar a força do que disse Milton Santos, com a sua clarividência sobre uma outra globalização que, há vinte anos, estava apenas começando, que é a globalização das pessoas, porque, pela primeira na história, as máquinas de produção, que sempre estiveram nas mãos dos países mais fortes e das classes dominantes, perdiam, através das novas tecnologias da informação, a hegemonia totalitária que sempre pautou os rumos do planeta, e sentencia o que já se começa a assistir agora, afirmando que, com a revolução informacional, as pessoas se aproximariam muito mais, não importando em que parte do mundo elas estejam.

Com isso, o sentimento humano por todo o mundo, formaria uma só pulsação contra as tiranias de toda a ordem, o que faria o mundo respirar um outro ar.

Pois bem, neste domingo (21) , deparei-me com duas crianças vendendo balas, e me ofereceram para comprar, respondi que não tinha dinheiro, somente cartão, quando a menina, na mesma passada do irmão, disse, mas a gente faz Pix, então, meio constrangido, disse, eu não sei fazer Pix e nem estava com o celular. Um olhou para o outro e começaram a rir, ou estavam me achando um grande mentiroso para justificar a negativa ou era de outro planeta.

Fico pensando que as multidões que estão indo às ruas no mundo todo contra Israel, só aumentarão, porque as imagens do genocídio em Gaza, sobretudo de crianças, correm todo o planeta.

E não há rede Globo, a mando da bolsonarista Conib, (Confederação Israelita do Brasil) dentro e fora do Brasil, com tantas congêneres que possam mudar essa realidade, principalmente porque as gerações que chegam, estão muito mais envolvidas e dominando cada vez mais rápido e melhor toda a tecnologia digital e, certamente, todos resistirão daqui por diante.

Trocando em miúdos, o que quero  dizer é que toda aquela calhordice colonial que Israel impôs à Palestina durante 76 anos, com o apoio e nutrição da grande mídia, é coisa do passado. O mundo já é outro e, com certeza, a cúpula sionista, mesmo com aquela arrogância, já deve ter entendido isso.

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Opinião

Em discurso que causa repulsa em qualquer ser humano, Netanyahu assume que o objetivo de Israel é exterminar palestinos e roubar-lhes as terras

A autoridade máxima do Estado terrorista de Israel, Benjamin Netanyahu, pôs na mesa as cartas para o fim do massacre na Palestina,, exterminar uma população inteira pra lhe tomar as terras.

Por ironia do destino ou da arrogância sionista, vem no mesmo dia em que a Conib, que não tem qualquer relevância no Brasil, para 99,9% dos brasileiros, usa empresários pelegos e sionistas contumazes para tentar emparedar Lula contra a posição do Brasil de apoiar a África do Sul na denúncia em Haia contra o genocídio promovido por Israel na Palestina.

A “honestidade” de Netanyahu, que antes aparecia vestido de tafetá, esbravejou sem rodeios ou censuras e, de forma sarcástica, foi direto ao ponto confirmando o que nunca foi segredo para ninguém. No entanto, enquanto avisa que o objetivo é roubar as terras e exterminar a população civil da Palestina, que já conta com mais de 16 mil crianças assassinadas, e não deixar pedra sobre pedra.

Assim, fica clara a hipocrisia ocidental que, histericamente, berrava contra um suposto ataque do Hamas, para justificar o apoio a Israel contra a Palestina. Ao menos essa gente admite que, sem biombos, apoia os neonazistas de Israel.

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Gideon Levy: se não é um genocídio em Gaza, então o que é?

Principal articulista do Haaretz supõe cenário em que Estado sionista sairá ileso da ação sul-africana por crime de genocídio e contra-argumenta declarações de Israel na Corte Internacional de Justiça.

Em um artigo de opinião publicado neste domingo (14/01) pelo jornal israelense Haaretz, o colunista Gideon Levy, também israelense, especulou com um possível cenário em que o Estado de Israel saia ileso do processo que enfrenta na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, no qual é acusado de o governo de Benjamin Netanyahu é acusado de cometer um genocídio contra os palestinos residentes na Faixa de Gaza.

“Suponhamos que a posição de Israel em Haia seja correta e justa, e que Israel não tenha cometido nenhum genocídio ou algo próximo disso. Então o que é isso? Como você chama o assassinato em massa, que continua enquanto estas linhas são escritas, sem discriminação, sem restrições, em uma escala difícil de imaginar?”, foram os questionamentos de Levy que introduziram o texto.

A coluna foi redigida poucos dias após o início das audiências em Haia. A África do Sul, como país denunciante, apresentou um dossiê de 84 páginas detalhando os desastres causados pelas ações dos militares israelenses em território palestino e pedindo aos juízes do mais alto tribunal da Organização das Nações Unidas (ONU) para que ordenem a suspensão imediata das operações militares na Faixa de Gaza.

No entanto, mesmo com a morte de ao menos, 25 mil palestinos, Israel rebateu as acusações, classificando-as de “panfleto” e alegando “distorção de conteúdo”.

Nesse sentido, o jornalista do Haaretz mencionou a situação das crianças hospitalizadas que perderam seus parentes, idosos que lutam contra a fome, deslocados que abandonam seus lares em busca de segurança.

“Israel respirará aliviado se o Tribunal rejeitar a acusação. Se isto não for um genocídio, a nossa consciência ficará limpa novamente. Se Haia entender que não está acontecendo um genocídio, seremos mais uma vez os mais morais do mundo”, afirmou Levy.

Ainda de acordo com o colunista, os veículos de comunicação e as redes sociais israelenses deixaram transparecer sua parcialidade ao elogiar a equipe jurídica que representou Tel Aviv em Haia. Um dos indícios é que, antes mesmo do início das audiências, os meios israelenses evitaram divulgar a posição e as denúncias apresentadas pela África do Sul.

Levy avalia que essa estratégia prova “mais uma vez” que os veículos israelenses ultrapassaram “o ponto mais baixo de todos os tempos”, em sua cobertura dos acontecimentos relacionados à guerra.

Gideon Levy: se não é um genocídio em Gaza, então o que é?
“Era difícil saber se ria ou chorava [em relação à defesa israelense]. Como quando argumentam que só o Hamas é o culpado pelas condições em Gaza e que Israel não tem participação nisso. Dizer isto a uma instituição internacional de prestígio é pôr em dúvida e insultar a inteligência dos seus juízes”, expressou o jornalista, criticando as justificativas que foram apresentadas por Malcolm Shaw, chefe da equipe de defesa de Israel, de que os ataques foram operados de forma “proporcional” e que tiveram como foco “apenas as forças armadas” situadas em Gaza.

“‘Apenas contra as forças armadas’, perto de multidões de crianças mortas? Do que ele está falando? ‘Fazer ligações para evacuar os não envolvidos’. Quem ainda tem um telefone em funcionamento em Gaza e exatamente para onde é que deveriam evacuar neste inferno onde não resta um único pedaço de terreno seguro?”, criticou o colunista.

O artigo também questiona o sistema jurídico israelense, uma vez que Shaw alegou que o mesmo ouvirá “os soldados” caso eles tenham “violado as leis que regem a guerra”. Nesse contexto, o Haaretz exemplifica a Operação Chumbo Fundido, uma ofensiva militar das Forças Armadas de Israel (IDF) em Gaza que ocorreu entre 2008 e 2009. Na ocasião, apenas quatro soldados foram indiciados por crimes e, entre eles, somente um foi enviado para a prisão, tendo como motivo o “roubo de cartão de crédito”. Já aqueles que bombardearam inocentes “nunca foram indiciados”.

Levy ainda acrescenta critica às declarações de Galit Rejwan, também da delegação israelense na Corte, que afirmou que as IDF trabalham na transferência de hospitais para “um local mais seguro”. No entanto, os relatos diários da imprensa e de autoridades locais comprovam que não existe “lugar seguro” no território palestino.

“É claro que nada disto prova que Israel cometeu genocídio. O tribunal decidirá isso. Mas é possível se sentir bem com tais argumentos na defesa? Se sentir bem depois da audiência em Haia? Se sentir bem depois de Gaza?”, conclui o colunista do Haaretz.

*Opera Mundi

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Entre 1904 e 1908, o Império Alemão conduziu o primeiro genocídio do século XX no território da Namíbia

Entre 1904 e 1908, o Império Alemão conduziu o primeiro genocídio do século XX no território da Namíbia. Os soldados alemães receberam ordens para matar e expulsar todos os nativos das etnias Herera e Nama — que resistiam ao roubo de suas terras pelos colonizadores.

Em quatro anos, a Alemanha exterminou 70% de todo o povo Herera e 50% do povo Nama. Após uma série de massacres brutais, os alemães afugentaram os nativos para os desertos de Kalahari e Namibe e os impediram de retornar ou avançar rumo às nações vizinhas, matando-os de fome e sede. Outra estratégia adotada foi o envenenamento dos poços e a destruição das fontes de alimento.

Os sobreviventes foram levados para campos de concentração. Lá, eles recebiam um número de identificação e eram usados como mão de obra escrava, sendo alugados para trabalhar para as empresas alemãs que operavam na África Meridional. Eram submetidos ao tratamento extremamente brutal. A taxa de letalidade em alguns campos de concentração era superior a 80%. Os prisioneiros também foram submetidos a experimentos científicos horrendos a fim de provar teses do supremacismo racial.

O chanceler alemão advertiu ao governo do país que as ações conduzidas na Namíbia eram “contrárias aos princípios cristãos e aos direitos humanos” e que iriam prejudicar a reputação internacional da Alemanha. O Império Alemão respondeu que não havia motivo para se preocupar e que os Hereros não estavam protegidos pela Convenção de Genebra sobre os direitos humanitários, uma vez que “não eram humanos de verdade, mas sub-humanos”.

Hitler não criou nada novo. Só aplicou a novos grupos étnicos o que a Alemanha já estava acostumada a fazer em suas colônias.

*Pensar História

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Cuba manifesta apoio a processo que acusa Israel de genocídio contra palestinos

País socialista é o quinto latino-americano a se somar à iniciativa, junto com Brasil, Bolívia, Colômbia e Venezuela; processo na Corte de Haia é liderado pela África do Sul e também conta com o respaldo de todos os 22 membros da Liga Árabe.

O governo de Cuba anunciou nesta quinta-feira (11/01) que apoia a denúncia apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ), pela qual se acusa o Estado de Israel de cometer um genocídio contra a população palestina residente na Faixa de Gaza, através da ofensiva militar iniciada em 7 de outubro passado.

Em comunicado elaborado pelo Ministério de Relações Exteriores e difundido pelo chanceler Bruno Rodríguez Parrilla através de suas redes sociais, o país socialista manifestou sua “profunda preocupação com a contínua escalada de violência por parte de Israel nos territórios palestinianos ilegalmente ocupados, em flagrante violação da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional, incluindo numerosas resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU)”.

“O Ministério condena veementemente, mais uma vez, os assassinatos de civis, especialmente mulheres, crianças e trabalhadores humanitários do sistema das Nações Unidas, bem como os bombardeamentos indiscriminados contra a população civil palestiniana e a destruição de casas, hospitais e infraestruturas civis”, acrescentou a nota.

Em outro trecho do comunicado, Cuba ressalta que “Israel continua agindo com total impunidade porque tem a proteção cúmplice dos Estados Unidos, que obstrui e veta repetidamente a ação do Conselho de Segurança, minando a paz, a segurança e a estabilidade no Médio Oriente e a nível mundial”.

Este último comentário faz alusão às diferentes resoluções rechaçadas nos últimos meses pelo principal órgão da ONU, uma delas apresentada pelo Brasil em outubro.

Prensa Latina
Apoio de Cuba se soma ao de dezenas de outros países que entregaram seu respaldo à iniciativa da África do Sul na CIJ contra Israel
Todas essas iniciativas, incluindo a brasileira, tiveram maioria de mais de três quartos dos votos entre os 15 membros do Conselho de Segurança, mas foram descartadas devido ao fato de que os Estados Unidos são um dos cinco países com poder de veto dentro dessa instância.

“A República de Cuba é Estado Parte na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio desde 1953 e, de acordo com os compromissos assumidos nesse âmbito, tem a obrigação de prevenir e punir o genocídio. Neste contexto, manifesta o seu apoio ao pedido da República da África do Sul para iniciar um processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em relação às violações por parte daquele país das suas obrigações ao abrigo da Convenção”, conclui o comunicado cubano.

Com essa declaração, Cuba se torna o quinto país da América Latina a expressar oficialmente seu apoio à ação sul-africana. Antes do país caribenho, também o fizeram nações como Brasil, Bolívia, Colômbia e Venezuela.

Dezenas de outras nações do mundo também respaldaram a ação movida por Pretória, incluindo todos os 22 dos membros da Liga Árabe (entre eles, a própria Palestina).

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‘Judeus de esquerda são perseguidos por criticar genocídio em Gaza’, afirma entidade

Comunicado da Articulação Judaica de Esquerda repudia assédio da Polícia Federal contra jornalista Breno Altman e lembra que investigação é fruto de pedido da Conib, ‘entidade representada pelo advogado da família Bolsonaro’.

A investigação da Polícia Federal (PF) contra o jornalista Breno Altman foi alvo de mais um comunicado de repúdio, desta vez da Articulação Judaica de Esquerda, que divulgou mensagem neste sábado (30/12) em solidariedade ao fundador de Opera Mundi.

Na nota, a entidade afirmou que considera a ação da PF como uma “tentativa de censura”, e acrescentou que esse tipo de situação afeta não somente Altman como outras pessoas da comunidade judaica no Brasil que expressão opiniões críticas ao governo de Israel.

Vale lembrar que a investigação contra Breno Altman é resultado de um pedido da Confederação Israelita Brasileira (Conib) para que sejam apagados os comentários feitos pelo jornalista em suas redes sociais com críticas ao sionismo e à ofensiva militar israelenses que já causou a morte de mais de 21 mil civis palestinos na Faixa de Gaza.

“Forças ultraconservadoras insatisfeitas com a repercussão das críticas de Breno Altman, um dos intelectuais judeus e de esquerda mais conhecidos no Brasil, desistiram de debater com suas ideias e agora tentam censurá-lo”, manifesta a Articulação Judaica de Esquerda.

*Opera Mundi