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Gilmar Mendes, em Harvard, enfurece bolha extremista ao desmascarar Bolsonaro

Ministro do STF falou sobre o que é o tal PL da anistia, que pretende perdoar extremistas, e explicação deixou claro qual será o destino de todos, inclusive do ex-presidente.

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal, participou nos últimos dias do evento Brazil Conference, em Harvard, nos EUA, e de lá deu uma declaração que desmascarou por completo Jair Bolsonaro e o furdunço instalado no país por conta do Projeto de Lei da anistia apresentado na Câmara dos Deputados, patrocinado por ele, que tem por finalidade perdoar os golpistas extremistas que participaram do fatídico 8 de janeiro de 2023.

Falando à reportagem da Folha de S.Paulo, Mendes foi direto e objetivo em relação à proposta, que segundo ele é uma espécie de manobra que disfarça uma outra intenção: a de livrar Bolsonaro da cadeia por sua tentativa de golpe de Estado, usando como desculpa o ato isolado ocorrido em 8 de janeiro, que foi apenas o ponto final da empreitada golpista.

“Aquilo que está se usando é o pretexto do 8 de janeiro para, na verdade, tentar anistiar aqueles que são os mentores do golpe e que tiveram agora a denúncia da procuradoria-geral da República recebida pela primeira turma”, disparou o magistrado do Supremo, referindo-se explicitamente ao ex-presidente e aos outros sete homens que eram seus principais e mais poderosos colaboradores, que figuram ao seu lado agora no banco dos réus para serem julgados como integrantes do chamado “núcleo crucial do golpe”.

Sobre eventuais mudanças nas penas dos golpistas de baixo clero já presos e condenados, que têm sido usadas também como pretexto, Mendes explicou o óbvio. Já há mecanismos legais para isso no Brasil e as pessoas podem pedir revisão e também receberem benefícios de progressão, assim como decisões mais favoráveis em razão de questões humanitárias. Nada disso precisa ser exigido por meio de uma lei de anistia.

“Eu não vejo sentido em nenhum processo de anistia e entendo que eventuais ajustes vão ser feitos no próprio contexto da progressão de regime ou mesmo análises que se façam de justificativas de prisões humanitárias nesses casos”, acrescentou ainda o ministro.

Nas redes sociais, a bolha de extrema direita que sustenta Bolsonaro e o bolsonarismo se enfureceu com Gilmar Mendes. Sempre repetitivos, eles afirmam que o magistrado não seria imparcial, não poderia “falar fora dos autos”, ou mesmo se manifestar sobre o assunto. Os ataques ao ministro se seguiram durante toda esta segunda-feira (14) nas caixas de comentários dos veículos que noticiavam sua declaração.

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Despenca a popularidade de Moro em uma semana

A pesquisa foi realizada pelo Atlas Pesquisa depois do início da divulgação das conversas secretas de Sergio Moro com Deltan Dallagnol e, desde então, a sua popularidade começa a despencar.

O primeiro pacote de divulgação do site The Intercept Brasil teve início no final da tarde de domingo (9) e a pesquisa que foi realizada entre segunda-feira (10) e terça-feira (11) fez a constatação de que Moro perdeu quase 10 pontos percentuais em sua aprovação que, antes, era de 60% e, agora é de 50,4%, isso somente essa semana.

Já a avaliação negativa do ex-juiz saltou de 31,8% para 38,6%, ou seja, 58% das pessoas ouvidas reprovaram a conduta de Sergio Moro.

O levantamento, feito online com 2.000 pessoas de todo o país (o resultado tem margem de erro de 2% para cima ou para baixo), mostra que 73,4% dos entrevistados tomaram conhecimento das conversas entre Moro e Dallagnol, divulgadas pelo Intercept.

Na contramão, uma outra pesquisa feita sobre a aprovação da prisão de Lula, foi constatado que esta despencou de de 57,9% para 49,4%  e o percentual dos contrários à condenação de Lula subiu de 33,10% para 38,4%.

A mudança de posição sobre Lula não pode ser atribuída apenas à publicação das reportagens do Intercept, mas é a primeira vez que a queda da rejeição a sua prisão se cristaliza nos resultados de um levantamento, observa Andrei Roman, phD em Ciência Política pela universidade de Harvard, e sócio da Atlas Político, ouvido pela jornalista Carla Jiménez, do El País. Para Roman, há uma mudança de qualidade na visão sobre Moro:

“Havia muitos ataques à figura do ministro Sergio Moro, mas nunca houve impacto em sua imagem. O mesmo vale para o ex-presidente Lula. Sempre houve mensagens de defesa, mas não havia impacto em sua avaliação. É um ponto de inflexão”.