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Análise cronológica das imagens mostra GSI atuando para retirada dos golpistas do Planalto

Ao serem analisadas cronologicamente, as imagens editadas pela CNN de câmeras do Palácio do Planalto no ato golpista de 8 de janeiro mostram, ao contrário do que informava a reportagem, uma tentativa de atuação de funcionários do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a retirada dos invasores.

Exceto o major do Exército, José Eduardo Natale de Paula Pereira, que aparece oferecendo água e cumprimentando diretamente os bolsonaristas e foi afastado do gabinete em janeiro, quando vistos minuto a minuto, na ordem cronológica, os agentes do GSI, na realidade, confrontam os invasores, e o ex-ministro do gabinete, Gonçalves Dias, só aparece no local após boa parte das invasões terem sido concluídas.

Ainda, as imagens que captam diretamente Dias mostram o ex-ministro indicando aos invasores a saída do terceiro andar do Palácio do Planalto, para que descessem às escadas e fossem reprimidos pela Polícia Militar no segundo andar do prédio.

O GGN listou, abaixo, minuto a minuto, a cronologia das imagens mostradas pela CNN:

A reportagem da CNN começa a mostrar trechos dos invasores, a partir das 14h55 do dia 8 de janeiro, de diversas câmeras do Palácio do Planalto.

Às 14h55, as câmaras efetivamente registram carros de apoio da polícia deixando uma das vias que dá acesso à Praça dos Três Poderes e, a partir dali, o recuo de um pequeno grupo de forças de segurança que formava um escudo.

Às 15h01, os invasores ocupam a via e invadem o estacionamento do Palácio do Planalto.

Às 15h03, aparece um funcionário reagindo e fechando a porta principal do Palácio do Planalto.

Às 15h06, ainda do lado de fora do Planalto, homens do GSI se deparam com a invasão dos bolsonaristas.

Às 15h10, homens do GSI saem do prédio do Palácio do Planalto para atuar do lado de fora, e supostamente impedir o ingresso dos invasores.

Às 15h13, de outra câmera, homens do GSI aparecem já reagindo à invasão, recolhendo mastros de bandeiras.

Às 15h19, em andar de cima, na sala do GSI, militares descem correndo pela escada.

Às 15h19, segundos depois, os homens do GSI correm no segundo andar do Planalto, recolhendo extintores.

Também às 15h19, invasores aparecem tentando usar elevadores, quando os homens do GSI os confrontam com os extintores.

Às 15h21, aparecem invasores já na sala do GSI.

Às 15h22, seguranças do GSI deixam o segundo andar e sobem.

Momentos depois, câmeras mostram mais invasores invadindo o Planalto (15h31), um bolsonarista quebra uma vidraça com um extintor (15h26) e bolsonaristas destruindo móveis do Palácio (15h32).

Às 15h33, um bolsonarista quebra o relógio histórico raro.

Às 15h36, a destruição em outra entrada do Planalto.

O militar que foi afastado do GSI
Às 15h57, chega o capitão do Exército, José Eduardo Natale de Paula Pereira, que era integrande do GSI e foi demitido em janeiro, cumprimenta os invasores às 15h58 e oferece água a eles.

Às 16h12, o relógio raro é novamente derrubado.

Às 16h28, o mesmo capitão do Exército que era do GSI tenta conter um dos vândalos. Em outras cenas, nas quais não aparece o horário, o militar não reage quando vê um bolsonarista pegando um extintor e cumprimenta os golpistas.

As imagens de Gonçalves Dias
Às 16h29, após toda a invasão dos bolsonaristas e a tentativa de uma reação, em parte frustrada, dos militares do GSI contra os invasores, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, aparece no terceiro andar, revisando o local.

Às 16h31, Dias indica a invasores a saída do terceiro andar do edifício, a deixarem os gabinetes. Ao contrário do que diz a reportagem, eles não são recomendados a deixar o prédio, mas descer do terceiro andar.

Às 16h34, em outras imagens de câmeras, funcionários do GSI aparecem descendo as escadas, com os invasores. Não há indícios de que estariam atuando em conjunto, apenas descendo também as escadas.

Já no segundo andar, para onde os invasores desceram, policiais militares devidamente armados estavam atuando e prendendo os bolsonaristas.

*GGN

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Bolsonarismo

Imagens comprovam que invasão em Brasília foi premeditada; Estadão identificou 88 golpistas

‘Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília’, disse uma extremista; outro, com nome de Bolsonaro no boné, orientou pichações no Supremo; mais de 1.500 foram presos após ataques contra STF, Congresso e Planalto

Estadão – Fotografias, vídeos e trocas de mensagens em grupos restritos comprovam que a invasão ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por extremistas foi um ato premeditado e organizado em seus detalhes, e não uma ação espontânea. Nos últimos dois dias, o Estadão analisou cerca de 26 horas de transmissões ao vivo, listas de passageiros de ônibus, postagens em redes sociais e centenas de imagens. O material deixa claro que os manifestantes foram para Brasília dispostos, efetivamente, a invadir as sedes dos três Poderes.

O Estadão identificou a participação de 88 pessoas nas invasões e depredações dos espaços públicos. A convocação para os atos já tinha um propósito golpista estabelecido: “Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília, nós vamos tomar o poder de assalto, o poder que nos pertence”, disse Ana Priscilla Azevedo, numa live realizada em 5 de janeiro, no acampamento bolsonarista montado no entorno do Quartel General do Exército, em Brasília. Não era um grito isolado. Mensagens de mesmo teor foram reforçadas em centenas de postagens produzidas por manifestantes, que também trataram de destacar o papel de liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a mobilização golpista.

Ana Priscila Azevedo

“Jair Messias Bolsonaro, você vai estar voltando para essa nação para continuar o seu governo”, disse o missionário Felício Quitito, ao invadir o plenário do Senado. Com a foto presidencial de Bolsonaro arrancada da galeria de ex-presidentes do Palácio do Planalto, Alcimar Francisco da Silva deixou clara a sua inspiração para invadir a casa oficial do governo federal. “Meu herói. Estamos na casa dele aqui, na nossa casa”, afirmou Silva, exibindo o retrato.

As provas que mostram a intenção golpista também revelam a conivência da Polícia Militar do Distrito Federal. A caminho do Congresso, uma mulher que se identificou como Margarida disse aos seus seguidores que o objetivo era “tomar” o local. “Orem por nós”, pediu. Já Jussara Oliveira elogiou os policiais. “Um agradecimento todo especial à PM, que a todo tempo está nos apoiando”, afirmou. Era um clima de confraternização. “Não tem Dubai, não tem Paris, não tem viagem que eu tenha feito na vida que seja melhor do que esse dia que eu sonhei tanto, que a gente ia tomar isso daqui”, vibrou Aline Magalhães em vídeo que exibiu nas suas redes sociais.

Gilberto da Silva FerreiraMarcos Alexandre Mataveli de Morais

Dentro do Congresso, Alessandra Faria Rondon ocupou a cadeira e mesa do senador licenciado e atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), no Senado. “Eu só saio daqui a hora que os traidores da Pátria estiverem presos”, afirmou, aos berros. “Queremos intervenção militar.”

O guarda municipal Joelson Sebastião Freitas comemorou o êxito golpista e até mesmo a direção do vento, que jogava a fumaça das bombas de gás na direção dos policiais. “Como Deus é bom, a fumaça vai só para a polícia”, celebrou, enquanto invadia o Palácio do Planalto ao lado da mulher, Marisa Nogueira. “Amor, venha, vamos subir a rampa antes que a polícia chegue.” Joelson Sebastião Freitas.

Joelson Sebastião Freitas

o Freitas Foto: Reprodução/Redes Sociais

Houve quem lamentasse a perda de itens pessoais, mas dizendo que o caos valia o preço. “Estamos quebrando tudo, fazer o quê? O povo é soberano. Eu perdi o meu Ray-Ban, caiu nessa porra toda. Mas valeu”, disse Beto Rossi, ao invadir o Planalto.

Próximo dali, Fabrizio Cisneros mostrava o Supremo depredado, ao som de vidros sendo quebrados, e pedia que seus seguidores compartilhassem as imagens. “O mundo inteiro tem que saber que a gente tomou o poder de novo e a gente não vai sair daqui. A gente não vai recuar”, disse o extremista. “Infelizmente, tivemos que ser um pouco mais ríspidos.”

Cisneros vestia um boné com o nome de Bolsonaro, que tinha o rosto estampado em uma infinidade de camisetas. Em um dos vídeos, ele pediu a outro extremista para pichar a sede do Supremo. “Não seria interessante escrever nela (janela): Supremo é o povo? Pega essa tinta e escreve nela”, disse. “É a revolução dos manés.”

Durante a transmissão ao vivo, as palavras de Cisneros repercutiam o sentimento de milhares de pessoas que se entocaram por mais de um mês dentro de barracas erguidas na porta do Exército. Disse que os radicais haviam ficado 70 dias nas ruas, “esperando que se fizesse algo” sobre a vitória de Lula Inácio Lula da Silva (PT). “Nada foi feito. Então, viemos tomar o poder, que é nosso por direito”, afirmou. “A gente vai ser resistência até o dia que o Exército intervier com a GLO (Garantia da Lei e da Ordem).”

Os apoiadores do ex-presidente acreditavam que, ao causar o caos nos prédios públicos, as Forças Armadas teriam uma justificativa para dar um golpe e tirar Lula do Palácio do Planalto. “Já tomamos aqui, o pior já foi feito”, afirmou Cineroso. “Não podemos perder essa única e última oportunidade. O Exército tem que vir, tem que intervir.” Após a depredação, o petista decretou intervenção federal na segurança do Distrito Federal e mais de 1.500 extremistas foram presos.

No início da noite, Rafael Faus mostrou que a Esplanada dos Ministérios já estava tomada pelas forças de segurança. “Polícia para c* jogando bomba na gente”, reclamou. “Vamos para cima, vamos entrar de novo.”

Rafael FausFátima Mendonça

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TSE proíbe Bolsonaro de usar imagens do 7 de Setembro em propagandas eleitorais

O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proibiu, neste domingo, 11, que Jair Bolsonaro (PL) e seu candidato a vice, Braga Netto (PL), usem nas propagandas eleitorais, em todos os meios, as imagens capturadas durante os eventos oficiais do 7 de Setembro.

A decisão do ministro acolheu parcialmente o pedido da Coligação Brasil da Esperança, do ex-presidente Lula e composta pelos partidos PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros.

O atual vice Hamilton Mourão (Republicanos), Silas Malafaia e Luciano Hang também foram citados. A representação protocolada acusou os representados de suposta prática de abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação. A Brasil da Esperança afirma que o desfile cívico-militar custou mais de R$ 3 milhões de recursos públicos e serviu para promover a imagem e a candidatura de Bolsonaro.

Gonçalves, novo corregedor-geral eleitoral, exigiu que não se produzam novos conteúdos com as imagens obtidas no feriado e determinou que as peças veiculadas não sejam mais reproduzidas no prazo de 24 horas, passível de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

“De fato, o uso de imagens da celebração oficial na propaganda eleitoral é tendente a ferir a isonomia, pois utiliza a atuação do Chefe de Estado, em ocasião inacessível a qualquer dos demais competidores, para projetar a imagem do candidato e fazer crer que a presença de milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios, com a finalidade de comemorar a data cívica, seria fruto de mobilização eleitoral em apoio ao candidato à reeleição”, diz decisão do ministro Benedito Gonçalves.

Bolsonaro e Braga Netto devem apresentar as defesas em cinco dias. No sábado, atendendo a um pedido do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), o ministro do TSE abriu uma outra investigação eleitoral contra o presidente e o vice, para apurar as condutas de ambos no feriado de 7 de Setembro.

O ministro também determinou que a TV Brasil exclua trechos da transmissão do 7 de Setembro em 24 horas e suspenda a veiculação do vídeo original até o fim da edição, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Ele negou parcialmente o pedido da Coligação Brasil da Esperança, que pediu a exclusão completa da transmissão.

*Com 247

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