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O dia em que o JN lamentou por 20 reféns israelenses e ignorou o genocídio de milhares em Gaza

Pretensa regra de ouro da emissora foi quebrada em favor de um dos governos que promove uma das matanças mais cruéis que a humanidade já viu

É cada vez mais estarrecedor o nível de barbárie com que Israel executa o genocídio em Gaza há quase dois anos. Não só pelos números superlativos, que chegam a mais de 60 mil mortos (cerca de 40 mil mulheres e crianças) e 150 mil feridos, mas também pelo modus operandi.

Desde que os homens do Hamas invadiram território israelense, mataram 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 200 reféns, as tropas de Netanyahu receberam de seus comandantes carta branca para exterminar a população civil de Gaza. A justificativa de que terroristas se escondem entre a população comum tem servido de salvo conduto para a matança indiscriminada.

Naquele pedaço de terra, os militares de Israel destruíram casas, bombardearam campos de refugiados, explodiram escolas, mandarem pelos ares hospitais. As bombas e os tiros mataram professores, médicos, socorristas, funcionários da ONU e da Cruz Vermelha, jornalistas…

Na fase atual, a máquina da morte de Israel usa a fome para acabar com adultos e crianças que escaparam dos tiros e explosões. O governo Netanyahu impede a entrada de mantimentos no território palestino, o pouco alimento que chega não corresponde a 10% do necessário. São cada vez mais comuns as imagens de meninos e meninas esquálidos, com os ossos visíveis sob a pele. Morrer de fome virou destino comum.

A crueldade do massacre é tamanha que até mesmo países que por muito tempo fizeram vistas grossas ao genocídio passaram a reclamar da falta de humanidade do governo israelense. Alguns, como França, Alemanha, Austrália, Reino Unido e Canadá, anunciaram que vão reconhecer o Estado da Palestina em setembro. Até mesmo Donald Trump, o principal cúmplice de Netanyahu, reconheceu que as imagens de crianças famélicas são chocantes.

Com o tempo, a vergonha pelo extermínio causado em Gaza faz com que Israel perca aliados em várias partes do mundo.

Os lobistas israelenses sabem, no entanto, que no Brasil sempre terão um poderoso alto-falante para amenizar os seus malfeitos.

O principal telejornal da maior emissora de TV do país sempre faz o possível para minimizar o genocídio em Gaza.

São ilustrativas dessa parcialidade as justificativas que os apresentadores do Jornal Nacional têm divulgado logo após noticiarem os seguidos fuzilamentos de moradores de Gaza surpreendidos enquanto disputam um pouco de comida em meio à multidão. Esse tipo de tiro ao alvo macabro se repetiu dezenas de vezes. A repetição não deixa dúvida quanto à intenção assassina. Mas no telejornal da Globo as notícias sobre esses episódios sempre se encerram com a cínica versão israelense de que teria havido erro por parte dos soldados.

Todos sabem que no dia seguinte o “erro” se repetirá.

Em oportunidades anteriores, a coluna usou um parâmetro que não tem nada de subjetivo para comprovar a parcialidade da Globo a favor de Israel: a minutagem. A contagem de tempo das matérias mostra sempre que para a emissora o drama dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas é muito mais importante que as dezenas de milhares de palestinos assassinados a mando de Netanyahu.

Na edição de terça-feira (12), porém, essa tomada de posição ficou ainda mais clara.

Em reportagem que duraria 2 minutos e 40 segundos, William Bonner anunciou: “O governo israelense divulgou um relatório que detalha o sofrimento dos reféns capturados pelo grupo terrorista Hamas”. A seguir, a repórter Bianca Rothier, de Genebra, abordou o documento apresentado à ONU, mostrando o impacto físico e mental nas vítimas, com base em relatos e condições de 12 sobreviventes libertados no fim ano.

Violações do Direito Internacional Humanitário, abuso, tortura e negligência médica foram constatados. O vídeo cedido pelo governo de Israel realmente mostrava um refém em condição lastimável, uma afronta à dignidade humana. Mães de jovens em cativeiro (um deles soldado) e o embaixador de Israel na ONU foram entrevistados.

A estimativa é de que haja 20 reféns ainda nas mãos do Hamas, e nada mais justo que o jornalismo apresente esse drama ao público.

Ao fim do relato, no entanto, frustrou-se quem esperava que a Globo fosse mostrar o cotidiano trágico dos moradores de Gaza, mesmo que com tempo menor, como é seu costume.

Nem isso. O telejornal não dedicou aos palestinos um segundo sequer.

A edição de quarta-feira (12) do JN entrou para a história da infâmia do jornalismo brasileiro como aquela em que a Globo ignorou as centenas de vítimas que foram mortas e feridas em Gaza naquele dia (juntando-se aos 60 mil mortos e 150 mil feridos já contabilizados) e lamentou exclusivamente pelos 20 reféns israelenses.

A pretensa regra de ouro da emissora, de “ouvir os dois lados”, foi quebrada justamente em favor de um dos governos que promove uma das matanças mais cruéis que a humanidade já viu.

Pareceu até que um tênue sinal de constrangimento marcou as expressões dos apresentadores do telejornal no começo e no fim da reportagem.

Mas talvez tenha sido apenas impressão deste colunista, diz Chico Alves no ICL.


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Mundo

Israel mata jornalistas Anas al-Sharif e Mohammed Qreiqeh da Al Jazeera

Três operadores de câmera da emissora catari também morreram no ataque contra tenda de imprensa em Gaza; entidades denunciam ‘assassinato deliberado’

Os jornalistas Anas al-Sharif e Mohammed Qreiqeh e os operadores de câmera Ibrahim Al Thaher, Mohamed Nofal e Moamen Aliwa, todos da agência catari Al Jazeera, foram assassinados neste domingo (10/08) pelas forças israelenses em um ataque contra a tenda destinada à imprensa, instalada em frente ao hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza.

Homenagens estão sendo prestadas pelos palestinos na Cidade de Gaza em um cortejo fúnebre. Diariamente, eles traziam ao mundo as informações e imagens do genocídio perpetrado por Israel e as vozes da população palestina sob o cerco. A ação matou outras duas pessoas e deixou vários feridos, destruindo a estrutura que abrigava os jornalistas em um dos poucos pontos considerados minimamente seguros para a cobertura do conflito.

A Al Jazeera condenou as mortes e classificou o ataque como “uma tentativa desesperada de silenciar vozes em antecipação à ocupação de Gaza”, descrevendo al-Sharif como “um dos jornalistas mais corajosos do território”. A agência catari responsabiliza “as forças de ocupação israelenses e o governo por deliberadamente alvejar e assassinar seus jornalistas. Isso segue repetidos incitamentos e apelos de várias autoridades e porta-vozes israelenses para atingir o destemido jornalista Anas Al Sharif e seus colegas”.

“Enquanto a mídia internacional foi impedida de entrar, os jornalistas da Al Jazeera permaneceram dentro da Gaza sitiada, experimentando a fome e o sofrimento que documentaram através de suas lentes (…) Por meio de uma cobertura ao vivo contínua e corajosa, eles entregaram relatos de testemunhas oculares dos horrores desencadeados ao longo de 22 meses de bombardeios e destruição implacáveis”, destaca o texto.

A agência pede à comunidade internacional e a todas as organizações relevantes “que tomem medidas decisivas para deter esse genocídio em curso e acabar com o ataque deliberado a jornalistas”. E enfatiza que a impunidade encoraja as ações de Israel e a opressão “contra as testemunhas da verdade”.

Ataque deliberado
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, pediu ao mundo que responsabilize Israel após o assassinato de cinco funcionários da Al Jazeera. “Um distintivo de imprensa não é um escudo contra criminosos de guerra genocidas que temem que o mundo testemunhe suas atrocidades”, afirmou ao acusar Israel de assassinar os jornalistas “a sangue frio”.

“Uma forte condenação é o mínimo para qualquer ser humano decente, mas o mundo deve agir imediatamente para impedir esse genocídio angustiante e responsabilizar os criminosos”, acrescentou.

Organizações de direitos humanos e o próprio alto-comissariado da ONU condenaram os ataques, destacando que o repórter foi alvo por suas reportagens de linha de frente. Já a missão palestina na ONU afirmou que Israel “assassinou deliberadamente” os jornalistas, destacando que Al-Sharif e Qreiqeh estavam entre os “últimos jornalistas remanescentes” em Gaza e “expuseram e documentaram sistemática e obedientemente o genocídio e a fome de Israel.

Horas antes de as forças israelenses matarem a tripulação da Al Jazeera na Cidade de Gaza, o enviado da Palestina à ONU, Riyad Mansour, falou no Conselho de Segurança, pedindo que levasse jornalistas a Gaza para ver o que está acontecendo lá. “Por que vocês, o Conselho de Segurança, não levam consigo 100 jornalistas de seus países e de outros países para verificar exatamente o que está acontecendo em Gaza?”, afirmou.

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) disse estar “consternado” com as mortes e acusou Israel de adotar um “padrão de rotular jornalistas como militantes sem apresentar evidências credíveis”, o que levanta “sérias dúvidas sobre sua intenção e respeito pela liberdade de imprensa”. O jornalista al-Sharif havia declarado à entidade, no mês passado, que vivia com “a sensação de que poderia ser bombardeado e martirizado a qualquer momento”.

“O padrão de Israel de rotular jornalistas como militantes sem fornecer evidências confiáveis levanta sérias questões sobre sua intenção e respeito pela liberdade de imprensa”, disse a diretora regional do CPJ, Sara Qudah. “Os jornalistas são civis e nunca devem ser alvos. Os responsáveis por esses assassinatos devem ser responsabilizados”, acrescentou.

Violação ao direito internacional
O diretor da Fundação para a Liberdade de Imprensa, Seth Stern, destacou que “todos os que ficaram irritados com as recentes imagens horríveis de fome e sofrimento em Gaza precisam reconhecer que não veriam essas imagens e não saberiam sobre as atrocidades que seus governos financiam, sem que os jornalistas arriscassem suas vidas”.

“É exatamente por isso que Israel os está alvejando e matando, violando o direito internacional. Agora, talvez mais do que em qualquer outro momento desde o início da matança, o mundo entende como o trabalho desses jornalistas é vital”, afirmou.

O Sindicato dos Jornalistas Palestinos denunciou o ataque como um “crime de sangue” e um ato de assassinato deliberado.

Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou veementemente o assassinato de al-Sharif: “o Conselho de Segurança das Nações Unidas deve realizar uma reunião de emergência com base na Resolução 2222 de 2015 sobre a proteção de jornalistas em conflitos armados”, disse o grupo.

O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) afirmou que “a campanha contínua de Israel de assassinatos seletivos de jornalistas palestinos é um crime de guerra, puro e simples”.

“O assassinato desses jornalistas da Al Jazeera não é um acidente ou dano colateral – é parte de uma política consistente e documentada de silenciar as vozes da mídia e esconder a verdade do genocídio que está sendo realizado por Israel em Gaza”, afirma o diretor executivo nacional da entidade Nihad Awad.

Ken Roth, ex-diretor executivo da Human Rights Watch, também reiterou que “este não é um assassinato acidental. Este não é um jornalista que por acaso foi pego no bombardeio doutrinado de Israel contra civis palestinos em geral. Este foi um assassinato seletivo”.

*Opera Mndi


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Países condenam ocupação total de Gaza aprovada por Israel

Turquia, China, Reino Unido, Alemanha e outras nações se manifestam; medida levará ao deslocamento de mais de 1 milhão de palestinos

Reunido na noite desta quinta-feira (07/08), o Gabinete de Segurança de Israel aprovou o plano para ocupar militarmente a Cidade de Gaza, o primeiro passo segundo a mídia israelense para uma estratégia de ocupação total da região. A medida prevê o envio de tropas terrestres para 25% do território que ainda não estão sob controle direto de Israel.

“As Forças de Defesa de Israel (IDF) se prepararão para assumir o controle da Cidade de Gaza, ao mesmo tempo em que fornecem ajuda humanitária à população civil fora das zonas de combate”, diz o comunicado o oficial emitido nesta sexta-feira (08/08) pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, na plataforma X.

Israel endossou cinco condições para um cessar-fogo: o desarmamento do Hamas, o retorno de todos os reféns, a desmilitarização de Gaza, o controle de segurança israelense e uma administração civil pós-guerra excluindo o Hamas e a Autoridade Palestina.

O Hamas se manifestou nesta sexta-feira (08/08): “a aprovação do gabinete sionista dos planos de ocupar a Cidade de Gaza e evacuar seus moradores constitui um novo crime de guerra que o exército de ocupação pretende cometer contra a cidade. Alertamos a ocupação criminosa que esta aventura criminosa lhe custará caro e não será uma jornada fácil”.

Com a decisão, cerca de 1 milhão de palestinos serão obrigados a deslocarem para áreas de evacuação no sul do enclave. A proposta de ocupação total — e a consequente evacuação forçada até o dia 7 de outubro — gerou duras críticas de países, organismos internacionais e, também, políticos, militares e familiares dos reféns israelenses. Acompanhe a repercussão:

Alemanha, China, Turquia, Reino Unido
Em reação à medida, a Alemanha afirmou que irá suspender as exportações militares que poderiam ser usadas em Gaza. O chanceler do país Friedrich Merz, disse ser um direito de Israel desarmar o Hamas e buscar a libertação dos reféns israelenses, mas salientou: “o governo alemão acredita que a ação militar ainda mais dura na Faixa de Gaza decidida pelo gabinete israelense na noite passada torna cada vez mais difícil ver como esses objetivos podem ser alcançados”.

Escócia, Finlândia, Holanda, Espanha
Na Escócia, o primeiro-ministro John Swinney afirmou que a decisão israelense “é completa e totalmente inaceitável” e apelou para uma mobilização da comunidade internacional a favor de um cessar-fogo.

A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, também se declarou “extremamente preocupada” com a fome iminente e reforçou o pedido por uma trégua imediata e pela libertação dos reféns.

O ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp, afirmou em comunicado no X que “o plano do governo de Netanyahu de intensificar as operações israelenses em Gaza é um movimento errado. A situação humanitária [de Gaza] é catastrófica e exige melhorias imediatas. Esta decisão não contribui de forma alguma para isso e também não ajudará a levar os reféns para casa”.

*Opera Mundi


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Mundo

Israel mata lenda do futebol palestino e já soma mais de 1,5 mil mortos na fila por comida em Gaza

Ex-jogador da seleção Suleiman Al-Obeid foi morto por ataque enquanto aguardava ajuda humanitária

O ex-atacante da seleção da Palestina Suleiman Al-Obeid foi morto nesta quarta-feira (06/08) por forças israelenses no momento em que aguardava por ajuda humanitária no sul da Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pela Federação Palestina de Futebol (PFA, na sigla em inglês), que publicou uma nota com detalhes sobre o caso.

Ele se torna mais uma vítima de uma prática que se tornou comum. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1.560 palestinos foram mortos por forças israelenses enquanto tentavam acessar ajuda humanitária em Gaza.

Entre os 83 palestinos mortos nesta terça-feira (05/08), 58 foram executados por soldados israelenses enquanto se aproximavam de centros de distribuição de alimentos operados pelo Fundo Humanitário Global (GHF), apoiado por Estados Unidos e Israel.

Nascido em 1984, na Cidade de Gaza, Al-Obeid tinha 41 anos, era casado e pai de cinco filhos – dois meninos e três meninas. A federação afirma que ele estava entre os civis que esperavam por alimentos quando foi atingido por disparos. Conhecido por sua habilidade e velocidade, acumulava apelidos como “Pelé do futebol palestino”, “gazela” e “joia negra”.

A carreira do atacante começou no clube Khadamat Al-Shati (Serviços da Praia). Mais tarde, ele se transferiu para o Centro Juventude Al-Amari, na Cisjordânia ocupada, e em seguida defendeu o Gaza Sports Club. Com passagem pela seleção nacional, Al-Obeid disputou 24 partidas internacionais e marcou mais de 100 gols em sua trajetória.

Imagem

Esporte sob ataque
Com a morte de Al-Obeid, o número de integrantes da comunidade esportiva palestina mortos desde o início da guerra de Israel contra Gaza chegou a 662, segundo a federação. Desses, 321 faziam parte diretamente da estrutura do futebol – entre jogadores, treinadores, árbitros, dirigentes e funcionários de clubes.

Grupos de defesa dos direitos humanos têm cobrado da Federação Internacional de Futebol (Fifa) a suspensão de Israel por violações cometidas contra atletas palestinos. A PFA também denuncia a presença de clubes israelenses sediados em assentamentos ilegais na Cisjordânia participando de competições nacionais – o que contraria as normas da própria Fifa contra a discriminação.

Fome e ataques nas filas de ajuda
A ofensiva israelense sobre Gaza, iniciada em 7 de outubro de 2023, já matou ao menos 61.158 pessoas e deixou mais de 151 mil feridos, segundo o Ministério da Saúde do enclave. A fome se agrava: o Programa Mundial de Alimentos da ONU alertou que famílias palestinas estão passando dias sem comer. O número de mortes por inanição chegou a 193, sendo cinco delas nas últimas 24 horas.

Organizações da ONU e agências humanitárias criticam as autoridades israelenses por restringirem severamente a entrada de ajuda e profissionais de saúde na Faixa de Gaza. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o número de equipes médicas impedidas de entrar aumentou em quase 50% desde março – 102 profissionais, incluindo cirurgiões e especialistas, foram barrados.

Segundo o vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, Israel só permite que a ajuda chegue por dois pontos de passagem: Karem Abu Salem (Kerem Shalom) e Zikim. “Isso atrasa nosso trabalho num momento em que todos os obstáculos deveriam ser removidos para salvar vidas”, disse Haq.

*Opera Mundi


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Mundo

Genocídio em Gaza: Israel bloqueia entrada de mais de 22 mil caminhões de ajuda

Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa e mais de 650 mil entrarão em risco nas próximas semanas; 181 pessoas já morreram de fome

Autoridades de Gaza denunciaram neste domingo (03/08) que Israel mantém bloqueados mais de 22 mil caminhões de ajuda humanitária nos postos de fronteira com o enclave palestino. Os veículos aguardam liberação para entrar na região.

A política de bloqueio israelense, apontam, “impede deliberadamente a entrada deles como parte de uma política sistemática de fome, bloqueio e caos”. Nas últimas 24 horas, seis adultos morreram de fome em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Ao todo, 181 pessoas morreram por inanição, entre elas, 94 crianças e bebês.

A situação é descrita como “desesperadora”. Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa, e mais de 650 mil menores de cinco anos estão em risco grave de desnutrição aguda nas próximas semanas. No total, 1,1 milhão de crianças estão na região.

Dados do Gabinete de Imprensa local indicam que Israel está permitindo a entrada de apenas 14% da ajuda humanitária diária necessária. Segundo informações repassadas à Al Jazeera, apenas 674 caminhões entraram na Faixa de Gaza desde 27 de julho, quando houve um leve alívio nas restrições, o que corresponde a uma média de 84 caminhões por dia.

Organizações humanitárias calculam que Gaza precisa de no mínimo 600 caminhões por dia, incluindo alimentos, medicamentos e combustíveis, para atender às necessidades básicas da população. O bloqueio prolongado foi classificado por autoridades palestinas como crime de guerra. A ONU exige a reativação dos 400 centros de distribuição que operavam sob sua responsabilidade antes do endurecimento do cerco israelense em março.

Deslocamentos mortais
Atualmente, apenas quatro centros da Fundação Humanitária para Gaza (GHF), vinculada a Israel e aos EUA, estão em operação — forçando a população a longos deslocamentos sob risco de sucessivos ataques.

Esses deslocamentos se tornaram mortais. De acordo com a ONU, entre 27 de março e 31 de julho, ao menos 1.373 palestinos foram mortos ao tentar acessar comida e suprimentos — 859 em centros da GHF e 514 enquanto aguardavam caminhões — atingidos por franco-atiradores, drones e tanques do Exército israelense.

O grupo de resistência Hamas afirmou estar aberto a permitir que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) entregue ajuda humanitária aos prisioneiros israelenses detidos. A condição para isso é que Israel abra corredores humanitários e garanta, de forma segura, o amplo acesso da população aos suprimentos.

Em meio à catástrofe, no sábado (02/08), a Autoridade Nacional Palestina pediu à comunidade internacional que aumente a pressão política sobre Israel para liberar a entrada dos caminhões e evitar uma tragédia ainda maior entre os dois milhões de palestinos em Gaza.

*Opera Mundi


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Brasil

Genocídio palestino: PT pede a Lula o rompimento das relações com Israel

Documento aprovado no 17º Encontro Nacional do PT pede a suspensão de relações diplomáticas e comerciais com o governo Netanyahu

Durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a legenda aprovou, na sexta-feira (1), um documento oficial em que solicita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o rompimento das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu.

Intitulada “Em defesa do povo palestino”, a carta destaca, segundo o jornal O Globo, a escalada da violência na Faixa de Gaza e denuncia a morte massiva de civis palestinos, especialmente crianças. O texto expressa solidariedade à população palestina e endossa críticas ao governo israelense. O PT também lembra uma fala de Lula em junho deste ano, quando o presidente declarou que o que ocorre na região “não é uma guerra, mas um genocídio premeditado”.

A posição do partido é ainda mais contundente que a adotada até agora pelo Palácio do Planalto. Mesmo diante das reiteradas falas do presidente contra os ataques em Gaza, o documento lamenta a manutenção de relações econômicas e diplomáticas com Israel. “O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de crimes de guerra até por ex-embaixadores e ex-primeiros-ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos, que buscam auxílio humanitário e recebem balas e bombas”, afirma o texto aprovado pelos delegados petistas.

A carta também faz referência a um posicionamento semelhante adotado pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que em junho já havia sugerido ao governo federal a suspensão das relações diplomáticas com o Estado de Israel, diante do agravamento do conflito.

Lula reforça apoio à Palestina – Nas últimas semanas, o presidente Lula tem intensificado seu discurso em favor da causa palestina. Em julho, durante cerimônia no Palácio do Planalto, ele defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU). Para Lula, esse passo é essencial para que se estabeleça uma solução duradoura para o conflito, diz Guilherme Levorato, 247.

“Reconhecer o povo palestino e permitir seu ingresso na ONU é reconhecer a simetria necessária para a paz. Nunca tivemos medo de apontar a hipocrisia diante das mais flagrantes violações do nosso tempo”, declarou Lula.

O governo brasileiro também formalizou sua adesão à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Na ação, o governo sul-africano acusa Israel de praticar genocídio contra a população palestina em Gaza. O anúncio da adesão foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em entrevista à emissora Al-Jazeera.

“Os últimos desdobramentos da guerra nos levaram à decisão de nos juntarmos à África do Sul na Corte Internacional”, afirmou Vieira, ao comentar a intensificação dos ataques contra civis palestinos.

A carta aprovada pelo PT aumenta a pressão interna sobre o governo Lula e reforça a expectativa de que o Executivo tome medidas mais contundentes contra o governo Netanyahu.


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The Guardian: como Israel está matando os palestinos de fome em Gaza?

Segundo jornal, governo israelense calcula quantas calorias cada habitante precisa para se manter vivo no enclave e dificulta entrada de comida

O governo de Israel tem calculado quantas calorias são necessárias para que um palestino se mantenha vivo na Faixa de Gaza, conforme relatou uma reportagem do The Guardian publicada nesta quinta-feira (31/07). “Os palestinos não podem sair, a guerra acabou com a agricultura e Israel proibiu a pesca, então praticamente todas as calorias que sua população ingere devem ser trazidas de fora”, disse o jornal britânico. “Israel sabe quanta comida é necessária.”

Revela-se que a fome como “arma de guerra” não é um projeto recente, uma vez que, a agência de Coordenação de Atividades Governamentais de Israel nos Territórios Palestinos, a COGAT, do Ministério da Defesa, responsável pelo fluxo dos embarques de ajuda humanitária no enclave, há muitos anos calculava o volume de comida necessário para cada palestino. O órgão divulgou um estudo, com data de 2008, de que cada residente precisa de um mínimo de 2.279 kcal por dia para sobreviver. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantia calculada pelo regime sionista é o nível teto para evitar a desnutrição dos habitantes de Gaza.

Estas 2.279 kcal relatadas pela COGAT poderiam ser fornecidas por meio de 1,836 kg de alimento. Entretanto, atualmente, as organizações humanitárias estão pedindo uma quantidade mínima para os cidadãos em Gaza: 62 mil toneladas métricas de alimentos para atender ao menos 2,1 milhões de pessoas por mês, ou seja, cerca de 1 kg de comida por pessoa por dia.

Embora Tel Aviv negue a existência de fome em Gaza, como disse recentemente Netanyahu – em afirmação que foi rebatida inclusive pelo seu maior aliado, Donald Trump – os dados compilados pela própria COGAT contradizem o premiê e evidenciam a desnutrição da população no enclave: entre março e junho, Israel permitiu que apenas 56 mil toneladas de alimentos entrassem no território, ou seja, menos de um quarto das necessidades mínimas de Gaza para esse período.

Nos meses de março e abril, logo após a violação do cessar-fogo com o Hamas, a Palestina estava sob cerco total do regime sionista. Em meados de maio, o premiê israelense, pressionado pela comunidade internacional, disse que os embarques seriam reiniciados parcialmente. De acordo com a ONU, apenas em janeiro e fevereiro, que foi o período em que vigorou o cessar-fogo e expandiu o acesso humanitário, foram fornecidas calorias suficientes para os habitantes.

“No entanto, em maio, apenas um fio de comida voltou, em quantidades que serviram apenas para retardar a queda de Gaza na fome, não para detê-la”, disse o The Guardian. Em julho, a fome tomou proporções no enclave, hospitais locais passaram a registrar mortes por inanição e circularam pelo mundo imagens de crianças desnutridas, o que provocou mais uma reação global, incluindo indignação de líderes mundiais.

Pressionado novamente, Netanyahu prometeu uma ajuda “mínima” e liberou a entrada de mais caminhões humanitários e possibilitou lançamentos aéreos com suprimentos básicos – embora o paraquedismo em alimentos seja caro e até mortal, uma vez que, no ano passado, pelo menos cinco pessoas morreram afogadas tentando recuperar alimentos que caíram no mar.

Segundo os dados fornecidos por Israel, até o momento, 104 voos forneceram o equivalente a apenas quatro dias de comida para Gaza por um custo de dezenas de milhões de dólares.

“Eles permitem que Israel e seus aliados enquadrem a fome como uma catástrofe causada pela logística, não uma crise criada pela política do Estado”, afirmou o The Guardian. Nesta sexta-feira (01/08), o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 154 mortes por fome, sendo 89 das vítimas crianças.

*Opera Mundi


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Gaza registra 147 mortes por desnutrição enquanto Israel mantém cerco e ataques

Pelo menos 43 civis foram mortos nesta manhã, incluindo nove pessoas em busca de ajuda; colonos israelenses atacam vilarejo cristão na Cisjordânia

O Ministério da Saúde de Gaza informou nesta segunda-feira (28/07) que 14 pessoas morreram de desnutrição nas últimas horas, elevando o total para 147 vítimas – incluindo 88 crianças. O número soma-se aos 59.733 civis palestinos mortos desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023.

Após 11 semanas de cerco total a alimentos, combustível e medicamentos imposto por Israel, as forças israelenses anunciaram uma pausa tática das 10h às 20h (horário local) nos bombardeios nas cidades Muwasi, Deir al-Balah e Gaza.

Segundo o comunicado do Gabinete de Imprensa do Governo em Gaza, apenas 73 caminhões entraram no território no domingo (27/07). A maior parte da ajuda foi saqueada sob a vigilância das forças de ocupação, acusadas de impedir a entrega de suprimentos humanitários a centros de distribuição organizados.

Os três lançamentos aéreos que ocorreram durante a entrada de ajuda humanitária, foi descrito pelo gabinete como uma “farsa” na qual a comunidade internacional é cúmplice por meio de falsas promessas e informações enganosas. A declaração concluiu que a única solução é “abrir imediatamente todas as passagens de fronteira, suspender o bloqueio e permitir a entrada livre de alimentos e fórmulas infantis”.

Israel tem sido acusado de usar alimentos como arma política e de violar o direito internacional com seu bloqueio de ajuda. O Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza alerta para uma escassez catastrófica de leite em pó para bebês, dizendo que mais de 40.000 crianças menores de um ano correm o risco de uma “morte lenta” devido ao bloqueio de Israel.

A ONU afirmou que mais alimentos são necessários para evitar a fome e uma crise sanitária catastrófica. Sam Rose, diretor interino da Agência da ONU para Refugiados Palestinos em Gaza (UNRWA), disse que a organização “está pronta e apta a entregar ajuda vital em Gaza, mas as restrições israelenses e os ataques contínuos impedem que alimentos, água e assistência médica cheguem aos necessitados desesperadamente, especialmente crianças”.

Mais de 5.000 crianças, menores de cinco anos, receberam tratamento para desnutrição nas duas primeiras semanas de julho. 18% delas foram diagnosticadas com Desnutrição Aguda Grave (DAS), a forma mais letal, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O número de hospitalização, devido a complicações médicas pela desnutrição, dobrou no mês de julho, totalizando 73. Em junho foram registradas 39 crianças. Segundo a OMS, isso demonstra um aumento acentuado que começou em maio, com 6.500 internações em junho, o maior número desde outubro de 2023. Até o momento, em 2025, as internações hospitalares atingiram 263.

O aumento do número de casos está sobrecarregando os únicos quatro centros de tratamento de desnutrição em Gaza, todos operando acima da capacidade, enfrentando escassez crítica de combustível e com previsão de esgotamento dos suprimentos até meados de agosto, observou a declaração da OMS.

Ataques em meio a crise de fome
Pelo menos 43 palestinos foram mortos por ataques israelenses em Gaza desde o amanhecer desta segunda-feira (28/07), incluindo nove pessoas em busca de ajuda, disseram fontes em hospitais de Gaza à emissora catari Al Jazeera.

Um grupo de colonos israelenses lançou um ataque à vila palestina de Taybeh, lar de 1.300 pessoas, a maioria cristãs, na Cisjordânia ocupada, de acordo com a Autoridade Palestina. Os sionistas incendiaram veículos palestinos e picharam “ameaças racistas em hebraico em casas e propriedades”, escreveu a autoridade sediada em Ramallah no X.

*Opera Mundi


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Ministro israelense fala em ‘extermínio de Gaza’ e defende que Palestina seja ‘inteiramente judaica’

Amichay Eliyahu negou que palestinos estejam passando fome e disse que Israel está em guerra para matar ‘esses monstros’

O Ministro do Patrimônio de Israel, Amichay Eliyahu, declarou nesta quinta-feira (25/07) que seu país está “avançando a todo vapor para o extermínio de Gaza” e que o enclave palestino será “inteiramente judaico”, segundo relatou o jornal Times of Israel.

Em declarações à estação de rádio Kol Barama, Eliyahu, membro do partido de extrema direita Otzma Yehudit, acrescentou que o território palestino seria “limpo” para permitir assentamentos judaicos, mas que “árabes leais a Israel seriam tolerados”.

Em meio às falas extremistas, o ministro do governo de Benjamin Netanyahu disse que Israel “não é racista”, apenas “combate aqueles que o combatem”.

Eliyahu ainda falou sobre as denúncias de fome na Faixa de Gaza. Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta sobre o estado preocupante de desnutrição no enclave, a autoridade israelense disse que tais alegações são parte de “uma campanha contra Israel”.

“Não há fome em Gaza. Mas não precisamos nos preocupar com isso, deixe o mundo com essa preocupação”, declarou. Ao mesmo tempo, reconheceu que Israel está em guerra tentar matar “esses monstros”, referindo-se aos palestinos.

Suas declarações ocorrem em um momento de crescente pressão internacional e condenação de Israel pela crise humanitária em Gaza e pela deterioração da situação no enclave.

Ao mesmo tempo, geraram reação na política interna de Israel. O líder da oposição Yair Lapid declarou, por meio de um comunicado, que as palavras de Eliyahu foram “um ataque aos valores e um desastre de relações públicas”.

*Opera Mundi


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Gaza: jornalista relata como Israel transformou centros de ajuda em armadilha mortal

Cerca de 70 mil palestinos têm apenas 10 minutos para pegar entre 300 e 400 pacotes de suprimentos disponíveis; finalizado esse tempo, os soldados abrem fogo contra a multidão

O uso da fome como arma de guerra de Israel na Faixa de Gaza, denunciado por mais de 100 ONGs nesta quarta-feira (23/07), soma-se aos brutais ataques das forças israelenses contra a população civil que busca alimentos nos centros de ajuda controlados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês).

De acordo com a Assessoria de Imprensa do Governo da Faixa de Gaza, desde 27 de maio, 995 pessoas foram mortas e mais de 6 mil ficaram feridas em ataques israelenses nos falsos centros de distribuição de ajuda, controlados pela GFH, que assumiu o controle das distribuições, substituindo o sistema humanitário liderado pelas Nações Unidas.

Em relato contundente, postado pela jornalista Inés El-Hajj na plataforma X, o jornalista Motasem A Dalloul, que está em Gaza, conta como se dá a distribuição dos alimentos, considerada ‘armadilha mortal’ pela ONU, nestes locais.

Armadilha mortal
“Regularmente, a GHF publica o cronograma de distribuição no Facebook. A cada vez, cerca de 60.000 a 70.000 palestinos convergem para o local designado. Alto-falantes anunciam que quando a luz verde acende, as pessoas têm apenas 10 minutos para pegar entre 300 e 400 pacotes de ajuda, embora muitos dos suprimentos essenciais, como farinha, açúcar e sal, sejam arrebatados primeiro por gangues e colaboradores”, relata o jornalista.

“Após a janela de 10 minutos, a luz fica amarela, sinalizando que restam apenas 5 minutos para fugir antes que metralhadoras automáticas abram fogo indiscriminadamente contra qualquer um que ainda esteja na área”, complementa Dalloul.

Ele conta que essas zonas de distribuição são espaços abertos e áridos cercados por altos montes de areia. “Existem quatro desses pontos no sul de Gaza e, em alguns casos, as pessoas devem caminhar até 40 quilômetros apenas para alcançá-los”.

Como destaca a jornalista Inés El-Hajj em sua postagem, “o GHF criou a ‘área dos Jogos Vorazes’, eles brincam com as vidas dos palestinos como se não valessem nada”.

Ouça o depoimento:

Bloqueio
Enquanto isso, conforme denunciam mais de 100 entidades humanitárias, “nos arredores de Gaza, em armazéns – e até mesmo dentro da própria Gaza – toneladas de alimentos, água potável, suprimentos médicos, itens de abrigo e combustível permanecem intocados, com organizações humanitárias impedidas de acessá-los ou entregá-los”.

“Médicos relatam taxas recordes de desnutrição aguda, especialmente entre crianças e idosos. Doenças como diarreia aquosa aguda estão se espalhando, mercados estão vazios, lixo está se acumulando e adultos estão desmaiando nas ruas de fome e desidratação. As distribuições em Gaza chegam a apenas 28 caminhões por dia, longe do suficiente para mais de dois milhões de pessoas, muitas das quais estão há semanas sem assistência”, afirmam em nota.

A GHF é atualmente presidida pelo líder evangélico Johnnie Moore, conselheiro de Donald Trump para assuntos inter-religiosos e membro da Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional. Ele assumiu o cargo em junho deste ano, após a renúncia de Jake Wood, ex-fuzileiro naval dos EUA, que declarou que não poderia garantir a independência da fundação em relação aos interesses israelenses.

*Opera Mundi


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