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Genocídio em Gaza: Israel bloqueia entrada de mais de 22 mil caminhões de ajuda

Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa e mais de 650 mil entrarão em risco nas próximas semanas; 181 pessoas já morreram de fome

Autoridades de Gaza denunciaram neste domingo (03/08) que Israel mantém bloqueados mais de 22 mil caminhões de ajuda humanitária nos postos de fronteira com o enclave palestino. Os veículos aguardam liberação para entrar na região.

A política de bloqueio israelense, apontam, “impede deliberadamente a entrada deles como parte de uma política sistemática de fome, bloqueio e caos”. Nas últimas 24 horas, seis adultos morreram de fome em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Ao todo, 181 pessoas morreram por inanição, entre elas, 94 crianças e bebês.

A situação é descrita como “desesperadora”. Cerca de 17 mil crianças sofrem de desnutrição severa, e mais de 650 mil menores de cinco anos estão em risco grave de desnutrição aguda nas próximas semanas. No total, 1,1 milhão de crianças estão na região.

Dados do Gabinete de Imprensa local indicam que Israel está permitindo a entrada de apenas 14% da ajuda humanitária diária necessária. Segundo informações repassadas à Al Jazeera, apenas 674 caminhões entraram na Faixa de Gaza desde 27 de julho, quando houve um leve alívio nas restrições, o que corresponde a uma média de 84 caminhões por dia.

Organizações humanitárias calculam que Gaza precisa de no mínimo 600 caminhões por dia, incluindo alimentos, medicamentos e combustíveis, para atender às necessidades básicas da população. O bloqueio prolongado foi classificado por autoridades palestinas como crime de guerra. A ONU exige a reativação dos 400 centros de distribuição que operavam sob sua responsabilidade antes do endurecimento do cerco israelense em março.

Deslocamentos mortais
Atualmente, apenas quatro centros da Fundação Humanitária para Gaza (GHF), vinculada a Israel e aos EUA, estão em operação — forçando a população a longos deslocamentos sob risco de sucessivos ataques.

Esses deslocamentos se tornaram mortais. De acordo com a ONU, entre 27 de março e 31 de julho, ao menos 1.373 palestinos foram mortos ao tentar acessar comida e suprimentos — 859 em centros da GHF e 514 enquanto aguardavam caminhões — atingidos por franco-atiradores, drones e tanques do Exército israelense.

O grupo de resistência Hamas afirmou estar aberto a permitir que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) entregue ajuda humanitária aos prisioneiros israelenses detidos. A condição para isso é que Israel abra corredores humanitários e garanta, de forma segura, o amplo acesso da população aos suprimentos.

Em meio à catástrofe, no sábado (02/08), a Autoridade Nacional Palestina pediu à comunidade internacional que aumente a pressão política sobre Israel para liberar a entrada dos caminhões e evitar uma tragédia ainda maior entre os dois milhões de palestinos em Gaza.

*Opera Mundi


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Brasil

Genocídio palestino: PT pede a Lula o rompimento das relações com Israel

Documento aprovado no 17º Encontro Nacional do PT pede a suspensão de relações diplomáticas e comerciais com o governo Netanyahu

Durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), a legenda aprovou, na sexta-feira (1), um documento oficial em que solicita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o rompimento das relações diplomáticas e comerciais do Brasil com o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu.

Intitulada “Em defesa do povo palestino”, a carta destaca, segundo o jornal O Globo, a escalada da violência na Faixa de Gaza e denuncia a morte massiva de civis palestinos, especialmente crianças. O texto expressa solidariedade à população palestina e endossa críticas ao governo israelense. O PT também lembra uma fala de Lula em junho deste ano, quando o presidente declarou que o que ocorre na região “não é uma guerra, mas um genocídio premeditado”.

A posição do partido é ainda mais contundente que a adotada até agora pelo Palácio do Planalto. Mesmo diante das reiteradas falas do presidente contra os ataques em Gaza, o documento lamenta a manutenção de relações econômicas e diplomáticas com Israel. “O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de crimes de guerra até por ex-embaixadores e ex-primeiros-ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos, que buscam auxílio humanitário e recebem balas e bombas”, afirma o texto aprovado pelos delegados petistas.

A carta também faz referência a um posicionamento semelhante adotado pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que em junho já havia sugerido ao governo federal a suspensão das relações diplomáticas com o Estado de Israel, diante do agravamento do conflito.

Lula reforça apoio à Palestina – Nas últimas semanas, o presidente Lula tem intensificado seu discurso em favor da causa palestina. Em julho, durante cerimônia no Palácio do Planalto, ele defendeu o reconhecimento do Estado da Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU). Para Lula, esse passo é essencial para que se estabeleça uma solução duradoura para o conflito, diz Guilherme Levorato, 247.

“Reconhecer o povo palestino e permitir seu ingresso na ONU é reconhecer a simetria necessária para a paz. Nunca tivemos medo de apontar a hipocrisia diante das mais flagrantes violações do nosso tempo”, declarou Lula.

O governo brasileiro também formalizou sua adesão à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Na ação, o governo sul-africano acusa Israel de praticar genocídio contra a população palestina em Gaza. O anúncio da adesão foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em entrevista à emissora Al-Jazeera.

“Os últimos desdobramentos da guerra nos levaram à decisão de nos juntarmos à África do Sul na Corte Internacional”, afirmou Vieira, ao comentar a intensificação dos ataques contra civis palestinos.

A carta aprovada pelo PT aumenta a pressão interna sobre o governo Lula e reforça a expectativa de que o Executivo tome medidas mais contundentes contra o governo Netanyahu.


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The Guardian: como Israel está matando os palestinos de fome em Gaza?

Segundo jornal, governo israelense calcula quantas calorias cada habitante precisa para se manter vivo no enclave e dificulta entrada de comida

O governo de Israel tem calculado quantas calorias são necessárias para que um palestino se mantenha vivo na Faixa de Gaza, conforme relatou uma reportagem do The Guardian publicada nesta quinta-feira (31/07). “Os palestinos não podem sair, a guerra acabou com a agricultura e Israel proibiu a pesca, então praticamente todas as calorias que sua população ingere devem ser trazidas de fora”, disse o jornal britânico. “Israel sabe quanta comida é necessária.”

Revela-se que a fome como “arma de guerra” não é um projeto recente, uma vez que, a agência de Coordenação de Atividades Governamentais de Israel nos Territórios Palestinos, a COGAT, do Ministério da Defesa, responsável pelo fluxo dos embarques de ajuda humanitária no enclave, há muitos anos calculava o volume de comida necessário para cada palestino. O órgão divulgou um estudo, com data de 2008, de que cada residente precisa de um mínimo de 2.279 kcal por dia para sobreviver. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantia calculada pelo regime sionista é o nível teto para evitar a desnutrição dos habitantes de Gaza.

Estas 2.279 kcal relatadas pela COGAT poderiam ser fornecidas por meio de 1,836 kg de alimento. Entretanto, atualmente, as organizações humanitárias estão pedindo uma quantidade mínima para os cidadãos em Gaza: 62 mil toneladas métricas de alimentos para atender ao menos 2,1 milhões de pessoas por mês, ou seja, cerca de 1 kg de comida por pessoa por dia.

Embora Tel Aviv negue a existência de fome em Gaza, como disse recentemente Netanyahu – em afirmação que foi rebatida inclusive pelo seu maior aliado, Donald Trump – os dados compilados pela própria COGAT contradizem o premiê e evidenciam a desnutrição da população no enclave: entre março e junho, Israel permitiu que apenas 56 mil toneladas de alimentos entrassem no território, ou seja, menos de um quarto das necessidades mínimas de Gaza para esse período.

Nos meses de março e abril, logo após a violação do cessar-fogo com o Hamas, a Palestina estava sob cerco total do regime sionista. Em meados de maio, o premiê israelense, pressionado pela comunidade internacional, disse que os embarques seriam reiniciados parcialmente. De acordo com a ONU, apenas em janeiro e fevereiro, que foi o período em que vigorou o cessar-fogo e expandiu o acesso humanitário, foram fornecidas calorias suficientes para os habitantes.

“No entanto, em maio, apenas um fio de comida voltou, em quantidades que serviram apenas para retardar a queda de Gaza na fome, não para detê-la”, disse o The Guardian. Em julho, a fome tomou proporções no enclave, hospitais locais passaram a registrar mortes por inanição e circularam pelo mundo imagens de crianças desnutridas, o que provocou mais uma reação global, incluindo indignação de líderes mundiais.

Pressionado novamente, Netanyahu prometeu uma ajuda “mínima” e liberou a entrada de mais caminhões humanitários e possibilitou lançamentos aéreos com suprimentos básicos – embora o paraquedismo em alimentos seja caro e até mortal, uma vez que, no ano passado, pelo menos cinco pessoas morreram afogadas tentando recuperar alimentos que caíram no mar.

Segundo os dados fornecidos por Israel, até o momento, 104 voos forneceram o equivalente a apenas quatro dias de comida para Gaza por um custo de dezenas de milhões de dólares.

“Eles permitem que Israel e seus aliados enquadrem a fome como uma catástrofe causada pela logística, não uma crise criada pela política do Estado”, afirmou o The Guardian. Nesta sexta-feira (01/08), o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 154 mortes por fome, sendo 89 das vítimas crianças.

*Opera Mundi


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Gaza registra 147 mortes por desnutrição enquanto Israel mantém cerco e ataques

Pelo menos 43 civis foram mortos nesta manhã, incluindo nove pessoas em busca de ajuda; colonos israelenses atacam vilarejo cristão na Cisjordânia

O Ministério da Saúde de Gaza informou nesta segunda-feira (28/07) que 14 pessoas morreram de desnutrição nas últimas horas, elevando o total para 147 vítimas – incluindo 88 crianças. O número soma-se aos 59.733 civis palestinos mortos desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023.

Após 11 semanas de cerco total a alimentos, combustível e medicamentos imposto por Israel, as forças israelenses anunciaram uma pausa tática das 10h às 20h (horário local) nos bombardeios nas cidades Muwasi, Deir al-Balah e Gaza.

Segundo o comunicado do Gabinete de Imprensa do Governo em Gaza, apenas 73 caminhões entraram no território no domingo (27/07). A maior parte da ajuda foi saqueada sob a vigilância das forças de ocupação, acusadas de impedir a entrega de suprimentos humanitários a centros de distribuição organizados.

Os três lançamentos aéreos que ocorreram durante a entrada de ajuda humanitária, foi descrito pelo gabinete como uma “farsa” na qual a comunidade internacional é cúmplice por meio de falsas promessas e informações enganosas. A declaração concluiu que a única solução é “abrir imediatamente todas as passagens de fronteira, suspender o bloqueio e permitir a entrada livre de alimentos e fórmulas infantis”.

Israel tem sido acusado de usar alimentos como arma política e de violar o direito internacional com seu bloqueio de ajuda. O Gabinete de Imprensa do Governo de Gaza alerta para uma escassez catastrófica de leite em pó para bebês, dizendo que mais de 40.000 crianças menores de um ano correm o risco de uma “morte lenta” devido ao bloqueio de Israel.

A ONU afirmou que mais alimentos são necessários para evitar a fome e uma crise sanitária catastrófica. Sam Rose, diretor interino da Agência da ONU para Refugiados Palestinos em Gaza (UNRWA), disse que a organização “está pronta e apta a entregar ajuda vital em Gaza, mas as restrições israelenses e os ataques contínuos impedem que alimentos, água e assistência médica cheguem aos necessitados desesperadamente, especialmente crianças”.

Mais de 5.000 crianças, menores de cinco anos, receberam tratamento para desnutrição nas duas primeiras semanas de julho. 18% delas foram diagnosticadas com Desnutrição Aguda Grave (DAS), a forma mais letal, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O número de hospitalização, devido a complicações médicas pela desnutrição, dobrou no mês de julho, totalizando 73. Em junho foram registradas 39 crianças. Segundo a OMS, isso demonstra um aumento acentuado que começou em maio, com 6.500 internações em junho, o maior número desde outubro de 2023. Até o momento, em 2025, as internações hospitalares atingiram 263.

O aumento do número de casos está sobrecarregando os únicos quatro centros de tratamento de desnutrição em Gaza, todos operando acima da capacidade, enfrentando escassez crítica de combustível e com previsão de esgotamento dos suprimentos até meados de agosto, observou a declaração da OMS.

Ataques em meio a crise de fome
Pelo menos 43 palestinos foram mortos por ataques israelenses em Gaza desde o amanhecer desta segunda-feira (28/07), incluindo nove pessoas em busca de ajuda, disseram fontes em hospitais de Gaza à emissora catari Al Jazeera.

Um grupo de colonos israelenses lançou um ataque à vila palestina de Taybeh, lar de 1.300 pessoas, a maioria cristãs, na Cisjordânia ocupada, de acordo com a Autoridade Palestina. Os sionistas incendiaram veículos palestinos e picharam “ameaças racistas em hebraico em casas e propriedades”, escreveu a autoridade sediada em Ramallah no X.

*Opera Mundi


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Ministro israelense fala em ‘extermínio de Gaza’ e defende que Palestina seja ‘inteiramente judaica’

Amichay Eliyahu negou que palestinos estejam passando fome e disse que Israel está em guerra para matar ‘esses monstros’

O Ministro do Patrimônio de Israel, Amichay Eliyahu, declarou nesta quinta-feira (25/07) que seu país está “avançando a todo vapor para o extermínio de Gaza” e que o enclave palestino será “inteiramente judaico”, segundo relatou o jornal Times of Israel.

Em declarações à estação de rádio Kol Barama, Eliyahu, membro do partido de extrema direita Otzma Yehudit, acrescentou que o território palestino seria “limpo” para permitir assentamentos judaicos, mas que “árabes leais a Israel seriam tolerados”.

Em meio às falas extremistas, o ministro do governo de Benjamin Netanyahu disse que Israel “não é racista”, apenas “combate aqueles que o combatem”.

Eliyahu ainda falou sobre as denúncias de fome na Faixa de Gaza. Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta sobre o estado preocupante de desnutrição no enclave, a autoridade israelense disse que tais alegações são parte de “uma campanha contra Israel”.

“Não há fome em Gaza. Mas não precisamos nos preocupar com isso, deixe o mundo com essa preocupação”, declarou. Ao mesmo tempo, reconheceu que Israel está em guerra tentar matar “esses monstros”, referindo-se aos palestinos.

Suas declarações ocorrem em um momento de crescente pressão internacional e condenação de Israel pela crise humanitária em Gaza e pela deterioração da situação no enclave.

Ao mesmo tempo, geraram reação na política interna de Israel. O líder da oposição Yair Lapid declarou, por meio de um comunicado, que as palavras de Eliyahu foram “um ataque aos valores e um desastre de relações públicas”.

*Opera Mundi


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Gaza: jornalista relata como Israel transformou centros de ajuda em armadilha mortal

Cerca de 70 mil palestinos têm apenas 10 minutos para pegar entre 300 e 400 pacotes de suprimentos disponíveis; finalizado esse tempo, os soldados abrem fogo contra a multidão

O uso da fome como arma de guerra de Israel na Faixa de Gaza, denunciado por mais de 100 ONGs nesta quarta-feira (23/07), soma-se aos brutais ataques das forças israelenses contra a população civil que busca alimentos nos centros de ajuda controlados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês).

De acordo com a Assessoria de Imprensa do Governo da Faixa de Gaza, desde 27 de maio, 995 pessoas foram mortas e mais de 6 mil ficaram feridas em ataques israelenses nos falsos centros de distribuição de ajuda, controlados pela GFH, que assumiu o controle das distribuições, substituindo o sistema humanitário liderado pelas Nações Unidas.

Em relato contundente, postado pela jornalista Inés El-Hajj na plataforma X, o jornalista Motasem A Dalloul, que está em Gaza, conta como se dá a distribuição dos alimentos, considerada ‘armadilha mortal’ pela ONU, nestes locais.

Armadilha mortal
“Regularmente, a GHF publica o cronograma de distribuição no Facebook. A cada vez, cerca de 60.000 a 70.000 palestinos convergem para o local designado. Alto-falantes anunciam que quando a luz verde acende, as pessoas têm apenas 10 minutos para pegar entre 300 e 400 pacotes de ajuda, embora muitos dos suprimentos essenciais, como farinha, açúcar e sal, sejam arrebatados primeiro por gangues e colaboradores”, relata o jornalista.

“Após a janela de 10 minutos, a luz fica amarela, sinalizando que restam apenas 5 minutos para fugir antes que metralhadoras automáticas abram fogo indiscriminadamente contra qualquer um que ainda esteja na área”, complementa Dalloul.

Ele conta que essas zonas de distribuição são espaços abertos e áridos cercados por altos montes de areia. “Existem quatro desses pontos no sul de Gaza e, em alguns casos, as pessoas devem caminhar até 40 quilômetros apenas para alcançá-los”.

Como destaca a jornalista Inés El-Hajj em sua postagem, “o GHF criou a ‘área dos Jogos Vorazes’, eles brincam com as vidas dos palestinos como se não valessem nada”.

Ouça o depoimento:

https://twitter.com/i/status/1947424977268920403

Bloqueio
Enquanto isso, conforme denunciam mais de 100 entidades humanitárias, “nos arredores de Gaza, em armazéns – e até mesmo dentro da própria Gaza – toneladas de alimentos, água potável, suprimentos médicos, itens de abrigo e combustível permanecem intocados, com organizações humanitárias impedidas de acessá-los ou entregá-los”.

“Médicos relatam taxas recordes de desnutrição aguda, especialmente entre crianças e idosos. Doenças como diarreia aquosa aguda estão se espalhando, mercados estão vazios, lixo está se acumulando e adultos estão desmaiando nas ruas de fome e desidratação. As distribuições em Gaza chegam a apenas 28 caminhões por dia, longe do suficiente para mais de dois milhões de pessoas, muitas das quais estão há semanas sem assistência”, afirmam em nota.

A GHF é atualmente presidida pelo líder evangélico Johnnie Moore, conselheiro de Donald Trump para assuntos inter-religiosos e membro da Comissão dos EUA para a Liberdade Religiosa Internacional. Ele assumiu o cargo em junho deste ano, após a renúncia de Jake Wood, ex-fuzileiro naval dos EUA, que declarou que não poderia garantir a independência da fundação em relação aos interesses israelenses.

*Opera Mundi


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Genocídio: ‘Nossos últimos repórteres em Gaza vão morrer de fome’, afirma AFP

Em apelo inédito a Israel, agência cobra evacuação imediata de jornalistas; França afirma que está ‘tratando do assunto’ e pede entrada da imprensa livre na região

A Agence France-Presse (AFP), uma das mais tradicionais agências de notícias do mundo, fez um alerta inédito nesta segunda-feira (21/07) sobre a situação de seus jornalistas que permanecem em Gaza.

Pela primeira vez desde sua fundação, a agência admitiu publicamente o risco de perder profissionais por inanição, em meio à escalada das operações militares israelenses e ao colapso das condições humanitárias no enclave palestino.

“Desde que a AFP foi fundada em agosto de 1944, perdemos jornalistas em conflitos, tivemos colegas feridos e prisioneiros em nossas fileiras, mas nenhum de nós se lembra de ter visto um colaborador morrer de fome. Nos recusamos a ver nossos colegas morrerem”, afirmou a Sociedade de Jornalistas da AFP (SDJ), que reúne os profissionais da agência.

“Nós nos recusamos a vê-los morrer. Seus pedidos de ajuda, de cortar o coração, agora são diários”, frisou em comunicado publicado nas redes sociais.

Evacuação imediata
A entidade apela para que seus repórteres locais sejam evacuados imediatamente, sob risco de morrerem de fome ou exaustão. De acordo com a nota, a AFP tem dependido exclusivamente de freelancers para cobrir a situação em Gaza desde o início de 2024, quando a equipe internacional foi retirada e a entrada de jornalistas estrangeiros passou a ser proibida.

“Desde 7 de outubro, Israel proibiu o acesso à Faixa de Gaza a todos os jornalistas internacionais. Nesse contexto, o trabalho de nossos freelancers palestinos é crucial para informar o mundo. Mas suas vidas estão em perigo, por isso pedimos às autoridades israelenses que permitam sua evacuação imediata, juntamente com suas famílias.”

O desespero dos profissionais aparece em relatos diretos. Bashar Taleb, fotógrafo freelancer que colabora com a AFP desde 2010, publicou no Facebook: “não tenho mais poder para cobrir a mídia. Meu corpo está magro e não consigo mais andar”. Ele vive hoje nas ruínas de sua casa na Cidade de Gaza com os irmãos e relatou que um deles já “caiu” de fome.

A AFP informa que não tem mais como fornecer um veículo, muito menos gasolina, para que seus jornalistas se desloquem para reportagens. “Andar de carro, de qualquer forma, é correr o risco de se tornar um alvo da aviação israelense”, afirma o texto.

“Toda vez que saio da tenda para cobrir um evento, fazer uma entrevista ou documentar um fato, não sei se voltarei viva”, afirma Ahlam, jornalista da agência. O maior problema é a falta de comida e água, confirma.

“Tento continuar exercendo meu trabalho, dando voz às pessoas, documentando a verdade diante de todas as tentativas de silenciá-la. Aqui, resistir não é uma escolha: é uma necessidade”, aponta

Governo francês
O jornal Le Monde informou que o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, pediu nesta terça-feira (22/07) que Israel permita a entrada da imprensa estrangeira em Gaza, alertando para o risco iminente de fome após 21 meses de guerra.

“Peço que a imprensa livre e independente tenha acesso a Gaza para mostrar o que está acontecendo e dar testemunho”, disse Barrot em entrevista à rádio France Inter. Ele afirmou que Paris está “tratando do assunto” e que o governo espera “poder evacuar alguns colaboradores de jornalistas nas próximas semanas”.

Barrot também exigiu o “cessar-fogo imediato” de Israel. “Não há mais justificativa para as operações militares do exército israelense em Gaza”, afirmou. “Esta é uma ofensiva que vai agravar uma situação já catastrófica e causar novos deslocamentos forçados de populações, o que condenamos nos termos mais fortes”, acrescentou.

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Grupo de Haia determina seis medidas contra genocídio na Palestina

32 países se comprometeram, entre outros pontos, a vetar venda ou transferência de armas para Israel, rever contratos públicos com regime sionista e pressionar por julgamento dos crimes internacionais

A primeira Cúpula Ministerial de Emergência do Grupo de Haia, realizada em Bogotá, Colômbia, nos dias 15 e 16 de julho, adotou uma declaração conjunta com seis medidas para deter o genocídio na Palestina, proibir o apoio militar a Israel e promover a justiça internacional em resposta à crise humanitária no Território Palestino Ocupado.

A declaração conjunta adotada pelos países reunidos em Bogotá detalha as seguintes medidas para abordar crimes internacionais e a situação na Palestina:

Proibição de Remessas Militares para Israel
Os Estados se comprometeram a bloquear a exportação de armas, munições, combustível e equipamentos militares para Israel. Essa medida visa impedir que as indústrias nacionais dos países participantes contribuam, direta ou indiretamente, para genocídios, crimes contra a humanidade e outras violações do direito internacional nos Territórios Palestinos Ocupados. A proibição inclui quaisquer materiais que possam ser usados para perpetuar a ocupação ilegal ou a violência contra civis palestinos, garantindo que recursos estatais não sejam vinculados a essas ações.

Restrição à passagem de embarcações que transportem equipamentos militares

Os países proibirão o acesso, a atracação ou a prestação de serviços em seus portos a embarcações que representem risco claro de transporte de armas, munições ou suprimentos militares destinados a Israel. Essa medida está em conformidade com o direito internacional, especialmente com as obrigações dos Estados de não facilitar atividades que violem os direitos humanos ou o direito humanitário.

Os portos nacionais implementarão controles rigorosos para identificar e deter qualquer embarcação suspeita de contribuir para a máquina de guerra israelense.

Controle de embarcações que arvoram bandeiras nacionais
Embarcações registradas sob as bandeiras de países membros do Grupo de Haia estão proibidas de transportar armas, munições, combustível militar ou equipamentos de dupla utilização para Israel.

Essa restrição garante que as frotas nacionais não sejam utilizadas para apoiar a ocupação ou crimes na Palestina. Os Estados devem estabelecer mecanismos de supervisão para garantir o cumprimento, incluindo inspeções e sanções para embarcações que violem esta disposição.

 

Revisão de Contratos Públicos com Israel
Os Estados revisarão urgentemente todos os contratos públicos com entidades israelenses, tanto governamentais quanto privadas, para garantir que fundos estatais não sejam utilizados para atividades que perpetuem a ocupação ilegal da Palestina ou violações de direitos humanos.

Essa medida inclui a avaliação de acordos comerciais, contratos de defesa e qualquer tipo de cooperação que possa contribuir para a maquinaria da ocupação. Os países se comprometeram a suspender ou cancelar contratos que não estejam em conformidade com os princípios do direito internacional.

Investigação e julgamento de crimes internacionais
Os países promoverão a investigação e o julgamento de crimes graves, como genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, cometidos nos Territórios Palestinos Ocupados. Essas ações serão realizadas em tribunais nacionais e internacionais, garantindo que as vítimas recebam justiça e que crimes futuros sejam prevenidos. Os Estados fortalecerão seus sistemas judiciais para julgar esses casos e colaborarão com organismos internacionais para garantir a responsabilização.

*Opera Mundi


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Quase 600 palestinos morreram em centros de distribuição de ajuda humanitária, dizem autoridades

O número de palestinos mortos por disparos israelenses em centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza subiu para 580 em pouco mais de um mês, com mais de 4.000 feridos, atualizaram as autoridades palestinas neste domingo (29).

Segundo as autoridades, 580 pessoas foram mortas, outras 4.216 ficaram feridas e outras 39 estão desaparecidas desde o dia 27 de maio, enquanto tentavam obter alimentos nos chamados centros de distribuição de ajuda humanitária e foram atacadas por Israel.

As autoridades em Gaza responsabilizam Israel, bem como “os estados envolvidos no genocídio da população da Faixa de Gaza, principalmente os EUA, o Reino Unido, a França e a Alemanha” pelas mortes desses civis, de acordo com o comunicado.

No início de junho, o jornal israelense Haaretz noticiou, citando soldados israelenses anônimos que lutavam na Faixa de Gaza, que oficiais das Forças de Defesa de Israel (FDI) haviam recebido ordens para atirar deliberadamente contra palestinos desarmados perto de locais de distribuição de ajuda humanitária durante o mês anterior. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Israel Katz, rejeitaram a alegação.

Israel se recusou a colaborar com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA na sigla em inglês). No final de outubro de 2024, o parlamento israelense aprovou projetos de lei que visam proibir as atividades da UNRWA em Israel e nos territórios que controla, após acusar alguns funcionários da agência de envolvimento no ataque do Hamas em outubro de 2023.

A ONU afirma que Israel não apresentou nenhuma evidência para fundamentar suas alegações. A lei que proíbe as atividades da UNRWA entrou em vigor no dia 30 de janeiro, segundo o Sputnik.


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Militares de Israel têm ordem de matar palestinos que buscam ajuda em Gaza, diz jornal

Segundo Haaretz, soldados definem centros de distribuição como ‘campo de matança’; Médicos Sem Fronteiras denuncia ‘massacre disfarçado de auxílio humanitário’

Soldados israelenses revelaram que têm sido ordenados pelas autoridades de Tel Aviv a atirar em palestinos que buscam ajuda humanitária em zonas de distribuição na Faixa de Gaza, de acordo com uma reportagem publicada pelo jornal Haaretz nesta sexta-feira (27/06).

O veículo israelense obteve depoimentos de militares que descreveram como as tropas disparavam contra multidões de civis para evitar que se aproximassem aos centros de ajuda ou apenas para dispersá-los.

“É um campo de matança. Onde eu estava, entre uma e cinco pessoas eram mortas todos os dias”, contou um dos soldados. “Eles atiram com tudo que você pode imaginar: uma metralhadora pesada, um lançador de granadas, morteiros.”

Desde o final de maio, a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, passou a operar o programa de distribuição de ajuda no enclave e foi denunciada por grupos de direitos humanos de se tratar de uma “armadilha mortal” para matar palestinos que buscam suprimentos básicos.

Até o momento, o Ministério da Saúde do enclave informa que pelo menos 549 pessoas foram assassinadas em ataques israelenses perto de centros de ajuda desde que estes começaram a operar na região.

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, recentemente os EUA aprovaram um pacote de US$ 30 milhões em financiamento para a GHF, ignorando as denúncias recebidos pelo mundo de que sua operação deve ser responsabilizada por cumplicidade com crimes de guerra.

Ainda nesta sexta-feira, a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) pediu que a fundação seja “imediatamente desmantelada”, afirmando ser um “massacre disfarçado de ajuda humanitária”. Segundo o órgão, o grupo coordenado por Tel Aviv e Washington “está degradando os palestinos intencionalmente, forçando-os a escolher entre passar fome ou arriscar suas vidas por suprimentos mínimos”.

Israel corta principal rota de ajuda humanitária
Na quinta-feira (26/06), o governo de Israel fechou as passagens para o norte de Gaza, consequentemente cortando a principal rota de ajuda humanitária para centenas de milhares de palestinos que enfrentam risco de fome.

O bloqueio ocorre na semana em que o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de israelense (IDF, na sigla em inglês), Eyal Zamir, anunciou que, após a consolidação do cessar-fogo com o Irã, as tropas israelenses passariam a “retornar o foco” nas operações militares no território palestino.

Ainda enquanto o regime sionista travava uma guerra com Teerã, mais de 800 pessoas em Gaza foram assassinadas nas mãos das IDF, muitas delas baleadas enquanto buscavam alimentos em centros de ajuda.

Horas antes do fechamento das passagens, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, defendeu a “interrupção completa” das operações de entrega de suprimentos no enclave, alegando que o grupo de resistência Hamas tem assumido o controle dos alimentos distribuídos.

“Interromper a ajuda nos levará rapidamente à vitória. Exigirei do primeiro-ministro que, na próxima reunião de gabinete, a questão da autorização da entrada de ajuda na Faixa de Gaza seja novamente votada”, declarou Ben-Gvir.

*Opera Mundi


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