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Tarcísio e Caiado viajarão a Israel a convite de Netanyahu depois de embate do país com Lula

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema foi convidado, mas recusou; Bolsonaro aguarda autorização de Alexandre de Moraes, do STF, para viajar.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), embarcará no dia 18 para Israel. Ele viajará ao país a convite do governo de Binyamin Netanyahu.

Outros governadores também foram convidados para visitar o país na mesma comitiva de Tarcísio. Entre eles estão o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que confirmou viagem, e o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, declinou do convite.

Netanhyahu enviou ainda uma carta pessoal a Jair Bolsonaro para que ele viaje a Israel.

O ex-presidente, no entanto, teve o passaporte apreendido por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e depende da autorização do magistrado para sair do Brasil.

A viagem ocorrerá no momento em que as declarações de Lula contra Israel se intensificaram, gerando desgaste para o presidente brasileiro entre eleitores evangélicos que se identificam com o país.

O petista repete, sempre que tem oportunidade, que o governo de Netanyahu está promovendo um genocídio de mulheres e crianças na Faixa de Gaza.

De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada na semana passada, a queda da avaliação positiva de Lula foi maior entre os evangélicos justamente por causa dessas declarações, e a rejeição a ele neste público chegou a 62%.

O território de Gaza passou a ser bombardeado por Israel depois do atentado do dia 7 de outubro, em que terroristas do grupo Hamas mataram 1.500 israelenses.

Desde então, a diplomacia de Israel se esforça para expor seus argumentos de que a guerra é necessária. E se dedica a criticar Lula, declarando que o presidente brasileiro é “persona non grata” no país.

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Biden acusa Netanyahu de prejudicar Israel com o massacre em Gaza

E se oferece para ir falar no Congresso israelense.

Nada como sentir-se ameaçado de perder o cargo que mais ambicionou na vida e que finalmente conseguiu, já velhinho. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, que derrotou Donald Trump há 4 anos, e que agora poderá ser derrotado por ele, decidiu partir para cima do primeiro-ministro-de Israel, Benjamin Netanyahu.

Em questão, o massacre de civis palestinos na Faixa de Gaza. O Exército de Israel, em pouco mais de cinco meses, já matou cerca de 31 mil pessoas, 70% delas mulheres e crianças, em retaliação ao governo de Gaza, comandado pelo grupo Hamas, que invadiu Israel em outubro último, matou 1.200 pessoas e sequestrou 150.

Biden deu ao governo israelense todas as armas que ele lhe pediu para vencer a guerra, mas agora resolveu dar um basta. Não na entrega de armas, mas na própria leniência com que se comportou até aqui. Algo como metade dos americanos está chocada com o que acontece em Gaza, e uma fatia dela também culpa Biden por isso.

Em sua fala mais dura desde o início do conflito, em entrevista à MSNBC, uma rede de televisão do seu país, Biden, ontem, disse que Netanyahu está atualmente prejudicando mais Israel do que ajudando. E acrescentou que deseja visitar Israel e dirigir-se diretamente ao Knesset, o equivalente ao nosso Congresso.

Lembrou que da primeira vez que foi a Israel com a guerra ainda mal deflagrada, sentou-se com Netanyahu, ministros do seu governo e militares e os advertiu:

“Não cometam o erro que a América cometeu no 11 de setembro. Fomos atrás de Bin Laden até pegá-lo. Mas não deveríamos ter metido nisso o Iraque e o Afeganistão. Não era necessário. Criou mais problemas do que eliminou.”

Segundo Biden, Netanyahu “tem o direito de defender Israel, o direito de continuar a perseguir o Hamas, mas deve, deve, deve prestar mais atenção às vidas inocentes que estão sendo perdidas como consequência das ações tomadas”. E repetiu:

“Na minha opinião, ele está prejudicando mais Israel do que ajudando Israel – é contrário do que Israel defende. Acho que é um grande erro e quero ver um cessar-fogo. Depois do bombardeio massivo que ocorreu na Segunda Guerra Mundial, acabamos numa situação em que mudamos as regras do jogo e o que constituem regras legítimas de guerra, e elas devem ser respeitadas”.

*Blog do Noblat

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Mundo

Imagem de criança esquelética que morreu em Gaza viraliza nas redes e denuncia situação de fome na região bombardeada por Israel

Yazan Kafarneh, menino desnutrido de 10 anos, se tornou o rosto que simboliza a falta de alimentos no território palestino.

É muito fácil traçar o crânio sob o rosto do menino de Gaza, a pele pálida estendendo-se sobre cada curva do osso e flácida em cada cavidade. Seu queixo se projeta com uma nitidez perturbadora. Sua vida reduzida a pouco mais que uma máscara fina sobre uma morte iminente. Numa de uma série de fotografias jornalísticas do rapaz, Yazan Kafarneh, tiradas com a permissão da sua família enquanto ele lutava pela sua vida, os seus olhos com pestanas compridas olhavam para fora, desfocados. Ele tinha 10 anos, mas nas fotografias dos seus últimos dias, numa clínica no sul de Gaza, parece pequeno para a sua idade e, ao mesmo tempo, velho. Na segunda-feira, Yazan estava morto. As fotos fizeram dele o rosto da fome em Gaza.

Grupos de ajuda alertaram que as mortes por causas relacionadas à desnutrição apenas começaram para os mais de 2 milhões de habitantes de Gaza. Cinco meses após o início da campanha de Israel contra o Hamas e do cerco a Gaza, centenas de milhares de palestinos estão à beira da fome, dizem responsáveis ​​da ONU.

Quase nenhuma ajuda chegou ao norte de Gaza durante semanas, depois de as principais agências da ONU terem suspendido as suas operações, citando a pilhagem em massa das suas cargas por habitantes desesperados de Gaza, as restrições israelenses aos comboios e as más condições das estradas danificadas durante a guerra.

Grupo mais vulnerável à desnutrição extrema
Pelo menos 20 crianças palestinas morreram de desnutrição e desidratação, segundo autoridades de saúde de Gaza. Assim como Yazan, que necessitava de medicamentos que eram extremamente escassos em Gaza, muitos dos que morreram também sofriam de problemas de saúde que colocavam as suas vidas em maior risco, disseram as autoridades de saúde, diz O Globo.

“Muitas vezes uma criança fica extremamente desnutrida e depois fica doente e esse vírus é, em última análise, o que causa essa morte”, disse Heather Stobaugh, especialista em desnutrição da Action Against Hunger, um grupo de ajuda humanitária. “Mas eles não teriam morrido se não estivessem desnutridos.”

Autoridades de saúde de Gaza disseram que duas das crianças que morreram de desnutrição tinham menos de dois dias de vida. Embora advertindo que era difícil dizer o que tinha acontecido sem mais informações, Stobaugh disse que a desnutrição em mães grávidas e a falta da fórmula nutricional que alimenta crianças em Gaza poderia facilmente ter levado à morte de crianças, que são as mais vulneráveis ​​à desnutrição extrema.

A saga de Yazan e sua família
Os pais de Yazan lutaram durante meses para cuidar do filho, cuja condição, dizem os especialistas, mostrava que ele tinha dificuldades para engolir e precisava de uma dieta leve e rica em nutrientes. Após o bombardeamento israelense em Gaza, na sequência do ataque liderado pelo Hamas a Israel, em outubro do último ano, os seus pais fugiram de casa, levando Yazan e os seus outros três filhos para um local que esperavam que fosse mais seguro.

Depois fugiram de novo, e de novo, e de novo, disse seu pai, procurando um lugar melhor para Yazan, cuja condição significava que ele não podia tolerar os abrigos caóticos e insalubres. Cada movimento era complicado pelo fato de Yazan não conseguir andar. Seus pais pouco podiam fazer a não ser observar a deterioração constante de sua saúde. “Dia após dia, via o meu filho ficar mais fraco”, disse o seu pai, Shareef Kafarneh, um motorista de táxi de 31 anos de Beit Hanoun, no norte de Gaza.

Eventualmente, eles acabaram em Al-Awda, na cidade de Rafah, no sul, onde Yazan morreu na manhã da última segunda-feira. Ele sofria de desnutrição e infecção respiratória, segundo Jabr al-Shaer, pediatra que o tratou. O médico culpou a falta de comida pelo enfraquecimento do já frágil sistema imunológico do menino.

Fome em Gaza se agrava com a guerra
Conseguir o suficiente para comer já era uma luta para muitos Faixa de Gaza, que antes da ofensiva contra o ataque recente do Hamas já sofria um bloqueio israelense. Estima-se que 1,2 milhões de habitantes de Gaza precisaram de assistência alimentar, de acordo com a ONU, e cerca de 0,8% das crianças com menos de 5 anos em Gaza sofreram de desnutrição aguda, disse a OMS.

Cinco meses após o início do ataque israelense, esse número parece ter aumentado: cerca de 15% das crianças do norte de Gaza com menos de 2 anos de idade estão gravemente subnutridas, bem como cerca de 5% do sul, afirmou a OMS em fevereiro. Com metade de todas as crianças de Gaza alimentadas com fórmula, disse Stobaugh, a falta de água potável para produzir esta fórmula nutricional está agravando a crise.

Adele Khodr, diretora da UNICEF, a agência da ONU para a infância, no Oriente Médio, disse esta semana: “Estas mortes trágicas e horríveis são provocadas pelo homem, são previsíveis e totalmente evitáveis”.

Ali Qannan, de 34 anos, não sabe o que se passa com o seu filho de 13 meses, Ahmed, que está sendo tratado no Hospital Europeu no sul de Gaza. Segundo ele, nem os médicos dos cinco hospitais para os quais ele levou o filho sabem. O bebê desenvolveu barriga inchada, diarréia e vômito, um mês após o início da guerra. Ahmed piorou, está com dificuldade para respirar e tem resultados de exames de sangue preocupantes, mas, devido à guerra, os médicos dizem que não podem realizar os testes de diagnóstico adequados, disse Qannan.

Cada pediatra tem uma sugestão diferente sobre com o que alimentar Ahmed, disse o pai do bebê – batatas cozidas, pão, fórmula especial fortificada usada para tratar crianças gravemente desnutridas –, mas cada uma era impossível de encontrar ou parecia não ajudar. Ele diz ter certeza de que a desnutrição tem algo a ver com os problemas do filho.

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O que mais assusta no holocausto em Gaza, é o sadismo de Israel e de seus apoiadores

Um exército sádico como o de Israel não ocorre por acaso, tem método e, certamente, uma lavagem cerebral para transformar os soldados em zumbis, pois nem cérebro eles têm mais, que fará sentimento humano.

Um número assustador de mulheres, crianças e bebês como vítimas fatais em Gaza, confirma sem qualquer margem especulativa que o exercito terrorista de Israel é formado por monstros, não importa se homens ou mulheres, o que é ainda mais assustador.

Nisso, não há uma centelha de luz, tudo é transformado numa escuridão de trevas. Sentimento de humanidade não existe, para o comando do exército e os soldados de Israel.

Isso precisa ser estudado nos mínimos detalhes para entender como se chega a esse nível de iniquidade, praticada, de forma fria e perversa, associada ao ato de ser mau, injusto, racista, que precisa castigar, punir, mais do que aniquilar o outro, mesmo que sejam mulheres e, sobretudo crianças, não mais se importando com as consequências ou tendo a menor vergonha de cometer as atrocidades.

No exército de Israel, há um desejo de matar. As imagens de Gaza, mostradas pelos drones de Israel, em que soldados atiram contra uma população faminta e engloba tudo de mais perverso e desprovido de moral produzido pelo ser humano. Alguns têm coragem de falar em bíblia, em Deus, quando perguntados, por que tanto ódio contra outros seres humanos? Qual o significado de tamanha covardia e depravação moral, injustiça e barbárie?

Este é um capítulo à parte no genocídio perpetrado por Israel na Palestina, pior, apoiado por vários chefes de Estado, em forma de ação ou de omissão, mesmo quando Israel dobra a aposta na perversidade mais fria.

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Opinião

Globo acusa Lula do que ele não disse para tentar sobrepor o que ele disse sobre o genocídio em Gaza

Quando vejo os comentaristas da Globo atacando Lula de forma cretina e criminosa por algo que ele não falou, quando na Etiópia, na tentativa de abafar o genocídio em Gaza, praticado pelos sionistas de Israel, vem-me à lembrança uma fala do grande Henfil sobre o perigo da informação como produto tóxico, presente na receita manipuladora da Globo, que diz o seguinte: se algo não acontecer, e a Globo diz que aconteceu, então, é verdade.

Mas se algo acontecer e a Globo não diz que aconteceu, então, é mentira.

Essa é uma técnica muito utilizada pelos sionistas, que estão até o intestino na manipulação da Globo, e não é de agora.

No auge da indústria cultural de massa, em que a cultura era um mero produto nas mãos da nefasta prática cultural, Nelson Mota, o mais destacado propagandista de quinquilharias musicais no Brasil, sobretudo do lixo musical importado ou copiado dos EUA e Europa, tinha como mantra a seguinte canalhice para justificar a segregação da música brasileira de qualidade, segregados pela Globo que é a principal representante do lixo cultural que ganha holofotes no país.

Então, a frase era, quem não fez sucesso até hoje, é porque é ruim. Ou seja, quem não está na agenda de emburrecimento e idiotização das massas, é por culpa do próprio artista.

Pois bem, é esse tipo de canalhice que Demétrio Magnoli e, em parte, Eliane Cantanhêde utilizaram para propagar mentiras sobre a fala de Lula para omitirem a fala contundente do presidente contra o genocídio repudiado no mundo todo.

o Estado de Israel pratica em Gaza e que, cinicamente, o monstruoso sionista, Benjamin Netanyahu, confessou, dizendo que não reconhece qualquer possibilidade de um Estado da Palestina independente e que a ocupação por Israel territorial de Gaza e Cisjordânia, é o projeto real de limpeza étnica, um massacre inominável, indescritível, que ocorre em tempo real para os olhos aterrorizados da comunidade internacional.

Nunca foi, nem antes, nem depois da criação do Hamas, que as práticas nazifascistas já denunciadas pelo célebre judeu, Albert Eisntein foram publicadas em 1948 pelo jornal The New York Times.

O que essa gente precisa é entender que o mundo hoje é outro e que as próprias vítimas dessa monstruosidade, usam seus celulares para espalhar nas redes, sem edição, seu próprio suplício.

Foi-se o tempo em que a Globo e seus Demetrios e Cantanhêdes ganhavam no bico a guerra da narrativa.

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“Não é guerra, é genocídio”, reforça Lula sobre ação de Israel em Gaza

O presidente Lula participou do lançamento de um edital da Petrobras que vai investir R$ 250 milhões na cultura e voltou a falar de Israel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta sexta-feira (23/2), do lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, edital destinado ao patrocínio de projetos na área de cultura, no Rio de Janeiro.

Durante o evento, o chefe do Executivo reafirmou que a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza é um genocídio e voltou a defender a criação do estado palestino.

“Da mesma forma que eu disse, quando estava preso, que não aceitava acordo para sair da cadeia porque eu não trocava a minha dignidade pela minha liberdade, quero dizer para vocês: ‘eu não troco minha dignidade pela falsidade’”, afirmou o presidente.

“E quero dizer para vocês que sou favorável à criação do estado palestino livre e soberano. Que possa esse estado palestino viver em harmonia com Israel. O que o governo de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças”, defendeu.

Veja a fala do presidente:

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Política

Lula encontra secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken; guerra de Israel deve ser discutida

Um dos temas do encontro deverá ser o ataque de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza, já que Blinken tem participado de negociações para um cessar-fogo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nesta quarta-feira (21/02), no Palácio do Planalto. O encontro ocorre antes da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 – grupo que agrega as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana –, no Rio de Janeiro.

Conforme comunicado divulgado pela embaixada dos Estados Unidos no país, a visita de Blinken “ressalta o compromisso dos Estados Unidos em apoiar os objetivos do Brasil durante sua presidência do Grupo dos 20”. O Brasil assumiu a liderança rotativa da organização pela primeira vez em 1º de dezembro, com um mandato de um ano.

“O secretário reafirmará o nosso interesse mútuo em garantir a paz internacional, reconhecer os direitos dos trabalhadores, promover a igualdade racial e acabar com a desflorestação”, afirmou o comunicado da embaixada.

Antes, o secretário de Estado Adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, afirmou que Blinken “busca uma conversa e envolvimento robustos com o presidente Lula sobre uma série de questões globais. O Brasil é um parceiro fundamental em uma série de questões, entre elas as questões de paz e segurança globais”.

Um dos temas do encontro entre Lula e o secretário deverá ser o ataque de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza. Como secretário de Estado dos EUA, Blinken tem participado de negociações numa tentativa de um cessar-fogo, apesar de o presidente norte-americano, Joe Biden, ser um dos principais apoiadores de Israel.

Na última terça-feira (20/02), os Estados Unidos vetaram um projeto de resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que exigia um cessar-fogo imediato em Gaza. Agora, os EUA devem apresentar um texto alternativo com a proposta de um “cessar-fogo temporário em Gaza assim que possível”, com a libertação de todos os reféns.

O anúncio da proposta alternativa foi feito depois que o presidente Lula comparou o massacre das forças militares de Israel contra a Faixa de Gaza ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente, em entrevista coletiva no último domingo (18/02) antes de deixar a Etiópia rumo ao Brasil.

O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, chefiado por Blinken, Matthew Miller, afirmou que o seu governo “obviamente” discorda da declaração de Lula.

*BdF

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Israel atacou comboio de alimentos da ONU em Gaza, mostram documentos e análise de satélite

Caminhão que transportava suprimentos vitais para o enclave foi alvejado em rota previamente acordada com as forças israelenses, segundo dados analisados pela CNN.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) dispararam contra um comboio da Organização das Nações Unidas (ONU) que transportava suprimentos alimentares vitais no centro da Faixa de Gaza em 5 de fevereiro, antes de finalmente impedirem que os caminhões avançassem para a parte norte do território, onde os palestinos estão à beira da fome, de acordo com documentos compartilhados exclusivamente pela ONU e com análise própria da CNN.

A CNN viu correspondência entre a ONU e os militares israleneses que mostram que a rota do comboio foi acordada por ambas as partes antes do ataque.

De acordo com um relatório de incidente interno compilado pela agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (UNRWA), a principal agência de ajuda humanitária da ONU em Gaza, que também foi visto pela CNN, o caminhão era um dos dez num comboio parado em ponto de detenção das FDI quando foi alvejado.

Ninguém no comboio ficou ferido, mas grande parte do seu conteúdo – principalmente farinha de trigo necessária para fazer pão – foi destruído.

Rastrear o ataque oferece uma janela para os principais desafios que os esforços humanitários enfrentam para levar ajuda aos mais de 2 milhões de habitantes de Gaza – quase 85% dos quais são deslocados internamente – no meio do bombardeamento de quase cinco meses de Israel na Faixa de Gaza.

“Um comboio que transportava comida, rumo ao norte da Faixa de Gaza. Aquele comboio a caminho do que chamamos de áreas intermediárias foi atingido. Um dos caminhões que transportava suprimentos foi atingido por fogo naval israelense”, disse Juliette Touma, porta-voz da UNRWA, à CNN.

As FDI não responderam aos repetidos pedidos da CNN para comentar o ataque, mas disse em 5 de fevereiro que estava investigando o incidente.

É um dos vários incidentes em que comboios de ajuda, bem como armazéns que armazenam ajuda, foram atingidos desde o início da guerra.

Israel lançou o seu bombardeamento e invasão terrestre da Faixa de Gaza após o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro, no qual pelo menos 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 outras feitas reféns. Mais de 29.000 pessoas foram mortas em ataques israelenses na faixa, de acordo com dados recentes do Ministério da Saúde de Gaza.

Na sequência do ataque de 5 de fevereiro, a UNRWA decidiu parar de enviar comboios para o norte de Gaza. A última vez que a agência conseguiu entregar alimentos a norte de Wadi Gaza – uma faixa de zonas húmidas que corta o enclave ao meio – foi em 23 de Janeiro.

A ONU estima que 300 mil pessoas ainda vivem no norte de Gaza, com muito pouca assistência. A desnutrição aguda já foi identificada em 16,2% das crianças locais, acima do limite considerado crítico, segundo a ONU.

O comboio, composto por 10 caminhões de ajuda humanitária e dois veículos blindados marcados com a insígnia da ONU, iniciou sua jornada nas primeiras horas de 5 de fevereiro.

A UNRWA disse que as viagens são realizadas no início do dia para evitar que o conteúdo dos caminhões seja invadido ao longo da rota por aqueles desesperados por comida.

Partindo do sul de Gaza, o comboio percorreu a estrada Al Rashid, que segue a orla costeira da faixa. A estrada tem sido a principal rota permitida pelos militares israelenses para comboios humanitários e evacuações desde janeiro.

Às 4h15 (horário local), o comboio chegou a um ponto de espera designado pelas FDI na estrada Al Rashid, de acordo com o relatório interno do incidente da UNRWA, onde os caminhões ficaram parados por mais de uma hora. Às 5h35 (horário local), foram ouvidos tiros navais e o caminhão foi atingido, disse a reportagem.

A agência disse que antes de iniciar a entrega da ajuda, coordenou antecipadamente com os militares israelenses, concordando com o caminho que tomaria – como sempre faz.

A correspondência por e-mail entre a UNRWA e o Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), a agência militar israelense que supervisiona as atividades nos territórios palestinos, a ajuda humanitária, também mostra um acordo para o comboio tomar a estrada Al Rashid.

“Compartilhamos com o exército israelense as coordenadas dos comboios e a rota desse comboio”, disse Touma. “Somente quando o exército israelense nos dá a aprovação, a luz verde, é que a UNRWA se move. Não nos movemos sem essa coordenação.”

Ela disse que o objetivo desta coordenação, denominado processo de resolução de conflitos, é garantir que os comboios de ajuda não sejam atingidos.

“Gaza tornou-se muito rapidamente um dos lugares mais perigosos para se trabalhar com ajuda humanitária”, disse Touma. “É um ambiente extremamente complexo para operar. Muitas vezes as nossas equipes são forçadas a prestar assistência humanitária sob ataque.”

 

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Ao restringir acesso de muçulmanos a Meca antes do Ramadã, Israel pode inflamar região

Mês sagrado do calendário muçulmano é marcado por ameaças israelenses de invasão a Rafah, na fronteira com Egito.

O Ramadã, mês sagrado de jejuns e preces do calendário muçulmano, começa por volta de 10 de março deste ano, tendo como pano de fundo a guerra entre Israel e o Hamas. A situação é explosiva, especialmente em Jerusalém. Contra a orientação das autoridades de segurança, o governo israelense decidiu restringir o acesso à Esplanada das Mesquitas.

O Ramadã é o mês mais sagrado do calendário muçulmano, e a Mesquita Al-Aqsa e sua esplanada, o 3ᵉ lugar mais sagrado do Islã, tiveram o acesso restringido por Israel. O gabinete de segurança israelense decidiu na noite de domingo (18/02) impor restrições ao acesso dos fiéis muçulmanos.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu acatou assim as exigências de Itamar Ben Gvir, ministro da Segurança Nacional de extrema direita, destinadas a palestinos da Cisjordânia, residentes de Jerusalém Oriental e, pela primeira vez, também para árabes israelenses que desejam participar das orações.

Uma decisão perigosa

Até o momento, os critérios de seleção, incluindo a idade dos fiéis e seu local de residência, não foram divulgados. Para a polícia, o Exército e o Shin Bet, o serviço de segurança interna de Israel, essa é uma decisão perigosa que pode inflamar toda a região. Os partidos árabes falam de uma nova provocação do ministro supremacista Ben Gvir.

Para Ahmad Tibi, líder do partido Ta’al, esse é um assunto que deve ser debatido pela ONU. E no Reshet Bet, a emissora pública de Israel, o ex-ministro Mansour Abbas, líder do partido islâmico Ram, atacou diretamente o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, e Benjamin Netanyahu: “É óbvio que essa é uma decisão ruim. É injusta, estúpida e irresponsável. Quando há recomendações de autoridades de segurança que não têm motivação política, devemos ouvir e seguir essas valiosas recomendações. E não sermos reféns nas mãos de Ben Gvir”, avisou.

“Ele [Gvir] é o verdadeiro primeiro-ministro”, avaliou um comentarista. “É o sonho do Hamas se tornando realidade: os palestinos de todos os lados se unirão”, disse um editorialista israelense.

Para o diário de esquerda Haaretz, trata-se de uma farsa política que pode se transformar em uma tragédia. Mas, de acordo com a mídia, a solução pode vir da procuradora geral de Israel. Ela adverte que não permitir que os árabes israelenses rezem na Esplanada das Mesquitas é simplesmente ilegal.

Ramadã como prazo

Israel ameaçou invadir Rafah no feriado do Ramadã, em março, se o Hamas não libertar os reféns até esta data. “O mundo deve saber, e os líderes do Hamas devem saber: se nossos reféns não estiverem em casa até ao Ramadã, os combates continuarão em todos os lugares, incluindo na área de Rafah”, declarou o ministro israelense, Benny Gantz, numa conferência de líderes judeus norte-americanos em Jerusalém.

“O Hamas tem a opção. Eles podem render-se, libertar os reféns e os civis de Gaza e poderão celebrar o feriado do Ramadã”, acrescentou Gantz, um dos três membros do gabinete de guerra israelense.

É a primeira vez que o governo israelense fixa um prazo para seu ataque a Rafah, a cidade onde se refugia a maioria dos 1,7 milhão de palestinos deslocados pela guerra.

Os governos estrangeiros, temendo a carnificina, instaram Israel a evitar atacar Rafah, a última cidade da Faixa de Gaza que não foi invadida por tropas terrestres na guerra que já dura quatro meses. Apesar da pressão internacional, Netanyahu insiste que a guerra não pode terminar sem entrar em Rafah.

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Governo Lula chama de volta embaixador brasileiro em Israel

Após mal-estar por fala de Lula sobre a Faixa de Gaza e o Holocausto, o embaixador Frederico Meyer deverá voltar ao Brasil.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamará de volta o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, após as falas do chefe do Executivo sobre o país em guerra com o Hamas, da Palestina.

Nesta manhã, Meyer recebeu uma reprimenda do ministro do Exterior israelense, Israel Katz, no Museu do Holocausto Yad Vashem.

Isso porque nesse domingo (18/2) Lula falou sobre o conflito armado, que dura desde outubro: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

Lula, no pronunciamento, cobrou ainda a ajuda humanitária do “mundo rico”. “Qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”.

Os comentários causaram mal-estar e o ministro Israel Katz afirmou o presidente brasileiro é “persona non grata” no país até que faça retratações.

Na manhã desta segunda-feira (19/2), houve uma reunião no Palácio do Alvorada com Lula, Paulo Pimenta (ministro da Secretaria de Comunicação), o assessor especial Celso Amorim e Márcio Macêdo (chefe da Secretaria-Geral da Presidência).

Sem desculpas
A partir disso, ficou decidido que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tratará do assunto. Lula decidiu que não fará, pelo menos por ora, qualquer novo discurso se desculpando com o governo de Israel pela declaração em que comparou as mortes de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto, como informou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, defendeu o presidente no X (antigo Twitter). “Tenho certeza que se o presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus”, afirmou.