Categorias
Brasil

Colapso em mina de Maceió é ‘evento inédito no mundo’ e consequências não podem ser mensuradas, diz prefeitura

O último boletim divulgado pela Defesa Civil do município apontou que o solo do bairro Mutange tem cedido 1 centímetro por hora.

Em um novo comunicado divulgado nas redes sociais, a prefeitura de Maceió (AL) informou que a série de fenômenos que pode levar ao colapso uma mina de sal-gema, localizada no bairro Mutange, é um “evento inédito no mundo” e que, por isso, “até o momento não é possível mensurar todas as consequências do fato”. O último boletim divulgado pela Defesa Civil do município apontou que o solo da região tem cedido 0,7 centímetro por hora.

Apesar de a erosão ter desacelerado em cerca de 0,3 centímetros/hora em comparação ao boletim divulgado na sexta-feira, a situação permanece crítica. Um novo sismo com magnitude de 0,89 a cerca de 300 metros de profundidade foi registrado no local, na madrugada deste sábado. A Defesa Civil permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina, que está na região do antigo campo do CSA.

Em 24h, solo cedeu 13 cm
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, além da quantidade elevada de abalos, foi observada que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação em direção à superfície.

A Defesa Civil de Maceió informou, na manhã deste sábado (02), que o solo afundou 13 centímetros nas últimas 24 horas.

“Por precaução, a recomendação é clara: a população não deve transitar na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo. A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas”, informou o órgão.

Usado na indústria química na fabricação de PVC, o sal-gema é extraído do subsolo através de perfurações que podem atingir mais de mil metros, nível no qual o material pode ser encontrado. Escavados os buracos, são injetados neles água. Ao atingir o sal-gema, cria-se uma mistura, como um salmoura.

Como é a extração do sal gema — Foto: Arte O GLOBO

Categorias
Cotidiano

Drama do colapso do solo em Maceió se agrava; entenda as razões

Após decisão da Justiça e iminência de colapso de mina, mais moradores foram retirados às pressas da área afetada em Maceió.

A desocupação forçada de áreas em Maceió (AL) nesta semana abriu novo capítulo no drama que atinge a capital alagoana há mais de cinco anos. A Justiça Federal, baseada em relatórios técnicos, determinou a inclusão de novas áreas na zona de risco para colapso em minas da Braskem, o que resultou na evasão de moradores da região afetada – mais de 60 mil pessoas já tiveram que sair, deixando bairros fantasmas na cidade.

A medida atende a pedido do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Estado de Alagoas pela inclusão de mais áreas no programa de realocação da Braskem. A Justiça estabeleceu que o monitoramento também fosse intensificado.

O aumento da zona desocupada se dá no momento em que há um alerta de colapso iminente de uma mina da petroquímica Braskem na região do antigo campo do CSA, na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

A zona, segundo a Defesa Civil de Maceió, já estava praticamente desocupada. Diante do risco iminente de colapso, o órgão municipal pediu que embarcações e população evitem transitar na região até nova atualização do órgão.

De acordo com a Defesa Civil, as análises apontam que, em caso de colapso, há chances de surgimento de um sinkhole, fenômeno caracterizado pelo afundamento da superfície e formação de uma cratera, devido ao esvaziamento do subsolo.

Por causa da situação, a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias e criou um Gabinete de Crise para acompanhar a situação.

Veja o tamanho da região afetada pelo risco em Maceió e as novas áreas de monitoramento:

Imagem colorida mostra mapa de áreas afetadas - metrópoles

Governo federal preocupado
“Orientei hoje os ministros Wellington Dias e Renan Filho a acompanharem de perto, em Maceió (AL), o risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange”, afirmou o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), na noite de quinta (30/11). “Estamos atentos e de prontidão para as ações que forem necessárias e ajudar no que for preciso”, completou.

Categorias
Cotidiano

Moradores deixam às pressas área que pode afundar em Maceió;

Uma ordem judicial obrigou a Defesa Civil de Alagoas a evacuar, na madrugada desta quinta-feira (30/11), uma área de Maceió que corre perigo iminente de colapsar e virar uma enorme cratera. Vários bairros da capital alagoana estão isolados devido aos danos ao subsolo causados pela mineração da Braskem, e uma região específica, no bairro do Mutange, se tornou um problema crítico esta semana, com risco de desabamento.

A pedido do Ministério Público e por determinação da Justiça Federal, foi ordenada a desocupação de 23 residências localizadas nas áreas mais próximas do Mutange, abrangendo bairros como Bom Parto e Bebedouro. A decisão autorizou o emprego de força policial em caso de resistência.

Alguns moradores protestaram durante a evacuação, dizendo não ter para onde ir.

No bairro vizinho, Pinheiro, não há indicação formal para evacuação, entretanto, por medida de precaução, alguns moradores têm optado por deixar suas casas. Desde o surgimento do problema, em 2018, mais de 14 mil imóveis na região já foram desocupados e mais de 60 mil pessoas tiveram de deixar suas habitações, numa enorme catástrofe provocada pela mineração urbana.

Categorias
Cotidiano

Maceió decreta emergência por risco de colapso em mina da Braskem

Região afetada registrou cinco episódios de tremores de terra no mês de novembro.

A Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência, nesta quarta-feira (29), por risco iminimente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.

Segundo o governo do estado, houve cinco abalos sísmicos na área no mês de novembro, e o possível desabamento pode ocasionar a formação de grandes crateras na região.

Em atualização na manhã de hoje (30), a Defesa Civil municipal informou que a área está desocupada, mas por precaução, recomenda que embarcações e a população evitem transitar no local até nova atualização do órgão, segundo a CNN.

A Defesa Civil de Alagoas alertou que uma ruptura no local pode ter um efeito cascata em outras minas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que entrou em contato com o Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, solicitando prontidão e alerta da Defesa Civil Nacional para acompanhar “as graves consequências geradas pela exploração das minas pela Braskem, em Maceió”.

“Não sabemos a intensidade, mas é certo que grande parte da cidade irá sentir. Se houver uma ruptura nessa região podemos ter vários serviços afetados, a exemplo do abastecimento de água de parte da cidade e também o fornecimento de energia e de gás. Com certeza, toda a capital irá sentir os tremores se acontecer essa ruptura dessas cavernas em cadeia”, afirmou o coordenador-geral da Defesa Civil do Estado, coronel Moisés Melo.

Pelas redes sociais, o governador Paulo Dantas (MDB) anunciou que equipes da Defesa Civil Nacional e do Sistema Geológico Brasileiro chegaram ao estado na noite de ontem (29) para acompanhar a situação. Ele assinou ainda um pedido de audiência com a Presidência da República para tratar do tema.

Em nota, a Braskem afirmou que o sistema de monitoramento do solo registrou microssismos e movimentações atípicas em um local específico nas proximidades do Mutange, e as informações foram compartilhadas com as autoridades competentes.

“As atividades de preenchimento de poços já haviam sido paralisadas, e a área foi isolada preventivamente na tarde de terça-feira (28), em cumprimento às ações definidas nos protocolos da companhia e da Defesa Civil. Nas últimas horas, a situação vem se intensificando, e estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para minimização de impacto de possíveis ocorrências. A Braskem segue acompanhando de forma ininterrupta os dados de monitoramento, que são compartilhados em tempo real com as autoridades competentes”, completa a nota.

Minas de Maceió

As minas da Braskem em Maceió são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração na região. Essas cavernas estavam sendo fechadas desde 2019, quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a atividade realizada havia provocado o fenômeno de afundamento do solo na região, o que obrigou a interdição de uma série de bairros da capital alagoana.

O caso tornou-se conhecido após um tremor de terra sentido por moradores de alguns bairros em março de 2018. No Pinheiro, um tradicional bairro da capital alagoana, além dos tremores surgiram rachaduras nos imóveis, fendas nas ruas, afundamentos de solo e crateras que se abriram sem aparente motivo. Os moradores do bairro relataram que após um forte temporal, em fevereiro daquele mesmo ano, danos estruturais no bairro – que já eram frequentes – começaram a se agravar, culminando no tremor sentido semanas depois.

Ainda em 2018, foram identificados danos semelhantes em imóveis e ruas do bairro do Mutange, localizado abaixo do Pinheiro e à margem da Lagoa Mundaú; e no bairro do Bebedouro vizinho aos outros dois. Em junho de 2019, moradores do bairro do Bom Parto relataram danos graves em imóveis.

Estudos feitos posteriormente confirmaram que o tremor ocorrido em 2018 se deu em razão do desmoronamento de uma das 35 minas da área urbana. De acordo com as pesquisas, aquele não foi o único tremor, pois os laudos apontam a existência de outras minas deformadas e desmoronadas.

Desde então, o Ministério Público Federal em Alagoas (MPF-AL) acompanha o caso, tendo assumido, em dezembro de 2018, a apuração dos fatos e iniciado atuação preventiva em favor dos moradores.

Em julho deste ano, a prefeitura da cidade fechou um acordo com a empresa assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento dos bairros, que teve início em 2018. Segundo a administração municipal, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM).

Categorias
Uncategorized

Urgente!: polícia invade e incendeia acampamento do MST em Roraima

A polícia de Roraima invadiu, na tarde de hoje (09), o acampamento Lula Livre, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), localizado no município de Mucajaí, a 58 quilômetros da capital, Boa Vista.

Conforme as denúncias dos acampados, o despejo é extremamente violento, com ameaças, intimidações e queima de todos os seus pertences.

“A polícia está botando fogo em todos os pertences das famílias e ameaçando bater e prender quem tentar entrar no local. As famílias estão sendo obrigadas a ver tudo que tem ser queimado, sem poder fazer nada”, contou uma acampada ao sítio do MST na Internet.

O despejo não é acompanhado por um oficial de Justiça, contrariando a própria lei. Quem acompanha a força tática é o grileiro da terra, que, conforme das denúncias, chama-se Zezinho. O local fica na fazenda Tocantins e tem 650 hectares, improdutivos, e foi ocupado pelas famílias em 17 de abril de 2019.

Essa é mais uma intervenção fascista da polícia contra um acampamento sem terra ou sem teto. A cada semana, as forças da repressão realizam invasões ilegais a esse tipo de habitação para expulsar os trabalhadores, queimando seus pertences pessoas e do movimento. No final de dezembro, algo semelhante foi realizado em um acampamento do MTST em Maceió (Alagoas).

Demonstra-se a cada dia que a polícia é um corpo fascista que serve apenas para reprimir o povo pobre e trabalhador. Portanto, deve ser extinto imediatamente! E, por sua vez, os trabalhadores, particularmente os sem terra, têm todo o direito de se armarem, justamente para se defender das atrocidades cometidas pelas forças da repressão bolsonarista.

 

 

*Por Rui Costa Pimenta – Causa Operária

Categorias
Uncategorized

O perigo do fascismo no Brasil: PMs comandam ato terrorista no MTST em Alagoas e gritam: ‘Lula morreu, agora é Bolsonaro’

Policiais militares invadiram nesta sexta-feira (27) a ocupação Dandara, do MTST, em Maceió. Com gritos de “agora é Bolsonaro” e “Lula está morto” , os PMs renderam pessoas, invadiram e quebraram coisas da cozinha coletiva e queimaram livros, bandeiras e documentos dos integrantes do movimento.

Livros, bandeiras e documentos dos integrantes do movimento foram queimados pelos agentes em ação nesta sexta (27).

A ocupação Dandara, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), localizada no bairro de Benedito Bentes, periferia de Maceió (AL), foi invadida por policiais militares na manhã desta sexta-feira (27). De acordo com a coordenadora do movimento no estado, Eliane Silva, em entrevista ao UOL, os agentes gritaram “agora é Bolsonaro” e “Lula está morto” antes da ação.

“Duas viaturas da polícia apareceram aqui na ocupação na manhã de hoje. Fizeram uma ação violenta. Renderam pessoas, mandaram outras entrarem nos barracos, invadiram e quebraram coisas da cozinha coletiva. Rasgaram nossos livros de registros. Gritavam ‘quem manda agora é Bolsonaro’ e ‘Lula está morto’. Tocaram fogo em nossas bandeiras e disseram que tínhamos que trocar pela bandeira do Brasil”, afirmou Eliane Silva ao UOL.

Uma coordenadora do movimento, que não teve a identidade revelada, chegou a ser algemada, mas foi liberada em seguida, antes mesmo de seguir para a delegacia. O MTST, em publicação em suas redes sociais, afirma que a cozinha coletiva do acampamento foi trancafiada pelos policiais e que livros, bandeiras e documentos dos integrantes do movimento foram queimados pelos agentes.

De acordo com o MTST, haverá uma reunião na próxima segunda-feira (30), com representantes do governo estadual – Alagoas é governado por Renan Filho (MDB) –, da Polícia Militar, do judiciário local, para tratar da operação desta sexta-feira.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas não se manifestou até o fechamento desta matéria.

 

*Edição: Rodrigo Chagas/Brasil de Fato

 

Categorias
Educação

Vídeo: Vista aérea da Candelária abarrotada no tsunami da educação contra o Future-se de Bolsonaro

Estudantes, professores e entidades sindicais levam às ruas, em várias cidades do país, críticas aos cortes na educação e ao programa federal Future-se, que quer financiar parte do ensino nas universidades públicas e regulamentar a gestão das instituições com participações de OSs (Organizações Sociais). O ato, que acontece desde a manhã de hoje, foi convocado pela UNE (União Nacional dos Estudantes). Já houve registro de manifestações ao menos nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro, João Pessoa, Salvador, Maceió, Belo Horizonte, Fortaleza, Teresina, Aracaju, Recife, Belém e Palmas.

Em São Paulo, centenas de manifestantes se reúnem no Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista. Na pauta, os cortes no orçamento federal para a educação, a oposição ao projeto Future-se e o combate à reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro.

Além de bandeiras da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), militantes exibem também símbolos de centrais sindicais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), assim como de partidos como PDT, PSOL e PCO.

Em Salvador, manifestantes usaram máscaras com o rosto de Bolsonaro e seguraram tesoura e lápis gigantes em forma de armas para criticar as mudanças na educação. O grupo saiu da praça do Campo Grande usando faixas, cartazes e bandeiras. “Nossa arma é a educação, Bolsonaro! Tira a tesoura da mão e investe na educação”, gritaram manifestantes.

https://twitter.com/jcr_pt/status/1161399031416926208?s=20

 

*Com informações do Uol