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Padre Júlio Lancellotti é condecorado com Grã-Cruz da Ordem do Mérito

Concedida pelo presidente Lula após o sacerdote sofrer ameaças, condecoração foi entregue pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

São Paulo – O padre Júlio Lancellotti foi condecorado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) com a Ordem do Mérito, no Grau Grã-Cruz. O título é concedido a pessoas que tenham prestado serviços relevantes ao país e aos brasileiros na área da Justiça. A condecoração foi entregue neste domingo (24) pelo ministro Flávio Dino. A cerimônia foi acompanhada pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio Almeida.

O título foi concedido via decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva do fim de 28 de agosto, dois dias após um bilhete com ameaças ter sido deixado na porta da Paróquia São Miguel Arcanjo, onde Júlio Lancellotti é pároco. Câmeras de segurança registraram o momento em que um homem foi até o local e deixou o papel escrito. Ele foi identificado e confessou ter deixado a ameaça.

Hoje é dia de homenagear o Padre Júlio Lancellotti por sua dedicação à causa da Justiça Social”, afirmou Flávio Dino momentos antes da entrega. Na cerimônia, acrescentou: “Esse trabalho social é um trabalho de Justiça e um trabalho de segurança pública, porque só existe segurança pública quando há plenitude de direitos para todos. Não há possibilidade de nós termos segurança na sociedade apenas com a ideia de que a polícia vai resolver tudo. Não vai. Não há paz sem Justiça”.

Compromisso compartilhado
Pedagogo, o Padre Júlio Lancellotti atua na defesa dos direitos humanos e assistência a pessoas em situação de rua. Também é o atual coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo. Ao longo da carreira na Igreja Católica, o sacerdote recebeu uma série de prêmios e reconhecimentos. Ao receber o diploma, destacou que a assistência social aos vulneráveis deve ser um compromisso compartilhado: “Que cada um de nós esperemos respostas políticas, econômicas, sociais de defesa dos direitos humanos, mas reconheça nas pessoas em situação de rua irmãos e irmãs”, disse.

“Nessa emergência climática que nós estamos vivendo, todos podemos oferecer água, afeto, partilhar alimento. Nós cobramos, lutamos, nos engajamos nas lutas, nas políticas chamadas políticas públicas. Mas tem uma parte que é nossa, como irmãos e irmãs. De qualquer religião ou se nenhuma religião, somos seres humanos”, completou o sacerdote. Júlio Lancellotti chamou um dos assistidos pelas ações sociais, o instrumentista Emerson Pavão, para receber o diploma com ele.

*Com RBA

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Governo Lula condecora padre Júlio Lancellotti dois dias após o religioso, que atua junto à população de rua, ter sido ameaçado

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condecorou nesta terça-feira (29) o padre Júlio Lancellotti, com a medalha da Ordem do Mérito do Ministério da Justiça.

A homenagem consta de decreto publicado no Diário Oficial da União, assinado por Lula e pelo ministro Flávio Dino (Justiça). O religioso foi admitido na qualidade de Grão-Mestre da Ordem do Mérito do Ministério da Justiça, segundo a Folha.

A homenagem ao religioso acontece dias após ele ter recebido uma ameaça. Júlio Lancellotti compartilhou nas redes sociais um bilhete ameaçador que recebeu na manhã deste domingo (27). Em postagem no Instagram, ele afirma que o papel foi colocado de madrugada.

“Bilhete que hoje estava na porta da igreja, encontrei logo cedo, colocaram com o portão fechado”. A mensagem diz que ele é um defensor dos bandidos e que seus dias de reinado irão acabar.

“Pensa que aqui é partido político, defensor dos direitos dos bandidos. Petista vagabundo, usa o povo para te favorecer. Seu dia de reinado aqui vai acabar, pode esperar”, diz o bilhete.

Padre Júlio Lancellotti é reconhecido por sua atuação em defesa dos direitos humanos e em favor dos moradores de rua. O religioso distribui alimentos e chega a abrigar pessoas nessas condições. Foi um dos primeiros a criticar a chamada “arquitetura hostil”, com comerciantes colocando obstáculos para impedir que pessoas em situação de vulnerabilidade dormissem em frente aos seus estabelecimentos.

Em março deste ano, o religioso foi atacado durante a celebração de uma missa na zona leste da capital paulista. Um homem o interrompeu aos gritos de “vai sustentar vagabundo”.

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Política Preconceito e racismo

Padre Júlio Lancellotti recebe ameaça e provoca onda de solidariedade e indignação nas redes

O padre Júlio Lancellotti, que há décadas atua no auxílio à população de rua da capital paulista, recebeu neste domingo (27) uma nova ameaça, conforme ele próprio relatou pelo X, antigo Twitter.

Um bilhete deixado em frente à sua igreja diz: “padreco de m*rda. Pensa que aki [sic] é partido político. Defensor dos direitos dos bandidos. Petista vagabundo. Usa o povo pra [sic] te favorecer. Seu dia de reinado aki [sic] vai acabar. Pode esperar”.

O religioso compartilhou foto do bilhete e recebeu uma onda de mensagens de solidariedade e apoio.

*Com 247

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Vídeo: Em missa, Padre Julio Lancellotti diz “Use a cabeça, não seja gado”

Sacerdote, que atua junto à população de rua mais vulnerável, é um ferrenho crítico do governo de Jair Bolsonaro e, em missa realizada em São Paulo neste domingo, mandou indireta para os apoiadores do presidente.

Famoso nacionalmente por sua histórica e importante atuação em defesa da população em situação de rua, o padre Júlio Lancelotti, em missa realizada na paróquia São Miguel Arcanjo, em São Paulo, neste domingo (2), fez um sermão pedindo para que as pessoas “usem a cabeça”.

“Use a cabeça. Não seja gado. Seja pessoa. Leia”, disparou o sacerdote.

m outro momento da mesma celebração, Lancellotti ainda fez referência aos ataques sofridos por Thammy Miranda, homem trans que passou a ser alvo de ataques de bolsonaristas por estrelar uma campanha de Dia dos Pais.

“O que ofende a tal moral cristã? O pai trans que cuida de seu filho? Ou o abandono, a fome, o desrespeito, o veto ao auxílio emergencial às mães que criam seus filhos sozinhas?”, questionou, fazendo referência também ao projeto vetado por Bolsonaro que priorizaria as mulheres no pagamento do auxílio.

 

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Não saberia não ser padre e irmão do povo de rua

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*Com informações da Forum

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São Paulo chega ao recorde de 40 mil moradores de rua retratando a tragédia dos governos Dória e Bolsonaro

A prefeitura de São Paulo deve começar, nos próximos dias, a pesquisa censitária da população em situação de rua. A maior cidade do país – e também a mais rica – busca medidas para enfrentar o problema, que se agravou nos últimos anos.

O Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) estima que, hoje, cerca de 40 mil pessoas vivam nas ruas da metrópole. Um número alarmante se comparado com o último censo, em 2015, realizado pela Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe), quando foram registrados 15.905 habitantes.

“Esse estudo está defasado. Muita coisa mudou nos últimos quatro anos. A população de rua mais que dobrou”, afirma Edvaldo Gonçalves, coordenador estadual do MNPR.

Para o novo censo, a prefeitura contratou – por meio de licitação – a empresa Qualitest Inteligência em Pesquisa, situada no Espírito Santo. A mudança, segundo o Departamento de Comunicação do governo, teria sido motivada por uma decisão da gestão municipal.

A reportagem tentou entrevista com a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Maria Giannella, mas teve o pedido negado. A assessoria não deu detalhes do processo licitatório alegando estar em fase de planejamento, mas garantiu que os trabalhos começam em outubro, com prazo de 9 meses.

Para essa primeira fase, foram contratados 90 profissionais, que serão divididos em dez equipes (cada uma com 8 pesquisadores e 1 supervisor). Número considerado insuficiente pelo coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, padre Júlio Lancellotti. “Temos uma demanda de milhares de pessoas nas ruas, com rotinas e deslocamentos em várias regiões. O que pode afetar no desempenho da pesquisa”, disse.

Número de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo:

O coordenador da pastoral acredita que, por dia, cerca de 30 novas pessoas chegam às ruas da capital. A maioria está há menos de um ano nessa situação. “Precisamos saber qual será o método desta nova pesquisa para fazermos um retrato aproximado dessa triste realidade”, afirma o padre Lancellotti.

Diante das dúvidas e da falta de informações transmitidas pela prefeitura, o Comitê da População de Rua da Cidade de São Paulo decidiu convocar, para a próxima segunda-feira (16), uma reunião extraordinária para pedir maior transparência no assunto.

 

 

*Por Everton Menezes/Yahoo