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O peru de natal

A intenção aqui não é analisar o conto do grande Mário de Andrade, mas de constatar a limpeza bolsonarística pela preservação da direita do Brasil.

Sim, Bolsonaro se transformou num peru de natal, da noite para o dia. Isso está muito além da força política de Pablo Marçal, que tratorou Bolsonaro, Tarcísio e o candidato dos dois, Ricardo Nules, já que este conseguiu ser mais pangaré que o ex-presidente do baixo clero.

Aquele mesmo que, como deputado federal durante 28 anos, nunca teve um projeto aprovado.

Bolsonaro é um perdedor. Para chegar à presidência da República, teve que fazer muita mutreta, a mais criminosa foi em parceria com Sergio Moro, vendendo a cabeça de Lula por duas pastas, a da Justiça e Segurança Pública.

Moro virou uma mula manca antes mesmo do início da corrida presidencial e teve que trair Deus e todo mundo para chegar ao Senado e se transformar no mais inútil do senadores.

Que isso fique bem claro, a matéria prima usada por Bolsonaro chegar à presidência, foi a canalhice, a vigarice, a expressão mais crua do banditismo, sem perfume, como era o caso da tradicional direita nacional, até Aécio expor em praça pública o odor daquele ambiente.

Pois bem, isso ficou mais do que provado, com o abandono do rebanho que inventou um Bolsonaro, com sabor artificial de mito de coisa nenhuma.

Bolsonaro foi desmoronado por ele próprio e esqueça a possibilidade de, na eleição de 2026 ter o apoio do rebanho para a candidatura de Tarcísio.

Essa nova fórmula de bolsonarismo não existe e não existirá. A única tentativa possível de Bolsonaro reduzir danos é fazer um confronto direto e pesado contra Pablo Marçal, sem colocar preposto para uma guerra intestina, como Bolsonaro tem feito, usando os filhos e até Malafaia.

Já está mais do que provado que isso não surtiu qualquer efeito diante da avassaladora ascensão de Pablo sobre o eleitorado de Bolsonaro em São Paulo.

Marçal fez de Bolsonaro uma barata que se pisa e esmaga com somente uma pisada.

Ou seja, é tudo ou nada, com 99% de chance de ser nada para Bolsonaro. O sujeito já está no forno desde já.

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Ciro, o candidato de Tik Tok

Ciro é aquele candidato que tem solução fácil para um problema difícil. Até aí, nada de original. Isso sobra na história política desse país, pata tanto, é só pegar Collor, FHC, Bolsonaro via Paulo Guedes.

Mas nesses tempos de internet e vídeos curtos, tipo Tik Tok, Ciro se transformou num especialista em trazer, numa única frase, as soluções mais complexas do Brasil.

Por isso mesmo não pôde deixar de lançar mão do slogan que virou seu martelete, de que é o candidato mais preparado, sempre depois de uma frase de efeito, de uma solução rocambolesca para situações estruturais que não se resolve com coelhos e cartolas.

Dito isso, vamos à questão de fundo sobre esse momento tão delicado porque passa o país, em que, mais do que nunca, exige uma posição cartesiana para que consigamos, através de uma campanha de voto útil, buscar a vitória de Lula no primeiro turno.

Sejamos realistas, para não contar com a única coisa que Ciro Gomes pode nos oferecer, a sua mesquinhez.

Para Ciro, o Brasil é do tamanho do seu umbigo de vedete sem público. Por isso não esperem dele um ato de grandeza social e política.

Um democrata, que quer que todos os seus oponentes desistam da disputa eleitoral para lhe dar vitória por WO, presta?

Essa história de que Ciro é o único que tem programa, é pura balela. Por que o gênio não conseguiu com esse feito, uma mísera aliança?

Ciro não fará nada pelo país, pelos brasileiros. Sairá do pleito batendo a porta dos fundos como playboy arrogante que é.

Ciro é um pavão que tem o pé maior que o corpo. Por isso sempre vira um peru de natal que morre de véspera.

Esses roncos caricaturescos de Ciro, associando-se ao pior do comportamento bolsonarista, dizem quem ele é.

O gabola, que vive de auto elogio vazio, traz para o debate uma engenhosa invenção maravilhosa, carregada de lero-lero, e só.

Daí que, ano após ano, eleição após eleição, Ciro e suas ideias “sofisticadas” que beiram ao humorístico, ganham menos adeptos.

Também por isso, Ciro utiliza recursos para atacar covardemente Dilma numa mal disfarçada misoginia, e dar asas à inveja doentia que tem de Lula.

Digo isso e poderia dizer muito mais sobre a personalidade ególatra do boquirroto Ciro Gomes, porque não se pode esperar nada dele.

Teremos todos que cavar, à unha, os dois pontinhos para Lula levar o caneco no 1º turno. O país precisa disso, e o povo pobre, mais do que nunca.

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Bolsonaro usa a presidência para copiar as manobras de Cunha e como ele terminará

Aqui não será feito um retrospecto sobre a vida e obra de Cunha. Todos sabem a história e o destino do político mais vigarista da história que foi quem conduziu o golpe contra Dilma, em parceria com Aécio, Temer e a escória política, empresarial e judicial do país.

Mas terminou como terminou, coisa que muitos duvidaram que aconteceria. O que parece ser o novo normal no Brasil são as manobras de Bolsonaro para livrar Flávio da cassação e da cadeia, o que significaria a queda de Bolsonaro e sua consequente prisão.

O grande problema de Bolsonaro é justamente ter entrado no modo Cunha, que já havia perdido completamente o controle político da sua situação e usava a presidência da Câmara para manobrar, o que dava a ele uma falsa de imagem de intocável, até que Teori Zavascki o afastou da presidência, foi cassado e, em seguida, condenado e preso.

Quando se lê os jornais, observa-se que são manobras e mais manobras, mas Bolsonaro já pode ser considerado um peru de natal, não só suas ações para tirar o clã das garras da justiça ficaram descaradas e cotidianas, como pipocam declarações aqui, ali e acolá dentro do próprio judiciário que vão temperando sua queda, como quem tempera um peru para entrar no forno.

O último episódio que envolve a queda de Witzel e a troca de gentilezas entre os corruptos Flávio Bolsonaro e Claudio Castro que assumiu a cadeira de Witzel, tão enrolado com a justiça como o próprio governador afastado, escancara que não só acabou a vergonha dessa gente, como perdeu a noção da realidade. numa mistura de “deixa arder” com “comigo ninguém pode”.

O objetivo, todos sabem, é no final do ano Bolsonaro indicar o Procurador Geral do Estado que substituirá o atual que cuida do caso de Flávio e a organização criminosa do clã.

E é nesse momento que o clã se prepara para cair do cavalo e se transformar no prato principal da ceia de natal, exatamente como ocorreu com Cunha.

Lembrando que o mesmo centrão que segurou o Cunha, enquanto tinha poder, o abandonou na hora H e não hesitará em fazer o mesmo com Bolsonaro, quando este cair em desgraça.

Como se observa no twitter de Claudio Castro, essa gente perdeu a vergonha de barganhar proteção escancarada, ao vivo e a cores, em pleno sol do meio-dia.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

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Queiroz virou peru de natal

Independente do resultado final da operação desta quarta-feira (18), envolvendo o cartel do clã Bolsonaro, uma coisa é certa, se esse castelo de cartas não desabar agora, estará por um fio com mais essa corrosão provocada por um processo lento de infiltração, mas fatal.

Na verdade, o caso Queiroz já destruiu por completo a imagem dos Bolsonaro com defensores do rigor até da violência contra quem eles julgam ser um fora da lei.

Talvez esteja no julgamento do que é legal ou ilegal, que o clã se veja diante de uma eminente derrocada.

É fato que os brasileiros estão céticos com o ministério Público comandado Por Augusto Aras e a Polícia Federal comandada por Sergio Moro e, para piorar, tendo Bolsonaro como chefe dos dois.

Mas é isso, água empossada, quando represada, arruma um jeito de se infiltrar, corroer as estruturas, produzir mofos e a coisa vai deteriorando até não resistir e desabar.

Um ano de caso Queiroz pouco falado na mídia, mas bastante cobrado nas redes sociais, fez um rombo na canoa dos Bolsonaro.

Mesmo que ainda não se saiba o que se conseguiu de material incriminatório na busca e apreensão pelas autoridades competentes, só a operação em si já revela as interconexões da cabeça do clã com o sistema operacional do cartel. Certamente, isso produzirá desdobramentos, porque, se chegou até aqui nesse caso, ele começou com um cheque de R$ 25 mil depositado por Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Hoje, está aí produzindo, por pressão da sociedade nas redes sociais, uma devassa preliminar no sistema montado há décadas por Bolsonaro e Queiroz, já que são parceiros há mais de 35 anos. E não tem como atingir alguém dentro dessa operação que não faça um estrago no próprio Bolsonaro. Até porque, pelo que parece, o cartel caminhava muito bem no escuro, muito mais pela impunidade que essa caixa preta produziu do que por um sistema sofisticado.

O que o Ministério Público fez hoje foi abrir a caixa de esgoto e vasculhar o que há de mais podre no submundo entre o legislativo e a milícia no esquema de laranjas e fantasmas.

Trocando em miúdos, Queiroz é o peru de natal. Resta saber quem mais vai compor a ceia que, se for à vera essa operação, terá escândalo de fartura para enfeitar a mesa.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas