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Opinião

Para a Globo, a filosofia é: A Moro, tudo, a seus inimigos, a lei

O caso de Moro está tão profundamente imbricado, que a solução entre ele e seus padrinhos da Globo, é contra um escândalo, o remédio é outro escândalo ainda maior.

Atentem bem para isso, aqui não trataremos de rigorosamente nada desse vulcão de denúncias de banditismo explícito, protagonizado pelo então juiz Sergio Moro, revelado pelo delator Tony Garcia, numa entrevista bombástica, dada ao 247, depois de ter revelado parte do esquema criminoso d ex-juiz da República de Curitiba,

Aqui, falaremos de dois crimes confessos, ditos de boca pronta por Moro e Dallagnol. O primeiro deles chegou ao conhecimento público foi protagonizado por Dallagnol, em parceria com Moro, para naturalizar o maior saque de uma só vez aos cofres públicos, via Petrobras.

Dallagnol e Moro confessam publicamente que estavam surrupiando R$ 2,5 bilhões da Petrobras, através do Departamento de Justiça americano.

A justificativa cretina para tal roubo foi dada com uma explicação ainda mais criminosa, a de que os dois roubariam na cara de todos os brasileiros R$ 2,5 bilhões dos cofres públicos para a criação de uma fundação privada, administrada pelos dois, Moro e Dallagnol, para uma espécie de um produto embalado como pavilhão dos deuses combatentes da corrupção.

Ou seja, é muito zelo para gozar com a cara dos brasileiros. Mais que isso, é muita certeza de que esse escândalo dos “heróis de combate à corrupção”, a ser anunciado pela Globo como algo banal, perfeitamente mastigável e absolutamente genérico, coisa de pouca monta sem qualquer importância para o país.

Lógico que, na época, não teve como passar batido pela PGR Raquel Dodge, que pediu a imediata intervenção do STF, o que foi feito por Alexandre de Moraes, que ordenou a devolução da bolada bilionária.

Na verdade, os dois deveriam ter sido algemados imediatamente. Até hoje não se sabe por que sequer responderam por esse absurdo.

O segundo escândalo, dito pelo probo ex-juiz, hoje senador da República, foi confessar de forma espontânea, sem medir as palavras, que foi ele o responsável direto da retirada, a fórceps, do então novo juiz da Lava Jato, Eduardo Appio para, no lugar, colocar a juíza Gabriela Hardt, aliada de Moro para o que der e vier,

Qual o caminho original encontrado pelo senador Sergio Moro para conseguir tal feito? Segundo o próprio, em sua fala na GloboNews, o motivo é Appio querer dar voz e vez a Tacla Durán, que denunciaria a corrupção de Moro e seu entorno durante a Lava Jato.

O instrumento utilizado por Moro foi o de sempre, o bom e velho de guerra TRF-4, que nesses últimos 10 anos se transformou num Tribunal particular de Moro.

Moro confessou que manda e desmanda, demite e indica juízes, a modo e gosto, a partir dos desembargador Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

E Moro disse isso com a maior cara lavada, assoviando e com os pés nas costas.

O que espanta é o silêncio do Senado pela interferência de um senador em outro poder da República e o próprio STF, que vê calado tal absurdo confessado publicamente no maior conglomerado da comunicação do país.

O que nós mortais imaginamos ou sonhamos é que essas práticas criminosas, confessadas pelos próprios ou delatadas por terceiros, como é o caso de Tacla Durán e, agora, Tony Garcia, resultem numa palavra que esteve tão em monda nesse país nos últimos anos, justiça, porque, afinal, o filme promocional da Lava Jato tinha como slogan, A Lei é para Todos.

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Política

Guilherme Estrella: “Lula precisa da mobilização social para garantir a soberania do povo sobre a Petrobras”

O geólogo e ex-diretor de Exploração da Petrobras, Guilherme Estrella, considerado o “Pai do pré-sal”, que participou do programa Conversas com Hildegard Angel, 247, abordou questões referentes à geopolítica, história do petróleo no Brasil e soberania nacional.

Estrella resgatou que “a Petrobras surgiu no intuito de levar ao povo brasileiro um espírito nacionalista e soberano, que garantisse ao mesmo tempo autossuficiência do país em energia”.

No entanto, o geólogo ressaltou que a Petrobras passou por um duro golpe com a penetração dos EUA, através da operação Lava Jato, com o pretexto de investigar práticas de corrupção na empresa. “Praticaram ilegalidades no porto de vista jurídico, que envolveu o departamento de justiça americano, rasgaram a Constituição, destruíram nossa indústria de engenharia, derrubaram uma presidente democraticamente eleita [Dilma Rousseff] e prenderem o presidente Lula sem provas”.

Ao analisar o início do terceiro governo Lula, Estrella destacou que é fundamental o “diálogo com a população” para explicar a importância da estatal no dia a dia do brasileiro e reverter as políticas cometidas contra a empresa no último período. “O presidente precisa de mobilização social para garantir a soberania do povo sobre a Petrobras”.

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Política

Valor da gasolina cai 12,6%, do diesel, 12,8%, e do botijão de gás, 21,3%; preços passam a valer hoje nas distribuidoras

Cortes já refletem nova política de preços dos combustíveis da estatal.

Logo após divulgar mudanças em sua política de preços dos combustíveis, a Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) reduções nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, confirmando informações que haviam sido vazadas pelo governo na semana passada.

O preço da gasolina nas refinarias da estatal vai cair 12,6%, ou R$ 0,40 por litro. O preço do diesel será reduzido em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro. Já o preço do gás de cozinha cairá 21,3%, ou R$ 8,97 por botijão de 13 quilos.

Os novos valores entram em vigor nesta terça (16) e já refletem a nova política de preços, que abandonou o conceito de paridade de importação, que simula quanto custaria para importar os produtos.

O repasse para o consumidor, porém, depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos. No caso da gasolina, parte do ganho será compensado pelo aumento do ICMS, no início de junho, segundo a Folha.

Segundo a Petrobras, seu preço de venda da gasolina nas refinarias será de R$ 2,78 por litro. Considerando os outros componentes do preço, como impostos e o etanol anidro, a empresa estima que o preço médio final fique em torno de R$ 5,20 por litro.

No caso do diesel, diz a estatal, o preço médio de venda nas refinarias vai a R$ 3,02 por litro. Considerando impostos e biodiesel, a empresa espera um preço médio final de R$ 5,18 por litro, com o produto voltando a custar menos do que a gasolina pela primeira vez desde junho de 2022.

Nos comunicados sobre cortes de preços nesta terça, a empresa diz que “tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional”.

“Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”, completou a companhia.

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Política

Lula muda preço de combustíveis e mostra que não estava mentindo na eleição

Para surpresa de ninguém, a Petrobras anunciou sua nova política de preços, cumprindo uma das conhecidas promessas de campanha de Lula. Você pode discordar da mudança. Mas é essa proposta que foi a mais votada nas eleições. Democracia é isso, o contrário é bolsonarista vandalizando o Planalto, o Congresso e o STF.

Com a alteração, divulgada nesta terça (16), outros fatores além do preço internacional do petróleo passam a ser considerados para a formação do preço da gasolina e do diesel ao consumidor final, como custos e concorrência locais.

Na prática, a companhia criou um colchão interno para evitar repasses constantes ao preço – reivindicação de setores econômicos que precisam de um mínimo de previsibilidade para fazer seu planejamento.

Lula prometeu durante a campanha que mudaria a política de preços da Petrobras e colocou isso como a diretriz número 58 do seu plano de governo: “O país precisa de uma transição para uma nova política de preços dos combustíveis e do gás, que considere os custos nacionais e que seja adequada à ampliação dos investimentos em refino e distribuição e à redução da carestia”.

Repetiu a promessa várias vezes durante a campanha, em entrevistas, debates, palanques.

Por exemplo, ao UOL, em 27 de julho do ano passado, disse que a atual política de preços é “para agradar aos acionistas em detrimento de brasileiros”. Ele prometeu fazer mudanças para que o preço seja calculado em função dos custos nacionais “porque produzimos em real, pagamos salário em real”.

Ainda assim tem gente que ficou chocado com o anúncio desta terça.

Lula precisa compor com outras forças políticas para poder governar – prova disso é que o novo pacote de regras fiscais, apresentado pelo ministro Fernando Haddad, desagradou setores do próprio PT e aliados da esquerda. Isso não significa, contudo, que o presidente tenha que fazer o oposto àquilo que prometeu na campanha.

Um governo de frente ampla e de diálogo com o mercado não precisa do enorme estelionato eleitoral que representaria ignorar a promessa feita à população sobre os combustíveis.

Da mesma forma, há quem defenda que o seu governo não revise a Reforma Trabalhista, para fortalecer sindicatos e mudar regras que fragilizaram as proteções aos trabalhadores, ignorando o que prometeu nas eleições.

Todo governo frustra seus eleitores – e certamente não será diferente com este. Mas o pessoal que defende a manutenção da política anterior achava o quê? Que Lula daria uma banana aos eleitores apenas 135 dias após ter assumido o poder?

Ironicamente, a política de paridade ao preço em dólar surgiu de um estelionato eleitoral.

Na campanha de 2014, essa não era uma promessa da campanha da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer à reeleição. Pelo contrário, a candidata rejeitou à equiparação. Mas, após sofrer impeachment, a medida foi implementada por Temer – que, por ter sido eleito na mesma chapa, tinha o compromisso com as mesmas pautas. A paridade em si foi o estelionato, não a sua revisão agora.

A gestão Dilma cometeu erros na gestão dos preços dos combustíveis, mas a administração Temer deu uma banana ao eleitorado. Entre uma política e outra, havia outras possibilidades – que não foram debatidas exaustivamente em público. A questão não é apenas se a política é boa ou ruim, mas o que a democracia decidiu.

E a política de paridade vem sendo boa para acionistas com lucros multibilionários que não se traduzem em investimentos suficientes na empresa, mas em gordos dividendos (aliás, seria ótimo se fosse obrigatório que todo analista que fale de economia explicite ao pé de seus comentários se possui ações da Petrobras como alguns veículos exigem de forma voluntária…) Mas, ao mesmo tempo, gerou crises com caminhoneiros e problemas para setores econômicos.

Buscar saídas que corrijam os problemas da formação de preço é fundamental. Respeitar projetos que saíram das urnas, também.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Política

Petrobras anunciará fim da paridade de importação para preços do diesel e da gasolina que vão baixar

Comunicado deve ser divulgado nesta terça-feira (16)

A Petrobras vai anunciar o fim da política de paridade de importação (PPI) para os preços do diesel e da gasolina, apurou a CNN com duas fontes envolvidas diretamente no assunto. O comunicado deve ser divulgado nesta terça-feira (16), segundo a CNN.

A paridade de importação de preços – que alinha os preços locais aos preços internacionais – foi adotada durante o governo Michel Temer (MDB). Desde a campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promete uma mudança nessa referência.

Segundo apurou a reportagem, a PPI será substituída por uma política que leva em consideração os preços internacionais como referência, mas também os custos locais de produção e as margens de refino em cada região do país.

“Não existe um dogma, um preço de referência para o Brasil todo. O próprio PPI é uma abstração. O mercado brasileiro é diferente, com vários múltiplos importadores”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em um evento recente.

Agentes de mercado tem muitas dúvidas sobre o funcionamento dessa nova política, já que o petróleo é uma commodity cujo preço varia conforme o mercado internacional. O Brasil compra do exterior 30% do diesel que consome, e um desalinhamento pode desestimular a importação do produto.

Em comunicado ao mercado divulgado no último domingo (14), a Petrobras informou que “está discutindo alterações em sua política de preço para o diesel e a gasolina, que serão analisadas pela diretoria executiva da companhia no início da semana e poderá resultar numa nova estratégia comercial”.

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Economia

Petrobras reduz preço do diesel para distribuidoras

O valor passa de R$ 3,84 para R$ 3,46 por litro, uma redução de R$ 0,38 ou 9,9%.

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (28) mais uma redução do preço do diesel para as distribuidoras. O valor passa de R$ 3,84 para R$ 3,46 por litro, uma redução de R$ 0,38 ou 9,9%, segundo o G1.

A medida passa a valer a partir deste sábado (29) e os preços dos demais combustíveis não sofreram alteração. A última redução para o diesel anunciada pela Petrobras foi no dia 22 de março.

Veja a nota da empresa

A partir de amanhã, 29/04, o preço médio de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,84 para R$ 3,46 por litro, uma redução de R$ 0,38 por litro.

Considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,05 a cada litro vendido na bomba.

Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margem de lucro do distribuidor.

A redução do preço da Petrobras tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino.

Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente.

Transparência é fundamental

De forma a contribuir para a transparência de preços e melhor compreensão da sociedade, a Petrobras publica em seu site informações referentes à formação e composição dos preços de combustíveis ao consumidor.

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Juros, Petrobras e outras ‘bombas’ que o governo atua para desarmar

Para arrumar a casa, a nova gestão tem que lidar com heranças explosivas deixadas por Temer e Bolsonaro que atrapalham o desenvolvimento econômico, político e social do país.

A luta contra os juros altos no Brasil é uma das marcas dos 100 primeiros dias do governo Lula. Pela primeira vez, um presidente assume sem poder ditar os rumos imediatos da política monetária. A “autonomia” do Banco Central (BC) é um dos principais legados do período Bolsonaro. Independente do governo, mas dependente do sistema financeiro, o BC mantém desde de agosto a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Paraíso do rentismo, o país tem hoje a maior taxa de juros real – descontada a inflação – em todo o mundo.

Lula sabe que o sucesso do seu governo depende do crescimento da economia. O crédito caro, no entanto, asfixia o consumo das famílias, que em sua maioria já estão endividadas. Sem ampliação do consumo, não há emprego, nem investimento. O presidente, então, resolveu colocar a boca no trombone, passando a pautar a discussão sobre os juros altos no debate público.

Refém de Campos Neto

“Absurdo”, “irresponsabilidade”, “contraproducente” foram alguns dos termos utilizados por Lula para classificar a Selic. Ele tem afirmado que o Brasil não vive uma inflação de demanda. Assim, encarecer o crédito não resolve o problema. Nesse sentido, chegou dizer que o país não pode ser “refém” de Roberto Campos Neto, presidente do BC.

Apesar da pressão, no fim do mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve os juros em 13,75%. Lula afirmou que vai seguir “batendo”. E a batalha do presidente conta com apoio popular. Recentemente, pesquisa Datafolha mostrou que, para 80% entrevistados, Lula tem razão em criticar os juros.

Pressão

Representantes do setor produtivo também passaram a reclamar. As montadoras de automóveis, por exemplo, estão reduzindo a produção e dando férias coletivas. E atribuem aos juros altos parte dos problemas que levaram à queda nas vendas. A presidenta do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, também pediu união dos empresários pela redução dos juros.

Até então, a alegação de Campos Neto e sua equipe é que a Selic não poderia baixar em função das incertezas em relação ao equilíbrio dos gastos públicos. Esse pretexto tem prazo de validade, já que recentemente o ministro da Fazenda apresentou o chamado “arcabouço fiscal“. Pelas novas regras que devem substituir o malfadado teto de gastos – herança do governo Temer –, o governo prevê as contas no azul em 2025.

Finalmente, na quarta-feira (5), Campos Neto disse que era preciso “reconhecer” o esforço do governo e avaliou como “superpositiva” a proposta do novo arcabouço fiscal. Disse que é preciso esperar a tramitação da proposta no Congresso, mas afirmou que o risco de crescimento desordenado da dívida “foi eliminado”. No entanto, acrescentou que não existe “relação mecânica” entre a questão fiscal e taxas de juros, sinalizando que deve resistir ainda a reduzir a Selic.

Debate

No fim de abril, o Senado realiza um debate temático sobre juros, inflação e crescimento econômico. Assim, é esperada a participação de Campos Neto, Haddad e da ministra Simone Tebet (Planejamento). Também foram convidados o ex-presidente do BC Armínio Fraga, o ex-deputado e diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, Rodrigo Maia e o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira.

O encontro seria realizado nesta última semana, mas foi adiado em função do feriado da Páscoa. Na ocasião, de acordo com a coluna Radar, da Revista Veja, Lula teria dito ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que pretendia acompanhar a discussão pessoalmente. “Eu vou. Acho importante estar no Senado nesse dia”, disse.

Petrobras

Passados os 100 primeiros dias, outra bomba que o governo Lula atua para desarmar está na Petrobras. A estatal já trocou a direção, mas o Conselho de Administração (CA) continua ocupado por bolsonaristas. Assim, a atual gestão tem atuado para tentar barrar privatizações assinadas durante o governo anterior. O Ministério de Minas e Energia (MME) chegou pedir a suspensão da venda de ativos. Refinarias e subsidiárias foram vendidas ao capital privado por preços abaixo do valor de mercado.

Outra questão igualmente fundamental é a nova política de preços. Trata-se de substituir o Preço de Paridade de Importação, que dolarizou os custos de produção dos combustíveis no Brasil. Outra herança do governo Temer, o PPI foi mantido com unhas e dentes por Bolsonaro. Tal política garantiu a distribuição de cerca de R$ 200 bilhões em dividendos aos acionistas da Petrobras no ano passado. Em 2021, foram outros R$ 100 bilhões, enquanto a maioria da população pagava mais de R$ 7 pelo litro da gasolina.

Em fevereiro, a empresa reduziu em 3,92% o preço, servindo para acomodar parte da reoneração parcial anunciada pelo governo, corrigindo manobra eleitoreira da gestão Bolsonaro. O preço do diesel também caiu. Com base no PPI, essas reduções têm relação com a queda do preço do petróleo no mercado internacional.

Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncias contra mais 203 envolvidos. Ao todo, já são 1.390 denunciados, entre executores, financiadores, incitadores e agentes públicos que se omitiram durante a invasão. A Advocacia-Geral da União também cobra na Justiça R$ 100 milhões de indenização a 54 pessoas físicas, três empresas, uma associação e um sindicato que financiaram a depredação.

Para conter os estragos da disseminação das notícias falsas na internet, o governo lançou recentemente a campanha Brasil contra Fake. Bolsonaristas espalharam, por exemplo, que o governo teria determinado o fechamento de comportas da transposição do São Francisco, quando se tratava de uma interrupção momentânea para manutenção.

Do mesmo modo, o governo deve apresentar em breve um projeto de lei que trata da regulamentação das redes sociais. O objetivo é proteger a liberdade nas redes e buscar estabelecer o “dever de cuidado” das plataformas em relação à divulgação de conteúdos criminosos. Elas também teriam de dar mais transparência a critérios como moderação, impulsionamento e retirada de conteúdos.

*Com RBA

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Opinião

Há muito mais mistérios entre Moro, Lava Jato e Petrobras do que julga a vã filosofia

Não existe figura pública com uma história tão absurda quanto a de Sergio Moro. No entanto, quanto mais o tempo passa, mais se observa que a conta dos seus contos não fecham e, mais do que fios soltos, sobram fios para todo lado.

Nesse momento, apareceu mais um personagem carregado de obscuridades em torno de Moro e a personagem, que é ninguém menos do que o pai da juíza Gabriela Hardt.

Assista:

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Política

Ministro de Minas e Energia anuncia que Petrobras acabará com preço internacional dos combustíveis; estatal responde

A Petrobras passará a adotar preços de combustíveis compatíveis com o mercado interno e não mais com os preços de importação e internacionais. Em comunicado, a estatal afirmou que não recebeu nenhuma proposta do governo.

O anúncio foi feito pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em declaração à GloboNews, nesta quarta (05), no qual classificou a atual política, de adotar o Preço por Paridade de Importação (PPI), como “um verdadeiro absurdo”.

“O tal PPI é um verdadeiro absurdo. Nós temos que ter o que eu tenho chamado de PCI, Preço de Competitividade Interno”, afirmou.

Com a decisão, que segundo o ministro deve começar a valer a partir do final de abril, com a próxima Assembleia Geral da estatal, o diesel sofrerá a principal redução nos preços, com cálculos de R$ 0,22 a R$ 0,25 a menos no preço do litro.

Posicionamento da Petrobras

Em resposta, após a declaração do ministro, a Petrobras emitiu um comunicado informando que não recebeu nenhuma proposta de colocar fim ao PPI.

“(…) quaisquer propostas de alteração da Política de Preços recebidas do acionista controlador serão comunicadas oportunamente ao mercado, e conduzidas pelos mecanismos habituais de governança interna da companhia”, diz a Petrobras.

Aos acionistas, a Petrobras disse, também, que ajustes de preços de combustíveis “são realizados no curso normal de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais.”

Visão do governo

A mudança na política de preços da Petrobras seria uma das principais medidas do governo Lula para diminuir o impacto da inflação e crises internacionais de petróleo no preço nacional.

Desde que assumiu, o ministro de Minas e Energia defendeu o preço do mercado nacional atrelado à competição interna, mas protegendo o consumidor da volatilidade internacional.

De acordo com Silveira, por ser uma estatal, a Petrobras é obrigada a cumprir “o que está nas Leis das Estatais e na Constituição Federal”, com a função de “criar um colchão de amortecimento nessas crises internacionais de preço dos combustíveis”.

“Isso vai resolver o problema definitivo quando a gente tiver uma crise internacional? Não. Não vamos iludir ninguém. Nós vamos estar sempre suscetíveis às questões da volatilidade internacional. Mas a Petrobras tem, sim, muito a contribuir com a questão social brasileira”, concluiu.

*GGN

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Política

Sob Bolsonaro, Petrobras investiu menos e distribuiu 6 vezes mais dividendos

Política de venda de ativos e foco no pré-sal, que deu lucros recordes à estatal, será alterada pelo governo Lula.

Nicola Pamplona*

Nos quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL), a Petrobras acumulou um lucro de R$ 358,3 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, o que levou a empresa a distribuir um total de R$ 289 bilhões em dividendos, quase seis vezes mais do que a média dos últimos quatro governos.

A estratégia de concentrar atividades no pré-sal e vender ativos em áreas consideradas não prioritárias agradou o mercado financeiro, mas se tornou alvo de críticas de sindicatos e da então oposição, que agora no governo promete mudar o foco da companhia.

Segundo levantamento feito por Einar Rivero, da TradeMap, o lucro acumulado pela Petrobras no governo Bolsonaro é 2,6 vezes a média dos últimos quatro governos, já considerando a inflação do período —a conta soma os resultados do início do segundo mandato de Dilma Rousseff e dos anos Michel Temer.

Com a promessa de gerar valor aos investidores, a estatal distribuiu 5,8 vezes mais dividendos e caiu nas graças do mercado financeiro ao se tornar uma das empresas que melhor remuneram acionistas no mundo.

O valor distribuído representa 80% do lucro total da companhia. A maior relação em gestões anteriores foi observada no primeiro governo Dilma, quando a empresa retornou aos acionistas valor equivalente a quase metade do lucro.

A relação entre os elevados dividendos e o baixo investimento, que equivaleu a apenas um terço da média dos últimos quatro governos, é um dos principais alvos de crítica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados.

“A Petrobras, ao invés de investir, ela resolveu agraciar os acionistas minoritários com R$ 215 bilhões, tendo um lucro de R$ 195 bilhões. E quanto foi o investimento da Petrobras? Quase nada”, criticou o presidente da República, após a estatal anunciar o maior lucro da história das companhias abertas brasileiras.

A estratégia de vender ativos e priorizar investimentos no pré-sal foi iniciada ainda na gestão Michel Temer, que substituiu Dilma Rousseff após o impeachment de 2016, e reforçada após a posse de Bolsonaro.

Crítico do que chamava de timidez da gestão Pedro Parente quando era conselheiro da companhia, Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da Petrobras sob Bolsonaro, iniciou sua gestão anunciando que aceleraria as vendas de ativos e prometendo melhor retorno aos acionistas.

Nos quatro anos de Bolsonaro, segundo o pesquisador do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Cloviomar Carneiro, a estatal fechou 64 operações de vendas de ativos, com valor total de US$ 33,9 bilhões (R$ 177 bilhões, pelo câmbio atual).

Na gestão Temer, foram 15 operações, somando US$ 17,6 bilhões (R$ 92 bilhões). Com Dilma, foram 16 operações, a US$ 8,3 bilhões (R$ 43 bilhões).

Carneiro destaca que os argumentos para as vendas também variaram: com Dilma, eram a redução do endividamento da companhia, que atingiu seu maior patamar histórico; Temer incluiu a abertura de mercado para empresas privadas; e Bolsonaro, quis, além dos dois, concentrar o foco no pré-sal.

O diretor-técnico do Ineep (Instituto Nacional de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Mahatma dos Santos, pondera que a comparação de dados financeiros entre os diferentes governos pode ser distorcida por questões conjunturais.

Mas que, do ponto de vista de gestão, a Petrobras nos governos petistas ampliou investimentos e o endividamento após a descoberta do pré-sal, que demandou pesados aportes e plataformas e infraestrutura logística.

A dívida da empresa atingiu seu maior patamar nos quatro anos divididos entre Dilma e Temer, quando bateu a média de R$ 531 bilhões segundo o levantamento da TradeMap.

Nesse período, a Petrobras teve prejuízo acumulado de R$ 38,1 bilhões, com o reconhecimento de perdas com depois investigados pela Operação Lava Jato que acabaram não saindo do papel, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), por exemplo.

Além dos investimentos elevados e das perdas com corrupção, porém, contribuiu para a deterioração financeira da companhia o represamento dos preços dos combustíveis, principalmente às vésperas da campanha pela reeleição de Dilma em 2014.

A então presidente da Petrobras, Graça Foster, passou o ano tentando elevar os preços para manter a dívida dentro do esperado, mas quem decidia era o ministro da Fazenda Guido Mantega, que só autorizou aumento após o segundo turno.

Com uma política de preços mais alinhada às cotações internacionais, a venda de ativos e a redução do investimento nos anos seguintes, a dívida caiu a R$ 378 bilhões, em média, durante a gestão Bolsonaro.

“A Petrobras saiu de uma empresa que tinha um projeto estratégico nacional, de forte incidência na dinâmica produtiva brasileira para uma empresa menor, com patrimônio menor, com restrições de investimentos e que não olha mais o setor energético de forma integrada”, diz.

O Ineep é ligado a sindicatos e defende a retomada dos investimentos pela empresa. Para Santos, o modelo da última gestão “coloca em risco a sustentabilidade operacional e financeira” da empresa, já que investimentos no setor têm longo prazo de maturação e o mundo caminha para a transição energética.

Os primeiros movimentos do governo atual no sentido de diversificar os investimentos, porém, têm sido recebidos com cautela pelo mercado. Nesta semana, por exemplo, a Petrobras anunciou parceria com a norueguesa Equinor para estudar a construção de usinas eólicas marítimas no país.

A resposta de investidores, que questionam o elevado custo desses projetos e seu impacto nos dividendos, levou o presidente da estatal, Jean Paul Prates, a gravar um vídeo afirmando que é um processo ainda embrionário, que requer estudos e que só será levado adiante se fizer sentido econômico.

Em sua primeira teleconferência com analistas, Prates já havia tentado tranquilizar analistas sobre a retomada dos investimentos, dizendo que a empresa só aportará recursos em projetos rentáveis e após amplo debate. “Se alguém tem dúvida disso, vamos ter que provar que é bom ser sócio do governo.”

*Nicola Pamplona/Folha

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