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Escândalo a que se referiu Bolsonaro apontaria Michelle como gerente do caixa 2 do clã

No PSL, a apreensão é grande depois que Jair Bolsonaro disse, no início da semana, que está para estourar um escândalo que atingirá alguém próximo dele.

Esta pessoa, segundo confidenciou a amigos um deputado federal do partido, seria Michelle Bolsonaro.

A esposa do presidente seria uma espécie de gerente do caixa 2 gerado com dinheiro desviado dos gabinetes dos parlamentares.

“Não adianta fazer essa campanha pesada contra minha pessoa, contra minha família. Agora contra que tá do meu lado também, que está para estourar um problema aí… Problema não, uma falsa acusação a uma pessoa importante que tá do meu lado. [É] o tempo todo assim”, afirmou Bolsonaro, no seu habitual monólogo diante dos jornalistas que fazem plantão no Palácio do Alvorada, a residência oficial do presidente.

Michelle Bolsonaro foi flagrada pelo Coaf com um depósito de 24 mil reais feito em sua conta pelo notório Fabrício Queiroz.

Esta não seria a única transferência feita para ela, a partir de recursos que não têm origem comprovada.

Pode ser dinheiro de funcionários dos gabinetes, o que caracteriza peculato (apropriação de bem público). Pode ser recurso do esquema de milicianos, ao qual Fabrício Queiroz e a família Bolsonaro são ligados.

Pode ser dinheiro de corrupção pura e simples.

 

*Com informações do DCM

 

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É necessária uma investigação do esquema de Bolsonaro e PSL em Itaipu

“Estamos diante de uma suspeita forte de corrupção que atinge diretamente o gabinete e o partido presidencial [PSL] e que, além disso, põe em risco uma área sensível e estratégica para o Brasil, que é o suprimento de energia elétrica pela Usina Binacional de Itaipu”, afirma o colunista Jeferson Miola. Os termos do acordo com o Paraguai sobre Itaipu “são uma obra-prima de predatismo e rapinagem de bens públicos”, acrescenta.

A Ata Bilateral sobre Itaipu foi assinada secretamente em 24 de maio passado pelos representantes das chancelarias do Brasil e do Paraguai.

Referida Ata, que modifica a forma de contratação pela ANDE [Administración Nacional de Eletricidad] da energia de Itaipu para consumo do Paraguai, só foi conhecida devido ao escândalo que quase culminou na abertura de processo de impeachment do presidente paraguaio Mario Abdo Benitez e causou a demissão de autoridades do governo paraguaio, dentre elas o chanceler e o embaixador no Brasil.

Não fosse a denúncia de técnicos da estatal ANDE, um esquema corrupto de negócio já estaria em andamento.

Os termos do acordo, concebidos por agentes privados diretamente interessados no negócio, são uma obra-prima de predatismo e rapinagem de bens públicos: nefastos aos interesses dos 2 Estados nacionais, mas magnânimos com uma empresa vinculada a políticos do PSL.

Ante a crise instalada no país vizinho, Bolsonaro apressadamente concordou com a decisão unilateral do Paraguai de cancelar o acordo. Como justificativa para o rápido e inusitado recuo, ele pretextou preocupação com a estabilidade política do aliado, que poderia ser destituído em processo sumário de impeachment.

A realidade revelada por segmentos da imprensa paraguaia mostra, contudo, que o motivo da pressa do Bolsonaro pode não ter nada a ver com solidariedade política com o presidente paraguaio, mas sim com o objetivo de abafar o caso e evitar que venham a público detalhes de um escândalo de corrupção que envolve seu governo, seu partido e alguns aliados íntimos.

No centro da tramóia está Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio/PSL [líder do Bolsonaro no Senado e aliado fiel da família em SP], que figura nas negociações representando interesses da empresa LEROS.

A LEROS explora jazidas de diamante e nióbio no Brasil. Por coincidência, durante o encontro do G20 em Osaka/Japão, Bolsonaro surpreendeu o mundo numa live patética fazendo propaganda do potencial comercial de nióbio …

A TV Telefuturo do Paraguai apresenta um panorama completo do complicado processo. Na reportagem [aqui], a emissora mostra mensagens de WhatsApp enviadas por José Rodríguez, que se apresentava como assessor jurídico do vice-presidente paraguaio Hugo Velázquez, ao presidente da ANDE, Pedro Ferreira, com instruções sobre os termos da Ata que a estatal deveria incluir.

Nas mensagens prévias à assinatura da Ata, que ocorreu em 24 de maio, o assessor José Rodriguez fazia menção ao “modelo de contrato com uma empresa brasileira” sem, no entanto, nomear qual empresa se tratava.

Em 5 de junho, já com a Ata assinada, o nome da empresa beneficiada aparece em mensagem que José Rodriguez enviou ao presidente da ANDE para solicitar uma reunião, uma vez que “o representante comercial da empresa LEROS do Brasil se encontra no país a fim de dar seguimento ao acordo de compra e venda de excedente de energia ao mercado brasileiro”.

Na mensagem, o assessor do vice-presidente paraguaio sublinha que os representantes da LEROS “vêm em representação da família presidencial do país vizinho”.

Em 15 de julho, José Rodriguez informou o presidente da ANDE sobre o envio, para a LEROS, da carta de intenções para a empresa operar, com exclusividade, o mercado anual de mais de US$ 200 milhões de energia excedente do Paraguai.

Em resposta a Rodriguez, o presidente da ANDE esclareceu que não poderia haver exclusividade para a LEROS, pois a venda da energia excedente deveria se dar mediante procedimento licitatório em busca de melhor preço.

À continuação, Rodriguez enviou mensagem a outro diretor da ANDE recomendando confidencialidade sobre os termos da Ata “devido a que, em conversações com o mais alto posto de mando do Brasil se concluiu que não é o mais favorável, a fim de resguardar o manejo prudencial da informação para que a operação em marcha [o contrato exclusivo com a LEROS] se efetive com o maior êxito” [sic].

Rodriguez justifica a decisão de manter a clandestinidade do negócio uma vez que “a autorização de ambos mandatários [Abdo e Bolsonaro] já se encontra verbalmente acertada”.

Em 12 de julho, um intermediário da ANDE havia enviado por correio postal diretamente a Kleber Ferreira [um dos fundadores da LEROS] e a Alexandre Giordano, o político do PSL – e não ao governo brasileiro – a carta de intenção para a exploração deste negócio.

Em discurso após cancelar o acordo para sustar o processo do seu impeachment, o presidente paraguaio disse que “não vou tolerar a corrupção, que não importa o quanto doa, por causa da proximidade de meus colegas e amigos de luta, isso não nos dá o direito de ter má conduta na administração de coisas públicas. É por isso que ordenei que aqueles que participaram do processo, talvez sem má vontade, sejam removidos do cargo”.

Ou seja: para se salvar, o próprio presidente paraguaio – citado por um operador do seu governo como alguém que “acertou verbalmente” com Bolsonaro o esquema a favor da LEROS – admitiu o esquema de corrupção.

Estamos diante de uma suspeita forte de corrupção que atinge diretamente o gabinete e o partido presidencial [PSL] e que, além disso, põe em risco uma área sensível e estratégica para o Brasil, que é o suprimento de energia elétrica pela Usina Binacional de Itaipu.

É preciso, por isso, investigar a fundo a presença indevida de particulares do entorno do Bolsonaro em negociações que envolvem altos interesses do Estado brasileiro.

É preciso descobrir o que tem por trás da pressa do Bolsonaro em evitar o esclarecimento disso que pode ser um escândalo bilionário de corrupção que o envolve diretamente e a políticos do PSL.

 

*Por Jeferson Miola/247

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FHC, o Bolsonaro envernizado

Fernando Henrique Cardoso escreve hoje mais um dos seus borralhos nos jornalões nativos e se mete a justificar as razões do Estado brasileiro a partir de sua suprema recomendação, com argumentos chumbados pelo neoliberalismo “universal”.

Em meio ao seu tatibitati, FHC traz uma paisagem brasileira que é o próprio nonsense.

No fundo de sua visão crítica ao governo Bolsonaro, no tocante a determinado comportamento, FHC se derrete em elogios ao que tem de pior no governo, que faz esfarelar de velhice precoce a economia brasileira, mostrando que PSL e PSDB, assim como FHC e Bolsonaro, são um troço só.

FHC, do alto de sua majestade, fala como se suas concepções sociológicas não imprimissem aquilo que é da vocação do neoliberalismo, a desnacionalização do país em prol de uma visão universal a partir de uma ferocidade globalizada do sistema financeiro.

Esse é o método oficial para FHC, basta o governo Bolsonaro se entregar ao desfrute do mercado que tudo irá bem. Com isso, busca uma fieira de observações que precisam ser respeitadas por Bolsonaro no que se refere à condição humana dos brasileiros, como se as reformas trabalhista e da Previdência, assim como tantas outras reformas de Bolsonaro, não fossem a tônica do neoliberalismo leonino que FHC defende.

Então, ficou aquele papo de bêbado, quando, na verdade ele deveria, ao invés de cantar vitória na sua pós verdade econômica, alertar Bolsonaro que ele está indo para o mesmo buraco em que FHC se enfiou, destroçando a economia, tacando fogo nas estatais e produzindo uma hecatombe econômica no país que culminou com mais de 20 milhões de desempregados.

Claro que sobre essa barbaridade FHC não falaria, mas o cínico precisava vir, com seus furúnculos retóricos, dizer que estabilizou a moeda num processo histórico de mistificação grotesca e rasteira.

A percepção sensorial de FHC, ou seja, o seu sentir o país é a própria lógica econômica que produziu um Bolsonaro, esse monstro denunciado diariamente por suas atrocidades autoritárias.

FHC deveria enfiar a sua viola no saco e parar de achar que possui o talento de fazer com que as pessoas esqueçam todo o desastre econômico que ele promoveu e alertar a sociedade que o resultado desastroso do governo Bolsonaro será absolutamente igual ao seu.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas

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Governo Bolsonaro derrete como picolé no asfalto em brasa

Não há qualquer resquício do fim de uma crise alimentada a todo momento pelo próprio Bolsonaro na tentativa de apagar o grande incêndio chamado Queiroz.

Numa fraude como a que se deu na eleição de Bolsonaro, um desastre anunciado seria fatal. A capacidade de autodestruição do Bolsonaro é fantástica.

Agora, chega a noticia de que o grupo minoritário do PSL se junta ao centrão contra Bolsonaro, jogando ainda mais gasolina na autocombustão de um governo em chamas. Ou seja, a fala e a saída de Janaína Paschoal do PSL está fazendo mais estrago do que se previa.

O texto endossado por Bolsonaro e atos marcados para o dia 26 testam aceitação à nova era de arbítrio, mas também de quem apoia isso, se é que apoia.

Jânio de Freitas, na Folha, disse que o caso de Bolsonaro com a milícia se torna muito sério porque a milícia está em todo Brasil.

E este é o ponto nevrálgico da crise, porque Queiroz é o elo entre a milícia e o governo Bolsonaro, isso sem falar que na economia. A coisa azeda a cada dia.

A OCDE reduziu hoje mais uma vez a previsão de crescimento do PIB do Brasil. Definitivamente, não há lugar nesse governo que não esteja em avançado derretimento.

“fracasso da marcha de domingo (pró-Queiroz) pode representar “não um tiro no pé, e sim um tiro na cabeça”, dizem aliados de Bolsonaro no Estadão.

 

 

*Da redação