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China responde a Trump com tarifas sobre produtos agrícolas e medidas contra 26 empresas dos EUA

Taxação de produtos agrícolas de 10 e 15%, proibição de exportações e de comercialização são as novas contramedidas da China.

China volta a responder Trump com tarifas sobre produtos agrícolas e medidas contra 26 empresas dos EUA
Presidente chinês Xi Jinping e primeiro-ministro Li Qiang participam da cerimônia de abertura da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) no Grande Salão do Povo em Pequim, em 4 de março de 2025 – Pedro Pardo / AFP

No dia seguinte à decisão anunciada por Donald Trump de dobrar a taxação a todos os produtos chineses de 10% para 20%, a China implementou uma série de medidas sobre produtos e empresas dos Estados Unidos (EUA).

O Ministério do Comércio da China emitiu três anúncios que afetarão os negócios de 26 empresas estadunidenses na China. Já a Comissão Tarifária do Conselho de Estado anunciou que, a partir de 10 de março de 2025, a China implementará uma tarifa de 15% para frango, trigo, milho e algodão dos EUA, e outra de 10% sobre sorgo, soja, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios.

A China já havia reagido ao primeiro tarifaço de 10%. “A imposição unilateral de tarifas pelos EUA prejudica o sistema de comércio multilateral, aumenta a carga sobre empresas e consumidores americanos e prejudica a base da cooperação econômica e comercial entre a China e os EUA”, afirmou a Comissão em um comunicado.

Novas proibições para empresas estadunidenses
Em um primeiro documento do ministério chinês emitido nesta terça (4), a China incluiu dez empresas estadunidenses no sistema de Listas de Entidades Não Confiáveis, o que significa que as empresas não poderão comercializar com a China e nem investir.

O sistema é utilizado, de acordo com o governo chinês, para garantir “as regras econômicas e comerciais internacionais e o sistema de comércio multilateral, se opor ao unilateralismo e ao protecionismo comercial e salvaguardar a segurança nacional da China, os interesses públicos sociais e os direitos e interesses legítimos das empresas”.

Em comunicado à parte, a corporação Illumina Inc. também foi incluída nesse mesmo mecanismo, mas com a medida específica de proibição de exportação de sequenciadores genéticas (máquinas que identificam a sequência de informações genéticas de organismos) para a China.

A terceira medida colocou outras 15 empresas na Lista de Controle de Exportação.

Quais são as companhias
As primeiras dez vendem armamento ou fornecem serviços de vigilância ou análise de dados para Taiwan. De acordo com o Ministério do Comércio chinês, a decisão tem base em diversas leis, como a de Segurança Nacional, a de Sanções Antiestrangeiras.

As ações, ainda segundo o ministério, prejudicam “seriamente a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”.

As companhias são da indústria armamentista e/ou aeroespacial (Cubic Corporation, TCOM, L.P, Teledyne Brown Engineering,Inc., S3 AeroDefense e ACT1 Federal); aviação (Stick Rudder Enterprises LLC ); da construção naval e defesa (Huntington Ingalls Industries Inc; de análise de dados (Exovera e TextOre), e de engenharia (Planate Management Group)

Algumas destas empresas já tinham sido objeto das chamadas contramedidas em setembro de 2024. Elas foram implementadas em resposta ao anúncio do Departamento de Estado dos EUA de uma aprovação de venda de armamento militar a Taiwan em um valor de US$ 228 milhões , que acabou se confirmando em outubro por um valor muito maior, US$ 2 bilhões.

Já a Illumina, de acordo com o Ministério do Comércio, “violou os princípios normais de negociação do mercado, interrompeu transações normais com empresas chinesas, adotou medidas discriminatórias contra empresas chinesas e prejudicou seriamente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”.

As outras 15 empresas possuem todas laços (em maior ou menor grau) com o Complexo Militar Industrial dos EUA. As medidas implementadas pela China nesta terça proibiram as empresas chinesas de exportar para essas empresas os chamados bens de dupla utilização (que podem ser utilizados tanto para fins pacíficos como militares).

Veja a lista abaixo:

  • Leidos
  • Gibbs & Cox, Inc.
  • IP Video Market Info, Inc.
  • Sourcemap, Inc.
  • Skydio, Inc.
  • Rapid Flight LLC
  • Red Six Solutions
  • Shield AI, Inc.
  • HavocAI
  • Neros Technologies
  • Group W
  • Aerkomm Inc.
  • General Atomics Aeronautical Systems, Inc.
  • General Dynamics Land Systems
  • AeroVironment

*BdF

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Mundo

Trump pipocou e Xi Jinping sorriu

Trump perdeu o rebolado e o rumo de casa depois do troco arrumado que levou na fuça da China.

Está zonzo, perdido e fugindo da prosa sobre a guerra comercial que promoveu com a China sem conseguir segurar o repuxo.

Na verdade, é moeda corrente hoje nos EUA, que dessa lambança que Trump arrumou, só a China riu.

Trump ficou no vácuo e agora tá empepinado sem saber como sai dessa;

Disse que não tem pressa em resolver suas pendengas com o presidente chinês.

Questionado sobre a decisão da China de emitir tarifas retaliatórias sobre as importações dos EUA, Trump respondeu “tudo bem”.

Para quem roncou valentia, rodopios e rodamoinho contra Xi Jinpin, fica escancarado que o malvadão americano, deu uma senhora pipocada pra China.

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Tarifas da China sobre o petróleo dos EUA são oportunidade para o Brasil

A decisão da China de impor tarifas de 10% sobre as importações de petróleo bruto dos EUA abre uma “janela de oportunidade” para o Brasil aumentar as exportações de petróleo para o país asiático, disse o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) nesta terça-feira.

O Brasil foi o sétimo maior fornecedor de petróleo para a China no ano passado, com uma média de 720.000 barris por dia, de acordo com dados da StoneX até setembro.

“Pode acontecer realmente um incremento”, disse Roberto Ardenghy, do IBP.

Cerca de 30% das exportações de petróleo da Petrobras foram para a China no quarto trimestre do ano passado, disse a empresa na segunda-feira, ante 44% no mesmo período de 2023.

As tarifas criam uma “assimetria de mercado” que pode levar ao aumento das vendas “oportunisticamente” para a Petrobras na China, disse o diretor de Logística Comercialização e Mercados da estatal, Claudio Schlosser, a repórteres no evento.

Mas a mudança não é estrutural e pode ser revertida, observou ele.

Na China, tarifas sobre os produtos dos EUA entram em vigor na próxima segunda-feira.