A edição especial de fim de ano da revista britânica The Economist faz uma retrospectiva de 2023 e destaca o Brasil como um dos países que defenderam a democracia. A publicação elegeu a Grécia como o “País do Ano”, mas também elogiou a Polônia e o Brasil por voltarem à moderação após períodos de turbulência política.
Segundo a revista, o presidente Lula assumiu o poder “depois de quatro anos de mentiras populistas de Jair Bolsonaro, que dividiu o país com teorias conspiratórias, apoiou policiais violentos e agricultores que queimaram florestas, negou a derrota nas urnas e incentivou uma tentativa de golpe”, referindo-se aos protestos de 8 de janeiro.
A revista afirma que o governo Lula restaurou a normalidade e diminuiu o desmatamento na Amazônia em quase 50%. No entanto, a revista critica a aproximação de Lula com o presidente russo Putin e o líder venezuelano Maduro, considerando isso uma “mancha” em seu “desempenho impressionante”.
Publicação inglesa também descreve os principais desafios do novo governo na área econômica.
A revista inglesa ‘The Economist’ publicou um texto, na quinta-feira (26), em que revela confiança no novo governo Lula (PT) a respeito da economia. Segundo a publicação, com a posse do petista agora em janeiro, “as perspectivas econômicas do Brasil estão melhorando”.
A matéria cita uma série de fatores internacionais, que combinados os anúncios feitos pelo novo governo, podem facilitar o fluxo econômico do país nos próximos anos.
No texto, a revista fez uma espécie de comparativo entre os dois momentos em que Lula governou o Brasil e aponta que o cenário econômico do início dos anos 2000 não se repetirá ao longo do terceiro mandato do petista.
Para a ‘The Economist’, o sucesso econômico dos mandatos anteriores foi resultado de uma combinação de fatores, “como demanda crescente pelas exportações de commodities do Brasil, baixas taxas de juros globais e dólar em queda”.
O diagnóstico inicial sobre o terceiro mandato, segundo a revista, era trágico, constituído por elementos globais e domésticos. No plano internacional, as projeções eram de “fraco crescimento global, queda dos preços das commodities e aumento das taxas de juros”; Internamente, Lula começaria o novo governo herdando uma crise política com os ataques à democracia, os impactos da pandemia na economia e os problemas econômicos herdados ainda do governo Dilma Rousseff.
A provável conclusão diante deste quadro, segundo a revista, era de é “um mau momento para Lula retornar à presidência”.
Quase um mês após a posse, a realidade é diferente dos que as previsões desenhavam e a revista conclui que o momento de Lula “não parece tão infeliz”. O que fundamenta esta interpretação é a expectativa com a redução da taxa da inflação no mundo, a resistência da América e da Europa diante de uma provável recessão e o relaxamento da política de “covid zero” na China animam os mercados globais, favorecendo o Brasil.
Além disso, a ‘The Economist’ acredita que o preço das commodities e a retomada das negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia reacendem novos horizontes para o país. Este panorama leva a revista a concluir que as perspectivas econômicas são mais positivas, embora com o cenário desafiador.
Ao analisar a experiência de Lula no comando do Brasil, a revista conclui que “também está ficando mais fácil ver como ele pode polir ainda mais sua reputação de timing excepcionalmente bom”
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A revista britânica The Economist afirma em sua matéria de capa da edição desta semana que Jair Bolsonaro (PL) vem fazendo uso do mecanismo adotado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao mentir para questionar a higidez do sistema eleitoral brasileiro e incitar uma tentativa de golpe caso seja derrotado no pleito de outubro. “Ele parece estar lançando as bases retóricas para denunciar a fraude eleitoral e negar o veredicto dos eleitores”, ressalta o semanário.
“Uma razão para se preocupar é que Bolsonaro possa emprestar uma página da cartilha sem princípios de Trump, até porque ele já fez isso antes. Ele semeia a divisão: o outro lado não é apenas errado, mas mau. Ele descarta as críticas como ‘notícias falsas’. Seus instintos são tão autoritários quanto os de Trump: ele fica nostálgico sobre os dias do regime militar no Brasil. Um de seus filhos, que também é um de seus conselheiros mais próximos, aplaudiu abertamente os manifestantes do Capitólio. Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a aceitar que Biden havia vencido”, destaca a reportagem intitulada “The man who would be Trump” [O homem que queria ser Trump, em tradução livre].
“Para realizar essa façanha improvável, ele aprendeu truques com outro forasteiro desbocado e amplamente subestimado. O mais importante deles foi o uso habilidoso e mentiroso das mídias sociais. Ele continua sendo o mestre incontestável do Brasil nisso e, assim, convenceu seus partidários de duas coisas. Primeiro, que se ele perder, é prova de que o voto foi injusto. Segundo, que uma vitória de seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, entregaria o Brasil ao diabo”, ressalta um outro trecho da reportagem.
“Isso não faz sentido. Lula é um esquerdista pragmático e foi um presidente bastante bem-sucedido entre 2003 e 2010. Impulsionado pelo boom das commodities, ele presidiu o aumento da renda e uma grande expansão do estado de bem-estar social”, diz o texto mais à frente.
A reportagem observa ainda, que “o Exército está profundamente enraizado no governo e fez perguntas sobre o sistema de votação. O país está fervilhando de conversas sobre um possível golpe. Provavelmente não vai acontecer, mas algum tipo de insurreição pode. Bolsonaro incita rotineiramente a violência”.
“Os seguidores de Bolsonaro estão mais bem armados do que nunca: desde que ele tomou escritório e brechas ampliadas no controle de armas, o número de armas em mãos privadas dobrou para 2 milhões. Se o tribunal eleitoral do Brasil anunciar que Lula venceu, bolsonaristas armados podem atacar o tribunal”, analisa o semanário britânico.
“Quando Trump perdeu, por outro lado, ele disse a seus principais apoiadores que eles haviam sido roubados e transformou essa Grande Mentira em um grito de guerra. Ela une seu movimento e lhe dá um estrangulamento sobre o Partido Republicano: dificilmente alguém que nega isso pode ganhar uma primária republicana. A mesma Grande Mentira pode fazer de Bolsonaro o político de oposição mais influente do Brasil”, diz um outro trecho do texto.
A reportagem termina afirmando que “o melhor resultado seria Bolsonaro perder por uma margem tão ampla que ele não poderia alegar plausivelmente ter vencido, seja no primeiro turno em 2 de outubro, ou (mais provavelmente) em um segundo turno em 30 de outubro. Serão algumas semanas tensas e perigosas. Outros países deveriam apoiar publicamente a democracia brasileira e, discretamente, deixar claro para os militares brasileiros que qualquer coisa parecida com um golpe faria do Brasil um pária. Os eleitores brasileiros devem resistir à atração de um populista sem vergonha. Eles, e seu país, merecem melhor”.
*Com 247
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Lula tem bem mais chance de vencer as eleições de 2022 do que Bolsonaro, segundo uma previsão publicada pela revista inglesa “The Economist”. Teria 68% de chance, enquanto Bolsonaro apenas 20%. Ciro Gomes e João Doria míseros 1%, enquanto um outro resultado 10%, revela Lauro Jardim em O Globo.
As previsões respondem à pergunta “Quem vai ganhar as eleições presidenciais de 2022 no Brasil?”, parte de uma série de eventos chaves do ano que vem escolhidos pela revista para serem respondidos pela Good Judgment, uma empresa de previsão de tendências.
Entre as outras perguntas feitas pela “The Economist” estão: “Quando o número de doses da vacina contra Covid administradas em todo o mundo vai ultrapassar 12 bilhões?”; “O candidato de qual partido vai vencer as eleições presidenciais na França?”; e “Qual será o resultado das eleições nos EUA em 2022?”.
A matéria diz que “jornalistas e comentaristas têm palpites sobre o futuro e usam uma mistura de experiência e intuição para fazer previsões gerais”, mas que a Good Judgment tem na equipe pessoas “excepcionalmente habilidosas em atribuir probabilidades realistas a resultados possíveis”.
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O sistema político que o ajudou a conquistar o cargo precisa de uma reforma profunda.
The Economist – Hospitais estão lotados, favelas ecoam com tiros e um recorde de 14,7% dos trabalhadores estão desempregados. Incrivelmente, a economia do Brasil está menor agora do que era em 2011 – e serão necessários muitos trimestres fortes como o relatado em 1º de junho para reparar sua reputação. O número de mortos no Brasil em covid-19 é um dos piores do mundo. O presidente, Jair Bolsonaro, brinca que as vacinas podem transformar as pessoas em jacarés.
O declínio do Brasil foi chocantemente rápido. Após a ditadura militar de 1964-85, o país conseguiu uma nova constituição que devolvia o exército aos quartéis, programas sociais que, com um boom de commodities, começaram a diminuir a pobreza e a desigualdade. Uma década atrás, o país estava cheio de dinheiro do petróleo e foi premiado com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Parecia destinado a florescer.
Em seus esforços para se proteger das consequências da Lava Jato, uma enorme investigação anticorrupção, os políticos têm resistido às reformas que impediriam a corrupção. Os promotores e juízes por trás do Lava Jato são parcialmente culpados. Depois que alguns demonstraram ter uma agenda política, sua investigação ficou paralisada no Congresso e nos tribunais.
Finalmente, o sistema político do Brasil é uma pedra de moinho. Distritos estaduais e 30 partidos no Congresso tornam as eleições caras. Ainda mais do que em outros países, os políticos tendem a apoiar projetos extravagantes para ganhar votos, em vez de reformas dignas de longo prazo. Uma vez no cargo, eles seguem as regras erradas que os elegeram. Eles desfrutam de privilégios legais que os tornam difíceis de processar e de uma grande quantidade de dinheiro para ajudá-los a manter o poder. Como resultado, os brasileiros os desprezam. Em 2018, apenas 3% disseram confiar “muito” no Congresso.
A desilusão abriu o caminho para Bolsonaro. Ex-capitão do Exército com uma queda pela ditadura, ele convenceu os eleitores a verem sua impropriedade política como um sinal de autenticidade. Ele prometeu expurgar políticos corruptos, reprimir o crime e turbinar a economia. Ele falhou em todas as três promessas.
Depois de aprovar a reforma da previdência em 2019, ele abandonou a agenda de seu ministro da Economia liberal, temendo que custasse votos. A reforma tributária e do setor público e as privatizações estagnaram. As doações em dinheiro ajudaram a evitar a pobreza no início da pandemia, mas foram reduzidas no final de 2020 devido ao aumento da dívida. A taxa de desmatamento na Amazônia aumentou mais de 40% desde que ele assumiu o cargo. Ele levou uma motosserra para o ministério do meio ambiente, cortando seu orçamento e forçando a saída de funcionários. Seu ministro do Meio Ambiente está sob investigação por tráfico de madeira.
Cobre a covid-19, Bolsonaro apoiou comícios anti-lockdown e curas de charlatães. Ele enviou aviões carregados de hidroxicloroquina para tribos indígenas. Por seis meses ele ignorou ofertas de vacinas. Um estudo descobriu que o atraso pode ter custado 95.000 vidas.
Em vez de lidar com o enxerto, ele protegeu seus aliados. Em abril de 2020, ele demitiu o chefe da Polícia Federal, que investigava seus filhos por corrupção. Seu ministro da Justiça pediu demissão, acusando-o de obstrução da justiça. Dias antes, Bolsonaro havia ameaçado a independência da Suprema Corte. Em fevereiro, seu procurador-geral fechou a força-tarefa Lava Jato.
A democracia brasileira está mais frágil do que em qualquer momento desde o fim da ditadura. Em março, Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, que se recusou a enviar o exército às ruas para forçar a reabertura de empresas. Se ele perder a reeleição em 2022, alguns acham que ele pode não aceitar o resultado. Ele lançou dúvidas sobre o voto eletrônico, aprovou decretos para “armar o público” e se gabou de que “só Deus” o removerá da presidência.
Na verdade, o Congresso do Brasil poderia fazer o trabalho sem a intervenção divina. Sua conduta provavelmente se qualifica como impeachável, incluindo “crimes de responsabilidade”, como instar as pessoas a desafiarem os bloqueios, ignorar ofertas de vacinas e demitir funcionários para proteger seus filhos. O Congresso recebeu 118 petições de impeachment. Dezenas de milhares se reuniram em 29 de maio para exigir sua expulsão.
Por enquanto, ele tem apoio suficiente no Congresso para bloquear o impeachment. Além disso, o vice-presidente, que iria assumir, é um general também nostálgico do regime militar.
No longo prazo, além de substituir Bolsonaro, o Brasil deve lidar com o cinismo e o desespero que o elegeu, enfrentando o baixo crescimento crônico e a desigualdade. Isso exigirá uma reforma dramática. No entanto, a própria resiliência que protegeu as instituições brasileiras das predações de um populista também as torna resistentes a mudanças benéficas.
As ações necessárias são assustadoras. Acima de tudo, o governo precisa servir ao público e não a si mesmo. Isso significa reduzir os privilégios dos trabalhadores do setor público, que consomem uma parcela insustentável dos gastos do governo. Os políticos também não devem se poupar. Os titulares de cargos devem ter menos proteções legais. Eles devem sacudir os sistemas eleitoral e partidário para permitir que sangue novo entre no Congresso.
O próximo governo deve combater a corrupção sem preconceitos, conter gastos desnecessários e aumentar a competitividade. A repressão na Amazônia deve ser acompanhada de alternativas econômicas ao desmatamento. Caso contrário, mais cedo ou mais tarde, novos Bolsonaros surgirão.
Uma longa jornada pela frente
Salvo o impeachment de Bolsonaro, o destino do Brasil provavelmente será decidido pelos eleitores no ano que vem. Seu sucessor herdará um país danificado e dividido. Infelizmente, a podridão é muito mais profunda do que um único homem.
A revista The Economist bateu duro em Jair Bolsonaro, ao afirmar, no título da matéria, que “a má gestão do Covid-19 pelo Brasil ameaça o mundo”. “Jair Bolsonaro tem muito a responder”, disse o subtítulo do texto. De acordo com a publicação, “mais contagiante que o original e capaz de reinfectar pessoas que já tiveram covid-19, P.1 alarma não só o Brasil, mas o resto do mundo”. “Foi detectada em 33 países”, afirmou.
A revista disse que “Bolsonaro apregoou curas charlatanescas, protestou contra bloqueios e tentou impedir a publicação de dados”. “Ele acaba de se despedir do terceiro ministro da saúde (um general do exército) desde o início da pandemia. As vacinas não são para mim, afirmou Bolsonaro. Seu governo demorou a encomendá-los, embora fabricantes como Pfizer e Janssen os tivessem testado no Brasil”, complementou.
Segundo a reportagem, “em 23 de março, quando o número de mortos diários atingiu o recorde de 3.158, Bolsonaro foi à televisão para se gabar do progresso da vacinação no Brasil”.
“No entanto, enquanto o distanciamento social for necessário, o presidente continuará sendo uma ameaça à saúde dos brasileiros. Ele entrou com ações no Supremo Tribunal Federal contra três estados, incluindo a Bahia, que tornaram os bloqueios internos mais rígidos. Suas ações são ruins para o Brasil – e para o mundo”, disse.
O jornal britânico The Economist deu uma grande volta para dizer que a política econômica de Paulo Guedes jogou o cavalão genocida no chão. Na verdade, o jornal reproduz o que aqui já vínhamos afirmando faz tempo.
O neoliberalismo é uma rua sem saída, sem margem para manobra e sem possibilidade de engatar uma ré.
Qualquer brasileiro de bom senso sabe que o neoliberalismo não passa de uma crença surda, burra e cega, que, num primeiro momento, traz aos mais ricos a ilusão de que vão ganhar muito, tirando o Estado da construção de um processo virtuoso, somado à perda de direitos e da capacidade de compra do salário dos trabalhadores.
Na lógica do liberalismo, o menos vale mais. E o resultado é esse que o Economist dá uma longa volta para anunciar que o posto Ipiranga é um buraco sem fundo, uma mentira, uma trapaça, uma granada que Guedes colocou no bolso do Estado brasileiro e, consequentemente, a tal economia de mercado, que é outra ilusão no Brasil, abriu o bico e está com meio palmo de língua para fora.
Para piorar, o Brasil tem recessão com inflação. Mas não só isso, para os pobres, há o que existe de pior, a hiperinflação dos alimentos. Pobres e novos pobres criados por Temer e Bolsonaro que foram jogados na insegurança dos bicos e na incapacidade de adquirir crédito para consumo, já que não têm segurança de emprego formal para assumir compromissos com prestações e outras formas de pagamento via crédito, o que piora sensivelmente o mercado interno, já em recessão.
Lógico que Bolsonaro, que é apenas um oportunista barato, soma-se a imbecis reacionários para construir um personagem que já não demanda nenhum tipo de fascínio a incautos que, no passado, deram-lhe crédito.
O resultado está aí, Bolsonaro é um morto vivo, como já dito aqui por inúmeras vezes, mas parece que, agora, até a imprensa internacional também já encomenda seu funeral como presidente.
Bolsonaro arrumou um jeito de tirar a legitimidade do STF que o proibiu de fazer apologia ao fim do isolamento social. Então, resolveu ele próprio ir para a rua, sabendo que, por onde passa, vira uma bomba biológica pela quantidade de pessoas que aglomeram e e se infectam. Bolsonaro não só contamina Brasília inteira, como estimula a contaminação em massa no país.
Como disse David Uip: “queda no isolamento acelerou mortes em SP de forma vertiginosa”.
Bolsonaro, possivelmente, se infectou e já está com anticorpos e, por isso pode aglomerar pessoas nas ruas, pois não será atingido, somente elas, o que está fazendo muita gente se revoltar com sua atitude, já que está promovendo a disseminação do coronavírus, o que, consequentemente vai gerar mais infectados, mais enfermos e mais mortes.
E isso acontece num momento em que o número de mortes de pessoas com idade abaixo de 60 anos aumentou significativamente no Brasil.
Em suas caminhadas públicas em que promove a disseminação do vírus, não se vê nenhum dos seus filhos do seu lado, pois certamente estão se prevenindo, como se preveniram no período em que todos achavam que Bolsonaro estava infectado, tanto que não tem uma imagem sequer de filhos do seu lado.
O fato é que Bolsonaro sabe o que está fazendo e parece gostar de ver o crescimento da pandemia no Brasil, já que, como disse o jornal inglês The Economist: “Bolsonaro apresenta sinais de insanidade”.
Bolsonaro é cínico, pois sabe mais do que ninguém, que o problema não são simplesmente as vítimas do coronavírus que, na maioria dos casos, são pessoas idosas e com outras comorbidades. Ele sabe que a questão é infinitamente maior e que pode atingir qualquer brasileiro que precisar de um atendimento médico para qualquer tipo de enfermidade se a propagação da doença chegar rapidamente a um pico que leve o sistema de saúde ao colapso, coisa que não está longe de acontecer no Brasil por uma série de razões, mas principalmente por Bolsonaro ter colocado o mercado no centro das suas soluções e não as pessoas, sobretudo das camadas mais pobres da população.
Bolsonaro usa todo o tipo de covardia sórdida para pressionar os pobres a voltarem às ruas para sustentar os lucros de quem ainda segura o seu mandato que, sem dúvida, está por um fio, pois a qualquer momento ele pode ser arrancado da cadeira da presidência da República e ir direto para a cadeia junto com seus três filhos delinquentes.
O fato é que o Brasil corre o risco de assistir coisa muito pior do que vem acontecendo no Equador em função da pandemia da coronavírus, onde corpos estão sendo abandonados nas ruas por não ter condição de fazer um enterro digno. O Brasil, por ter uma extensão territorial continental e pelo número de sua população que é onze vezes maior que a do Equador, pode sofrer uma hecatombe, caso Bolsonaro continue no governo.
Mais estúpido ainda é Bolsonaro imaginar que, num quadro de colapso no sistema de saúde como o que assistimos no Equador, repetindo-se no Brasil, resultando numa catástrofe de proporções infinitamente maiores que no Equador, o exército nas ruas não vai controlar o estouro da boiada, como se as pessoas ficassem todas passivas diante do genocídio incalculável que o coronavírus pode promover no país.
É visível o isolamento de Bolsonaro e sua iminente queda. O general Villas Bôas reclamou que estão todos contra Bolsonaro, não mencionando, no entanto, que hoje o maior aliado do coronavírus no Brasil é justamente o presidente da República.
Assim, não há inimigo maior do povo brasileiro do que o próprio presidente que se revela a cada momento a figura mais abjeta que a direita brasileira, a mídia que vive a serviço do mercado, além de empresários e banqueiros sem vírgula de escrúpulo colocaram no poder.
Somente nas últimas 24 horas, Bolsonaro trabalhou com quatro frentes, dois vídeos fake, o do Ceasa e o da professora do chiqueirinho e de uma enquete produzida pelo gabinete do ódio, pedindo para a população votar se quer ou não a intervenção militar e, vendo que o resultado foi pífio, ridículo para as suas pretensões, Bolsonaro resolveu usar Eduardo e seu capanga Allan dos Santos para convocar uma manifestação de apoio para o dia 5 de abril, próximo domingo, o que pode lhe custar a cabeça, ao contrário do que diz o jornal inglês, The Economist, que o impeachment de Bolsonaro dependerá do número de mortos que ele produzirá com o coronavírus no Brasil.
Isso aqui é um enredo pronto para quem pretende escancarar o motivo do golpe contra Dilma, a prisão de Lula e a vitória e manutenção de Bolsonaro no poder.
Obs: capital improdutivo isento de imposto de renda.
Lucros e dividendos distribuídos a pessoas físicas não são taxados no Brasil.
O Bolsa Família custa R$ 30 bilhões e atende 50 milhões de pessoas.
A complementação da União ao Fundeb é de R$ 15 bilhões e chega às escolas de regiões mais pobres.
Orçamento de todo ministério da ciência e tecnologia é de R$ 11,7 bilhões.
Atualmente, a fatia da população de menor renda paga 26,7% do que ganha em impostos sobre o consumo, enquanto os mais ricos apenas 10,1%.
Quer outra aberração?
Altos funcionários públicos, especialmente do judiciário, recebem inúmeros penduricalhos (auxílios, bolsas e afins ), como isso é caracterizado como “benefício”, nada é tributado.
Dois absurdos, recebem acima do teto e com penduricalhos isentos.
Bradesco aumentou a distribuição de dividendos no ano passado.
O payout bruto do banco foi de 73,9%, ante 40,3% em 2018.
O salto ocorreu por causa de um “superdividendo” de R$ 8 bilhões.
O banco creditou a bolada às perspectivas frustradas com a economia brasileira no ano passado.
Enquanto a economia respira por aparelhos, tem pobre defendendo banco de rico que não paga nada.
Soma-se a isso incluindo o Brasil
Matéria da The Economist traduzida, que traz um ótimo compilado com estudos recentes que mostram as acrobacias financeiras das empresas mundo afora.
Por exemplo, 40% dos investimentos diretos estrangeiros são fantasmas, feitos através de empresas fachada.
Mas o mercado, segundo o colunismo da Globo, é bonzinho e vai nos salvar.