O que fazer com o livro do filhão depois que Cármen Lúcia passou recibo para as palavras de Gilmar Mendes sobre Moro?
O sebo já disse que não quer, pois está entupido de encalhe.
Gilmar, foi um garimpeiro de palavras e adjetivos para explicitar que Moro é um dos maiores cafajestes da história do Brasil, e fez isso muito bem.
Carmen Lúcia, a ex-madrinha da Lava Jato, deu um beiço no afilhado e bateu palmas para as chineladas que Gilmar deu no, agora, francês de Curitiba.
Moro se transformou em chacota nacional. E isso acontece em plena sangria do genocida que ele colocou na cadeira da presidência.
É muita coisa para a cabeça da mamãe zelosa de Vladimir Netto, o amigão de Dallagnol que produziu aquele manual de uma farsa.
Agora, depois de tantos acontecimentos lavajatísticos, o rapaz pode até escrever outro livro, aí sim, tem chances de ser um best-seller.
Miriam Leitão, do nada, tentou enfiar Lula numa entrevista na GloboNews com o embaixador Roberto Abdenur, forçando uma comparação tola entre Bolsonaro e Lula.
Foi desautorizada pelo mesmo embaixador que, educadamente, mostrou que Lula foi o presidente que mais abriu as portas do Brasil para o mundo, deixando com cara de tacho.
A fala não deu chances para a última carpideira da Lava Jato buscar uma tréplica. Miriam ficou muda, escondeu o livro do Vladinho e saiu de fininho.
Qual discurso a mídia fará nas eleições presidenciais se Moro, Bolsonaro e ela própria estão totalmente desmoralizados?
Por ora, a mídia martela diuturnamente que as mensagens da Lava Jato não inocentam Lula, mas não mostra qualquer prova dos supostos crimes cometidos por ele. Ao contrário do ela especula, o que ficou cristalino nos mais recentes vazamentos liberados pelo STF, é que tanto Moro quanto o bando de Curitiba tinham provas da inocência de Lula. Daí a sujeira armada que assombra qualquer um que ler as mensagens trocadas por Moro e Dallagnol e entre os procuradores da Força-tarefa de Curitiba.
O correto seria se a mídia fosse minimamente decente e colocar em garrafais na primeira página a pergunta que corre como um corisco na sociedade: quando Moro e Dallagnol serão presos?
Mas isso não acontecerá, e essa parceria entre Dallagnol e o jornalista Wladimir Netto, filho de Miriam Leitão, mostrando o nível de promiscuidade entre a mídia e a Lava Jato, só revela que, mais parcial que Moro na luta de classes, sempre desfavorável a quem produz a riqueza do país, ela está sempre contra os trabalhadores.
Por isso, pode-se afirmar que o problema da mídia não é com o PT, mas com os trabalhadores, pois jamais na sua história escreveu um editorial sequer a favor dos destes, mas dos patrões, pior, mesmo com a miséria se expandindo debaixo do nariz das grandes redações, alguém já leu em algum veículo da grande mídia um único editorial a favor dos pobres, dos miseráveis, dos desvalidos, dos sem teto ou dos sem terra?
Não, é claro, o que se vê o tempo todo são torrentes de amor do jornal ao patronato e, sobretudo ao mercado financeiro que, juntos, produziram o estado de coisas em que o Brasil se encontra depois dos golpes em Dilma e em Lula, do Partido dos Trabalhadores.
A grande mídia contribuiu de maneira definitiva com tudo o que vimos acontecer no Brasil nos últimos tempos, de forma fria e calculada, chegando a colocar na presidência da República um genocida, mesmo sabendo de sua história de crimes, e que tem no assassinato em massa, de forma indiscriminada por Covid, sua face mais cruel.
Tudo em nome do desmonte da economia que, hoje, precisa mais do auxílio emergencial para dar algum sinal de vida do que os pobres que recebem o benefício, já que, como é característico dos governos neoliberais, o varejo já deu sinais de que não tem pernas e, muito menos, fôlego para dar um passo sem o auxílio.
Tudo isso reflete um jogo sórdido que empurrou o Brasil para um buraco negro diante da geopolítica global que, para atender aos interesses dos EUA, o Brasil se colocou à margem do mundo civilizado, resultado de um conluio que contou com o comando das elites, do Ministério Público Federal, Judiciário, Polícia Federal e a mídia, principalmente a Globo, para a qual Miriam Leitão e seu filho trabalham.
Abaixo, Dallagnol, em mensagem, fala sobre a revisão que fez do livro de Wladimir Netto.
O livro do Intercept sobre a Lava Jato, de Letícia Duarte, traz duas reportagens inéditas: uma sobre as relações dos procuradores com a Globo, outra sobre o dia da condução coercitiva de Lula.
Quem aparece muito nos diálogos do Telegram é o repórter Vladimir Netto, do Jornal Nacional, responsável por vários “furos” que lhe foram passados pela República de Curitiba.
Além dele, surge um dos donos da emissora, João Roberto Marinho.
Reproduzo nesta resenha alguns dos colóquios retirados da obra.
O chefe da força tarefa já privilegiava a Globo em relação ao resto da mídia e queria vender suas dez medidas contra a corrupção com vistas, entre outras coisas, a uma carreira política.
Em novembro de 2015, Deltan se encontrou com João Roberto, presidente do Conselho Editorial.
Ele menciona no aplicativo um “encontro mais reservado”, “bem restrito”, com o chefão da imprensa em evento da FGV. Pede ao grupo para manter “sigilo”.
Requer também à equipe: “Queria falar com Merval Pereira”. O almoço marcado com João Roberto tem como objetivo conseguir o “apoio da Globo”.
Eles se reúnem no dia 25 de novembro na casa de Joaquim Falcão, professor da FGV e amigo da família.
Segundo DD, João Roberto prometeu “abrir espaço de publicidade na Globo gratuitamente”. Um editorial apoiando a Lava Jato seria publicado logo depois.
Dallagnol e João Roberto Marinho criaram uma proximidade daí em diante. Numa demonstração de poder e influência, DD passa a Janot o telefone de JRM.
“O arquivo da Vaza Jato mostra que a forca tarefa antecipava informações para jornalistas da emissora e dava dicas sobre como achar detalhes quentes nas denúncias”, lê-se.
Dallagnol pedia dicas aos profissionais globais.
Incomodado com as críticas à condução coercitiva de Lula em março de 2016, recorreu a Vladimir.
O filho de Míriam Leitão é autor de uma hagiografia de Moro, que abrilhantou o lançamento com sua presença na capital do Paraná.
“Lava Jato – O juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil” vendeu mais de 200 mil exemplares.
Serviu de base para a série “O Mecanismo”, de José Padilha, nossa Leni Riefenstahl, a cineasta do nazismo.
Vladimir escreve que Moro exibe “rigor e coragem”, conduz tudo “com maestria”, “trabalha com afinco em busca de resultados”, é “um excelente pai”, “trocava fraldas, acordava à noite quando a bebê chorava e cuidava do umbigo da menina.”
Os papos entre Dallagnol e Vladimir vão de 2014 a 2019 e enchem “35 páginas de livro”.
Vladimir sugeriu-lhes não emitissem nota sobre a coercitiva de Lula. “Não vejo o que vocês poderiam ganhar com isso”, escreveu no Telegram.
O comunicado acabou sendo produzido — com a consultoria de Vladimir. Dallagnol afirma que “ficou boa parte do começo, mas com base em seu olhar tiram 2 itens inteiros”.
“Fico feliz em ajudar”, diz o jornalista. “Já soltaram a nota? Ainda dá tempo de sair no JN”.
Dallagnol também arrumou para Janot uma reportagem no Fantástico para mitigar o efeito da prisão de um procurador.
“Seria bem positiva uma entrevista sua. Fica para você avaliar”, diz ao então PGR.
Vladimir Netto foi ouvido pelos autores sobre seu relacionamento com Deltan Dallagnol. Negou tudo.
“Não reconheço esses diálogos. Eles não aconteceram, não são verdadeiros”, declara. “Não mantenho relação de amizade e nem tenho ‘intimidade’ com nenhuma fonte”.
Seu patrão, no entanto, admite que se encontrou com Dallagnol, mas nega que a Globo tenha sido “privilegiada”.