Os editores do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald e Leandro Demori, disseram ter divulgado somente 1% do #VazaJato e que é o maior vazamento jornalístico brasileiro.
“A gente não está divulgando o tamanho do arquivo, mas é maior que o arquivo Snowden. Só para vocês terem uma ideia, em uma das reportagens a gente fala de um dos grupos, que é dos procuradores da Lava-Jato em Curitiba, gerou 1.700 páginas de pesquisas. E tem centenas de grupos e conversas. Eu diria que a gente olhou 1% do material, é muita coisa”.
Em entrevista concedida pelos dois editores na tarde desta segunda-feira (10) aos jornalistas Breno Sabóia e Igor Mello do UOL , Greenwald ainda destacou que o material a ser revelado reforça a interferência de Sérgio Moro no trabalho do MPF.
Demori disse que as informações que obtiveram abrangem três anos e que esse período é referente ao meio da investigação da Lava Jato e que o trabalho de filtragem continua.
“Aparentemente, a gente está trabalhando com um menu de histórias. Estamos fazendo um pré-filtro, para ver se é de interesse público e se elas param em pé. O procurador ontem [9] falou que as conversas são descontextualizadas, negou veemente. O contexto está absolutamente claro, os chats são detalhados, extensos, com horários, com data. Não há dúvidas sobre o que eles estão falando. Agora estamos olhando para essas outras histórias”, informou.
“Temos mais materiais envolvendo o papel do Moro na Lava Jato, mostrando que ele é um chefe da força-tarefa, que criou estratégias para botar Lula e outras pessoas na prisão, e atuou quase como um procurador, não como juiz”.
Segundo Greenwald, entre o material que pode estar por vir, estão conversas entre Moro e Jair Bolsonaro de antes da eleição presidencial.
“Temos conversas que ainda não reportamos sobre o Moro estar pensando na possibilidade de aceitar uma oferta do Bolsonaro, caso ele ganhasse. Isso foi antes da eleição, acho que depois do primeiro turno”.
Vamos aguardar o desenrolar desse novelo.